segunda-feira, novembro 27, 2017

620 - Espaços comuns no edifício multifamiliar - Infohabitar 620

Infohabitar, Ano XIII, n.º 620

Espaços comuns no edifício multifamiliar: novo artigo e links para outros 4 artigos sobre o tema

por António Baptista Coelho

Caros leitores, nesta edição da Infohabitar, depois de uma pequena introdução encontrarão um novo artigo sobre a  temática dos espaços comuns em edifícios multifamiliares e links para outros quatro artigos sobre o mesmo tema. 

Fig-01: ao fundo edifício em Olivais Norte, Lisboa, projecto de Artur Pires Martins e Cândido Palma de Melo; um caso de referência na Arquitectura residencial portuguesa e um exemplo de protagonismo arquitectónio dos espaços comuns do edifício - neste caso galarias exteriores e torres verticais de acessos.

No início de setembro de 2017 a Infohabitar retomou as suas edições regulares, através da edição de um novo artigo em cada semana, logo à segunda-feira. Considerando que, durante um número muito significativo de semanas a Infohabitar editou artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”, lembrámo-nos de proporcionar uma desenvolvida e comentada revisão desta matéria, antes de prosseguirmos na edição desta série; uma revisão que inclui, sublinha-se, sistematicamente, novos artigos de reflexão e comentário sobre cada uma das matérias específicas tratadas em cada edição.

Neste sentido apresentam-se, em seguida, os títulos interactivos dos artigos da série “Habitar e Viver Melhor”, que abordam as temáticas dos espaços comuns em edifícios multifamiliares, e junta-se um novo artigo com reflexões sobre estas matérias. Em próximos artigos iremos continuar a disponibilizar reflexões sobre os diversos tipos de espaços habitacionais e domésticos, mais comuns, ou mais privados e personalizados.
Lembra-se que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o poder consultar.


Finalmente regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, sedeado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.

São os seguintes os quatro (4) artigos disponibilizados sobre a temática dos “Espaços comuns no edifício multifamiliar” (basta clicar sobre cada um para aceder ao respectivo texto):

- Espaços comuns habitacionais conviviais (e associativos)

- Inovação nos espaços comuns habitacionais (I)

- (Urgente) inovação nos espaços comuns habitacionais (II)

- Garagens comuns habitacionais


Inovar nos espaços comuns dos edifícios multifamiliares

(novo artigo)

As temáticas associadas e associáveis à matéria geral da habitação e, designadamente, ligadas à matéria específica dos “espaços comuns nos edifícios multifamiliares” são extremamente amplas e tão sensíveis como significantes; portanto, não queremos correr o risco de dar a ideia de as irmos tratar, aqui, de forma exaustiva, iremos sim abordar, a propósito, alguns tópicos considerados talvez mais relevantes e/ou oportunos, hoje em dia, e deixar algumas reflexões e ideias como pistas para posteriores incursões teórico-práticas.

Algo de essencial quando se aborda a natureza e o potencial funcional e vivencial dos espaços comuns em multifamiliares, e talvez matéria bastante esquecida ou nem sequer reconhecida, tem a ver com o papel tão diversificado como protagonista destes espaços – entradas interiores, exteriores e de transição interior/exterior, galerias interiores e exteriores, corredores, patins, etc. – na “construção” da tipologia do edifício multifamiliar e na sua específica caracterização.

E esta matéria por si só levar-nos-ia bem longe, designadamente, quando se considera ser mais do que a altura para desenvolvermos uma tão afirmada como “revolucionária” (re)invenção tipológica no multifamiliar, largando de vez a “ditadura” funcionalista que nos apresentou, praticamente, um muito reduzido leque tipológico (ex., esquerdo/direito, distribuição por galerias interiores ou exteriores e pouco mais, como bem sabemos) e avançando, decididamente numa ampla diversificação tipológica directamente associada a várias vertentes “modificadoras”, ligadas a uma ampla diversidade projectual de soluções:

- de acesso comum;

- de acesso privado;

- mistas, com acessos comuns e privados;

- do tipo esquerdo/direito (essencialmente, através de alterações dimensionais e de configuração geral);

- de acessos por galerias exteriores e/ou exteriores;

