https://docs.google.com/document/d/1WzJ3LfAmy4a7FRWMw5jFYJ9tjsuR4ll8/edit?usp=sharing&ouid=105588198309185023560&rtpof=true&sd=true
Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810
Infohabitar, Ano
XVIII, n.º 810
Edição:
quarta-feira, 30 de março de 2022
Nova série
editorial sobre Habitação Intergeracional Adaptável e Cooperativa – iv
Caros leitores da Infohabitar,
Lembra-se que serão muito bem-vindos os comentários
e novas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar
para abc.infohabitar@gmail.com , ao meu cuidado).
Despeço-me, até à próxima semana, enviando saudações calorosas e desejos de muita força e saúde para todos os caros leitores e seus familiares,
António
Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810
António Baptista Coelho
Com base direta nos textos, ideias e opiniões dos autores referidos ao longo dos documentos que integram a listagem bibliográfica registada no final do artigo.
Notas introdutórias ao novo conjunto de artigos sobre habitação
integeracional
O presente artigo inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão
temática exploratória, que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada
à preparação e estruturação de um amplo processo de investigação
teórico-prático, intitulado Programa de Habitação Aadaptável Intergeracional
Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser
desenvolvido, pelo autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de
Investigação e Inovação (P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas
nestes artigos são, apenas, dos seus autores – o autor dos artigos e promotor
do PHAI3C e os numerosos autores citados no texto.
Neste sentido salienta-se o papel visado para o presente artigo e para os
que lhe darão continuidade, no sentido de se proporcionar uma divulgação que
possa resultar numa desejável e construtiva discussão alargada sobre estas
muito urgentes e exigentes matérias da habitação mais adequada para idosos e
pessoas fragilizadas.
Nesta perspetiva e
tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho da referida investigação,
salienta-se que a forma e a extensão do texto que é apresentado no artigo
reflete uma assumida apresentação comentada, minimamente estruturada, de
opiniões e resultados de múltiplas pesquisas, de muitos autores, escolhidos
pela sua perspetiva temática focada e por corresponderem a estudos
razoavelmente recentes; forma esta que fica patente no significativo número de
citações – salientadas em itálico –, algumas delas longas e incluídas na língua
original.
Julga-se que não se
poderia atuar de forma diversa quando se pretende, como é o caso, chegar,
cuidadosamente, a resultados teórico-práticos funcionais e aplicáveis na
prática, e não apenas a uma reflexão pessoal sobre uma matéria bem complexa
como é a habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma cooperativa a
custos controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.
Nota introdutória à temática do Programa de Habitação
Adaptável Intergeracional – Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C)
Considerando-se
o atual quadro demográfico e habitacional muito crítico, no que se refere ao
crescimento do número das pessoas idosas e muito idosas, a viverem sozinhas e
com frequentes necessidades de apoio, a actual diversificação dos modos de vida
e dos desejos habitacionais, e a quase-ausência de oferta habitacional e urbana
adequada a tais necessidades e desejos, foi ponderada o que se julga ser a
oportunidade do estudo e da caracterização de um Programa de Habitação
Adaptável Intergeracional (PHAI), adequado a tais necessidades e a uma proposta
residencial naturalmente convivial, eficazmente gerida e participada e
financeiramente sustentável, resultando daqui a proposta de uma Cooperativa a
Custos Controlados (3C).
O
PHAI3C visa o estudo e a proposta de soluções urbanas e residenciais
vocacionadas para a convivência intergeracional, adaptáveis a diversos modos de
vida, adequadas para pessoas com eventuais fragilidade físicas e mentais, mas
sem qualquer tipo de estigma institucional e de idadismo, funcionalmente mistas
e com presença urbana estimulante. O PHAI3C irá procurar identificar e
caracterizar tipos de soluções adequadas e sensíveis a uma integração
habitacional e intergeracional dos mais frágeis num quadro urbano claramente
positivo e em soluções edificadas que possam dar resposta, também, a outras
novas e urgentes necessidades habitacionais (ex., jovens e pessoas sós), num
quadro residencial marcado por uma gestão participada e eficaz, pela
convivialidade espontânea e social e financeiramente sustentável.
