Infohabitar, Ano XIII, n.º 617
Inovar na arrumação doméstica – 5 artigos sobre o tema e um novo texto
por António Baptista Coelho
No
início de setembro de 2017 a Infohabitar retomou as suas edições regulares, através
da edição de um novo artigo em cada semana, logo à segunda-feira,
aproveitando-se para, mais uma vez, enviar um amigável desafio aos leitores no
sentido de poderem enviar para o editor (mail referido no final do artigo)
propostas de artigos para edição (a enviar para abc@lnec.pt).
Considerando
que, durante um número muito significativo de semanas a Infohabitar editou
artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”,
lembrámo-nos de proporcionar uma desenvolvida e comentada revisão desta matéria,
antes de prosseguirmos na edição desta série; uma revisão que inclui,
sublinha-se, sistematicamente, novos
textos de síntese de comentário sobre cada uma das matérias específicas
tratadas em cada edição.
Neste
sentido e neste artigo apresentam-se, em seguida, os títulos interactivos dos artigos da série “Habitar e Viver
Melhor”, que abordam as temáticas do interior da habitação e, designadamente, de
uma adequada inovação nos espaços de arrumação e instalação de máquinas
domésticas, aproveitando-se para acrescentar, no final do artigo, uma nova nota
de reflexão sobres estas matérias; e salienta-se que todos os artigos qui
editados, desde início de Setembro de 2017, integram, logo a seguir à listagem
interactiva dos artigos, novos textos de reflexão sobre a envolvente
habitacional, as novas tipologias residenciais, a estrututação dos respectivos
edifícios e a organização e estruturação habitacional.
Em
próximos artigos iremos continuar a disponibilizar reflexões sobre os diversos
tipos de espaços habitacionais e domésticos, mais comuns, ou mais privados e
personalizados, que integram e caracterizam cada fogo/habitação, através de
artigos nunca editados.
Lembra-se
que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o
poder consultar.
Lembra-se,
ainda, que por motivos totalmente alheios à Infohabitar, que muito lamentamos e que já apontámos, na Infohabitar, a maior parte dos artigos
desta série editorial não conta, neste momento, com as respectivas ilustrações;
estando, no entanto, disponíveis todos os seus textos, que se caracterizam por
expressiva autonomia relativamente às referidas imagens; em tempo procuraremos ir
repondo as referidas ilustrações, agora através de uma ferramenta integrada no
próprio processo editorial do nosso blog/revista.
Finalmente
regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar
- Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar
APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de
Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de
setembro de 2017, em boa parte, sedeado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e
Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais
apoios disponibilizados por estas entidades.
São os
seguintes os cinco (5) artigos disponibilizados sobre o tema “inovar na arrumação doméstica”:
Arrumação domésticas: aspetos gerais
Versatilidade da arrumação doméstica
As máquinas domésticas
Arrumações domésticas: aspetos inovadores
Lavandaria doméstica
Sobre as
temáticas associadas e associáveis à matéria geral do interior da habitação e,
designadamente, sobre a matéria específica associada às arrumações e máquinas
domésticas, sua adequação e inovação uma primeira reflexão está associada ao “partido”
que pode/deve ser seguido quando se desenvolve a capacidade doméstica nos seus aspectos
ligados às necessidades de arrumação e de integração de máquina domésticas; e,
desde já, se sugere que esse “partido” deva privilegiar o subjugar das
respectivas funcionalidades, em termos visuais e de expressão/presença na
habitação, a uma caracterização dos respectivos espaços e pormenores como sítios
de habitar de uma pessoa e/ou de uma família, bem humanizados, marcados por um
sentido de habitar “não maquinal” e por variados aspectos associáveis à
identidade desses locais/elementos e à sua expressiva apropriação como espaços “únicos”,
verdadeiramente amigáveis, envolventes, aprazíveis e veículos da identidade de
cada um de nós e dos nossos agregados familiares.
Esta atitude
ou opção não significa que não possamos optar por uma arquitectura de
interiores fortemente minimalista e racionalizada, e eventualmente pontuada por
algumas elaboradas peças de mobiliário e por peças/máquinas domésticas marcadas
igualmente por idêntico minimalismo ou racionalismo, sendo esta uma entre múltiplas
opções possíveis, mas sendo aqui este carácter “limpo” ou racional tomado como
uma forma específica e própria de se entender e viver a referida “domesticidade”,
e sendo esta uma opção totalmente distinta de intervenções em que espaços e
elementos de arrumação e soluções de integração de máquinas domésticas são,
claramente, desenvolvidos como elementos “colados”, suplementarmente, aos
respectivos espaços domésticos, sem um mínimo de cuidados de boa integração,
visual e até por vezes funcional, e bem longe de serem considerados como
elementos verdadeiramente integradores da respectiva proposta arquitectónica.
Um outro
aspecto, ou um outro novelo de aspectos, liga-se à(s) natureza(s) da “arrumação”
e da capacidade de arrumação, sendo importante considerar que ela se deve
subdividir e disseminar, estrategicamente, pela habitação e, depois e também
estrategicamente em cada compartimento e espaço específico habitacional; uma
matéria que tem sido, longamente, desenvolvida por muitos estudos funcionais.
É,
no entanto, oportuno ter bem em conta a estruturação da arrumação doméstica em quatro
grandes categorias, que são, em seguida, relembradas:
(i) A
capacidade de mobilar os diversos compartimentos e espaços, associada,
designadamente, à expressiva disponibilização de paredes para encostar mobiliário,
mas também associada a questões de dimensionamentos versáteis, que
proporcionem, por exemplo, mobilar e circular, e ainda associada a adequadas
relações geométricas entre paredes e vãos de janela e de porta, proporcionando
a sua manobra mas também a boa integração de mobiliário (ex., aproveitando bem
os cantos dos compartimentos).