- de acessos mistos, do tipo esquerdo/direito e por galerias exteriores e/ou exteriores;

- que integram edifícios de transição entre o uni e o multifamiliar;

- que integram e articulam edifícios multifamiliares e edifícios de transição entre o uni e o multifamiliar;

- que integram conjuntos específicos de habitações (ex., pequenos apartamentos T0 e T1);

- que integram conjuntos relativamente diversificados de tipos de habitações;

- que integram diversos espaços de actividades comuns;

- que integram diversos equipamentos colectivos que servem os habitantes dos respectivos edifícios e outros da respectiva vizinhança;

- que integram conjuntos habitacionais e urbanos com expressiva presença ao nível da(s) respectivas vizinhança(s) próxima(s).

Não tenhamos dúvidas de que, se quisermos avançar numa concepção dos espaços comuns do edifício que seja devidamente adequada a cada uma destas tipologias de soluções e a agregações, cuidadosamente diversificadas, de algumas destas tipologias, esses espaços comuns devem reflectir o melhor possível a respectiva natureza da intervenção em termos espaço-funcionais e de adequada caracterização arquitectónica, incluindo aspectos de arquitectura e imagem urbanas; e sendo o trabalho tão cuidadoso como criativo os resultados serão, sem dúvida, frequentemente, tão inovadores como extremamente estimulantes para quem habitar tais soluções.

Fig-02: ao fundo edifício em Olivais Norte, Lisboa, projecto de Artur Pires Martins e Cândido Palma de Melo; um caso de referência na Arquitectura residencial portuguesa e um exemplo de protagonismo arquitectónio dos espaços comuns do edifício - neste caso galarias exteriores e torres verticais de acessos.

E podemos, ainda, avançar que nos melhores projectos, naqueles considerados “de referência”, tais aspectos foram devidamente considerados e, mais do que isso, bem usados na caracterização do “partido” próprio e “único” de cada uma dessas intervenções; numa atitude bem distinta da doentia repetição de soluções praticamente iguais, interior e exteriormente. E assim se procurará desenvolver, nos sítios mais diversos e potencialmente suscitadores de soluções únicas, soluções de espaços comuns estimulantes e valorizadoras de cada um desses sítios e da dinâmica de vida dos respectivos moradores.

Apenas para dar alguns exemplos deste sentido de reflexão, exemplos pouco “ponderados/estruturados” no sentido de serem casos reais que nos vieram à memória com grande naturalidade enquanto escrevemos estas palavras, podemos referir:

- Um caso no Norte da Alemanha em que entre dois blocos habitacionais alongados, com acessos por pequenas galerias/varandas muito humanizada, existe um amplo espaço comum com tecto envidraçado e múltiplo pé direito, usado para muitas actividades dominantemente de lazer, repouso e convívio “contido” (em pequenos grupos).

- Vários casos europeus em que a “massa” dos quarteirões habitacionais é sensivelmente desagregada e humanizada numa orgânica mistura de soluções habitacionais com acessos comuns e outras com acessos privatizados ao espaço público.

- Vários casos europeus e norte-americanos em que as galerias exteriores de acesso às habitações se desenvolvem em termos quase de pequenas ruas elevadas; havendo soluções em que o acesso a estes espaços continua a ser restrito aos habitantes de um dado conjunto edificado, e outras soluções em que o acesso é tornado basicamente público, embora sempre pedonal.

- Um caso parisiense em que em grandes edifícios multifamiliares em altura, o acesso às respectivas habitações se faz através de grandes varandas privativas, simulando-se, assim, o carácter da habitação unifamiliar, mas no quadro de um grande multifamiliar; e em que, naturalmente, os respectivos espaços comuns verticais também se caracterizam por estratégicas e estimulantes relações com o exterior.

- Casos portugueses de habitação cooperativa, realizados nos últimos três decénios, em que a principal unidade edificada não é o edifício, mas sim o quarteirão, sendo que a acessibilidade dos habitantes se faz, em parte, directamente, entre o respectivo miolo do quarteirão, definido como espaço de uso público pedonal, e as habitações térreas contíguas.