Trata-se,
tal como se aponta no título do artigo, de uma “versão de trabalho e base bibliográfica ” e,
portanto, de um artigo cujos conteúdos serão, ainda, substancialmente
revistos até se atingir uma versão estabilizada da temática referida no título;
no entanto, em virtude da metodologia usada, que se considera bastante sólida,
marcada pelo recurso a abundantes referências de fontes, devidamente apontadas
e sistematicamente comentadas no sentido da respetiva aplicação ao PHAI3C, e
tendo-se em conta a utilidade de se poder colocar à discussão os muitos aspetos
registados no sentido da sua possível aplicação prática no PHAI3C,
considerou-se ser interessante a divulgação desta temática/problemática nesta
fase de “versão de trabalho”, que, no entanto, foi já razoavelmente clarificada
– como exemplo do posterior tratamento para passagem a uma versão mais estável
teremos, provavelmente, referências bibliográficas mais reduzidas e boa parte
delas em português, assim como comentários mais desenvolvidos; mas mesmo este
desenvolvimento irá sendo influenciado pelo(s) caminho(s) concreto(s) tomado(s)
pelos diversos temas e artigos que integram, desde já, a estrutura pensada para
o designado documento-base do PHAI3C, que surgirá, em boa parte, da ligação
razoavelmente sequencial entre os diversos temas abordados em variados artigos.
Ainda
um outro aspeto que se sublinha marcar, desde o início, o teor do referido
documento-base do PHAI3C (a partir do qual serão gerados vários documentos específicos:
mais de enquadramento e mais práticos) é o sentido teórico-prático que
privilegia uma abordagem mais integrada e exemplificada da temática global da
habitação intergeracional adaptável e cooperativa, apontando-se exemplos e
ideias concretas logo desde as partes mais de enquadramento da abordagem da
temática como as que se desenvolvem neste artigo.
Finalmente,
solicita-se a compreensão dos leitores para lapsos e problemas de edição que,
sem dúvida, acontecem no texto que se segue, mas a opção era prolongar,
excessivamente, o período de elaboração de um texto que, afinal, se pretende
seja essencialmente prático; as próximas edições serão complementarmente
revistas e melhoradas.
Regista-se, também, que foram, pontualmente, retiradas, em alguns dos textos citados as numerações relativas a notas bibliográficas específicas desses textos.
Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810
Considerando-se a extensão do tema este é
apresentado, aqui na Infohabitar, em dois artigos a editar em semanas
consecutivas, sendo as matérias de cada semana realçadas a negrito na listagem
que se segue; os itens (iii) a (v) serão, portanto, editados na próxima semana.
Subtemáticas do presente item :
(i) Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos:
reflexão geral
(ii) Capacidade de escolha e de participação na habitação adequada aos
idosos
(iii) Possibilidade de uma
revolução na qualidade de vida dos idosos
(iv) Habitação com prestação de
cuidados
(v) Sustentabilidade ambiental e novas soluções habitacionais
Avança-se, em seguida, para uma reflexão global sobre as necessidades
habitacionais mais específicas dos idosos, tentando-se tratá-las numa
perspetiva que nunca esquece o que as condições habitacionais especialmente
habilitadoras de uma vida diária funcional, agradável e segura para os
habitantes idosos são, também, globalmente, condições que aprofundam os mesmos
aspetos de qualidade residencial aplicados a todos os habitantes.
Estas matérias ligam-se muito aos aspetos associados ao conceito designado
por « habitação para a vida », que deverão influenciar tanto a nova
promoção, como aspetos específicos da reabilitação habitacional; podendo, neste
caso, apurarem-se « pacotes » de intervenções hierarquizados em
termos de condições e qualidades consideradas como mais importantes e mais
urgentes.
Tal como se constata na listagem acima apresentada, onde se incluem as
subtemáticas abordadas neste item, iremos em primeiro lugar avançar para uma
reflexão global, mas sintética, sobre esta matéria, passando, depois, para uma
prospetiva do que poderá ser, ou deverá ser, a nossa vida residencial e urbana
quando idosos, avançando-se, depois, primeiro, para a consideração de aspetos
importantes associados à previsão de uma habitação que possa integrar e
facilitar cuidados de bem-estar e de saúde aos seus habitantes e, por fim, para
a referência à importância de se respeitarem os aspetos associados à
sustentabilidade nas referidas intervenções.
