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Infohabitar, Ano XIV, n.º 645
Sobre os quatro Congressos CIHEL de 2010 a 2017 – Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono – e sobre o futuro do CIHEL - Infohabitar 645 (Junho de 2018)
por António Baptista Coelho (texto e imagens)
Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono - CIHEL: os primeiros quatro congressos
- 1.º CIHEL - ISCTE-IUL 2010
- 2.º CIHEL e 1.º CRSEEL - LNEC 2013
- 3.º CIHEL - FAU-USP, FAU-Mack e
IAU-USP 2015
- SEMANA CIHEL 2017: 1as Conferências CIHEL – CMPorto e Domus Social
2017; 4.º CIHEL - UBI 2017
O início do CIHEL e as
sua ideias de base
Há cerca de dez anos, em
2007/2008, quando começámos a pensar no CIHEL - Congresso
Internacional da Habitação no Espaço Lusófono – considerou-se que seria
complexo falar, em português, das matérias de um habitar que no mundo da
lusofonia tem inúmeras realidades específicas, mas já por quatro vezes, nos
congressos já realizados, se concluiu-se que, muito mais do que possível, é
extremamente útil e muito estimulante fazê-lo, quer porque a reflexão sobre o
habitat humano que podemos realizar em português, a quinta língua
mais falada no mundo, é extremamente rica e útil, quer porque as questões
associadas à diferenciação das problemáticas e meios disponíveis, é real entre
os diversos países da lusofonia, mas é real, também, dentro de cada um desses
países, seja nos países com grande dimensão e diversidade regional, seja em
países pequenos, mas caracterizados por zonas, problemas e meios locais muito
distintos.
- 1.º CIHEL - ISCTE-IUL 2010
- 2.º CIHEL e 1.º CRSEEL - LNEC 2013
- 3.º CIHEL - FAU-USP, FAU-Mack e IAU-USP 2015
- SEMANA CIHEL 2017: 1as Conferências CIHEL – CMPorto e Domus Social 2017; 4.º CIHEL - UBI 2017
O início do CIHEL e as
sua ideias de base
Há cerca de dez anos, em
2007/2008, quando começámos a pensar no CIHEL - Congresso
Internacional da Habitação no Espaço Lusófono – considerou-se que seria
complexo falar, em português, das matérias de um habitar que no mundo da
lusofonia tem inúmeras realidades específicas, mas já por quatro vezes, nos
congressos já realizados, se concluiu-se que, muito mais do que possível, é
extremamente útil e muito estimulante fazê-lo, quer porque a reflexão sobre o
habitat humano que podemos realizar em português, a quinta língua
mais falada no mundo, é extremamente rica e útil, quer porque as questões
associadas à diferenciação das problemáticas e meios disponíveis, é real entre
os diversos países da lusofonia, mas é real, também, dentro de cada um desses
países, seja nos países com grande dimensão e diversidade regional, seja em
países pequenos, mas caracterizados por zonas, problemas e meios locais muito
distintos.
Salienta-se, assim, desde já, como
uma das ideias fundadoras do Congresso, a importância de se considerar que a
qualidade e o bem-estar de quem "habita" (da habitação à cidade), não
é servida por um qualquer alojamento mínimo, concretizado, por exemplo, num
apartamento de um edifício sem qualidade arquitectónica e situado numa zona sem
espaços públicos e afastada da vida urbana; isto porque o "bem
habitar" uma “boa cidade”, depende de aspetos quantitativos e
qualitativos, vive-se tanto no espaço doméstico, como na vizinhança, no espaço
público, na cidade e no próprio território onde esta se insere, uma reflexão
importante quando as carências habitacionais e urbanísticas continuam críticas
no mundo lusófono.
E importa sempre lembrar os
problemas críticos criados: por condições de habitabilidade do espaço doméstico
bem abaixo de quaisquer níveis e condições razoáveis; por escolhas tipológicas
habitacionais sem qualquer sentido e sem continuidade urbana; pela doentia
repetição de projectos-tipo que não servem nem populações específicas nem
locais específicos; pelo esquecimento do papel fundamental de um exterior
residencial agradável; pela opção por soluções construtivas mal fundamentadas e
sem qualidade; e pela ausência de cuidados sociais prévios e de gestão
posterior.
