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Qualidade de vida e qualidade pormenorizada na habitação para
idosos e intergeracional “I” - versão de
trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 807
Infohabitar, Ano XVIII, n.º 807
Edição: quarta-feira, 09 de março de
2022
Revisão em 6 de Julho de 2022
Nova série editorial sobre Habitação Intergeracional Adaptável – iii
Caros leitores da
Infohabitar,
A nossa revista está a editar uma nova série de artigos, que avançam, exploratoriamente, na matéria da Habitação Intergeracional Adaptável e Cooperativa, na sequência de alguns artigos introdutórios à temática de investigação intitulada Habitação Adaptável Intergeracional – Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C), já aqui editados há algum tempo; mas agora tratando de avançar no tema, numa perspetiva de trabalho de investigação em desenvolvimento – e daí o título do artigo “versão de trabalho e base bibliográfica ” – , mas que dará, espera-se, para poder divulgar e discutir matérias tão interessantes como urgentes.
Lembra-se, agora
especialmente a propósito, que serão muito bem-vindos os comentários e novas
sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar para abc.infohabitar@gmail.com , ao meu cuidado).
Despeço-me, até à próxima semana, enviando saudações calorosas e desejos de muita força e saúde para todos os caros leitores e seus familiares,
Lisboa, em 09 de março de 2022
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Qualidade de vida e qualidade pormenorizada na habitação para
idosos e intergeracional “I” -versão de
trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 807
António Baptista Coelho
Com base direta nos textos, ideias e opiniões dos autores referidos ao longo dos documentos que integram a listagem bibliográfica registada no final do artigo.
Notas introdutórias ao novo
conjunto de artigos sobre habitação integeracional
O presente
artigo inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão temática
exploratória, que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada à
preparação e estruturação de um amplo processo de investigação teórico-prático,
intitulado Programa de Habitação Aadaptável Intergeracional Cooperativa a
Custos Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser desenvolvido,
pelo autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do Laboratório Nacional
de Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de Investigação e Inovação
(P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas nestes artigos são,
apenas, dos seus autores – o autor dos artigos e promotor do PHAI3C e os
numerosos autores citados no texto.
Neste sentido
salienta-se o papel visado para o presente artigo e para os que lhe darão
continuidade, no sentido de se proporcionar uma divulgação que possa resultar
numa desejável e construtiva discussão alargada sobre estas muito urgentes e
exigentes matérias da habitação mais adequada para idosos e pessoas
fragilizadas.
Nesta perspetiva e tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho da
referida investigação, salienta-se que a forma e a extensão do texto que é
apresentado no artigo reflete uma assumida apresentação comentada, minimamente
estruturada, de opiniões e resultados de múltiplas pesquisas, de muitos
autores, escolhidos pela sua perspetiva temática focada e por corresponderem a
estudos razoavelmente recentes; forma esta que fica patente no significativo
número de citações – salientadas em itálico –, algumas delas longas e incluídas
na língua original.
Julga-se que não se poderia atuar de forma diversa quando se pretende, como
é o caso, chegar, cuidadosamente, a resultados teórico-práticos funcionais e
aplicáveis na prática, e não apenas a uma reflexão pessoal sobre uma matéria bem
complexa como é a habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma
cooperativa a custos controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.
Nota introdutória à temática do
Programa de Habitação Adaptável Intergeracional – Cooperativa a Custos
Controlados (PHAI3C)
Considerando-se
o atual quadro demográfico e habitacional muito crítico, no que se refere ao
crescimento do número das pessoas idosas e muito idosas, a viverem sozinhas e
com frequentes necessidades de apoio, a actual diversificação dos modos de vida
e dos desejos habitacionais, e a quase-ausência de oferta habitacional e urbana
adequada a tais necessidades e desejos, foi ponderada o que se julga ser a
oportunidade do estudo e da caracterização de um Programa de Habitação Adaptável
Intergeracional (PHAI), adequado a tais necessidades e a uma proposta
residencial naturalmente convivial, eficazmente gerida e participada e
financeiramente sustentável, resultando daqui a proposta de uma Cooperativa a
Custos Controlados (3C).
O PHAI3C visa
o estudo e a proposta de soluções urbanas e residenciais vocacionadas para a
convivência intergeracional, adaptáveis a diversos modos de vida, adequadas
para pessoas com eventuais fragilidade físicas e mentais, mas sem qualquer tipo
de estigma institucional e de idadismo, funcionalmente mistas e com presença
urbana estimulante. O PHAI3C irá procurar identificar e caracterizar tipos de
soluções adequadas e sensíveis a uma integração habitacional e intergeracional
dos mais frágeis num quadro urbano claramente positivo e em soluções edificadas
que possam dar resposta, também, a outras novas e urgentes necessidades
habitacionais (ex., jovens e pessoas sós), num quadro residencial marcado por
uma gestão participada e eficaz, pela convivialidade espontânea e social e
financeiramente sustentável.
Trata-se, tal
como se aponta no título do artigo, de uma “versão de trabalho e base bibliográfica ” e, portanto, de um artigo cujos conteúdos serão, ainda, substancialmente revistos até se
atingir uma versão estabilizada da temática referida no título; no entanto, em
virtude da metodologia usada, que se considera bastante sólida, marcada pelo
recurso a abundantes referências de fontes, devidamente apontadas e
sistematicamente comentadas no sentido da respetiva aplicação ao PHAI3C, e
tendo-se em conta a utilidade de se poder colocar à discussão os muitos aspetos
registados no sentido da sua possível aplicação prática no PHAI3C,
considerou-se ser interessante a divulgação desta temática/problemática nesta
fase de “versão de trabalho”, que, no entanto, foi já razoavelmente clarificada
– como exemplo do posterior tratamento para passagem a uma versão mais estável
teremos, provavelmente, referências bibliográficas mais reduzidas e boa parte
delas em português, assim como comentários mais desenvolvidos; mas mesmo este
desenvolvimento irá sendo influenciado pelo(s) caminho(s) concreto(s) tomado(s)
pelos diversos temas e artigos que integram, desde já, a estrutura pensada para
o designado documento-base do PHAI3C, que surgirá, em boa parte, da ligação razoavelmente
sequencial entre os diversos temas abordados em variados artigos.
Ainda um outro
aspeto que se sublinha marcar, desde o início, o teor do referido
documento-base do PHAI3C (a partir do qual serão gerados vários documentos
específicos: mais de enquadramento e mais práticos) é o sentido teórico-prático
que privilegia uma abordagem mais integrada e exemplificada da temática global
da habitação intergeracional adaptável e cooperativa, apontando-se exemplos e
ideias concretas logo desde as partes mais de enquadramento da abordagem da
temática como as que se desenvolvem neste artigo.
Finalmente,
solicita-se a compreensão dos leitores para lapsos e problemas de edição que,
sem dúvida, acontecem no texto que se segue, mas a opção era prolongar, excessivamente,
o período de elaboração de um texto que, afinal, se pretende seja
essencialmente prático; as próximas edições serão complementarmente revistas e
melhoradas.
