terça-feira, novembro 13, 2018

664 - O DESENHO E A HUMANIZAÇÃO DO HABITAR - Infohabitar 664

INFOHABITAR N.º 664
O DESENHO E A HUMANIZAÇÃO DO HABITAR

Conjunto de 16 artigos e um texto de apresentação

 

Caros leitores da revista semanal Infohabitar com a presente edição, damos continuidade a uma tipologia editorial, em que se procura voltar a focar e divulgar artigos e séries editoriais já desenvolvidas há algum tempo, mas versando temáticas intemporais.

Julgamos que quando uma revista técnica e científica como a nossa atinge um significativo “tempo de vida” – neste caso 14 anos – e expressão editorial – a caminho dos 700 artigos – corre-se o risco de textos que deixaram de estar numa primeira linha editorial, mas que continuam com o mesmo interesse e oportunidade, poderem ficar um pouco esquecidos “nas prateleiras arquivadoras”, neste caso “na nuvem arquivista” e, a partir desta consideração, surgiu a ideia de voltar a colocar “bem à mão”, à distância de um rápido “clic”, conjuntos temáticos de artigos, por vezes muito bem articulados, entre si, outras vezes marcados por uma salutar diversidade, como é o caso actual.

E é assim que, na presente edição da Infohabitar, se sugere a leitura de uma série de 16 artigos, editados entre 2005 e 2008, desenvolvidos por 4 autores e que têm em comum a abordagem do grande tema: O DESENHO E A HUMANIZAÇÃO DO HABITAR.

Lembra-se que esta matéria relativa ao DESENHO E À HUMANIZAÇÃO DO HABITAR constitui um dos 35 temas editoriais da Infohabitar.

Regista-se, ainda, que esta matéria relativa ao DESENHO E À HUMANIZAÇÃO DO HABITAR corresponde a um dos sete grandes temas abordados num estudo amplo sobre a matéria do “habitar humanizado”, apresentado e desenvolvido em duas publicações editadas e disponibilizadas pela Livraria do LNEC (apontadas em seguida) e no n.º 18 dos Opúsculos da Editora Dafne – neste caso, com o título “Entre casa e cidade, a humanização do habitar”.

COELHO, António Baptista - Habitação Humanizada: Uma apresentação geral, Lisboa, LNEC, Memória n.º 836, 2007, 40 p., 19 fig., ISBN 978-972-49-2117-4.
COELHO, António Baptista - Habitação Humanizada, Lisboa, LNEC, Tese e Programas de Investigação TPI n.º 46. Lisboa: LNEC, 2007. 574 p., 121 fig., ISBN 978-972-49-2120-4.

A matéria global do “habitar humanizado” refere-se ao habitar espaços domésticos e urbanos e corresponde a um estudo de investigação, desenvolvido no quadro de uma “habilitação em arquitetura e urbanismo”, realizado e discutido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), considerando-se que o interesse no desenvolvimento deste tema decorreu, quase diretamente, da necessidade sentida de se aprofundarem aspetos ainda considerados menos objetivos e que no entanto caracterizam, claramente, pela sua existência ou ausência, múltiplas situações domésticas e urbanas.
Trata-se, assim, de um tema cuja importância se julga ser evidente numa altura em que o “mal habitar” casa e cidade continua a marcar, em todo o mundo, um elevadíssimo número de famílias e as periferias e os vazios urbanos de grandes cidades, uma importância que resulta, tanto da necessidade de se considerarem, diretamente, os múltiplos aspetos de uma sensível humanização dos quadros do habitat humano, como da importância de se estar alerta relativamente às recorrentes simplificações relativas a áreas mínimas habitacionais mal concebidas (“cegamente” funcionalizadas), e à doentia repetição de projetos-tipo mal concebidos e mal aplicados em termos urbanos.


A “forma convidativa” no habitar, aqui num exemplo projectado pelo Arq. Paulo Alzamora, numa acção de regeneração urbana e habitacional, de um conjunto de realojamento da C.M. de Vila Nova de Gaia, na Qt.ª do Guarda Livros (139 fogos, 2001); em primeiro plano uma intervenção artística de jovens moradores.
“Tudo o que projetamos deve ser adequado a cada situação que surja; em outras palavras não deve ser apenas confortável mas também estimulante – e é esta adequação fundamental e ativa que eu gostaria de de designar como «forma convidativa»: a forma que possui mais afinidade com as pessoas.”
Herman Hertzberger, Lições de Arquitetura, 1996 (1991), p.174.