(i) Sobre as necessidades habitacionais mais
específicas dos idosos: reflexão geral
No sentido específico do PHAI3C e no âmbito de uma identificação dos mais sólidos caminhos a seguir para responder, positiva e sensivelmente, às necessidades habitacionais de uma população envelhecida vários documentos e estudos são de grande interesse, salientando-se, aqui, o estudo editado por Margaret Edwards, intitulado Meeting the housing needs of an an ageing population e que é, em seguida, citado e comentado. (1)
A título de comentários gerais com importância para a estruturação do PHAI3C juntam-se, em seguida, excertos do documento, devidamente referidos à respetiva página: (negrito e sublinhado nossos)
. The oldest age groups and particularly those reporting poor health are the most likely to need adaptations.(pg. 7)
The evidence from research shows that as
people age their homes become more significant in defining their identity and
shaping their lives. Not only are people less willing and likely to move home
in older age but they also spend proportionately more time within the home.
The implications for planners are that as
people get older they:
. Are less likely to
perceive their homes as principally a financial resource (e.g. to release
equity) and more as part of their identity and security.
. Will experience
proportionately greater costs associated with occupying the home for longer
periods e.g. heating and light.
. Will be most acutely
aware of the immediate environment around their homes and changes over time.
. Are often highly
motivated to stay at home but may require greater access to information about
the help/support available and perhaps incentives to encourage pre-emptive
action. (pg. 16)
Research suggests that the
number of people who plan and act (moving to sheltered housing, adapting homes,
housing maintenance, moving to better designed home) in advance to avoid
housing difficulties is currently low.
factors influencing decisions to move people
identified the following in decreasing importance: (pg. 17)
. Feeling unable to look after one self
. Being isolated
. Unable to get out & about
. Having an accident and nobody to help
. Safety in home & neighbourhood ...
Entre os aspetos que Margaret Edwards salienta como importantes na « mudança » dos idosos sublinham-se os seguintes :
. Fear of accidents in the home or
neighbourhood changes can encourage people to move when they would prefer to
stay in the area (Counsel & Care, Lancaster University 2003).
. Space is a significant factor influencing
choices
There is a largely erroneous assumption that
people automatically require less living space as they age, particularly as
they become frailer or are living alone or as a couple.
. Sheltered housing units
(particularly in the public sector) are experienced as too small and not
allowing people to live normally, have visitors & friends to stay, maintain
privacy and move around safely (CPA 2002).
. There is a growing role for grandparents as
informal care providers to grandchildren ... This trend will
continue and the need for adequate space for grandchildren to be accommodated
full time in the home, visit or stay overnight will increase.
. Ensure that new build and adaptations to
property designed for older people allow sufficient space to live an active
life and remain connected to family & friends i.e. two bedrooms, living
space large enough for hobbies to be undertaken as well as dining, watching TV,
living space large enough to accommodate furniture you would find in a family
home. (pg. 18)
. The percentage of people driving in old age
will increase. Planners should assume that people will continue to need space
to park and manoeuvre their cars close to their homes into old age.
Então como será? O velho pode ser reequipado e mantido em termos espaciais,
e ou reconvertido com espaços mais folgados; o novo tem de ser espaçoso. No
entanto há aqui uma ambiguidade importante entre mais espaço e mais
compartimentos
Deve haver grande cuidado na programação rodoviária e pedonal da vizinhança próxima ; e a propósito lembram-se os acidentes, seja com idosos como vítimas, seja com idosos como causadores, quando inseridos num ambiente hostil ao peão.
E continuando com citações do referido estudo de Margaret Edwards :
. Research suggests that the majority of older people have no preference to live in communities exclusively for people of the same age. … (Joseph Rowntree Foundation 2002).
Responses to the housing needs of older people
usually occur only when an individual faces a crisis or is in considerable
difficulty and comes to the attention of agencies. Solutions at this stage tend
to be one of the following:
. Arranging a move from their home into
residential care, sheltered or very sheltered/extra care accomodation
. Enabling someone to stay at home through
services like personal care, meals, providing equipment and adaptations, and
day care.
. Care & Repair or handyperson services to
help people deal with backlog of maintenance and access problems.
In the housing field there is little or no
strategic planning in response to the fact that there will be an increasing
number of people living into old age in owner occupied homes that are
themselves old. This approach will become increasingly untenable given the
trends outlined in this report. (pg. 24)
Salienta-se, assim, que a mudança de habitação na velhice acontece, quase
sempre, em resposta a um problema, inesperado ou gradualmente agudizado, de
autonomia que atinge o morador ; acontecendo, também, frequentemente que
tal mudança se revela difícil ou mesmo impossível, por diversas razões entre as
quais as financeiras, arrastando-se situações por vezes críticas de falta de
cuidados pessoais afetando pessoas idosas que vivem em habitações também idosas
e muito pouco amigáveis relativamente a um uso por pessoas condicionadas em
termos físicos e sensoriais.