Regista-se, também, que foram, pontualmente, retiradas, em alguns dos textos citados as numerações relativas a notas bibliográficas específicas desses textos.
Qualidade de vida e qualidade pormenorizada na habitação para
idosos e intergeracional “I” - versão de
trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 807
Considerando a significativa extensão do artigo, ele será
editado em duas partes, regista-se, em seguida, o seu índice temático total e
com os itens editados esta semana salientados a negrito:
Estrutura do tema/artigo
Introdução (onde se apresenta e comenta,
brevemente, a estrutura e conteúdo do artigo)
1. Reflexão sobre a importância de uma
afirmada habitabilidade e domesticidade em soluções habitacionais estrategicamente
adequadas a pessoas fragilizadas
2. Notas sobre
o desenvolvimento de um desenho de arquitetura que influencie positivamente na
satisfação e na qualidade de vida diária e pessoal
(i) Aspetos que caraterizam o influenciar do comportamento através do
design/projeto
(ii) O exemplo do recente desenvolvimento de
ambientes « hospitalares » humanizados e amigáveis
3. Sobre a
importância da conceção de ambientes residenciais com qualidade arquitetónica,
positivamente simplificados e mesmo naturalmente terapêuticos e humanizados
(i) Simples e melhor: bases de pormenorização adequadas e
com qualidade arquitetónica
(ii) Sobre a urgente e clara humanização de ambientes que
integrem a vertente do apoio à saúde
4 Aspetos
globais e sistemáticos de afetivividade caraterizando uma habitação adequada
para idosos
(i) Sobre a importância da afetividade no projeto de
habitação adequada a idosos e algumas definições recomendáveis
(ii) Notas sobre as características físicas e de saúde do
idoso e sobre a sua necessidade de afetividade
(iii) Qualidade de vida, afetividade, identidade e
apropriação residencia
(iv) Considerações sobre espaços habitacionais adequados
e afetivos para os idosos
(v) Aspetos de afetividade espacial e de suporte de
memórias numa habitação adequada para idosos
(vi) Síntese relativa a espaços e pormenores
habitacionais considerados adequados para idosos
(na
próxima semana serão editados os seguintes itens) …
5. Notas sobre
a sequência que deve ir do projeto à pós-ocupação de ambientes para pessoas
fragilizadas
(i) Sobre a aplicação de técnicas de abordagem
qualitativa nos processos de projeto de Arquitetura mais complexos
(ii) Notas sobre processos de apoio a projetos de
Arquitetura mais complexos
6. Aproximação
a alguns aspetos particularizados mas estruturantes na conceção de ambientes
residenciais para pessoas fragilizadas
(i) Notas a propósito da aplicação de uma estratégia
psicológica no design hospitalar
(ii) Notas a propósito de uma reflexão sobre a
importância dos espaços intermediários na conceção residencial
(iii) Notas a propósito da importância de soluções
residenciais e urbanas que promovam ativamente as atividades físicas dos
habitantes
(iv) Notas a propósito de um guia de desenho para
residências com cuidados
(v) Reflexão a propósito de uma conceção “doméstica”
pormenorizada de “equipamentos de saúde”, (tipo de espaço a tipo de espaço)
Breves notas de
remate
Resumo
Depois de uma reflexão introdutória sobre o papel
e a natureza das condições específicas de habitabilidade e domesticidade numa
habitação adequada para pessoas fragilizadas e que privilegie os residentes
mais vulneráveis, avança-se para uma abordagem dedicada ao desenvolvimento de
soluções residenciais cujo desenho de arquitetura seja capaz de influenciar
expressiva e positivamente a satisfação e a qualidade de vida diária e pessoal
dos residentes.
Desenvolve-se, depois, um pouco mais nesta
última matéria desenvolvendo-se aspetos associados a ambientes residenciais que se considerem como
positivamente simplificados, e mesmo naturalmente terapêuticos e fortemente humanizados,
concluindo-se esta sequência de reflexões com a abordagem de alguns aspetos
globais e sistemáticos de uma verdadeira afetivividade, que poderão caraterizar
soluções habitacionais intergeracionais e onde, portanto, vive uma
significativa parcela de idosos e pessoas fragilizadas.
Numa última parte do artigo apontam-se,
primeiro, aspetos importantes na conceção de ambientes para pessoas
fragilizadas, considerando-se desde projeto à respetiva avaliação pós-ocupação
e conclui-se o artigo com uma aproximação a alguns aspetos particularizados,
mas estruturantes, na conceção de ambientes residenciais para pessoas
fragilizadas e com algumas notas sobre sobre caminhos mais correntes e mais
atuais da conceção de ambientes residenciais para essas pessoas.
Introdução
Em primeiro lugar vai abordar-se a temática de
uma “renovada” reflexão, de certa forma, introdutória sobre o papel e a natureza
das condições específicas de habitabilidade e domesticidade em soluções
habitacionais com espaços comuns e privados especialmente humanizados e
estrategicamente adequados a pessoas fragilizadas
Talvez que o principal objetivo desta reflexão
seja lançar a ideia da necessidade e oportunidade de uma espaciosidade muito
cuidada, marcada por uma interioridade caraterizadamente doméstica, apropriável
e muito digna e por um conforto ambiental amplo e expressivo, tudo isto quando
se concebem espaços habitacionais intergeracionais, portanto, potencialmente
dirigidos a uma grande diversidade etária e sociocultural e estrategicamente
adequados a pessoas fragilizadas.
Passa-se, em seguida para uma reflexão sobre a
importância que tem o desenvolvimento de um desenho de arquitetura que seja,
global e pormenorizadamente, influenciador, de modo bem positivo, na satisfação
e na qualidade de vida diária e pessoal dos habitantes, lembrando-se, aqui, a
importância específica que terá essa boa habilitação arquitetónica e
residencial quando exista um número potencialmente significativo de habitantes
fragilizados; e já agora lembrando-se o quão nefasto será uma situação de sinal
contrário, onde o ambiente arquitetónico possa prejudicar o bem-estar e a
alegria de viver dessas pessoas.
Nesta reflexão registam-se, especificamente,
alguns aspetos do design/projeto que, provadamente, parecem influenciar o
comportamento dos habitantes e, sequencialmente, e a título de exemplo julgado
bem significativo e em parte aplicável às soluções habitacionais
integreacionais registam-se alguns aspetos importantes norecente
desenvolvimento de ambientes « hospitalares » humanizados e amigáveis.
Avança-se, depois, na mesma linha temática e
numa perspetiva muito arquitetónica, abordando-se, primeiro, a importância da
conceção de ambientes residenciais que sejam positivamente simplificados, isto
no sentido de reforço da sua maior dignidade, sobriedade e amplitude de
resposta a um amplo leque de gostos e necessidades habitacionais e mesmo naturalmente
terapêuticos e humanizados (matéria esta que se sintetizou com o título
« simples e melhor: bases de pormenorização adequadas e com qualidade
arquitetónica ») e, depois, uma perspetiva de conceção que vise já muito
direcionadamente uma expressiva humanização de ambientes predominantemente
residenciais, mas que integrem, de modo estratégico e natural uma vertente de
apoio ao bem-estar e à saúde dos respetivos residentes e utentes
Em seguida abordam-se alguns aspetos globais e
sistemáticos de afetivividade que se julga poderem caraterizar uma habitação
adequada para idosos. Inciando-se esta matéria com algumas definições julgadas
oportunas, seguindo-se, depois, uma reflexão sobre a relação entre
caraterísticas comportamentais dos idosos e um ambiente residencial que seja verdadeiramente
sensível, sensorial, apropriável, envolvente e afetuoso e terminando-se esta
matéria com uma pequena viagem pelos espaços e pormenores habitacionais
considerados especialmente adequados para idosos.