- Ainda outros casos portugueses de habitação económica realizada nos anos 60 do século passado, em que existe um sábio manejar da concepção dimensional e formal de galerias exteriores, estrategicamente conjugadas com acessos verticais, por vezes do tipo esquerdo/direito, conseguindo-se soluções extremamente interessantes na fusão entre funcionalidade e “imagibilidade”; por vezes atribuindo-se até um certo sentido agradavelmente lúdico à organização dos respectivos acessos.

- E ainda outros casos nacionais de habitação de promoção municipal, privada e cooperativa em que acontece uma estimulante concepção de espaços interiores de acesso (patins, átrios e galerias/corredores), bem dimensionados, estrategicamente pontuados pela luz natural e agradavelmente apropriáveis pelos respectivos moradores.

E, caros leitores, praticamente todos estes casos se integram nos principais parâmetros básicos que podem e devem marcar uma construção de habitação que seja racional e económica, pois, por exemplo, os principais volumes são caracterizados por forte regularidade geral formal e não existem sinuosidades construtivas significativas.

A título de um pequeno desabafo dá vontade de dizer que o limite de tais soluções estará na imaginação razoavelmente regrada de quem as concebe; só que por vezes a regulamentação acaba por ser um relativo obstáculo ao respectivo desenvolvimento.

E neste sentido convidam-se os leitores à consulta dos artigos sobre espaços exteriores privados que são facultados acima e que abordam as seguintes matérias.

Uma das matérias e que é essencial na estruturação geral e na concepção pormenorizada dos espaços comuns de edifícios multifamiliares é o claro e geral respeito e a expressiva salvaguarda da privacidade dos espaços domésticos interiores, bem como a cuidadosa consideração da privacidade dos espaços domésticos exteriores; e esta redacção respeita situações onde, por escolha projectual e programática, se aceita que em zonas domésticas exteriores, essencialmente afectas a usos privados, haja expressiva abertura visual, quando não até eventual interpenetração espacial relativamente aos respectivos espaços comuns de circulação. E sintetizando, a regra deve ser a expressiva salvaguarda da privacidade doméstica, exceptuando-se situações específicas em que se aceitam condições diversas. 

Outro aspecto a considerar na concepção dos espaços comuns de edifícios multifamiliares é que o eventual estímulo às relações conviviais entre vizinhos, deve ser sempre submetido à referida regra de respeito pela privacidade doméstica e pelo sossego doméstico (outra importante forma de privacidade), sendo que poderá ser promovido em situações cuidadosas e sempre privilegiando condições de convívio relativamente circunscrito; podendo haver, no entanto, um potencial de convívio alargado e eventual (ex., no interior de um quarteirão), mas que, neste caso, deverá ser sempre condominialmente bem condicionado e regrado , pois nunca faria sentido que os moradores fossem “obrigados” a suportar situações de convívio incomodativo e frequentes.

Um outro aspecto que já foi, acima, aflorado refere-se à expressão que pode ter a estrutura de acessos e de espaços comuns na imagem pública dos respectivos edifícios e mesmo das respectivas vizinhanças de proximidade. E não se trata aqui de defender qualquer “obrigatoriedade” conceptual, mas sim de sublinhar o importante papel que tais elementos podem e devem ter numa positiva e afirmada caracterização local; numa opção bem distinta de paisagens urbanas idênticas, descaracterizadas e a “perder de vista”.

Relativamente ao amplo leque de “espaços comuns” possíveis num dado edifício multifamiliar o limite estará, tal como se procurou apontar, na imaginação e na capacidade de cada projectista, nos objectivos estipulados para a respectiva intervenção residencial e no orçamento que esteja previsto para a mesma intervenção, embora este último aspecto não seja determinante numa estratégia de adequada diversificação dos espaços comuns, tal como se defendeu acima.

E, finalmente, abordam-se as garagens comuns como elementos que são, cada vez mais, protagonistas na vivência diária dos edifícios multifamiliares, mas que, incrivelmente, continuam, por regra, a ser tratadas apenas como elementos funcionais – e mesmo nesta matéria muitas vezes caracterizadas por péssima funcionalidade nas manobras. E não será altura de se encarar a concepção das garagens comuns com a dignidade que merecem espaços tão intensamente usados? Fica a questão, que é razoavelmente desenvolvida no artigo acima apontado.

e a estas matérias relativas aos “espaços comuns no edifício multifamiliar”, voltaremos (mas, tal como já se apontou, nos artigos acima disponibilizados encontrarão, desde já, um conjunto interessante de reflexões).