CIHEL: alguns aspetos práticos e importantes a registar
O CIHEL, Congresso Internacional da
Habitação no Espaço Lusófono, começou, portanto, a ser pensado em meados de
2008, no âmbito das atividades da GHabitar, uma associação técnica e científica
sem fins lucrativos que esteve sempre na base e no arranque do desenvolvimento
dos quatro CIHEL já realizados, de 2010 a 2017. Nessa altura, em 2008,
pensou-se, então, numa realização muito ligada a uma cidade portuguesa
com fortes tradições na promoção de habitação de interesse social com
qualidade, no entanto, questões organizativas e dúvidas sobre a viabilidade
teórico-prática desta ideia, acabaram por fazer deslizar a sua prmeira edição
para o final de 2010.
Salienta-se que os congressos CIHEL
integraram, todos eles, outras iniciativas de relevante interesse com destaque
para workshops de projeto, conferências de especialistas, fóruns lusófonos,
visitas técnicas, exposições, lançamentos de livros e um concurso de
ideias/projetos para estudantes de arquitetura.
Como principais apoiantes dos
quatro primeiros CIHEL destacaram-se, para além das principais agências e
fundações de apoio à investigação e à pesquisa em Portugal e no Brasil – FCT de
Portugal e CAPES, CNPq e FAPESP do Brasil –, e das respetivas entidades
organizadoras – ISCTE-IUL; LNEC e FCT-UNL; FAU-USP, FAU-Mack e IAU-USP;
CMP-Domus Social e UBI (devidamente referidas, em seguida, congresso a
congresso) –, a Câmara Municipal de Lisboa, a Mack Pesquisa, o CIAUD da FAUL, o
Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e a Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto.
Regista-se, ainda, que se procurou
envolver o Secretariado Permanente do CIHEH, gradualmente e de modo a cada vez
mais intenso, na preparação do Congresso, o que foi já uma realidade no 3.º e
no 4.º Congressos; sendo também importante a ação da Comissão Dinamizadora
Internacional constituída para cada Congresso.
E houve tantas pessoas
incontornáveis que asseguraram as essenciais conferências que marcaram o
início e a conclusão da discussão das temáticas, a coordenação dos congressos e
das muitas iniciativas a eles associadas, a direção das diversas comissões, o
cuidadoso trabalho no âmbito das respetivas comissões científicas e de
dinamização internacional, o moroso e extenso trabalho de edição das atas, e a
vital continuidade e eficácia de resposta no âmbito da gestão diária dos muitos
assuntos correntes e vitais para a organização dos congressos, das muitas,
muitas centenas de inscrições, submissões de comunicações, textos iniciais a
incluir nas atas e incontornáveis e inúmeras dúvidas sobre os mais diversos
aspetos ligados á participação nos congressos: e a todas estas pessoas,
devidamente registadas nas quatro Atas do CIHEL, em nome do CIHEL o nosso muito
obrigado!
1.º CIHEL, ISCTE-IUL, Lisboa, 22 a 24 de setembro de 2010
Os dois organizadores do 1.º CIHEL,
o autor destas linhas e o amigo Paulo Tormenta Pinto passarm um intenso Verão
de 2010, bem trabalhoso, e contando com um conjunto de inestimáveis apoios de
um coeso grupo de professores, funcionários e alunos do Departamento de
Arquitectura e Urbanismo do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa
(ISCTE-IUL), conseguiu-se concretizar esse saboroso sonho e o 1.º CIHEL
aconteceu, em Lisboa, entre os dias 22 e 24 de setembro de 2010, congregando,
desde logo um rico leque de iniciativas, entre as quais uma excelente exposição
sobre uma proposta de tipologias habitacionais para Angola, realizado pelo
Centro de Investigação em Arquitectura, Ubanismo e Design (CIAUD) da Faculdade
de Arquitetura da Universidade de Lisboa e com o vital apoio da Câmara
Municipal de Lisboa (CML) e do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana
(IHRU).
