terça-feira, novembro 27, 2018

666 - NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR - Infohabitar 666

INFOHABITAR N.º 666
NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR
Conjunto de 25 artigos e um texto de apresentação

 

Caros leitores da revista semanal Infohabitar com a presente edição, damos continuidade a uma tipologia editorial, em que se procura voltar a focar e divulgar artigos e séries editoriais já desenvolvidas há algum tempo, mas versando temáticas intemporais.

Julgamos que quando uma revista técnica e científica como a nossa atinge um significativo “tempo de vida” – neste caso 14 anos – e expressão editorial – a caminho dos 700 artigos – corre-se o risco de textos que deixaram de estar numa primeira linha editorial, mas que continuam com o mesmo interesse e oportunidade, poderem ficar um pouco esquecidos “nas prateleiras arquivadoras”, neste caso “na nuvem arquivista” e, a partir desta consideração, surgiu a ideia de voltar a colocar “bem à mão”, à distância de um rápido “clic”, conjuntos temáticos de artigos, por vezes muito bem articulados, entre si, outras vezes marcados por uma salutar diversidade, como é o caso actual.

E é assim que, na presente edição da Infohabitar, se sugere a leitura de uma série de 25 artigos, editados entre 2006 e 2012, desenvolvidos por 4 autores e que têm em comum a abordagem do grande tema: NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR.

Lembra-se que estas matéria relativas à NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR constituem um dos 35 temas editoriais da Infohabitar.

Regista-se, ainda, que estas matérias relativa à NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR correspondem a um dos sete grandes temas abordados num estudo amplo sobre a matéria do “habitar humanizado”, apresentado e desenvolvido em duas publicações editadas e disponibilizadas pela Livraria do LNEC (apontadas em seguida) e no n.º 18 dos Opúsculos da Editora Dafne – neste caso, com o título “Entre casa e cidade, a humanização do habitar”.

COELHO, António Baptista - Habitação Humanizada: Uma apresentação geral, Lisboa, LNEC, Memória n.º 836, 2007, 40 p., 19 fig., ISBN 978-972-49-2117-4.
COELHO, António Baptista - Habitação Humanizada, Lisboa, LNEC, Tese e Programas de Investigação TPI n.º 46. Lisboa: LNEC, 2007. 574 p., 121 fig., ISBN 978-972-49-2120-4.

A matéria global do “habitar humanizado” refere-se ao habitar espaços domésticos e urbanos e corresponde a um estudo de investigação, desenvolvido no quadro de uma “habilitação em arquitetura e urbanismo”, realizado e discutido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), considerando-se que o interesse no desenvolvimento deste tema decorreu, quase diretamente, da necessidade sentida de se aprofundarem aspetos ainda considerados menos objetivos e que no entanto caracterizam, claramente, pela sua existência ou ausência, múltiplas situações domésticas e urbanas.
Trata-se, assim, de um tema cuja importância se julga ser evidente numa altura em que o “mal habitar” casa e cidade continua a marcar, em todo o mundo, um elevadíssimo número de famílias e as periferias e os vazios urbanos de grandes cidades, uma importância que resulta, tanto da necessidade de se considerarem, diretamente, os múltiplos aspetos de uma sensível humanização dos quadros do habitat humano, como da importância de se estar alerta relativamente às recorrentes simplificações relativas a áreas mínimas habitacionais mal concebidas (“cegamente” funcionalizadas), e à doentia repetição de projetos-tipo mal concebidos e mal aplicados em termos urbanos.

“... A noção de paisagem urbana é fundamental” (Gonçalo Byrne).

“É fundamental, para fazer mexer a cidade, que nos instrumentos de planificação e de planeamento estratégico quer de escala menor, se inclua a noção de paisagem, que é cada vez mais importante... o arquitecto deveria ter na sua formação esta percepção, porque a paisagem é cada vez mais uma questão de arquitectura e uma questão de cidade. A noção de paisagem urbana é fundamental.”
Gonçalo Byrne (2004)
(Inês Moreira dos Santos e Rui B. Duarte, “Estruturas de mudança - entrevista com Gonçalo Byrne”, Arquitectura e Vida, n.º 49, 2004, p. 51)