Nesta parte do artigo apontam-se algumas notas
sobre a sequência que deve ir do projeto à pós-ocupação de ambientes para
pessoas fragilizadas, uma preocupação que se deve existir em qualquer tipo de
promoção habitacional e, designadamente, que mereça apoios oficiais, então o
que dizer dos casos referidos a soluções residenciais e mistas mais complexas,
como se julga será o caso das intervenções residenciais intergeracionais e
participadas que integrarão o PHAI3C. E é assim que no artigo se aborda a aplicação
de técnicas de enquadramento qualitativo dos processos de projeto de
Arquitetura mais complexos e sobre os respetivos processos de apoio.
Em seguida e constituindo-se como abertura da
última parte do artigo desenvolve-se uma cuidadosa aproximação a alguns aspetos
talvez mais particularizados mas julgados estruturantes na conceção de
ambientes residenciais para pessoas fragilizadas.
Com este objetivo introduzem-se, primeiro,
algumas notas a propósito da aplicação de uma estratégia psicológica na
conceção e design hospitalar, passando-se em seguida para uma reflexão sobre o
que se considera ser a importância dos espaços intermediários na conceção dos
espaços bem habitados e, finalmente, acrescentam-se algumas notas a propósito
da importância de soluções residenciais e urbanas que promovam ativamente as
atividades físicas dos habitantes e que na prática poderão ser quase
determinantes nas respetivas escolhas tipológicas (ex., edifícios baixos,
acessos que estimulem a deslocação, etc.). Avançando-se, naturalmente, numa
aproximação a casos e apontamentos mais concretos, o artigo é concluído com uma
reflexão sobre os caminhos mais correntes e mais atuais da conceção de
ambientes residenciais para pessoas fragilizadas, utilizando-se, para apoiar
esta reflexão, algumas notas a propósito
de um guia de desenho para residências associadas a cuidados pessoais
específicos e, depois, um conjunto de notas referidas a uma conceção caraterizadamente
“doméstica” e pormenorizada de “equipamentos de saúde”, sendo estas notas
referidas a diversos tipos de espaços.
1. Sobre um sentido aprofundado de conforto
doméstico muito adequado a pessoas fragilizadas
Subtemáticas do presente item :
(i) Sobre a espaciosidade
(ii) Sobre o “coração/centro” da casa
(iii) Sobre a importância múltipla da janela
(iv) Sobre o conforto ambiental global
(v) Sobre as cores e tonalidades
Avança-se, em seguida, neste item para uma reflexão
exploratória e introdutória sobre a natureza e a importância das condições
específicas de habitabilidade e conforto num espaço arquitetónico habitacional
que privilegie ambientes expressivamente « calorososos »,
naturalmente « cuidadores » e, consequentemente, que favoreça os
residentes mais vulneráveis.
O nosso espaço doméstico pode e deve ser um
mundo pessoal e familiar expressivamente confortável, protetor, apropriado e
bem caraterizado, onde nos possamos « retirar » para nos sentirmos
sossegados e em excelentes condições de bem-estar, refazendo-nos da pressão do
dia-a-dia, estrategicamente afastados do mundo público urbano e do ambiente
natural, mas sobre estes agradavelmente debruçados (ex., através em vistas
sobre a cidade e de janelas que nos tragam a natureza até ao interior
doméstico) ; e se tais condições são muito importantes para qualquer pessoa
no pleno uso das suas capacidades fícicas, mentais e de perceção, então o que
dizer da importância que têm para habitantes fragilizados e para idosos que
tendem a passar mais tempo no interior doméstico e que, muito provavelmente,
sentem estas condições de uma forma mais intensa e ligada a necessidades e
desejos pessoais específicos.
Por isso se estruturou o título e o conteúdo
deste item, referido à temática de «sentido aprofundado de conforto doméstico
muito adequado a pessoas fragilizadas » e, por isso, as considerações que
se seguem são, em primeira linha, referidas a todos os habitantes – incluindo
as respetivas citações ao estudo que é abaixo referido – e só,
« suplementarmente » são aproximadas à sua importância no que se
refere à vivência doméstica das pessoas fragilizadas, acabando, aqui, por se
sublinhar, mais uma vez, que muito ou mesmo tudo aquilo que se faça para estas
pessoas favorece igulamente uma melhor habilitação vivencial doméstica para
todos os habitantes.
Quando referimos, acima, que os ambientes
residenciais deverão ser, também, naturalmente « cuidadores », para
além do sentido caloroso, digno e apropriável, que acabou de se defender,
quer-se apontar que os ambientes residenciais potencialmente usados por um
número significativo de pessoas fragilizadas deverão « embeber » um
máximo de preocupações de segurança no uso normal, de funcionalidade na
facilitação do uso da habitação e de verdadeira habilitação deste espaço
doméstico não só para o referido bem-estar « geral », mas também para
a eventual incorporação de meios de apoio à movimentação e a cuidados
especializados, que venham a ser recomendados ou necessários ; mas
fazendo-se esta previsão de modo « passivo » ou camuflado para não se
afetar o essencial ambiente doméstico e formal da habitação.
Não tenhamos ilusões de que esta matéria
abordada neste item, que não é por acaso o primeiro apresentado neste artigo
sobre o tema da «qualidade de vida e qualidade pormenorizada na habitação para
idosos e intergeracional », constitui assunto de extrema importância na
conceção e essencial e especial qualificação de espaços domésticos
tendencialmente « concentrados » e dedicados a pessoas que estão a
mudar, criticamente, de casa numa fase avançada da sua vida – o que é
matéria muito sensível e complexa –, e, portanto, constitui assunto e
problemática cujo êxito vai depender de um excelente projeto de arquitetura
global e de arquitetura de interiores em particular.
Neste sentido e usando-se os comentários de um
único autor, mas que são naturalmente extensíveis a um muito amplo grupo de
autores arquitetos – entre os quais e de memória recordo, evidentemente, Távora,
Norberg-Schulz, Christopher Alexander, Charles Moore e Witold Rybczinsky (com o seu incontornável Domesticty)
– abordam-se, em seguida, alguns dos subtemas e aspetos que fazem uma
« casa parecer ser mais casa » e « ser mais a nossa casa »,
e que se consideram ainda mais importantes quando estamos a lidar com pessoas
fragilizadas.