E foi assim que o 1.º CIHEL juntou
no maior auditório do ISCTE-IUL, projetado pelo grande Raúl Hestnes ferreira,
aliás o conferencista que concluiu os trabalhos das 1as Confereências CIHEL no
Porto (realizada no âmbito do 4.º CIHEL), e nos seus átrios e espaços
expositivos contíguos um numeroso grupo de investigadores e de representantes
de entidades de vários países da lusofonia com ligações às áreas do habitat
humano. No final deste 1.º CIHEL foi criado o Secretariado Permanente do CIHEL,
uma outra ideia cujo objetvo é manter atividades entre Congressos e poder
lançar as bases de outras iniciativas, julgadas adequadas e oportunas na grande
área do habitat humano que fala português.
O 1.º CIHEL foi organizado pelo
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), com inciativa e apoio da
GHabitar-APPQH, em Lisboa (Portugal) em setembro de 2010.
O 1.º CIHEL teve apoio de diversa
entidades entre as quais a Câmara Municipal de Lisboa, o IHRU, o Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o CIAUD da FAUL a GHabitar – APPQH e a
revista na WWW Infohabitar.
Há que destacar que o 1º CIHEL
integrou uma memorável Palestra Inaugural proferida pelo Arquitecto
brasileiro João Filgueiras Lima (Lelé).
Outro aspecto a salientar no 1.º
CIHEL foi a exposição do CIAUD da FAUL – organizada pelos Prof(s) Arq(s) Margarida
Louro e Francisco Oliveira: “Casas para
um Planeta Pequeno: Projecto Angola Habitar XXI – Modelos habitacionais em
territórios de macro povoamento informal”;
O tema central do 1.º CIHEL foi
o “Desenho e realização de bairros para populações com baixos
rendimentos”, estruturado nos seguintes subtemas: políticas e
programas; infraestruturas e equipamentos locais; soluções habitacionais e
modos de vida; materiais e tecnologias.
O 1.º CIHEL visou a qualidade do
habitat residencial para populações com baixos rendimentos e mobilizando
recursos modestos. Um objectivo ligado que às pequenas comunidades urbanas
periféricas da Europa, que lutam com problemas de isolamento e escassez de
recursos, quer a todas as comunidades urbanas dos países em desenvolvimento;
pois, afinal, as exigências de sustentabilidade ambiental, social e económica
aproximam cada vez mais estes dois grupos de populações. Estes desafios têm
diversas vertentes disciplinares, científicas, sociais, políticas, económicas,
mas todos eles visam a concretização de um habitar tão adequado aos cada vez
mais variados modos de vida, como consistente na concretização de vizinhanças e
bairros.
Na conclusão do 1.º CIHEL foi
estruturado o Secretariado Permanente do CIHEL.
Números do 1.º CIHEL: cerca de
200 participantes, 5 conferências e 60 comunicações, mais um workshop de
projeto, que antecedeu o Congresso.
2.º CIHEL e 1.º CRSEEL, LNEC,
Lisboa, 12 a 15 de março de 2013
Aproveitando a sua realização no campus
do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que foi a principal
entidade organizadora do Congresso, o 2.º CIHEL procurou, naturalmente, elevar
a fasquia organizativa, associando-se a outros eventos e entidades, entre
as quais há que destacar a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
Nova de Lisboa (FCT-UNL) e dinamizando-se variadas atividades, realizadas na
contiguidade do excelente Grande Auditório do LNEC e nas amplas e bem
agradáveis instalações do seu Centro de Congressos.
Tinham passado cerca de dois anos e
meio, da data de realização do 1.º CIHEL, e estávamos em março de 2013,
novamente em Lisboa e agora numa “casa” que, significativamente, aliava a
Arquitetura às Engenharias e, designadamente, numa associação com o 1.º Congresso
da Construção e Reabilitação Sustentável de Edifícios no Espaço Lusófono (1.º
CCRSEEL), promovido pela FCT-UNL, e organizado pelo amigo Prof. Eng. º Fernando
Pinho, e pelo Prof. Arq.º Carlos Amado da FCT-UNL; e assim se desenvolveram
visitas, com o apoio, sempre presente e essencial, da Câmara Municipal de
Lisboa e do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), a
continuidade do apoio do CIAUD e novas e essenciais parcerias com outros fóruns
caraterizadod por claros laços de união com os objetivos do CIHEL, como é o
caso do encontro do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa
(CIALP), de um seminário técnico em que se desenvolveram pontes muito
estimulantes entre a investigação e a indústria da construção e de uma verdadeira
feira do livro técnico, que obteve expressivo êxito e muito animou as pausas do
Congresso; e no final procurou-se, novamente, alargar o Secretariado Permanente
e atribuir-lhe uma maior dinâmica.