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XIII, n.º 620
Espaços comuns no edifício multifamiliar: 4 artigos sobre o tema e um novo artigo
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar, Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).


Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

segunda-feira, novembro 20, 2017

Espaços exteriores privados - Infohabitar 619

Infohabitar, Ano XIII, n.º 619
Espaços exteriores privados: novo artigo e links para outros 5 artigos sobre o tema
por António Baptista Coelho


São os seguintes os cinco (5) artigos disponibilizados sobre a temática dos “espaços exteriores privados” (basta clicar sobre cada um para aceder ao respectivo texto):

        Importância dos pequenos espaços exteriores privados

        Repensar os espaços exteriores privados

        Motivar o uso dos espaços exteriores privados

        Problemas, apropriação e caracterização do exteriores privado

        Inovar no exterior privado

(novo artigo)

As temáticas associadas e associáveis à matéria geral da habitação e, designadamente, ligadas à matéria específica dos “espaços exteriores privados” são extremamente amplas, sensíveis e significantes e não queremos correr o risco de dar a ideia de as irmos tratar de forma exaustiva; iremos assim abordar, a propósito, alguns tópicos considerados talvez mais relevantes e/ou oportunos, hoje em dia, e deixar algumas reflexões e ideias como pistas para posteriores incursões teórico-práticas.

É interessante recordar que, por regra, a habitação esteve sempre associada a um espaço exterior, que era mais ou menos privatizado e onde decorriam muitas actividades directa e indirectamente domésticas, tendo sido o edifício multifamiliar a solução que tendeu a realizar a separação entre habitação e exterior privado, uma invenção, que embora tendo tido casos de referência em antigas cidades, como foi o caso da velha Roma ( com as insula/insulae que consistiam em grandes edifícios em andares, verdadeiros quarteirões que integravam apartamentos insalubres e inseguros no que se refere a incêndios) e talvez mesmo em outras civilizações da antiguidade, só teve, como é sabido, uma aplicação generalizada, extensiva e massiva a partir de finais do século XIX e especialmente ao longo do século XX, com destaque especial para os processos massivos de realojamento que marcaram a Europa na segunda metade do século passado.

Não iremos fazer aqui qualquer aprofundamento deste assunto, aliás bem sensível, interessante e rico, tendo sido objectivo deste breve apontamento focarmo-nos nessa separação entre habitação e espaço exterior privado térreo, e partir daqui para se anotar que a relação com o exterior privado se manteve, então, depois, no âmbito das soluções multifamiliares, em pátios/quintais relativamente reduzidos, varandas, balcões e terraços.

Fig.01: é extremamente interessante o potencial funcional e ambiental proporcionado por adequados espaços exteriores privados; neste caso uma varanda funda.


É um pouco óbvia esta reflexão, mas é interessante pois, como sabemos, esta “evolução” tipológica realizou-se não só por ser quase tão caro fazer varandas como fazer espaço interior doméstico, preferindo quase sempre os moradores e as entidades responsáveis por grandes processos de realojamento este último, mas também, por vezes, numa “evolução” de afastamento  da relação com o solo, que é quase uma negação das velhas tipologias habitacionais fortemente ligadas à terra e, frequentemente, de histórias pessoais e familiares marcadas por expressiva e prolongada pobreza.

E, no limite, “esta evolução” influenciou, frequentemente, a geração de espaços pseudo-urbanos  em que blocos de apartamentos sem varandas, ou com patéticas varandas, patologicamente repetidas, tantas vezes quase de cima abaixo dos edifícios, estavam e estão rodeados de espaços “ditos públicos”, expressivamente residuais, porque sem utilidade aparente e, tantas vezes, ao abandono ou equipados para usos que pouco ou nunca aí acontecerão. Naturalmente, que esta não será a regra geral, mas é, infelizmente situação muito frequente e que, por vezes, tem variações marcadas pelo desenvolvimento de espaços públicos exageradamente extensos e mal concebidos, obrigando a grandes despesas de manutenção.