E, portanto, e a título de contribuições
gerais com importância para a estruturação doméstica do PHAI3C juntam-se e
comentam-se, nos seguintes itens (i) a (v), longos excertos das páginas 3 a 6
do excelente artigo de Aloísio Leoni Schmid, intitulado Bollnow e a crítica
ao conforto ambiental, que é referido em nota específica e que muito se recomenda. (1)
Numa super-síntese do que, em seguida, se
aponta podemos antecipar que talvez o principal objetivo desta reflexão sobre
o espaço habitacional privado seja lançar a ideia da necessidade e oportunidade
de uma espaciosidade muito cuidada, marcada por uma interioridade
caraterizadamente doméstica, apropriável e muito digna e por um conforto
ambiental amplo e expressivo, e tudo isto terá, sem dúvida, maior relevo quando
se concebem espaços habitacionais intergeracionais, portanto, potencialmente
dirigidos a uma grande diversidade etária e sociocultural e estrategicamente
adequados a pessoas fragilizadas.
(i) Sobre a espaciosidade e a espacialidade
domésticas
Tal como os outros subtemas domésticos em
seguida sumariamente abordados as questões da espaciosidade levar-nos-iam muito
longe e serão recorrentemente consideradas ao longo destes artigos sobre
intergeracionalidade residencial, importando, desde já, apontar que se queremos
proporcionar mais habitação adequada para um maior número de idosos não podemos
propor áreas domésticas « excessivas », mas que se queremos que essa
habitação seja realmente adequada para idosos e pessoas fragilizadas, no
sentido de ser verdeiramente desejada e positivamente influenciadora do seu bem-estar,
não podemos aplicar níveis de áreas « acanhados », não só porque os
mais idosos e fragilizados precisam, comparativamente, de mais espaço de
movimentação e de uso doméstico do que os mais jovens e ágeis, mas também
porque o uso de certos apoios à movimentação e à prestação de cuidados exige
espaços estratégicos e ainda porque se queremos proporcionar um habitar mais
completo e globalmente integrado para essas pessoas fragilizadas, então terá de
haver uma adequada dimensão de espaços comuns residenciais, que irão,
naturalmente, fazer subir a fasquia dos m2/habitação aplicável nos conjuntos do
PHAI3C.
O que se sublinha especificamente abaixo,
extraído do referido artigo de Aloísio Leoni Schmidr (1), e para além da
importante referência a ser necessário um espaço doméstico «…suficiente para
ser preenchido pelas pessoas que o habitam com suas vidas », é que
essa espaciosidade seja verdadeiramente qualificada em termos de arquitetura de
interiores e habilitadora de apropriações pessoais e familiares, e sempre numa
perspetiva de defesa de uma expressiva dignidade nos arranjos interiores
privados e comuns.
[...] não seja por receio de um falso aconchego “burguês”
que destruiremos a verdadeira tarefa da habitação, de ser um espaço da
tranqüilidade e da paz. Também as cortinas nas janelas, que fecham o espaço à
noite, têm aqui sua função plena de significado”.
O espaço não deveria ser nem muito grande, nem muito
pequeno, mas o suficiente para ser preenchido pelas pessoas que o habitam com
suas vidas.
Os móveis devem preencher o espaço de modo a não deixar
surgir nem a impressão de vazio, nem de apinhamento… A cor das paredes também
faz parte de uma atmosfera cálida. Claridade e, ao m
Mais que a expressão de alguém, a habitação deve
“refletir um longo passado se quiser transmitir às pessoas o sentimento de
constância segura da vida”. Daí a importância aos bibelots, mas também às
marcas de uso.
Fig. 01: em habitações "concentradas/compactas" é muito importante desenvolver um agradável ambiente residencial, servido por uma excelente espacialidade, marcada por bons pólos de uso e de caraterização (desenho com tratamento final feito com o programa Prisma).
(ii) Sobre o desenvolvimento de um “coração/centro”
da casa
Esta matéria da existência e do eventual
protagonismo de um “coração” formal e funcional doméstico, um pólo de
centralidade formal e funcional e de reforço do próprio caráter de cada unidade
residencial privada, é também assunto recorrente nas reflexões teórico-práticas
sobre arquitetura residencial; de tal forma que até a conhecida designação de
“fogo”, atribuída habitual e oficialmente à habitação prova a importância dessa
ideia de “coração/centro” doméstico ocupado pelo fogão e, antes deste,
pelo próprio “fogo no chão”, onde se cozinhava e onde os habitantes se
aqueciam.
Naturalmente em soluções domésticas espacial e
caraterizadamente “concentradas”, ou maximizadas, através, designadamente, da
criação de microzonas formais e funcionais, como as que se perfilam no âmbito
do PHAI3C, esta ideia de “coração/centro da casa” poderá ser muito útil seja no
sentido da criação de um único “centro”, seja através do desenvolvimento de
vários pequenos “centros”, diversificadamente usáveis e apropriáveis,
desmultiplicando-se, assim, de forma mais qualitativa o desenvolvimento da
habitação, quando não é possível uma maior desmultiplicação quantitativa (em
termos de espaciosidade “líquida”).
E neste sentido volta-se à citação do referido artigo de Aloísio Leoni Schmidr. (1)
Onde estaria, dentro da casa, o centro do espaço vital ?
No meio rural, ou no mundo antigo, teria sido “o fogão…” Mas … na medida
que a cozinha “foi oprimida até se tornar um espaço secundário, como nas
habitações modernas, o fogão perdeu esta posição de centro da casa, até que
finalmente, até que tenha perdido seu caráter simbólico como sua expressividade
exterior, ao abrir mão até de sua chama diante do moderno fogão elétrico”.
Para Bollnow, de certo modo, então, a mesa de comer
poderia ter ocupado o seu lugar. Pois é agora onde a família se reúne em tempos
regulares. Mas tanto o fogão quanto a mesa “perdem sua função de centro na
medida que a vida comum da família se divide e os membros individuais ganham
autonomia”.
(iii) Sobre
a importância múltipla da janela
Importa salientar que as condições de
caraterização doméstica acima defendidas, para as intervenções do PHAI3C, como de
certa forma compensatórias de uma espaciosidade razoavelmente condicionada, e
associadas, frequentemente, à criação de microzonas habitacionais, mutuamente
conjugadas e marcadas pelos referidos centros/pólos domésticos, também se
justificam, frequentemente, pela sua íntima associação com os vãos domésticos
interiores e exteriores, tendo estes últimos – as janelas – uma importância
vital, pela sua existência bem pormenorizada e exteriormente focada, pela sua
apropriação interior e pela influência que têm no conforto ambiental ; e
considerando-se que elas próprias podem configuar verdadeiros « lugares-janela ».
E sobre estas matérias volta-se a referir o excelente artigo de Aloísio Leoni Schmidr. (1)
Um item de especial importância para o Conforto Ambiental
é trabalhado por Bollnow com originalidade : a janela. Ela é elemento
chave na explicação da polaridade casa-mundo. Bollnow logo se exime de falar de
suas tarefas mais simples, como servir à iluminação do espaço interior (função
desempenhada pela instalação elétrica). Vai logo à essência : “É tarefa
das mais simples da janela possibilitar que se observe, de dentro, o mundo
externo…”
(iv) Sobre o
conforto ambiental global
Sublinha-se, desde já, que se as condições de
conforto ambiental global são de grande importância na configuração residencial
dedicada a pessoas no pleno uso das suas capacidade motoras, mentais e de
perceção, elas poderão ser, provavelmente, vitais quando se desenvolvem
soluções residenciais previstas para um número significativo de pessoas mais
vulneráveis.