Ainda relativamente a este 2.ºCIHEL há que referir ter sido ele já objeto de um expressivo período de mais de um ano de preparação, num processo em que ficou, naturalmente, evidente o profissionalismo e a eficácia da “casa LNEC”, afinal um dos primeiros e ainda hoje mais importantes centros de congressos técnicos portugueses.
O Congresso foi organizado pelo
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e pela Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Lisboa (FCT-UNL), com apoio e iniciativa da
GHabitar-APPQH; e nesta organização há que sublinhar a constante presença e
preciosos conhecimentos dos colegas da organização de congressos do LNEC
(CDIT), com destaque para os amigos Dr.ª Teresa Fonseca, José Anacleto, Anabela Manteigas e Helder
David (este na parte gráfica), assim como a inestimável contribuição do Prof. Eng.º
Fernando Pinho (da FCT-UNL) e do Arq.º Pedro Baptista Coelho.
O Congresso teve o Alto Patrocínio
de Sua Excelência o Presidente da República e contou com o apoio de diversas
entidades entre as quais a CPLP, a CM de Lisboa, o IHRU, O Laboratório de
Engenharia de Angola (LAM), o CIAUD da FAUL, a AICEP, o CIALP e a Ordem dos
Arquitectos, o Secretariado Permanente do CIHEL e a revista na WWW Infohabitar.
Direcção do Congresso, António
Baptista Coelho, António Reis Cabrita, Jorge Grandão Lopes; Presidente da
Comissão Científica, Paulo Tormenta Pinto; Presidente da Comissão Dinamizadora
Internacional, António Gameiro; Presidente da Comissão Organizadora, António
Baptista Coelho; Presidente da Comissão Consultiva, Helena Roseta.
O Congresso decorreu em Lisboa (Portugal) em março de 2013 e desenvolveu uma abordagem ampla e multifacetada da temática “habitação, cidade, território e desenvolvimento”, estruturada nos seguintes subtemas: programas e políticas públicas em habitação; projetos habitacionais; informalidade e precariedade do habitat; tecnologia e custos; habitat, paisagem e ambiente
Estas temáticas foram consideradas
muito oportunas numa altura em que se desenvolviam planos para elevados números
de habitações e para a reurbanização de extensas áreas em vários dos países da
lusofonia caraterizados por críticas carências habitacionais e de ordenamento
urbanístico, privilegiando-se uma abordagem do habitat humano que considera as
suas facetas quantitativas, qualitativas, urbanas, territoriais e ambientais, e
o seu papel como meio vital de um desenvolvimento socioeconómico dos respetivos
países, tão dinâmico como associado a caminhos social e culturalmente
válidos e adequados a cada contexto regional e local.
Destaca-se, ainda, a reunião formal
do Secretariado Permanente do CIHEL, que teve lugar no LNEC no último dia do
Congresso.
Números do 2.º CIHEL e 1.º
CCRSEEL: cerca de 350 participantes, 16 conferências, 140
comunicações, dois workshops, visitas técnicas, 3 exposições, Feira do Livro
Técnico e lançamento de livros.
3.º CIHEL, São Paulo,
FAU-USP, FAU-Mack e IAU-USP,
8 a 11 de setembro de 2015
Depois, outra vez em setembro, mas agora de 2016, decorridos, portanto, novamente, cerca de dois anos e meio da data do 2.º CIHEL, mas agora bem no centro da grande São Paulo teve lugar o 3.º CIHEL, cumprindo-se a promessa de “saltar” o oceano e tornar-se, assim, o Congresso, verdadeiramente, internacional.
O 3.º CIHEL decorreu, novamente,
com a integração de um amplo leque de atividades, reafirmando-se o que começava
a ser já uma marca do CIHEL: o assegurar, praticamente, uma semana de
atividades diversificadas, e dinamizadas pelo Congresso.