Nestas matérias da qualidade do desenho e da caracterização das paisagens urbanas e do habitar, reentramos, naturalmente, em áreas com um perfil arquitectónico muito chegado à esfera da criatividade de cada projectista quando reflecte sobre uma dada solução e constrói, sequencialmente, uma dada solução residencial e urbana. No entanto o que aqui se defende e será, nas páginas seguintes, desenvolvido, é, essencialmente, que o projecto de troços de cidade, feito de exteriores e de edifícios, tem de ser um projecto extensa e intensamente ponderado, designadamente, nas matérias da relação estreita entre a humanização, o desenho e a funcionalidade. Não é por o espaço ser maior, do que no fogo e no edifício, que ele exige uma atenção menor. A escala é outra, as funções são outras, a imagem é outra, mas a atenção e o cuidado têm de ser os suficientes.
Naturalmente o construir uma dada imagem urbana não é o construir de uma habitação, há outras preocupações, há referências públicas e cívicas, há um tempo de uso que tem de aguentar uma escala temporal e uma intensidade de uso muito mais longa e exigente, mas tudo isto provavelmente exige é mais tempo/cuidado de concepção, do que aquele que dirigimos a uma habitação, pois estamos a projectar para um grande número e para necessidades, que frequentemente até não serão, em parte, conhecidas.
Uma matéria essencial que será tratada nesta parte do trabalho é a caracterização das soluções, considerando-se que tal condição é fundamental para o desenvolvimento de sítios urbanos e habitacionais com identidade e geradores de sentimentos de apropriação. No entanto e desde já se refere que se julga que esta preocupação com a identidade poderá ser uma resultante natural de um projecto e de uma obra atentos e bem qualificados.
Desta forma também se clarifica que não se visa aqui, nem tal seria possível, qualquer tipo de indicação formal, mas sim uma indicação ao nível da preocupação com a qualidade do projecto arquitectónico global.
Os estudos de Amos Rapoport são fundamentais nesta matéria da humanização do habitar e, portanto, faz-se aqui apenas uma referência breve a algumas das sua ideias consideradas “chave” tendo em vista esse objectivo, mas, neste caso concreto de uma forma centrada no desenho.
Tal como sublinha Rapoport “a habitação e as suas envolventes são regiões privadas por excelência contrastando com a natureza pública da cidadania como uma totalidade, o Bairro se existe proporciona-nos um elemento mediatizador: semi-público, semi-privado, etc. Se estes elementos falham, o sistema pode falhar. Qualquer cidade pode ser considerada como uma selecção de subsistemas com vários graus de publicidade e privacidade, frontalidade/posterioridade e separados por diversas barreiras e mecanismos… Domínio privado, variável; transições, semipúblico  e semiprivado, muito variáveis; domínio público medianamente variável” - Amos Rapoport, “Aspectos humanos de la forma urbana – Hacia una confrontación de las Ciências Sociales com el diseño de la forma urbana”,1978 (1977), p. 265.
Mas além desta preocupação com um reflexo projectual nos diversos “níveis” do desenho do habitar, de forma a que haja uma leitura consistente do que se deseja seja uma cidade vitalizada e humanizada, tem de haver, naturalmente, um gradual  aprofundamento da qualidade do desenho e de uma sua positiva caracterização.




Listam-se, em seguida (ordenados de acordo com a respectiva apresentação), alguns dos subtemas tratados nos artigos, associados ao tema editorial  relativo ao DESENHO E À HUMANIZAÇÃO DO HABITAR cujos títulos específicos e links são, depois, disponibilizados mais abaixo:

Vizinhanças amigáveis

Políticas de Arquitectura na União Europeia

Nuno Portas e o espaço público

Nova arquitectura na Universidade de Aveiro

Humanização do espaço público

Notas ribeirinhas

Gonçalo Ribeiro Telles no Jardim da Gulbenkian

Fazer cidade, a exposição de Raúl Hestnes Ferreira

Hestnes Ferreira, Teotónio Pereira e Teixeira Trigo

Acerca da Casa – António Reis Cabrita

Espaços públicos amigos das crianças e dos idosos

Protagonismo do verde urbano

Escala humana

Espaços públicos conviviais


Sequências urbanas


Fiquem, então,caros leitores com algumas das muitas páginas da nossa pequena história editorial; e boas leituras,

António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar, Presidente da GHabitar, investigador principal com habilitação em Arquitectura e Urbanismo (LNEC), doutor em Arquitetura (FAUP), Arquiteto (ESBAL).

Notas práticas:
. a listagem dos artigos mantém a respetiva ordem cronológica editorial (dos mais recentes para os menos recentes);
. os artigos são disponibilizados no seu formato editorial original;
. para aceder ao artigo basta fazer ctrl + click sobre o seu endereço eletrónico (disponibilizado a seguir ao respetivo título); ou sobre o próprio título (quando este está ligado diretamente ao respetivo ebdereço eletrónico – ao passar o rato/mouse sobre o título essa ligação fica evidente).  


(Tema geral)

O DESENHO E A HUMANIZAÇÃO DO HABITAR

Sobre as fundamentais vizinhanças amigáveis I - António Baptista Coelho (n.º 220, 3 Nov. 08, 4 págs., 3 figs.).
IDENTIDADE ESCOCESA - Políticas de Arquitectura na União Europeia, artigo de João Ferreira Bento (n.º 190, 30 Março, 2008, 6 págs., 3 figs.).
Opiniões de Nuno Portas sobre o espaço público – relato de António Baptista Coelho (n.º 103, 15 Set. 06, 15p., 5 fig.).
Uma viagem pela nova arquitectura na Universidade de Aveiro: reportagem fotográfica informal – Pedro Romana Baptista Coelho e António Baptista Coelho (n.º 101, 1 Set., 7p. 16 fig.).
Sobre a humanização do espaço público – António Baptista Coelho (n.º 98, 10 Ago 06, 8p. 7 fig.).
Humanização e vitalização do espaço público: Cadernos Edifícios (N.º 4 ) – artigo de António Baptista Coelho (n.º 90, 27 Jun. 06, 3p. 2 fig.).
Notas ribeirinhas de Lisboa – António Baptista Coelho (n.º 75, 22 Mar. 06, 7p. 9fig.).
Infohabitar/reportagem: com Gonçalo Ribeiro Telles no Jardim da Gulbenkian – António e Pedro Baptista Coelho (n.º 71, 26 Fev. 06, 4p.).
Acerca de la Casa – Curso em Sevilha, Relato – António Reis Cabrita (n.º 46, 13 Out. 05, 9 p., 3 fig.).

Finalmente salienta-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, acolhido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.


Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.


Infohabitar, Ano XIV, n.º 664
O DESENHO E A HUMANIZAÇÃO DO HABITAR
Conjunto de 16 artigos

Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar, Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

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