A citação que se segue é curta, mas a temática
da importância do conforto ambiental doméstico é extremamente crucial, seja em
aspetos diretos de saúde – por exemplo ligados à higro-térmica e ao sossego
acústico – seja nas diversas facetas do conforto ambiental e respetivos aspetos
de isolamento: térmica adequada (Inverno e Verão) ; insolação bem
programada ; ausência de humidade ; ventilação natural
adequada ; conforto sonoro. E é evidente que se todas estas condições são
essenciais no bem-habitar de todos, então adquirem uma enorme relevância no habitar
de pessoas fragilizadas e frequentemente com problemas de saúde.
Nesta matéria importa registar, ainda, em
primeiro lugar que os cuidados que acabaram de ser apontados deverão aplicar-se
aos espaços privados e comuns dos conjuntos do PHAI3C (ex., ninguém usará
espaços comuns escuros e sem vistas) e que as soluções intergeracionais
obrigarão, ainda, a cuidados acrescidos de conforto ambiental, designadamente,
em termos de ventilação e de isolamento sonoro dos espaços privados e comuns –
de cada um deles e de ausência de más influência mútuas ; considerando-se
que estes cuidados poderão ser determinantes para o êxito das intervenções
(ex., imagine-se o que poderá resultar do pior isolamento sonoro entre espaços
privados de um conjunto habitacional intensamente ocupado durante todo o dia).
E sobre estas estimulantes diversidades no
conforto ambiental volta-se à citação do referido artigo de Aloísio Leoni Schmidr. (1)
.... As coisas se distinguem umas das outras, no espaço
ótico, com fronteiras nítidas, e direções precisas e ainda distâncias fáceis de
estimar em relação ao observador . Já o som é diferente... nos penetra,
abrange, atinge, envolve. O acústico nos persegue, não podemos fugir dele, nós
lhe estamos entregues”.
(v) Sobre as
cores e tonalidades
Nestas matérias como em qualquer intervenção
de arquitetura os cuidados deverão ser programados desde os aspetos mais
globais aos mais particulares e pormenorizados e neste e um pouco a título de
exemplo sublinham-se os aspetos cromáticos, provadamente influenciadores da
disposição dos habitantes e basicamente dependentes, eles próprios, das
respetivas condições de iluminação.
E sobre estas matérias-chave de uma afirmada e
adequada caraterização ambiental e espacial do mundo doméstico refere-se, novamente, o artigo de Aloísio Leoni Schmidr. (1)
Assim, explica, por exemplo, Bachelard na análise das
funções da habitação: “Ambas as realidades externas da cabana e do castelo
circunscrevem...nossas necessidades de reserva e expansão...Para poder dormir
bem, não podemos dormir num grande recinto. Para trabalhar bem, não podemos
trabalhar num esconderijo apertado”. E o “oposto também é verdadeiro: o caráter
do espaço que cerca o homem age sobre seu estado psíquico. .. Esta interação
passa certamente pelas dimensões, formas e proporções dos espaços, assuntos tão
imediatos na Teoria da Arquitetura, mas também por sua iluminação e suas cores.
Bollnow evoca o “efeito sensorial e moral das cores” sobre o qual
ninguém menos que Johann Wolfgang Von Goethe discorre em sua doutrina da cor.
Lá menciona a calidez do amarelo, o caráter estimulante do vermelho, que
toma efeito “sério e esplendoroso” no tom púrpura, o caráter frio, vazio e
estático do azul, o equilíbrio do verde qualidades …
2. Notas sobre o desenvolvimento de um desenho
de arquitetura que influencie positivamente na satisfação e na qualidade de
vida diária e pessoal
Subtemáticas do presente item :
(i) Aspetos que caraterizam o influenciar do
comportamento através do design/projeto
(ii) O exemplo
do recente desenvolvimento de ambientes « hospitalares » humanizados
e amigáveis
Passa-se, em seguida para uma reflexão sobre a
importância que tem o desenvolvimento de um desenho de arquitetura que seja,
global e pormenorizadamente, influenciador, de modo bem positivo, na satisfação
e na qualidade de vida diária e pessoal dos habitantes, lembrando-se, aqui, a
importância específica que terá essa boa habilitação arquitetónica e
residencial quando exista um número potencialmente significativo de habitantes
fragilizados; e já agora lembrando-se o quão nefasta será uma situação de sinal
contrário, onde o ambiente arquitetónico possa influenciar negativamente e prejudicar
o bem-estar e a alegria de viver dessas pessoas.
Nesta reflexão registam-se, especificamente,
alguns aspetos do design/projeto que, provadamente, parecem influenciar o
comportamento dos habitantes e, sequencialmente, e a título de exemplo julgado
bem significativo e em parte aplicável às soluções habitacionais
intergeracionais registam-se alguns aspetos importantes no recente
desenvolvimento de ambientes « hospitalares » humanizados e
amigáveis.
Em termos gerais e na sequência de múltiplos estudos que
foram sendo realizados ao longo de décadas e em muitos países – e neste sentido
salienta-se que os estudos do CABE, aqui amplamente citados e comentados, correspondem « apenas » a uma
última embora importante fase dos mesmos –, parece que, finalmente, começa a
estar bem provado e interiorizado que uma conceção arquitetónica de qualidade
influencia no bem-estar/saúde e na valorização dos espaços que usamos/habitamos
e especificamente nos nossos espaços habitacionais, que são aqueles onde
passamos a maior parte do nosso tempo e, especificamente, a quase totalidade do
nosso « tempo privado », em que estamos razoavelmente livres e
à-vontade em termos de comportamento e apropriação dos espaços que
habitamos ; uma situação que é, naturalmente, ainda bastante mais
significativa no caso dos idosos aposentados e de pessoas fragilizadas.
Estas matérias deverão ser, portanto, determinantes na
conceção global arquitetónica global e pormenorizada de conjuntos residenciais
e mistos associados ao PHAI3C.
Tendo ainda em conta que uma expressiva qualidade
arquitetónica « aplicada » aos conjuntos do PHAI3C não só poderá e
deverá influenciar na adesão de novos habitantes, como tem influência direta na
valorização imobiliária das respetivas habitações, podemos concluir que uma
nova opção residencial numa fase adiantada da vida será muito mais possível e apetecível
se marcada, em simultâneo, por esses dois aspetos : excelente qualidade de
vida proporcionada; e, simultaneamente, uma excelente aplicação das poupanças
existentes.
(i) Aspetos que caraterizam o influenciar do comportamento
através do design/projeto
No sentido específico do PHAI3C e
considerando-se estarmos a abordar uma tipologia residencial inovadora é muito
oportuna e importante esta temática do influenciar ou, pelo menos, sugerir e
apoiar comportamentos e atividades a partir de um excelente projeto e sua
adequada concretização; e voltamos a estar em presença da evidente importância
de um bom projeto, devidamente verificado e que responda muito positivamente
aos objetivos dos interessados a viverem numa intervenção do Programa.
