INFOHABITAR
N.º 666
NATUREZA,
TEMPO, CIDADE E LUGAR
Conjunto de 25 artigos
e um texto de apresentação
Caros leitores da revista
semanal Infohabitar com a presente edição, damos continuidade
a uma tipologia editorial, em que se procura voltar a focar e divulgar artigos
e séries editoriais já desenvolvidas há algum tempo, mas versando temáticas
intemporais.
Julgamos que quando uma
revista técnica e científica como a nossa atinge um significativo “tempo de
vida” – neste caso 14 anos – e expressão editorial – a caminho dos 700 artigos
– corre-se o risco de textos que deixaram de estar numa primeira linha
editorial, mas que continuam com o mesmo interesse e oportunidade, poderem
ficar um pouco esquecidos “nas prateleiras arquivadoras”, neste caso “na nuvem
arquivista” e, a partir desta consideração, surgiu a ideia de voltar a colocar “bem
à mão”, à distância de um rápido “clic”, conjuntos temáticos de artigos, por
vezes muito bem articulados, entre si, outras vezes marcados por uma salutar
diversidade, como é o caso actual.
E é assim que, na presente
edição da Infohabitar, se sugere a leitura de uma série de 25 artigos,
editados entre 2006 e 2012, desenvolvidos por 4 autores e que têm em comum a
abordagem do grande tema: NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR.
Lembra-se que estas matéria relativas
à NATUREZA,
TEMPO, CIDADE E LUGAR constituem um dos 35 temas editoriais da Infohabitar.
Regista-se, ainda, que estas
matérias relativa à NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR correspondem a um dos sete
grandes temas abordados num estudo amplo sobre a matéria do “habitar
humanizado”, apresentado e desenvolvido em duas publicações editadas e
disponibilizadas pela Livraria do LNEC (apontadas em seguida) e no n.º 18 dos
Opúsculos da Editora Dafne – neste caso, com o título “Entre casa e cidade, a
humanização do habitar”.
COELHO, António Baptista - Habitação Humanizada: Uma apresentação
geral, Lisboa, LNEC, Memória n.º 836, 2007, 40 p., 19 fig., ISBN
978-972-49-2117-4.
COELHO, António Baptista - Habitação Humanizada, Lisboa, LNEC,
Tese e Programas de Investigação TPI n.º 46. Lisboa: LNEC, 2007. 574 p., 121
fig., ISBN 978-972-49-2120-4.
A matéria global do “habitar
humanizado” refere-se ao habitar espaços domésticos e urbanos e corresponde a
um estudo de investigação, desenvolvido no quadro de uma “habilitação em
arquitetura e urbanismo”, realizado e discutido no Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC), considerando-se que o interesse no desenvolvimento
deste tema decorreu, quase diretamente, da necessidade sentida de se aprofundarem
aspetos ainda considerados menos objetivos e que no entanto caracterizam,
claramente, pela sua existência ou ausência, múltiplas situações domésticas e
urbanas.
Trata-se, assim, de um tema
cuja importância se julga ser evidente numa altura em que o “mal habitar” casa
e cidade continua a marcar, em todo o mundo, um elevadíssimo número de famílias
e as periferias e os vazios urbanos de grandes cidades, uma importância que
resulta, tanto da necessidade de se considerarem, diretamente, os múltiplos
aspetos de uma sensível humanização dos quadros do habitat humano, como da
importância de se estar alerta relativamente às recorrentes simplificações
relativas a áreas mínimas habitacionais mal concebidas (“cegamente”
funcionalizadas), e à doentia repetição de projetos-tipo mal concebidos e mal
aplicados em termos urbanos.
“... A noção de
paisagem urbana é fundamental” (Gonçalo Byrne).
“É fundamental, para fazer
mexer a cidade, que nos instrumentos de planificação e de planeamento estratégico
quer de escala menor, se inclua a noção de paisagem, que é cada vez mais
importante... o arquitecto deveria ter na sua formação esta percepção, porque a
paisagem é cada vez mais uma questão de arquitectura e uma questão de cidade. A
noção de paisagem urbana é fundamental.”
Gonçalo Byrne (2004)
(Inês Moreira dos Santos e Rui
B. Duarte, “Estruturas de mudança - entrevista com Gonçalo Byrne”, Arquitectura
e Vida, n.º 49, 2004, p. 51)
Aborda-se uma perspectiva
ecológica e humana ampla, que considera e articula a actual grande importância
que tem – e deve recuperar – o lugar, como sítio “único”, com identidade
específica, e a também actual grande importância da protecção e do protagonismo
da natureza e do verde urbano.