Aborda-se uma perspectiva ecológica e humana ampla, que considera e articula a actual grande importância que tem – e deve recuperar – o lugar, como sítio “único”, com identidade específica, e a também actual grande importância da protecção e do protagonismo da natureza e do verde urbano.
É este um capítulo cuja temática deve, natruralmente, muito a Christian Norberg-Schulz, e assim teria de ser iniciado com mais um dos seus fundamentais conceitos (1968): “No passado os bandidos viviam fora das muralhas, hoje estão dentro. A cidade respira brutalidade e sentimos o desejo de fugir-lhe para encontrar a paz. Por isso procuramos proteger e conservar a natureza;... com o passar do tempo não poderemos fugir mais; o arquitecto moderno deve contribuir para sanar esta situação, criando um novo ordenamento e uma nova e significativa unidade entre a paisagem e a obra do homem.” - Christian Norberg-Schulz, “A paisagem e a obra do homem”, Arquitectura, n.º 102, 1968, pp.52-58.
Trata-se de reconcilar a cidade com a paisagem, objectivo este muito importante para a cidade de hoje e crucial para a grande cidade de hoje e, afinal, tal como disse Maria Celeste Ramos, no âmbito dos trabalhos do Júri do Prémio INH 2006, “a árvore acrescenta beleza e não a tira”, e a beleza e a “frescura” do verde urbano são altamente necessárias na cidade de hoje.
O arquitecto moderno deve, assim,  “contribuir para um novo ordenamento e uma nova e significativa unidade entre a paisagem e a obra do homem”, palavras sábias e antecipadoras de Norberg-Schulz, já em 1968, numa altura em que as novas grande cidades mundiais estavam, ainda, em início de “explosão”.
Depois de se ter desenvolvido uma pequena incursão no manancial temático da matéria da integração urbana e habitacional, uma matéria que se considera ser de primeira linha, no hoje fundamental enquadramento da qualidade arquitectónica, este último capítulo deste trabalho exploratório sobre o habitar humanizado é também, de certa forma, a conclusão desta pequena aventura por territórios que, bem sabemos, estão e são pouco cartografáveis, mas cujo melhor conhecimento é essencial num mundo actual em que, como dizia Norberg-Schulz, as muralhas das cidades já não servem para nos defendermos dos malfeitores, e em que é na identidade reforçada do habitar próprio e de vizinhança, no seu papel de “centro do mundo” de cada um, e na máxima recuperação de uma natureza positivamente humanizada, que se joga e jogará a prevalência, no mundo urbano, do sentido humano mais genuíno e do sentido cívico mais genuíno.
A ideia geral que se propõe, como plataforma para futuros trabalhos, e que levou, no presente estudo, à separação entre as temáticas gémeas da integração e da caracterização, que podem e devem ser, naturalmente, ponderadas em conjunto, é que a primeira, a integração, tratada no último capítulo, pode constituir uma importante e eficaz linha da frente na introdução dos cuidados de coerência contextual e paisagística em medidas práticas ligadas à urgente melhoria do nosso ambiente construído e natural, enquanto a segunda, a caracterização, que está a ser abordada neste capítulo, embora incorpore matérias também parcialmente associadas a aspectos facilmente convertidos em exigências específicas de qualidade do ambiente e da construção, como é a matéria da ecologia do habitar, incorpora outras matérias de caracterização profunda do habitar, designadamente, em termos de escala humana e de natureza cultural, que obrigam a um aprofundado esforço de sistematização, a realizar, nomeadamente, através do estudo bem ponderado de casos de referência.




Listam-se, em seguida (ordenados de acordo com a respectiva apresentação), alguns dos subtemas tratados nos artigos, associados ao tema editorial  NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR cujos títulos específicos e links são, depois, disponibilizados mais abaixo:

Arquitectura da paisagem

Importância do verde urbano

Olivais Norte

Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores

Jardins e habitar

Jardim

A árvore na cidade

A natureza da paisagem

O Céu de Lisboa

A árvore suporte do mundo no espaço urbano

Importância da árvore urbana

A Cidade e o Equinócio de Outono

Qualidade do ambiente urbano

A cidade e o equinócio da Primavera

A Cidade e o Carnaval

O Natal, o Solstício de Inverno e a Cidade


Fiquem, então,caros leitores com algumas das muitas páginas da nossa pequena história editorial; e boas leituras,

António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar, Presidente da GHabitar, investigador principal com habilitação em Arquitectura e Urbanismo (LNEC), doutor em Arquitetura (FAUP), Arquiteto (ESBAL).