A propósito destas matérias e a título de comentários gerais com importância
para a estruturação do PHAI3C juntam-se, em seguida, excertos do documento do Behavioural
Design Lab (The) significantemente intitulado « Changing behaviour by design » e
editado pelos Design Council e pela Warwick Business School, referido em nota: (2)
Health and wellbeing - Each year, 5.3 million deaths from
diseases such as cancer and diabetes are caused by a lack of physical
activity,.. (pg. 3)
By focusing on people’s real needs – whether they are
fully aware of them or not – we can create positive and sustained impact on a
diverse range of issues. Design is capable of physically changing the way
people think, feel and behave for the better. (pg. 6)
(ii) O exemplo do recente desenvolvimento de ambientes
« hospitalares » humanizados e amigáveis
A título de comentários gerais aplicáveis a
esta matéria, referida ao desejável desenvolvimento de ambientes « assistenciais »
expressivamente amigáveis, uma matéria que tem grande importância para a
estruturação formal e funcional do PHAI3C, e neste caso, abordando-se,
especificamente, a temática dos designados « ambientes
hospitalares », que tal como bem sabemos tanto têm marcado, muitas vezes
de forma estigmatizada, a caraterização de equipamentos dedicados aos seniores,
citam-se, em seguida, resultados de mais um incontornável documento do CABE e
da Bartlett School of Planning: (3)
. A King’s Fund document published in 2002 highlighted
the example of Newham Hospital in south east London, where levels of staff
morale increased by 56% following the redesign of the hospital…
. Research by the National Institute for Health and the
National Institute on Ageing in the US showed that certain design features in
Special Care Units and Assisted Living Treatment Residences for people with
Alzheimer’s disease and related dementias made people calmer whilst certain
others generated more agitated behaviour.
For example, unobtrusive and secure exits reduced
paranoid delusions, and increased bedroom privacy and better through routes in
common areas reduced both verbal and physical agitation and aggression…
. A study in a suburban Pennsylvania hospital examined
the records of patients recovering from cholecystectomy. It compared patients
whose rooms had windows overlooking natural landscapes with patients who looked
out onto a brick wall, and found that the patients with open views: had
shorter post-operative stays – 7.9 days compared with 8.7 days ; had fewer
negative evaluation comments from nurses ; took fewer strong and moderate
analgesic doses ; had lower rates of minor postsurgical complications.
. A study carried out by the University of Nottingham
which compared three healthcare environments before and after theywere
redesigned found clear benefits to patient health and associated
improvements in the efficiency of medical resourcing due to good design.
The schemes included a cardiology ward with improved
lighting, better external views and clustering of beds in smaller groups; a waiting
area with enhanced artificial lighting, better seating and interior design; and
acoronary day-care unit with better beds and patient facilities, larger windows
and a visitors area. The new ward was perceived by patients and staff as
more pleasant, relaxing and welcoming. It resulted in lower pulse rates and
blood pressure readings amongst patients, shorter post-operative stays – 8 days
down from 11 days – and lower prescribed drug intakes. (pp. 2-3)
E registando agora algumas referências à
influência da qualidade arquitetónica na valorização das habitações,
citam-se alguns aspetos constantes do
último estudo referido:
. Extensive international researchby the University of
California in the1970s and 1980s using post occupancy surveys discovered that not
only did the overall impression of the exterior of a house and its surrounding
dwellings have an impact on how people felt about their homes but also in many
cases those residents’ personal sense of worth. (pp. 3-4)
Julga-se que, tal como foi acima apontado,
este tipo de perspetiva de exigente qualidade arquitetónica e de
« humanização » e capacidade de apropriação real dos ambientes
residenciais criados no âmbito do PHAI3C é vital para o êxito e utilidade social
deste programa, considerando-se, também, desde já, que as opções financeiras
específicas aplicadas, sejam elas quais forem (ex., compra, arrendamento, e
outras) serão sempre favorecidas por essa tónica de ampla atratividade do Programa.
3. Sobre a importância da conceção de ambientes
residenciais com qualidade arquitetónica, positivamente simplificados e mesmo
naturalmente terapêuticos e humanizados
Subtemáticas do presente item :
(i) Simples e/é
melhor, bases gerais e de pormenorização adequadas e dirigidas para o
aprofundamento da qualidade arquitetónica residencial
(ii) Criação de ambientes
sem tresse, psicossocialmente apoiantes e naturalmente terapêuticos em
intervenções com perfis de apoio à saúde
(iii) Sobre a urgente e
clara humanização de ambientes que integrem a vertente do apoio à saúde
Avança-se, agora, na mesma linha temática da boa
influência das soluções físicas residenciais na satisfação dos seus habitantes,
e numa perspectiva muito arquitetónica, abordando-se, primeiro, a importância da
conceção de ambientes residenciais que sejam positivamente simplificados, isto
no sentido de reforço da sua maior dignidade, sobriedade e amplitude de
resposta a um amplo leque de gostos e necessidades habitacionais e mesmo naturalmente
terapêuticos e humanizados (matéria esta que se sintetizou com o título
« simples e melhor: bases de pormenorização adequadas e com qualidade
arquitetónica ») e, depois, uma perspectiva de conceção que vise, já muito
direcionadamente, uma expressiva humanização de ambientes predominantemente
residenciais, mas que integrem, de modo estratégico e natural uma vertente de
apoio ao bem-estar e à saúde dos respetivos residentes e utentes
(i) Simples e/é melhor, bases gerais e de
pormenorização adequadas e dirigidas para o aprofundamento da qualidade
arquitetónica residencial
Considera-se que os ambientes do PHAI3C
deverão ser, bem marcados por uma estratégica neutralidade formal em termos de
partidos de pormenorização nos seus espaços comuns, neutralidade essa capaz de
se adequar a um amplo leque de gostos pessoais e de aceitar/incorporar um nível
maximizado e adequado de apropriação em cada uma das respetivas unidades
residenciais, devendo ser, também globalmente, marcados por um excelente nível
de qualidade e dignidade arquitetónicas residenciais, numa perspectiva, sempre
sensível, que importa aprofundar.
Neste sentido citam-se, em seguida, muito a
título de comentários gerais e introdutórios, mas com importância para a
estruturação prática do PHAI3C no respeito da referida qualidade e dignidade
arquitetónicas residenciais, alguns aspetos salientados no documento do CABE
sobre estas matérias, que é referido em nota: (4)
. The aim must be not simply to stop design quality falling
below a minimum standard but demonstrate how to go beyond. (pg. 25)
. Finally, the obvious point was made that using good
architects and landscape architects on a project invariably drives up standards.
A number of firms of architects come up repeatedly as designers of the best
schemes. They routinely produce well laid out, attractive, locally distinctive
and commercially viable housing designs. It has been suggested that we
should mandate the use of architects on projects but you cannot, unfortunately,
require the mandatory use of good architects. But it is perfectly feasible for
publicly funded projects to require the selection of architects by competition
or through interview against a brief requiring high-quality design.