Este 3.º CIHEL foi também exemplar
na aplicação prática daquilo que é outra das marcas identitárias do Congresso,
a realização do mesmo com forte autonomia, por cada entidade ou grupo de
entidades diretamente organizadora(s) do Congresso, conseguindo-se, assim uma
estratégica agilidade organizativa, influenciadora de uma qualidade bem
expressa nos trabalhos apresentados ao Congresso e que, no caso do 3.º CIHEL,
fica bem evidente nos bem conhecidos e elevados padrões académicos e de
investigação das três entidades que ergueram o 3.º CIHEL: a Faculdade de
Arquitectura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), a Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie (FAU-Mack) e o
Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP (IAU-USP) de São Carlos.
O 3.º CIHEL proporcionou uma
adequada estabilização e dinamização do Secretariado PermaNente do Congresso,
no âmbito do qual foram decididos vários aspetos relacionados com a montagem do
previsto 4.º CIHEL.
No que se refere ao 3.º CIHEL
salienta-se, ainda, a excelente capacidade dos organizadores no convite a um
amplo grupo de colegas de outros países da lusofonia ligados ao CIHEL, a
concretização de um interessante conjunto de visitas técnicas e a realização,
pela primeira vez, de um Concurso de Projetos Académicos.
O 3.º CIHEL foi organizado em São Paulo (Brasil), em
setembro de 2015, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de
São Paulo (FAU-USP), pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Presbiteriana Mackenkie (FAU-Mack) e pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade de São Paulo sediado em São Carlos (IAU-USP).
O 3.º CIHEL teve apoio de diversas entidades entre as
quais o LabHab - Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos, a
GHabitar-APPQH, a revista na WWW Infohabitar, o Secretariado Permamente do
CIHEL, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o ISCTE-IUL, o
CAPP-ISCSP, o CECODHAS-P e o CIAUD-FA.
(14) 3.º CIHEL – trabalhos do Congresso - na FAU-Mack; o 3.º CIHEL decorreu em Plenários na FAU-Mack e na apresentação de Comunicações e Feira do Livro na FAU-Maranhão - FAU-USP.
Coordenação
geral do 3.º CIHEL, Camila D’Ottaviano (FAU USP), Denise Antonucci (FAU
Mackenzie) e Lúcia Zanin Shimbo (IAU USP); Coordenação do Comitê Científico, Khaled
Ghoubar (FAU USP); Comitê Organizador, Antonio Baptista
Coelho, Artur Rozestraten, Carlos Almeida Marques, Eduardo Nobre, Eunice H. S.
Abascal, Karina Leitão, Khaled Ghoubar, Márcio Minto Fabrício, Miguel Antônio
Buzzar.
O 3.º CIHEL teve abertura solene marcada pela
Conferência de Ermínia Maricato, sobre o Direito a Moradia no Brasil” e proporcionou o aprofundamento do tema geral
“habitação: urbanismo, cultura e ecologia dos lugares”, estruturado nos
seguintes cinco temas específicos: programas e políticas públicas em habitação;
projetos habitacionais; informalidade e precariedade do habitat; tecnologia e
custos no habitat; e habitat, paisagem e ambiente; contou, também, com um
conjunto de mesas redondas sobre as referidas temáticas.
O 3.º CIHEL inovou através da promoção do 1.º Concurso
de Trabalhos Finais de Graduação para Habitação de Interesse Social, com
resultados solenemente divulgados na abertura do Congresso.
Números do 3.º CIHEL: cerca de 300 participantes, 12
conferências, 100 comunicações, 5 visitas técnicas, 2 Ateliers
Tecnológicos, lançamento de livros e Feira do Livro Técnico.
Porto/CM Porto e Domus Social, Viseu, Covilhã/UBI7/DECA e Fundão, 5 a 10 de março de 2017
De setembro de 2015 a março de 2017 (novamente em
março) passou, apenas, cerca de ano e meio, mas com um oceano entre os dois
últimos congressos, o tempo sentido, em Portugal, foi bem mais longo, e assim
se montou o 4.º CIHEL, que, tal como foi já referido, tinha sido já previsto na
Reunião do Secretariado que marcou o final do 3.º Congresso, em São Paulo, onde
estiveram presentes representantes das duas principais entidades que ergueram o
4.º CIHEL: a Universidade da Beira Interior e a Câmara Municipal do Porto
e a sua Domus Social EM.