É este um capítulo cuja
temática deve, natruralmente, muito a Christian Norberg-Schulz, e assim teria
de ser iniciado com mais um dos seus fundamentais conceitos (1968): “No passado os bandidos viviam fora das
muralhas, hoje estão dentro. A cidade respira brutalidade e sentimos o desejo
de fugir-lhe para encontrar a paz. Por isso procuramos proteger e conservar a
natureza;... com o passar do tempo não poderemos fugir mais; o arquitecto
moderno deve contribuir para sanar esta situação, criando um novo ordenamento e
uma nova e significativa unidade entre a paisagem e a obra do homem.” -
Christian Norberg-Schulz, “A paisagem e a obra do homem”, Arquitectura, n.º
102, 1968, pp.52-58.
Trata-se de reconcilar a
cidade com a paisagem, objectivo este muito importante para a cidade de hoje e
crucial para a grande cidade de hoje e, afinal, tal como disse Maria Celeste
Ramos, no âmbito dos trabalhos do Júri do Prémio INH 2006, “a árvore acrescenta
beleza e não a tira”, e a beleza e a “frescura” do verde urbano são altamente
necessárias na cidade de hoje.
O arquitecto moderno deve,
assim, “contribuir para um novo
ordenamento e uma nova e significativa unidade entre a paisagem e a obra do
homem”, palavras sábias e antecipadoras de Norberg-Schulz, já em 1968, numa
altura em que as novas grande cidades mundiais estavam, ainda, em início de
“explosão”.
Depois de se ter desenvolvido
uma pequena incursão no manancial temático da matéria da integração urbana e
habitacional, uma matéria que se considera ser de primeira linha, no hoje
fundamental enquadramento da qualidade arquitectónica, este último capítulo
deste trabalho exploratório sobre o habitar humanizado é também, de certa
forma, a conclusão desta pequena aventura por territórios que, bem sabemos,
estão e são pouco cartografáveis, mas cujo melhor conhecimento é essencial num
mundo actual em que, como dizia Norberg-Schulz, as muralhas das cidades já não
servem para nos defendermos dos malfeitores, e em que é na identidade reforçada
do habitar próprio e de vizinhança, no seu papel de “centro do mundo” de cada
um, e na máxima recuperação de uma natureza positivamente humanizada, que se
joga e jogará a prevalência, no mundo urbano, do sentido humano mais genuíno e
do sentido cívico mais genuíno.
A ideia geral que se propõe,
como plataforma para futuros trabalhos, e que levou, no presente estudo, à
separação entre as temáticas gémeas da integração e da caracterização, que
podem e devem ser, naturalmente, ponderadas em conjunto, é que a primeira, a
integração, tratada no último capítulo, pode constituir uma importante e eficaz
linha da frente na introdução dos cuidados de coerência contextual e
paisagística em medidas práticas ligadas à urgente melhoria do nosso ambiente
construído e natural, enquanto a segunda, a caracterização, que está a ser
abordada neste capítulo, embora incorpore matérias também parcialmente
associadas a aspectos facilmente convertidos em exigências específicas de
qualidade do ambiente e da construção, como é a matéria da ecologia do habitar,
incorpora outras matérias de caracterização profunda do habitar,
designadamente, em termos de escala humana e de natureza cultural, que obrigam
a um aprofundado esforço de sistematização, a realizar, nomeadamente, através
do estudo bem ponderado de casos de referência.
Listam-se, em seguida
(ordenados de acordo com a respectiva apresentação), alguns dos subtemas
tratados nos artigos, associados ao tema editorial NATUREZA, TEMPO, CIDADE E LUGAR cujos títulos
específicos e links são, depois, disponibilizados
mais abaixo:
Arquitectura da paisagem
Importância do verde urbano
Olivais Norte
Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores
Jardins e habitar
Jardim
A árvore na cidade
A natureza da paisagem
O Céu de Lisboa
A árvore suporte do mundo no espaço urbano
Importância da árvore urbana
A Cidade e o Equinócio de Outono
Qualidade do ambiente urbano
A cidade e o equinócio da Primavera
A Cidade e o Carnaval
O Natal, o Solstício de Inverno e a Cidade
Fiquem, então,caros leitores com
algumas das muitas páginas da nossa pequena história editorial; e boas
leituras,
António Baptista Coelho
Editor da
Infohabitar, Presidente da GHabitar, investigador principal com habilitação em
Arquitectura e Urbanismo (LNEC), doutor em Arquitetura (FAUP), Arquiteto
(ESBAL).
Notas práticas:
. a listagem dos artigos mantém a
respetiva ordem cronológica editorial (dos mais recentes para os menos
recentes);
. os artigos são disponibilizados no
seu formato editorial original;
. para aceder ao
artigo basta fazer ctrl + click
sobre o seu endereço eletrónico
(disponibilizado a seguir ao respetivo título); ou sobre o próprio título (quando este está
ligado diretamente ao respetivo ebdereço eletrónico – ao passar o rato/mouse
sobre o título essa ligação fica evidente).
(Tema geral)
NATUREZA,
TEMPO, CIDADE E LUGAR
Arquitectura da paisagem e imagens do final de Outono - António Baptista Coelho (n.º 419, 9 Dez. 12, 4 págs., 8
figs.).