(ii)
A capacidade para arrumações “especializadas” em equipamentos domésticos específicos
como são os roupeiros embutidos e os armários fixos, equipando, designadamente,
quartos, cozinhas e casas de banho; trata-se, na prática, de uma espécie de “mobiliário
fixo”, sendo, por isso importante considerar, adequadamente, a sua capacidade e
versatilidade de associação com elementos de mobiliário escolhidos pelos
habitantes e que devem poder marcar a apropriação e identificação de todos os
espaços da habitação; e esta categoria de arrumação doméstica leva-nos longe
nas suas subcategorias mais ligadas às cozinhas e à tradicional despensa de
apoio à cozinha, aos quartos, aos corredores, etc.
(iii)
A capacidade para a boa integração de um expressivo leque de maquinarias domésticas,
habitualmente instaladas em forte integração com os armários de cozinha, mas
que poderão ser, também, em parte, instaladas, positivamente, em outros espaços
da habitação, como acontece com as máquinas associadas ao tratamento de roupas,
que poderão ser eventualmente integradas em espaços próprios de lavandaria ou
mesmo em armários de grandes casas de banho, com a vantagem no sentido de se
separarem estas funções das de preparação de refeições.
(iv)
E ainda a capacidade de arrumação geral doméstica, por sua vez repartível no
apoio ao interior ou ao exterior da habitação; uma capacidade que pode ter
expressiva diversidade e especialidades.
De
uma forma geral há que sublinhar a grande importância da boa disponibilização
de uma boa capacidade de arrumação para a boa vivência funcional e ambiental do
conjunto dos espaços da habitação, municiando as diversas funções domésticas,
em cada sítio, com os respectivos apoios funcionais e libertando os espaços domésticos
para a sua adequada e variada fruição de uma forma “solta” da convivência com
uma enorme quantidade de elementos e objectos que vamos acumulando,
praticamente de forma involuntária nas nossas habitações.
Estas
matérias evidenciam a importância da versatilidade da arrumação doméstica,
sendo que uma tal versatilidade deve ser sempre marcada por uma expressiva
ergonomia nos seus aspectos mais gerais e de pormenor.
De
certa forma e mesmo que se defenda uma vida doméstica o mais possível
racionalizada e liberta de muitos objectos e elementos acessórios há que ter em
conta que eles vão existir, uns mais necessários e outros menos, e que, à
medida que envelhecermos iremos juntar mais outros elementos desses vários
tipos e se não existir capacidade de arrumação e mesmo potencial para um
gradual aumento dessa capacidade tenderemos, frequentemente, para espaços
domésticos excessivamente preenchidos e consequentemente pouco funcionais e
mesmo difíceis de habitar e harmonizar, designadamente, com situações em que os
habitantes tenham dificuldades de movimentação e de manuseio.
Chegámos,
assim, a uma matéria que exige abordagem específica e que corresponde às
características espaciais e funcionais domésticas mais adequadas para pessoas
idosas ou condicionadas na sua movimentação; uma matéria que encontra na capacidade
de arrumação doméstica um tema crítico: seja pela importância que tem um
ambiente doméstico bem arrumado e desafogado para a boa vivência de pessoas com
tais condicionalismos; seja porque estes habitantes têm exigências específicas
no manusear dos mais diversos elementos de arrumação (ex., alturas para aceder
a prateleiras e usar máquinas), e dos associados planos de trabalho (ex.,
bancadas de cozinha e de casa de banho); seja porque podem existir necessidades
específicas para mobilar compartimentos e outros espaços domésticos (ex., camas
articuladas). E em tudo isto importa considerar que uma adequada funcionalidade
para pessoas com movimentação condicionada corresponde, por regra, a uma
excelente funcionalidade para todos.
Finalmente
faz-se uma nota específica para a necessidade de se harmonizar toda esta desejavelmente
excelente, diversificada e versátil capacidade de arrumação doméstica, com uma
igualmente excelente capacidade de apropriação doméstica, um equilíbrio que
pode ter múltiplas respostas (ex., casos-limite de grandes extensões de parede
falsa que na prática correspondem a longas baterias de armários altos,
visualmente escondidos), mas que, na prática não deve obrigar, a partir de opções
formais muito expressivas, a leques apertados de opções formais em termos de
mobiliário e elementos de decoração a escolher pelos moradores; defendendo-se,
assim, um partido neutral e muito sóbrio nas escolhas arquitectónicas associadas
a elementos de “mobiliário fixo”, ou, opcionalmente, à escolha dos habitantes
entre um dado leque de opções apresentadas pelo projectista; e, sempre, uma
adequada e ampla disponibilização de “boas paredes” potencialmente mobiláveis e
apropriáveis.
e a
estas matérias relativas às arrumações, apropriações e máquinas domésticas, voltaremos
(mas nos artigos acima disponibilizados encontrarão, desde já, um amplo
conjunto de reflexões).
Notas editoriais:
(i)
Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso,
pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição
marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas
nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições
individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo
portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii)
De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado
nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar, Ano XIII, n.º 617
Inovar na arrumação doméstica – 5 artigos sobre o tema e um
novo texto
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e
Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar,
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade
Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de
Habitação Económica (FENACHE).
Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa,
Encarnação - Olivais Norte.
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