A ideia foi cumprir e reforçar a tradição CIHEL,
designadamente, nos seus aspetos de preenchimento de uma semana com diversas
atividades e de autonomização maximizada das diversas iniciativas; e assim
avançámos para o que, desde logo, designámos, como um novo CIHEL “entre
duas cidades”, uma ideia que evoluiu, depois, para um CIHEL entre cidades e
aldeias e entre o litoral mais cosmopolita e o interior que vai das zonas
com excelente qualidade de vida aos territórios de baixa densidade, povoados
por aldeias com história e hoje em dia a viverem um período de redescoberta e
de clara revalorização.
E a ideia foi, também, proporcionar, no 4.º CIHEL, um
adequado tempo de diálogo e de encontro, um tempo de qualidade, ao invés de parcelas
de tempo resgatadas entre reuniões fugazes e descaracterizadas, e assim se
avançou para uma semana completa, basicamente entre duas cidades, Porto e
Covilhã, mas passando por outras cidades e aldeias do interior de Portugal.
O 4.º CIHEL construiu-se, assim, sobre esta ideia de
base: um evento científico “clássico” integrado e polarizador de um conjunto
articulado de outros eventos e visitas, estrategicamente organziados com
autonomia e abrangendo um amplo e diversificado território.
Mas o 4.º CIHEL também inovou na introdução de uma
nova tipologia de encontros CIHEL: as Conferências, neste caso as 1as
Conferências CIHEL, realizadas no Porto e onde a metodologia corresponde a
uma sequência de palestras e mesas-redondas por convidados; uma tipologia de encontro
técnico e científico que irá permitir, espera-se, concretizar eventos CIHEL de
uma forma mais agilizada e disseminada.
O 4.º CIHEL e a semana CIHEL2017, que integrou
as 1as Conferências CIHEL, no Porto – Auditório Almeida Garrett – foram
organizados pela Câmara Municipal do Porto e sua Domus Social e pela
Universidade da Beira Interior, com apoio e iniciativa da GHabitar-APPQH e do
Secretariado Permanente do CIHEL e com apoios estratégicos da Câmara Municipal do
Fundão, das Aldeias Históricasde Portugal, das Aldeias do Xisto e da Câmara
Municipal de Viseu.
O 4.º CIHEL teve ainda apoios de diversas entidades
entre as quais se destacam a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
(FAUP), o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), , o Secretariado
Permamente do CIHEL, o CIAMH-FAUP, a revista na WWW Infohabitar.
Presidente da Semana CIHEL 2017, Manuel Correia
Fernandes; Presidente do 4.º CIHEL, António Reis Cabrita; Presidente da
Comissão Científica, Carlos Almeida Marques; Coordenação científica das
1.as Conferências CIHEL, Carlos Nuno Lacerda Lopes; Comissão Organizadora da Semana CIHEL 2017, António
Baptista Coelho, Carlos Almeida Marques, Carlos Nuno Lacerda Lopes, Inês Daniel
de Campos, José António Ferreira, Rogério Galante; Direção do 4.º CIHEL,
António Baptista Coelho, Inês Daniel de Campos, Rogério Galante; Presidente da
Comissão Dinamizadora Internacional, Miguel Moreira Pinto; importa, ainda,
sublinhar o que se considera ter sido a excelente linha gráfica do 4.º CIHEL,
coordenada por Carlos Nuno Lacerda Lopes.
As 1as Conferências CIHEL, no Porto, contaram entre variadas intervenções organizadas em diversos painéis, com duas conferências dos professores e arquitetos Héctor Vigliecca e Raúl Hestnes Ferreira sobre os temas "A Cidade Habitada na América do Sul (Brasil)" e "A Cidade Habitada na Europa do Sul (Portugal)", respetivamente.
O 4.º CIHEL e 1as Conferências CIHEL
proporcionaram a discussão do tema/título geral “A CIDADE HABITADA”,
estruturado nas seguintes seis matérias principais: assentamentos humanos,
modos de habitar, modelos de urbanização nos espaços da lusofonia, novas
territorialidades e áreas de alta e baixa densidade reabilitação urbana,
resiliência na construção.
O 4ª CIHEL integrou o 4º CIHEL - Prémio
Universidades, sob a presidência de Paulo Tormenta Pinto, atribuído a
trabalhos de projecto realizados no âmbito académico subordinados ao tema “A
Cidade Habitada” - regeneração das cidades tendo como base as problemáticas da
habitação e do habitar.