Importância do verde urbano - artigo de Arno Rieder; Notícias do 2.º CIHEL; Revista Brasileira de Gestão Urbana - Arno
Rieder (n.º 393, 13 Mai. 12, 3 págs., 3 figs.).
Olivais Norte: modernismo e natureza (i) - António Baptista Coelho (n.º 305, 25 Jul. 10, 12 págs., 10 figs.).
Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores.
Porque Morre e um País III -
Celeste Ramos (n.º 232, 2 Fev. 09, 13 págs., 6 figs.).
Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores.
Porque Morre e um País II -
Celeste Ramos (n.º 230, 19 Jan. 09, 14 págs., 7 figs.).
Porque Morrem as Cidades os Velhos e as Árvores.
Porque Morre e um País I -
Celeste Ramos (n.º 229, 12 Jan. 09, 13 págs., 6 figs.).
Os jardins e o habitar (II) – artigo de António Baptista Coelho e textos da da London Tree Officers
Association (n.º 202, 22 de Jun. 2008, 9 págs., 8 figs.).
O Jardim Ampliado –
artigo de Milton Botler (n.º 197, 19 Maio, 2008, 9 págs., 7 figs.).
Sobre os jardins e o habitar (I) notas iniciais e um
primeiro enquadramento –
artigo de António Baptista Coelho (n.º 196, 12 Maio, 2008, 6 págs., 6 figs.).
Paisagens II: algumas notas sobre a árvore na
cidade - Texto e fimagens de António Baptista Coelho sobre
palestra de Maria Celeste Ramos (n.º 186, 9, Março, 2008, 6 págs., 4 figs.).
Paisagem I: sobre a natureza da paisagem - artigo de António Baptista Coelho
(n.º 184, 24 Fevereiro 2008, 6 págs., 6 figs.)
LIBERDADE IDENTIDADE: História de vida confundida com
a história do país -
Celeste Ramos (n.º 140, 17 Mai. 07, p., fig.).
DIA DA MÃE –
texto de Celeste Ramos (n.º 139, 10 Mai. 07, p., fig.).
O Céu de Lisboa (e mais um texto complementar) - Celeste Ramos (n.º 136, 20 Abr. 07, 8 p., 6 fig.).
A árvore suporte do mundo no espaço urbano (II) – das
árvores/jardins, Celeste Ramos (n.º 127,
22 Fev. 07).
A árvore suporte do mundo no espaço urbano (I) – dos
homens-árvore às florestas de resinosas e folhosas, Celeste Ramos (n.º 126, 15 Fev. 07).
A Cidade e o Solstício de Inverno - Maria Celeste Ramos (n.º 118, 21
Dez. 06).
Cidade relógio de horas – Maria Celeste Ramos, ilustração de ABCoelho (n.º 113, 16 Nov. 06,
9p., 7 fig.).
A Cidade e o Equinócio de Outono II, desenhar com a
natureza – Celeste Ramos (n.º 107, 5
Out. 06, 11p. 6fig.).
A Cidade e o Equinócio de Outono I, o esplendor da
luz – Celeste Ramos,
ilustração de António Baptista Coelho (n.º 105, 28 Set. 06, 9p. 8 fig.).
Qualidade do ambiente urbano II – o jardim e acidade
ontem e hoje – Maria
Celeste Ramos com colaboração e imagens de António Baptista Coelho (n.º 83, 7
Mai. 06, 7 p., 7fig.).
Qualidade do ambiente urbano I – a natureza às portas
da cidade – Maria Celeste Ramos com
colaboração e imagens de António Baptista Coelho (n., 82, 1 Mai. 06, 7 p.,
7fig.).
A cidade e o equinócio da Primavera – Celeste Ramos com imagens de António Baptista Coelho (n.º 76, 28 Mar. 06,
6p. 5fig.).
A Cidade e o Carnaval, festa de antecipação do
Equinócio da Primavera –
Maria Celeste Ramos com imagens de António Baptista Coelho (n.º 73, 10 Mar. 06,
3p. 2 fig.).
O Natal, o Solstício de Inverno e a Cidade – Maria Celeste Ramos (n.º 59, 16
Dez. 05, 4p. 3fig.).
Finalmente
salienta-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da
GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional
(GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de
Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o
princípio de setembro de 2017, em boa parte, acolhido no Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e
nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT);
aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados
por estas entidades.
Notas
editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos
editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no
sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo
nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários
apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores
desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos
mesmos autores.
Infohabitar, Ano XIV, n.º 666
NATUREZA,
TEMPO, CIDADE E LUGAR
Conjunto de 25 artigos
Infohabitar
Editor: António
Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de
Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do
LNEC; Infohabitar, Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a
Promoção da Qualidade Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional
de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).
Apoio à Edição: José Baptista Coelho -
Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.
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