Mas voltando ao tema-base desde artigo, os espaços exteriores privados, o que se retira desta última reflexão é que, com a aplicação massiva do edifício multifamiliar em altura, os espaços exteriores privados foram, por regra, extremamente reduzidos ou mesmo anulados, sendo, de certa forma, substituídos por espaços públicos que apenas em casos de referência, resultantes de excelentes práticas urbanas, terão de algum modo substituído ou compensado a significativa ausência desses exteriores privados; e entre nós Alvalade e Olivais Norte, mutuamente distintos, são excelentes casos de referência que nunca será demais visitar e estudar - embora Olivais Norte esteja, desde há anos, remetido a um inexplicável esquecimento em termos de manutenção básica.

Naturalmente que estamos aqui a “agudizar”, apenas um pouco, estas notas, exactamente, para tentarmos chegar a algumas ideias mais significativas e práticas, que passamos a apontar.

Em primeiro lugar salientam-se os muitos casos em que houve a total anulação de espaços exteriores privados, “arrumando-se” as pessoas em espaços domésticos patologicamente interiorizados em que nem é possível colocar um pé “fora de casa” (nem em simples e baratas pequenas varandas de assomar, aliás arquitectonicamente muito ricas), num contraste total e perigoso com uma tradição doméstica com cerca de 10.000 anos; e tal situação será mesmo patológica e potencialmente “explosiva”, quando a habitação é imposta ao morador e este acaba de sair de soluções habitacionais térreas e ligadas directamente ao exterior (ex., casos de realojamento em altura).

Em segundo lugar há que referir um conjunto de aspectos interligados:

- um certo desinteresse pelos espaços exteriores privados e em zonas climáticas em que eles são muito adequados durante um largo período do ano, como é o caso de Portugal;

- uma frequente ausência de adequação climática dos mesmos (ex., abertura de varandas a Norte);

- um, frequente, mau entendimento dos seus amplos potenciais em termos de apropriação pelos moradores, evitando-se, por exemplo, a criação de pequenos pátios/quintais privados térreos, porque há riscos da sua má utilização – e os riscos são reais, mas devem ser previstos, reduzidos e combatidos e não serem tomados como razão para não se desenvolverem estas excelentes soluções;

- uma frequente, para não dizer quase genérica, ausência de conhecimento sobre as importantes virtudes das varandas como “climatizadoras” dos compartimentos contíguos (sombreando-os e protegendo-os), sendo sabido que uma boa varanda, associada a uma boa estratégia de ventilação interior, pode ter um resultado, em termos de conforto ambiental, idêntico ou melhor do que uma solução de climatização mecânica;

- e, finalmente, mesmo uma cultura doméstica que subalterniza o exterior privado, não o mobilando e equipando e, frequentemente, fechando-o, tantas vezes com péssimas soluções de marquises, que prejudicam o conforto ambiental interior e destroem a arquitectura da fachada do edifício, e que, tantas vezes, são depois utilizadas como arrumações de trastes, visíveis do exterior.


Fig 02: e é igualmente muito interessante o potencial ambiental, genérico, em termos de conforto ambiental, mas também de caracterização arquitectónica e doméstica, que é proporcionado, ao interior da habitação, por adequados espaços exteriores privados; neste caso uma varanda funda. 


Um outro, muito importante, aspecto fundador e justificador do relevo que há que atribuir aos espaços exteriores privados é o seu papel directo como base de um estimulante leque de actividades domésticas, simultaneamente, com o seu importante papel, como “capa” simbólica e fisicamente protectora do interior doméstico, e como zonas/franjas ou “pontos” privilegiados de relação, de transição, de “passagem”, de encaminhamento ou enquadramento de vistas, e esta é, provavelmente, uma das principais matérias da Arquitectura – e é interessante considerar que bastaria este aspecto para justificar o interesse do desenvolvimento de espaços exteriores privados de transição entre interior doméstico e espaços de uso público.

