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Humanização e vitalização do espaço público (Tópicos IX e X): PAISAGEM URBANA MODELADA, MARCADA PELA PEQUENA ESCALA EM ESPAÇOS AMIGOS DAS CRIANÇAS E DOS IDOSOS
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
X Tópicos
(vizinhanças de proximidade, sequências, sítios únicos e níveis de privacidade)
(i) Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes
(ii) Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade
(eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais)
(iii) Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
(iv) Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
(vizinhanças reforçadas, claro ordenamento e escala humana)
(v) Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais
(vi) Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana
(integração entre interior e exterior, pormenorização, protagonismo do verde urbano e caracterização)
(vii) Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem
pormenorizados
(viii) A grande importância do verde urbano e o vital papel da
caracterização
(paisagem urbana modelada, marcada pela pequena escala em espaços amigos das crianças e dos idosos)
(ix) A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
(x) Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos idosos
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico IX de X:
A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
A grande prática que deve ser seguida no bem fazer pequenos e bem configurados espaços exteriores e a grande prática da pormenorização que deve preencher e dar uma verdadeira alma aos grandes espaços públicos exteriores.
Nas imagens: primeiro, um recanto residencial e urbano da Cooperativa de Habitação Massarelos, Porto (1995), projectada pelos arquitectos Francisco Barata e Manuel Fernandes Sá; depois, um recanto urbano e residencial da Cooperativa Coobital, Faro (1991), projecto do Arq. Lopes da Costa.
É essencial um grande cuidado na modelação da paisagem urbana, pois é esta que acompanha, complementa e caracteriza o espaço público dando-lhe boa parte dos seus conteúdos funcionais e de imagem; trata-se de níveis consecutivos de cenários, distintos mas ligados, trata-se de uma essencial relação de integração por continuidades e por contrastes cuidadosos.
Nas imagens: primeiro, um pormenor urbano e residencial de um conjunto de habitação de interesse social no Bairro do Ilhéu, promovido pela Câmara Municipal do Porto (2001), projectista coordenador Arq. Manuel Correia Fernandes; depois, um pormenor residencial e urbano do conjunto em Molar, promovido pela Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2004), projecto do Arq. Carlos Costa Pinto.
António Baptista Coelho, abc@lnec.pt
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico X de X:
Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos mais velhos
Fazer cidade habitada e amigável, cidade ligada ao clima e à paisagem, cidade em si própria paisagem urbana e humana, cidade que acompanha e enriquece quem a habita, cidade que apoia quem a habita, proporcionando, ao longo das suas ruas e outros espaços coesos, contínuas e graduais aulas de vida e de sociedade, aos mais novos, amparando-os e estimulando-os, num quadro global seguro e formativo, enquanto acarinha, envolve e protege os mais velhos, os mais lentos, dando-lhes condições de tranquilidade urbana, de estadia e de convívio mitigado no exterior.
Assim se dá mais tempo e qualidade de vida, directa e indirectamente, nos variados e estimulantes cenários que são oferecidos e numa vitalidade diária que pode cativar em cada esquina, em cada praceta, em cada esplanada e em cada pequeno jardim.
Fazer cidade habitada e amiga das crianças e dos mais velhos é fazer uma cidade que serve melhor aqueles que mais a usam e aqueles que mais vida lhe dão, e que naturalmente são aqueles que precisam de condições urbanas de segurança, acessibilidade e conforto mais cuidadas, e fazer esta cidade não é apenas fazer alguns espaços específicos para as diversas idades, que também são precisos naturalmente, mas é, sim, essencialmente, fazer uma cidade arquitectónica e culturalmente válida, espacialmente integrada e socialmente solidária e viva.
Todas as imagens atrás escolhidas para ilustrar o papel da pequena escala e da modelação da paisagem urbana, assim como, boa parte ou mesmo a totalidade das imagens desta série sobre a humanização e vitalização do espaço público servem para ilustrar este último tópico, que visa os espaços públicos amigos das crianças e dos mais velhos; mas para concluir esta série juntam-se três imagens ilustrativas da importância desta condição e relativas ao Bairro Padre Cruz, promovido pela CM de Lisboa, em 1992, projectado pela Arq.ª Rosa Leitão (CML DCH) e recentemente exemplarmente melhorado e requalificado, nos seus espaços exteriores, pela GEBALIS Gestão dos Bairros Municipais EM. O desafio que se deixa é uma luta sem tréguas por não mais se fazer mal o espaço urbano, quando os bons exemplos estão aqui tão perto e tão vivos. E fazer bem o espaço urbano passa por fazer espaços naturalmente formativos, emocionantes, protectores e confortáveis.
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