... CABE does not accept that using good architects would
cost much more, or lead to costlier housing. Experience shows otherwise. (pg. 35)
(ii) Criação de ambientes sem stress,
psicossocialmente apoiantes e naturalmente terapêuticos em intervenções com
perfis de apoio à saúde (e a propósito de uma reformulação espacial/ambiental)
No sentido específico do PHAI3C a influência
dos estudos dedicados à identificação de como desenvolver ambientes que reduzam
o tresse no seu respetivo uso, que sejam psicossocialmente apoiantes e até naturalmente
terapêuticos é, naturalmente, muito interessante, pois se nos equipamentos de
apoio à saúde se procura esse suavizar e essa humanização ambientais, então em
habitações que podem ser ocupadas por seniores e pessoas fragilizadas não deve
haver sequer vestígios de uma caraterização mais « friamente »
funcional, “higiénica” e “hospitalar” (no sentido mais habitual do termo).
Tendo-se em conta que o estudo usado, em
seguida, como fonte de ideias aplicadas a essa criação de ambientes amigáveis e
naturalmente « cuidadores », se refere a uma intervenção de
reformulação espacial/ambiental, considera-se que as respetivas conclusões
poderão ser bastante práticas e globalmente aplicáveis de forma corrente.
No sentido que acabou de ser registado e a
título de comentários práticos com importância para a criação, no PHAI3C, de ambientes
amigáveis e naturalmente « cuidadores », citam-se, em seguida,
excertos do documento de Fischl e Gärling
que é abaixo referido, e cuja consulta se recomenda, tanto pelo seu
conteúdo técnico como pela sua muito útil ilustração (nota-se que o sublinhado
é do autor deste artigo): (5)
. In proposing redoing in the ward environment to better
support its’ users, psychologically and socially, the corridor and the
dining room were targeted as well as elements easily altered by interior
architectural means. In each location floor quality and texture was
changed to more nature like (e.g. wooden floor) and soft (e.g. carpet),
windowsill heights were lowered to get easier access to daylight and outside
view, more colors were applied, moving, sitting, and waiting areas were
enlarged, and chair materials were changed to be more natural in appearance.
Additional changes were picture sizes, themes, and locations although the
existing pictures, themes, and locations did not cause any negative effects in
this study instead they were in accordance with current architectural practice.
(pg. 15)
. The results obtained long-term discussion within the
design group about how to redesign to enhance the psychological and social
supportiveness of the facility. The waiting area seemed to be a location
less accepted by the subjects. However, major changes were not possible
to implement because of economical and practical reasons. Therefore minor
changes took place such as adding natural elements such as plants, trees, and
water to reduce the subdued feeling of the area... The ceiling pattern
has also been modified into less checkered, which reduces its complexness and
compositeness. The furniture has been relocated to facilitate social
interaction and picture themes and its locations have been changed. (pg.
16)
E não se resiste a um comentário que salienta
o que se julga serem as indicações preciosas de Fischl e Gärling no sentido da
humanização e da melhoria do bem-estar em de espaços de apoio à saúde, com a
mobilização de meios financeiros limitados e sendo evidente a sua
aplicabilidade em soluções do PHAI3C.
(iii) Sobre
a urgente e clara humanização de ambientes que integrem a vertente do apoio à
saúde
Não faz qualquer sentido que se se tenha
ultimamente avançado na humanização dos espaços hospitalares, e que talvez tal
não tenha acontecido, pelo menos, de uma forma sistemática e bem evidenciada,
nos equipamentos sociais de apoio a idosos e fragilizados , em que, muitas
vezes continua a ser evidenciado um carismático caráter institucional e pouco
ou nada integrado na respetiva vizinhança.
Neste mesmo sentido parece ser,
consequentemente, evidente que as intervenções do PHAI3C deverão ser expressiva
e profundamente integradas nas suas envolventes e intrinsecamente “humanizadas”,
pois são basicamente habitação e têm de compensar a eventual compressão e
apurada funcionalidade dos seus espaços privados, designadamente, com a
adequada caracterização funcional e ambiental humanizada, calorosa, amigável e
doméstica nos espaços privados e mesmo nos espaços comuns, embora aqui sejam
também de reforçar os aspetos de sobriedade e dignidade.
Nesta perspectiva e com o recurso a algumas
longas citações comentadas de um importante documento específico, elaborado por
Victoria Bates (6), que vivamente se recomenda, faz-se, nas páginas
seguintes, uma síntese do estado da arte do conceito de «humanização» que tem
sido aplicado em ambientes hospitalares:
. In recent decades, hospital design literature has paid
increasing attention to an apparent need to ‘humanize’ hospital environments.
Despite the prevalence of this design goal, the concept of ‘humanizing’ a space
has rarely been defined or interrogated in depth. … many features of humanistic
design were not revolutionary, but that they were thought to serve a new
purpose in counterbalancing high-technology, scientific and institutional
medical practice. (pg. 2)
Destas considerações pode/deve resultar o
objetivo de que devem ser os próprios residentes os verdadeiros « focos »
no desenvolvimento de cada conjunto do PHAI3C – que integrará de forma o
mais possível natural um dado potencial de apoios específicos de bem-estar e
saúde –, não a respetiva gestão, não o respetivo pessoal, e até não a respetiva
Arquitetura, etc., etc.; embora isto não diminua a importância de todos estes
últimos aspetos, mas tem de existir uma hiererarquia de objetivos de projeto.
Continuando com o mesmo estudo de Victoria Bates:
. In 2005, the South Tees Acute Hospitals NHS Trust
published a study of the ‘art and science of creating environments that prevent
illness, speed healing and promote well-being’ (Macnaughton et al. 2005).
Designing for Health, this publication argued, necessitated ‘humanis[ing] the
“inhospitable” hospital’ in a range of ways, including providing a sense of
control, external views, positive acoustics, natural light, pleasant
fragrances, bodily comfort, varied colour and private space. (pg. 3)
… Ideas about the importance of holistic models of health
care, including healthcare environments, of the value of spaces for reflection
when unwell, of cheerful spaces and distraction for the ill, and of the healing
powers of nature can be traced back for centuries (Hickman 2009). The Lancet
commented in 1866 on the ‘humanising influence’ of ‘neatness and beauty of
arrangement in the wards’ of one typhus hospital (Anon. 1866). A number of the
features later identified as ‘humanistic’ ideals were also evident in famous
examples of Victorian design, such as Florence Nightingale’s emphasis on visual
stimulation, nature and colour in wards. (pg. 4)
. In the hospital context, the health benefits of
technology were rarely in doubt, but the implications of high-technology
environments for experience and care – as opposed to cure – became increasingly
central themes of discussions about hospital operations and design. … patient’s
body was reconceptualized in modernity as a system, with its faulty parts to be
identified and repaired in the hospital (now a ‘machine for healing’). (pg. 5)
Salienta-se, nas últimas citações, ser muito
interessante a ideia do hospital como « máquina de sarar » em
paralelo com a conhecida invenção da « máquina de habitar »
racionalista; era uma época de « máquinas » que foram muito bem
aceites pela « produção » hospitalar, residencial e urbana – neste
caso a cidade como máquina urbana, plena e ao serviço de máquinas automóveis e
de meios para este circularem com fluidez.