Uma matéria que importa sublinhar é que numa sociedade cada vez mais marcada por actividades privadas e interiores, e por pessoas fechadas em si próprias e servidas por ofertas que estimulam essa “reclusão” (ex-, tv, TICs), tudo o que se possa disponibilizar no sentido de incentivar o contacto das pessoas com o exterior, através de estimulantes zonas e espaços de transição, é um caminho arquitectónico a privilegiar, pois assim se pode amenizar essa tendência, hoje tão forte, de termos muitas pessoas fechadas em suas casas e em si mesmas.

E a propósito dessa função de relação/transição entre interior e exterior que é fortemente assumida pelos espaços exteriores privados, é também interessante registar que é possível desenvolver vãos de janelas, cujas características sejam quase de estimulantes espaços “bolha”, que sendo basicamente interiores, são também ambientalmente exteriores; e entre estas soluções há que destacar as interessantes e entre nós tão pouco aplicadas bay-windows.

Um outro aspecto que pode ser servido por uma adequada concepção de espaços exteriores privados na contiguidade dos respectivos espaços domésticos, corresponde ao desenvolvimento de um leque conjugado de relacionamentos, mais fortes/próximos e mais ténues/afastados/profundos, entre os ambientes domésticos e os espaços de uso público contíguo; um processo que corresponde, naturalmente, a “boa arquitectura”, tal como muito do que aqui tem sido apontado,  e que nada tem a ver com a “robótica” repetição de inúmeras varandas, sobrepostas, perfeitamente iguais e mal concebidas (ex., será possível desenvolver uma gradação de relações entre espaço público e privado/interior, começando com profundos pátios/quintais, que passam, superiormente, a terraços, depois a varandas fundas, e ainda depois a varandas menos fundas, etc.).

Naturalmente, é fácil e estimulante imaginar que todos este processo de concepção espacial e construtiva pode e deve ser aliada com uma estratégia de integração de elementos naturais, conseguindo-se, “no limite”, soluções de extrema integração entre grandes massas de construção e grandes “capas” naturais, baseadas, tanto na envolvente de uso público, como nos espaços privados exteriores ou semi-interiores e mutuamente agregados, em altura e horizontalmente.

E nunca será excessivo salientar a importância que tem a relação com a natureza, designadamente, no que se refere a urbanitas cada vez mais ligados à cidade e a tecnologias desligadas da natureza; e neste aspecto os espaços exteriores privados podem e devem ser verdadeiros contentores de uma natureza “limitada”, mas vital em termos de saúde/bem-estar e de capacidade de apropriação pelos moradores – o verde doméstico é um dos principais aspectos de exercício de uma capacidade de apropriação e identificação com a sua habitação, e que, cumulativamente, pode melhorar muito a qualidade visual do respectivo edifício.

Ainda outro importante aspecto a ter em conta nesta matéria, refere-se à condição de a diversidade das soluções de espaços exteriores privados serem, muito provavelmente, uma das principais ferramentas do desenvolvimento da urgente diversificação tipológica habitacional e urbana, pois eles funcionam, entre outros aspectos, como verdadeiras “charneiras e capas” potencialmente transformadoras das tipologias habitacionais e urbanas, seja nos seus aspectos de conteúdo espaço-funcional próprios, seja nos seus mecanismos de agregação e integração mútua, seja nos seus aspectos de caracterização visual exterior e pública; e esta é daquelas matérias que justificará desenvolvimento em artigos próprios.

Uma tal diversificação tipológica pode produzir excelentes soluções de transição uni/multifamiliar, associáveis a unifamiliares densificados e a multifamiliares caracterizados por baixa/média altura e alta densidade; e em todos estes tipos de agregações os diversos tipos de espaços exteriores privados são elementos arquitectonicamente protagonistas (ex., pequenos quintais, pátios, terraços, balcões, varandas fundas, varandas salientes, varandas de assomar e cuidadosos vãos de janela).

E, naturalmente, todos este caminho conceptual tem relação directa com os actuais caminhos de densificação estratégica e de acentuação de uma adequada imagem urbana; mais uma matéria a desenvolver em futuros artigos.  
   
Ainda antes de concluir esta reflexão faz-se aqui referência à complexidade conceptual do desenvolvimento desta diversificada tipologia de agregados espaciais, uma complexidade que será, no entanto, suavizada, pela utilização dos actuais processos informatizados de projecto.