Esse adiamento sine die da mudança residencial resulta também da
crítica ausência de respostas válidas em (i) termos financeiros sustentáveis
- duplamente: em termos de funcionamento e de acesso às novas soluções
residenciais para idosos - e (ii) de qualidade de vida proporcionada po restas
novas soluções, qualidade de vida esta que, para ser viável terá de
responder, atualmente, a exigências e gostos habitacionais apurados e
diversificados por parte dos idosos à procura de nova habitação ; afinal,
hoje em dia e cada vez mais, nos próximos decénios, há um crescente e
extremamente numeroso grupo de seniores que não tem dinheiro para envelhecer
nos « clubes » para idosos promovidos para ricos, nem tem qualquer
vontade de ir « morrer » antecipadamente para « casas de
saúde » mais ou menos camufladas e institucionalizadas.
E sobre estas matérias salienta-se que não se trata aqui de dar a entender
que o que servia para os nossos avós não serve para os nossos pais e não
servirá para nós, mas sim de constatar que as necessidades e os gostos reais
dos idosos mudaram e estão a mudar e a diversificar-se, expressivamente ;
e para além disto importa ter presente
que, para além dos essenciais aspetos éticos aplicáveis e de respeito
natural pelos idosos, será muito difícil, para não dizer impossível, continuar
a avançar numa estratégia de institucionalização sistemática, copiando os
velhos modelos assistenciais e para-hospitalares, dos cuidados pessoais de um
grupo populacional que será, em breve, criticamente numeroso.
Provavelmente se houver uma renovada disponibilidade de habitação adequada
para os idosos, mas estamos a dizer « habitação », incluindo os
inseparáveis aspetos de convívio natural e urbanidade, boa parte dos cuidados
mais necessários com os idosos serão assegurados de uma forma eficaz e
estimulante, melhorando-se o bem-estar e a saúde na velhice e,
complementarmente, delimitando-se, estrategicamente, os apoios em termos de cuidados
pessoais e de saúde especializados : entre os que são possíveis e mesmo
desejáveis em meio residencial ; e aqueles que exigem, realmente,
condições específicas em termos de equipamentos de saúde e de cuidados
intensivos.
Fig. 01 : uma imagem do programa intitulado « Vila dos Idosos », em São Paulo, Brasil ; uma intervenção do programa Morar no Centro da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB), que integra 145 unidades para pessoas idosas, realizado em 2003-2007, com projeto de Arquitetura de VIGLIECCA&ASSOC – Arq.º Hector Vigliecca e Associados. Mais imagens deste conjunto acompanharão os próximos artigos desta série, tendo sido recolhidas no âmbito do 3.º Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono (3.º CIHEL) promovido pelas FAU- Mack, FAU-USP e IAU-USP.
(ii) Capacidade de escolha e de participação
na habitação adequada aos idosos
No sentido específico do PHAI3C o estudo de Nigel Appleton intitulado More Choice, Greater Voice a toolkit for producing a strategy for accommodation with care for older people aborda uma matéria que além de importante, pois refere-se à vital capacidade de escolha e de participação dos idosos em termos das suas condições e soluções habitacionais, está operacionalmente estruturada em recomendações de boa prática para a instalação de habitação associada a cuidados de bem-estar e saúde para idosos. (2)
Em termos de objetivos estratégicos que devem basear e estruturar o desenvolvimento do edificado, Nigel Appleton, no mesmo estudo (pg. 13), defende um interessante conjunto de caminhos de liberdade de escolha e de participação ativa, entre as quais se sublinha, entre outros aspetos, a consideração : da idade avançada como « um tempo de crescimento »ativo ; da oferta de soluções residenciais que integrem uma resposta adequada para « estilos de vida completos » e não apenas para pernoita e apoio médico ; de uma proposta de verdadeiras escolhas e opções; e de uma oferta residencial que acolha cuidados e não uma oferta residencial constrangida por tipos de cuidados.
No mesmo estudo de Nigel Appleton este autor sublinha um conjunto de « fatores-chave »
considerados influenciadores das escolhas e das soluções de habitação apoiada
para idosos, aspetos estes com diversas naturezas, grande interesse e sentido
prático, e que em seguida são citados (pg. 13 e 14) : (negrito nosso)
• the majority of older people will live until the very end of their lives
in general housing and may need adaptations and other forms of help and advice
to cope with their homes.