A Semana CIHEL2017 foi iniciada no domingo (5 de
março) a seguir ao Carnaval de 2017, no Porto, no Norte de Portugal, com
visitas técnicas a conjuntos de habitação de interesse social de iniciativa
municipal.
Salienta-se o inestimável trabalho do Eng.º José
António Ferreira da Domus Social da CM do Porto na organização destas visitas,
bem como o apoio determinante da mesma Domus Social e da CM do Porto em toda
esta organização do CIHEL no Porto.
A Semana CIHEL2017 prolongou-se, depois, na
segunda-feira (6 de março), com as 1.as Conferências CIHEL - evento com
conferencistas convidados e que inaugurou uma nova tipologia de encontros CIHEL;
sendo fundamental sublinhar o papel do Prof. Arq.º Nuno Lacerda Lopes, da
Faculdade de Arquitetura da U. do Porto, na organização destas Conferências
CIHEL; nas quais participaram
outros colegas da FAUP e que foi brilhantemente encerrada com os grandes amigos
Manuel Correia Fernandes e Raúl Hestnes Ferreira.
Seguiu-se, na terça-feira (7 de março), a viagem
Porto - Covilhã, com uma paragem para receção na Câmara Municipal de Viseu
e visita acompanhada ao Centro Histórico de Viseu, cidade portuguesa que tem
sido considerada como tendo a melhor qualidade de vida; e salienta-se o fundamental
trabalho do amigo Prof. Arq.º Carlos Marques na organização desta receção e
visita.
(21) Abertura
do 4.º CIHEL, Covilhã – UBI, com uma intervenção da amiga Prof.ª Arquitecta
Inês Campos, a quem o 4.º CIHEL muito deve.
Depois, entre o final da terça-feira e a quinta-feira
(de 7 a 9 de março), decorreu na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, o
4.º CIHEL, com conjuntos de Conferências e apresentação de Comunicações em sessões
temáticas, cujos resumos e textos ficaram disponíveis no respectivo livro de
atas.
Finalmente, na sexta-feira (dia 10 de março), e terminando numa outra cidade bem marcada pela qualidade de vida, o Fundão, que nos faz, depois, a ponte para as muito interessantes Aldeias Históricas de Portugal e Aldeias do Xisto, que, de certa forma, concluíram o 4.º CIHEL, mas com um evidente sinal de apresentação e de continuidade de outros temas do habitat humano, bem urgentes e essenciais, de outras ideias de discussão e de dinamização técnica e científica, e de outras iniciativas, algumas delas já em fase embrionária de desenvolvimento.
É ainda essencial sublinhar o papel dos amigos professores aquitectos da UBI, Inês Campos e Rogério Galante em toda a organização do 4.º CIHEL na UBI: sem eles nada teria sido possível; e também o apoio dos estudantes de Arquitectura da UBI e da sua Associação.
Nas visitas a partir do Fundão é fundamental deixar
aqui um agradecimento específico ao Senhor Presidente da CM do Fundão, Dr.
Paulo Fernandes, e aos coordenadores das Aldeias Históricas de Portugal e das Aldeias
do Xisto, pelo apoio e muito interessantes explicações locais, que deram um
excelente teor técnico às respetiva visitas.
Números das
1.as Conferências CIHEL (Semana Cihel 2017): cerca de 200 participantes, 14
intervenções no âmbito de sessões temáticas, 2 conferências, visitas técnicas,
feira do livro técnico.
Números do 4.º CIHEL: cerca de 250 participantes mais
outros 200 , 6 conferências no âmbito de duas Mesas Redondas com
moderação, 176 comunicações, visitas técnicas, 2 exposições, feira do
livro técnico e lançamento de 1 livro.
O presente artigo fez a síntese possível de quatro
congressos internacionais, das primeiras conferências CIHEL, de muitas dezenas
de excelentes conferências, de múltiplas iniciativas “paralelas” com destaque
para as exposições, visitas técnicas, concursos académicos, e, naturalmente, da
apresentação das cerca de 500 comunicações técnicas e científicas ligadas ao
Congresso.