E para concluir, importa, assim, sublinhar a importância do desenvolvimento de pequenos e diversificados espaços exteriores privados, que há que repensar e redescobrir, nos seus usos tradicionais e em novos e estimulantes usos residenciais (ex, no Brasil é, actualmente, frequente a previsão de grandes/fundas varandas protegidas, naturalizadas e equipadas para a preparação e o tomar de refeições em grupo), sendo essencial garantir a sua boa apropriação, combatendo-se activamente os usos indevidos e inovando-se, seja nos próprios espaços e seus conteúdos espaço-funcionais, seja no seu protagonismo na criação de renovadas tipologias habitacionais e urbanas.

e a estas matérias relativas aos “espaços exteriores privados”, voltaremos (mas nos artigos acima disponibilizados encontrarão, desde já, um conjunto interessante de reflexões).

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XIII, n.º 619
Espaços exteriores privados: 5 artigos sobre o tema e um novo texto
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar, Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).


Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

segunda-feira, novembro 13, 2017

618 - Casas de banho domésticas - Infohabitar 618

Infohabitar, Ano XIII, n.º 618

Casas de banho domésticas – 2 artigos sobre o tema e um novo texto

por António Baptista Coelho

No início de setembro de 2017 a Infohabitar retomou as suas edições regulares, através da edição de um novo artigo em cada semana, logo à segunda-feira, aproveitando-se para, mais uma vez, enviar um amigável desafio aos leitores no sentido de poderem enviar para o editor (mail referido no final do artigo) propostas de artigos para edição (a enviar para abc@lnec.pt).
Considerando que, durante um número muito significativo de semanas a Infohabitar editou artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”, lembrámo-nos de proporcionar uma desenvolvida e comentada revisão desta matéria, antes de prosseguirmos na edição desta série; uma revisão que inclui, sublinha-se, sistematicamente, novos textos de síntese de comentário sobre cada uma das matérias específicas tratadas em cada edição.

Neste sentido e neste artigo apresentam-se, em seguida, os títulos interactivos dos artigos da série “Habitar e Viver Melhor”, que abordam as temáticas do interior da habitação e, designadamente, de uma adequada inovação nos espaços de arrumação e instalação de máquinas domésticas, aproveitando-se para acrescentar, no final do artigo, uma nova nota de reflexão sobres estas matérias; e salienta-se que todos os artigos qui editados, desde início de Setembro de 2017, integram, logo a seguir à listagem interactiva dos artigos, novos textos de reflexão sobre a envolvente habitacional, as novas tipologias residenciais, a estrututação dos respectivos edifícios e a organização e estruturação habitacional.

Em próximos artigos iremos continuar a disponibilizar reflexões sobre os diversos tipos de espaços habitacionais e domésticos, mais comuns, ou mais privados e personalizados, que integram e caracterizam cada fogo/habitação, através de compilações de artigos antes editados e agora complementados com novos textos e de artigos nunca editados.
Lembra-se que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o poder consultar.

Finalmente regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, sedeado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.

São os seguintes os dois (2) artigos disponibilizados sobre o tema ““casas de banho domésticas” (basta clicar sobre cada um para aceder ao respectivo texto):


Sobre as temáticas associadas e associáveis à matéria geral do interior da habitação e, designadamente, sobre a matéria específica associada às “casas de banho domésticas” importa, desde logo, salientar que estamos a visar e a pensar sobre espaços domésticos e não sobre “instalações sanitárias” disponibilizadas num qualquer equipamento colectivo – e mesmo aqui será de reconsiderar uma abordagem excessivamente funcionalista do assunto, isto se o objectivo for a (re)dinamização de um uso intenso e frequente do mesmo equipamento (ex., um dado espaço público equipado).