• an increasing proportion of older people are homeowners (around 75-80% in
most places) and they will be reluctant to transfer into rented accommodation
in old age and see the value of the equity in their homes eroded.
• much specialised accommodation is
in sheltered housing, some of which is now quite old and lacks the space standards
and facilities now accepted as normal.
• the average age of those living in such accommodation has moved upwards
very rapidly in the last two decades, bringing higher
levels of need for support that the design of these buildings does not always allow.
• some sheltered schemes have seen
the retreat of amenities, such as shops, access to doctors and pharmacy and
proximity to public transport – making independent life for their residents
more difficult.
• new models of enhanced and extra care housing have emerged, offering not
only the possibility of supporting higher levels of dependency but also an
environment for a lively and active old age.
• local authority residential
care provision is generally housed in buildings that are now showing the limitations
of their design concepts, ….
• in the private sector the
provision of traditional residential care in relatively small units is
financially precarious and many providers continue to leave the market.
• while the nursing home sector continues to provide a context for the
care of the more physically dependent and mentally confused older people, the
steadily rising cost makes it imperative that other solutions are explored.
• the significant growth of the oldest section of the older
population brings with it marked increases in the number of those with dementia
and other forms of cognitive impairment. For them there is a desire to provide something more than the alternative
of being cared for at home or going straight into a nursing home. while the
support of older people with such conditions in sheltered housing is sometimes
difficult, there are housing based models – often involving the use of new
technology to manage risk – where a good quality of life can be achieved.
• expectations among older people will continue to increase, in relation to
their physical surroundings and access to facilities – but also in their right
to be consulted and to participate in decisions that affect their lives.
• traditionally, the attention of the
local authority has been focused almost exclusively on identifying and meeting
the accommodation and care needs of those who met the eligibility criteria for
statutory funding. An increasing proportion of older people have the
financial resources to fund their access to accommodation and care but do
require information, advice and assistance in making sound decisions...
Nigel Appleton avança depois para a defesa de um amplo leque de respostas residenciais e de apoios de bem-estar e saúde, baseados em novas soluções de habitação apoiada, marcadas pela personalização dos espaços e especialização de serviços, articulados por um conjunto de serviços de apoio aos idosos muito mais conjugados e clarificados e associados a um amplo leque de formas de uso das respetivas habitações (ex., posse, arrendamento, posse partilhada, etc.). (pg. 15)
O referido autor salienta, ainda, no texto que se segue, que « o futuro será caraterizado pelas aspirações da geração de idosos que está a despontar e não simplesmente pela análise/satisfação das suas necessidades » ; e nestas aspirações há que salientar « o desejo de ter controlo sobre as suas vidas » e um cuidado específico sobre a previsão de condições habitacionais adequadas para a integração de cuidados de apoio, se e quando este se tornarem necessários.
E concluímos estas extensas referências ao estudo de Nigel Appleton sublinhando o que ele considera poder constituir um dos aspetos conclusivos de uma adequada reflexão teórico-prática sobre as soluções mais adequadas para idosos: a muito ampla « qualidade física do espaço habitacional que ocupam »., tal como se cita em seguida:
long
standing research from the Joseph Rowntree Foundation [ JRF ]established that
the physical quality of the housing that they occupy is the most important
factor in explaining the satisfaction of older people with their housing. the
assumption that older people are happier in smaller houses was not borne out by
the research.
more recent research from JRF concludes that the combination of independence and security offered by housing with care schemes is highly attractive to older people. (pg. 31)
Notas :
(1) - 2006 II Building our Futures Harding, Ed; Edwards, Margaret – Meeting
the housing needs of an an ageing population. Londres: International
Longevity Centre UK, Building Our Futures Steering Group Members 2006.
(2 )- Appleton, Nigel – More
Choice, Greater Voice a toolkit for producing a strategy for accommodation with
care for older people. Londres: Housing Learning & Improvement Network (Housing LIN), 2008. **
Notas
editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar
seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar
assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e
científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o
pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e
comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos
autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos
mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é,
igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão
referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado
nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810
Infohabitar, Ano XVIII, n.º 810
Edição: quarta-feira, 30 de março de
2022
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL – Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação
em Arquitectura e Urbanismo no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC),
em Lisboa.
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a
Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na
Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).
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