Notas práticas:
. a listagem dos artigos mantém a respetiva ordem cronológica editorial (dos mais recentes para os menos recentes);
. os artigos são disponibilizados no seu formato editorial original;
. para aceder ao artigo basta fazer ctrl + click sobre o seu endereço eletrónico (disponibilizado a seguir ao respetivo título); ou sobre o próprio título (quando este está ligado diretamente ao respetivo ebdereço eletrónico – ao passar o rato/mouse sobre o título essa ligação fica evidente).  


(Tema geral)

NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR

Arquitectura da paisagem e imagens do final de Outono - António Baptista Coelho (n.º 419, 9 Dez. 12, 4 págs., 8 figs.).
Importância do verde urbano - artigo de Arno Rieder; Notícias do 2.º CIHEL; Revista Brasileira de Gestão Urbana - Arno Rieder (n.º 393, 13 Mai. 12, 3 págs., 3 figs.).
Olivais Norte: modernismo e natureza (i) - António Baptista Coelho (n.º 305, 25 Jul. 10, 12 págs., 10 figs.).
Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores. Porque Morre e um País III - Celeste Ramos (n.º 232, 2 Fev. 09, 13 págs., 6 figs.).
Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores. Porque Morre e um País II - Celeste Ramos (n.º 230, 19 Jan. 09, 14 págs., 7 figs.).
Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores. Porque Morre e um País I - Celeste Ramos (n.º 229, 12 Jan. 09, 13 págs., 6 figs.).
Os jardins e o habitar (II) – artigo de António Baptista Coelho e textos da da London Tree Officers Association (n.º 202, 22 de Jun. 2008, 9 págs., 8 figs.).
O Jardim Ampliado – artigo de Milton Botler (n.º 197, 19 Maio, 2008, 9 págs., 7 figs.).
Sobre os jardins e o habitar (I) notas iniciais e um primeiro enquadramento – artigo de António Baptista Coelho (n.º 196, 12 Maio, 2008, 6 págs., 6 figs.).
Paisagens II: algumas notas sobre a árvore na cidade - Texto e fimagens de António Baptista Coelho sobre palestra de Maria Celeste Ramos (n.º 186, 9, Março, 2008, 6 págs., 4 figs.).
Paisagem I: sobre a natureza da paisagem - artigo de António Baptista Coelho (n.º 184, 24 Fevereiro 2008, 6 págs., 6 figs.)
DIA DA MÃE – texto de Celeste Ramos (n.º 139, 10 Mai. 07, p., fig.).
O Céu de Lisboa (e mais um texto complementar) - Celeste Ramos (n.º 136, 20 Abr. 07, 8 p., 6 fig.).
A Cidade e o Solstício de Inverno - Maria Celeste Ramos (n.º 118, 21 Dez. 06).
Cidade relógio de horas – Maria Celeste Ramos, ilustração de ABCoelho (n.º 113, 16 Nov. 06, 9p., 7 fig.).
A Cidade e o Equinócio de Outono II, desenhar com a natureza – Celeste Ramos (n.º 107, 5 Out. 06, 11p. 6fig.).
A Cidade e o Equinócio de Outono I, o esplendor da luz – Celeste Ramos, ilustração de António Baptista Coelho (n.º 105, 28 Set. 06, 9p. 8 fig.).
Qualidade do ambiente urbano II – o jardim e acidade ontem e hoje – Maria Celeste Ramos com colaboração e imagens de António Baptista Coelho (n.º 83, 7 Mai. 06, 7 p., 7fig.).
Qualidade do ambiente urbano I – a natureza às portas da cidade – Maria Celeste Ramos com colaboração e imagens de António Baptista Coelho (n., 82, 1 Mai. 06, 7 p., 7fig.).
A cidade e o equinócio da Primavera – Celeste Ramos com imagens de António Baptista Coelho (n.º 76, 28 Mar. 06, 6p. 5fig.).
A Cidade e o Carnaval, festa de antecipação do Equinócio da Primavera – Maria Celeste Ramos com imagens de António Baptista Coelho (n.º 73, 10 Mar. 06, 3p. 2 fig.).
O Natal, o Solstício de Inverno e a Cidade – Maria Celeste Ramos (n.º 59, 16 Dez. 05, 4p. 3fig.).

Finalmente salienta-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, acolhido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.


Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.


Infohabitar, Ano XIV, n.º 666
NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR
Conjunto de 25 artigos

Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar, Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

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