Para concluir este pequeno, e julga-se
útil, historial lembra-se que quando começámos a imaginar o Congresso
Internacional da Habitação no Espaço Lusófono muitos pensaram que seria
complexo ou até impossível discutir e dar a conhecer, em português, matérias
relativas ao habitat humano, assunto hoje em dia vital no nosso planeta em
intensa urbanização, e que no diversificado e extenso mundo da lusofonia tem
inúmeras realidades específicas e grande diversidade de problemáticas – e basta
apenas lembrar a diferença que houve nas acções de realojamento em Portugal,
entre o Norte e o Sul deste pequeno País para termos bem presente essa
diversidade.
No entanto, já por quatro vezes, nas Semanas CIHEL já
realizadas, todos aqueles que nelas participaram concluíram que, muito mais do
que possível, é extremamente útil e muito estimulante continuar a fazer e a
aprofundar essa discussão/divulgação sobre os principais problemas e sobre o
potencial do habitat humano que hoje em dia comunica na quinta língua
mais falada no mundo: iniciámos este artigo com estas considerações, mas
pareceu importante reafirmá-las aqui. Esta tem sido a ambição serena e prática
do Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono - o
CIHEL, assim baptizado aproveitando-se a feliz intervenção da amiga Ana Vaz
Milheiro numa reunião da pequena comissão organizadora do 1.º CIHEL e da
GHabitar no então Núcleo de Arquitectura e Urbanismo (NAU) do Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (LNEC), há cerca de 8/9 anos.
Uma ambição associada, portanto, à discussão útil
dos principais problemas e potencialidades do habitat humano lusófono, e
que se deseja aprofundar:
(i) seja apurando e reaplicando, em futuras
iniciativas, as melhores soluções organizativas que marcaram os quatro
congressos já realizados;
(ii) seja aproveitando e divulgando melhor o
riquíssimo património científico e técnico que tem vindo a ser acumulado e
desde logo editado nos cinco livros de atas já realizados e que foram acima
referidos, pois trata-se de um acervo “único” que conta já com quase 500
comunicações;
(iii) seja diversificando-se e autonomizando-se acções
técnico-científicas de discussão, divulgação e formação realizadas sob o
enquadramento do CIHEL;
(iv) seja direccionando-se a futura acção do CIHEL no
sentido de ela poder ser, globalmente, mais focada numa perspectiva de mais
directa utilidade social no âmbito do apoio à melhoria do habitat humano
lusófono, uma refocagem que deverá visar uma expressiva aproximação a
importantes entidades da lusofonia, a exemplo da parceria que se assegurou com
a CPLP e o CIALP no 2.º CIHEL, e sendo esta uma refocagem que em nada
enfraquecerá a via de discussão e divulgação técnica e científica até agora
privilegiada.
Importa também registar que o movimento CIHEL esteve
associado à dinamização de um conjunto de amigos e colegas integrados em
comissões ligadas aos congressos: (i) em que para lá das essenciais comissões
organizativas; (ii) se criaram comissões dinamizadoras, que asseguraram a vital
divulgação do congresso; (iii) e se foi, gradualmente, desenvolvendo o
Secretariado Permanente do CIHEL, oportunamente proposto pelo amigo António
Reis Cabrita, e que conta já com mais de 70 membros – um órgão que, em conjunto
com a GHabitar (associação que sempre esteve na base da promoção do CIHEL),
deverá ter, gradualmente, maior protagonismo na dinamização de novos congressos
e outros eventos a ele associados.
E há, naturalmente, um vital conjunto de entidades que
viabilizaram as Semanas CIHEL, a quem se agradece, e que não serão esquecidas
em futuras iniciativas.
Conclui-se, referindo que, sem margem para quaisquer
dúvidas, o futuro do CIHEL vale a pena, mas tem de ser um futuro marcado por
uma expressiva vontade coletiva.
E o futuro do CIHEL pode contar, como se registou
acima, com um rico património humano, técnico-científico e organizacional,
falta agora dar rápida e útil continuidade às nossas iniciativas, lembrando-se,
para concluir, aquela velha ideia de que o nosso futuro será aquele que
conseguirmos ir construindo com as ideias e iniciativas que cada um de nós
lançar, de forma bem fundamentada e oportuna (usando-se, por exemplo, este
mesmo artigo como ferramenta de divulgação da acção do CIHEL), e que serão
imediatamente partilhadas e apoiadas pelo grupo/CIHEL.
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