Esta é uma questão básica quando se abordam as, julga-se mal designadas, “instalações sanitárias” domésticas, uma designação que remete directamente para o conteúdo funcional de lavatórios, sanitas e duches – pois, no limite, e em termos funcionais, mesmo a banheira pode ser considerada funcionalmente supérflua; uma questão básica pois tratamos de espaços que têm de estar bem integrados e que têm de valorizar e participar na capacidade de atracção e de apropriação que deve caracterizar cada habitação e, ainda, porque tratamos de espaços com expressiva e longínqua carga cultural associada, é certo, à higiene pessoal, mas também aos cuidados de beleza e, evidentemente, à própria história do “banho”, que é fundamental numa renovada humanização das nossas habitações e que associa, quer aspectos de saúde específicos (ausentes no duche), quer aspectos de lazer e de agradabilidade pelo menos tão importantes como os de higiene pessoal e de saúde.

Um outro aspecto interessante e que determina a importância que importa atribuir às casas de banho domésticas é o seu potencial para um arranjo específico e agradavelmente contrastante com os dos restantes espaços da habitação, uma condição que depende, no entanto, da atribuição às casas de banho de espaços e posicionamentos adequados e condignos, designadamente, no que se refere à existência de janelas exteriores, disponibilizando abundante luz natural e ventilação e proporcionando o destacar dos arranjos desenvolvidos e especificamente a boa integração de plantas e outros elementos naturais.



Esta última matéria liga-se, assim, à consideração dos espaços de casa de banho domésticos com um efectivo sentido de importância e representatividade, um sentido bem distinto daquela ideia, tantas vezes aplicada, da integração de tais espaços quase em espaços domésticos sobrantes/residuais e caracterizados por dimensões quase mínimas ou mesmo mínimas – habitualmente marcadas pela dimensão maior de uma banheira média ou pequena.

E assim se chega à questão dimensional que é crucial na concepção das casas de banho domésticas, actualmente marcadas pelas exigências dimensionais para a manobra de utentes em cadeiras de rodas, mas que deveriam, igualmente, considerar a integração de uma bancada de lavatório espacialmente folgada e atraente, assim como de algum mobiliário de apoio e representativo, de uma zona de banhos adequadamente dimensionada e bem colocada e de uma zona de sanita que, sendo possível, poderá ser estrategicamente destacada da referida zona de banhos.

Quanto à pormenorização das casas de banho domésticas refere-se, apenas, que já é tempo de, aproveitando-se tantos novos e excelentes materiais, visar a harmonização entre as questões de boa durabilidade e manutenção, a presença frequente de humidade e água em estado líquido e um ambiente caracterizadamente agradável, acolhedor e atraente. Ainda nesta matérias será sempre importante, sendo possível, ter em conta os traçados de canalizações, através de adequados registos e/ou de soluções de integração específicas que possam depois facilitar eventuais acções de intervenção.

Naturalmente que tais exigências de domesticidade e atractividade das casas de banho se poderão centrar estrategicamente na principal casa de banho da habitação, sendo possível realizar soluções muito variadas e alternativas nos casos em que existam casas de banho privativas de quartos e podendo avançar-se para uma “super-caracterização” doméstica dos pequenos lavabos, quando estes existam, desenvolvendo-os em grande ligação com os espaços mais sociais da habitação.

Importa, finalmente, referir a importância de uma adequada capacidade das casas de banho domésticas para integrarem mobiliário complementar e/ou mesmo alguma maquinaria doméstica associada, designadamente, ao tratamento de roupas, situação esta última que, sendo possível, poderá proporcionar uma estratégica libertação da zona de cozinha relativamente a estas funções.

A título complementar importa, ainda, referir a grande importância que tem a possibilidade de capacidade de evolução nos vários equipamentos da casa de banho doméstica, seja no sentido de se proporcionarem apropriações episódicas específicas, seja com o importante objectivo de se proporcionar a gradual adequação das casas de banho aos respectivos utentes que envelheçam na mesma habitação; uma condição muito importante para se proporcionar esta adequação no tempo, visto que a adequação para habitantes idosos se deve desenvolver em boa parte em ligação com os espaços e equipamentos das casas de banho e com as suas condições de segurança no uso normal.

e a estas matérias relativas às “casas de banho domésticas”, voltaremos (mas nos artigos acima disponibilizados encontrarão, desde já, um conjunto interessante de reflexões).


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Infohabitar, Ano XIII, n.º 618
Casas de banho domésticas: 2 artigos sobre o tema e um novo texto
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
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Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar, Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).


Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.