Continuando a referir o mesmo estudo de Victoria Bates:
. Scale and the soul: the human in hospital design
- This section will explore three of the different aspects of humanistic design
principles, ... First, it considers the human as not-institutional; this type
of humanistic space took form through the idea of human scale and modelling
hospital spaces on the village or the home. Second, it considers the human
as not-technology; this humanization operated through hiding technologies
and prioritizing natural sensescapes in the hospital. Finally, the article
considers the human as not-biomedical; this form of humanistic design
necessitated environments that addressed patients’ emotional and holistic needs.
(pg. 6)
São aqui apontados, nesta última citação,
muitos elementos vitais no que se refere a uma adequada conceção de iniciativas
onde se integram naturalmente os conjuntos do PHAI3C, desde a questão da
escala humana de uma dada intervenção, que não pode realmente depender apenas
da relação de eficácia com o pessoal de saúde especializado (que está
contabilizado por exemplo em equipamentos com fins semelhantes) e que não
pode de nenhum modo basear-se de modo expressivo nas novas tecnologias, pelo menos,
de forma evidenciada, até ao muito oportuno sublinhar da importância das
paisagens/imagens sensoriais com destaque para as naturais, tal como se aponta no documento que está a ser citado:
. After a mid-century trip to Scandinavia, architect D.
J. Petty and senior medical officer Robert Macdonald Shaw – who later played an
important role in developing the Ministry of Health Hospital Building Notes –
wrote: There were a large number of interesting points we noticed which are
only possible to touch upon. Perhaps one of the most striking was the very
pleasant sense of scale achieved inside the hospitals. There was an air of
quiet welcoming efficiency without any trace of the institutional feeling. We
concluded that two of the reasons for this effect were the comparatively low
ceiling heights … and the widespread use of naturally occurring timbers.
(Shaw and Petty 1955) (pg. 7)
Paralelamente a este aprofundamento do PHAI3C,
que aqui se está a fazer, seria talvez interessante e oportuno – tendo em conta
a próxima construção do grande « Hospital de Todos os Santos » -,
fazer uma pequena viagem comparativa com as caraterísticas de alguns dos novos
hospitais portugueses e lembrando outros ambientes hospitalares lusófonos e
designadamente brasileiros, onde parece que alguns destes ensinamentos foram
tomados em conta mas talvez outros não (ex. entrada sóbria e directa desde a
rua, o sentido de conforto na receção, o sossego, a proteção e mesmo a
intimidade sentidas no percurso que vai até ao quarto e o apurado conforto
ambiental, designadamente, acústico, e o estratégico afastamento acústico e
vidsual/ambiental entre as atividades de enfermagem e a vivência no quarto).
Neste sentido, no documento que está a ser citado,Victoria Bates salienta que:
. In the UK, there were two preferred reference points
for the human scale – as opposed to institutional scale – hospital: the home,
or ‘domestic scale’, and the village.
. Building a hospital community and focusing on healthy
environments to prevent – rather than just cure – disease, he argued, required
architectural as well as functional change: ‘This should be domestic rather
than institutional. This change can be made by reducing the scale of buildings,
by introducing variety of structure and design, and by separating hospital
buildings by other amenities – shops, restaurants, amusements, etc.’ McKeown
suggested building a complex of smaller buildings in line with this vision.
(pg. 8)
. Weeks (1985) supported the nucleus hospital as a route
to the humanistic village model: The departments that make up a hospital
community are separate parts of the organisation, yet they depend on each other
… [A] hospital can have the human scale and easily remembered shape of a
village if the designers try, consciously, to learn from the physical
characteristics of a village.
… in the final decades of the twentieth century. As part
of this move, architects advocated ‘human scale’ and homely spaces to support
wayfinding within units for people with dementia. Dalke, Littlefair, and Loe
(2004) observe that ‘scale and perspective are crucial to understanding the
design of environments for children. (pg. 9)
No caso do PHAI3C pode haver todo o interesse
em “repartir” unidades residenciais e mesmo espaços comuns, não os fazendo
muito grandes, e dando-lhes sentidos sequenciais e orgânicos, o que é até
arquitetónica e economicamente positivo; o PHAI3C não tem de « compensar »
qualquer tipo de tecnologias, mas não deve evidenciar tecnologias e também não
deve evidenciar a diferença relativamente a um edifício habitacional; e isto
parece ser extremamente importante ; mas para além de tudo isto os espaços
privados e comuns associados ao PHAI3C devem embeber, mas de forma totalmente
camuflada, previsões espaciais e funcionais que visem um apoio eficaz a pessoas
fragilizadas.
Continuando com o mesmo documento de Victoria Bates:
Physically, Weeks [John Weeks (1985)] noted, ‘a human
hospital is small, architecturally familiar, nicely decorated, and made of
brick with a lot of flowers and wood inside and lawns and trees outside. It has
a pitched roof and ordinary sized windows’. He did not delve into his reasons
for labelling these physical features as ‘human’, but implicitly aligned nature
with the ‘human’ and situated both in opposition to ‘high technology’
environments. Artistic representations of nature were similarly deemed
‘humanistic’ and constructed as a counterbalance to high-technology hospital
environments. (pg. 10)
O papel da introdução da arte e da relação com
a natureza (em muitas formas possíveis) no sentido da humanização de espaços
ligados ao bem-estar e à saúde de residentes fragilizados, é muito valioso e oportuno, sendo que a concepção arquitectónica por vezes deixa muito pouco
espaço para quaisquer desses dois tipos de elementos; devido, por vezes, às
velhas influências « funcionalistas ».
Ainda na perspetiva da importância da arte na
expressiva humanização de espaços ligados ao bem-estar e à saúde de residentes
fragilizados, e usando-se o exemplo dos excelentes Maggie’s Cancer Caring Centers, poderemos ter
edifícios onde além dos elementos de arte neles integrados são os próprios
edifícios e suas vizinhanças diretas que se constituem como peças de arte
arquitetónica e paiagística, o que é também de extrema e estratégica
importância ; lembrando-se, no entanto, que esta ideias não deverá
sobrepor-se, nas intervenções residenciais e mistas do PHAI3C, a uma qualidade
arquitetónica residencial urbanisticamente bem integrada e marcada por digna
sobriedade, isto porque para além de outros aspetos mais teóricos, trata-se
aqui de tentar agradar a muitos gostos e necessidades, e a uma grande
diversidade de pessoas muitas delas fragilizadas e provavelmente pouco disponíveis
para aderir a partidos formais mais discutíveis.
A propósito dos Maggie’s Centres Victoria Bates aponta, ainda, no documento que está a ser citado:
. Maggie’s Centres, UK drop-in centres for people with
cancer that first opened in Edinburgh in 1996, physically embody all the
features of ‘humanistic’ design outlined above: the buildings are non-institutional,
non-biomedical and non-technological. It is perhaps no surprise that these
centres are so often cited in literature on ‘therapeutic landscapes’ (for
example, Butterfield and Martin 2016). Jencks himself writes that they were
intended as part of a move ‘towards more humane and varied building types’
(Jencks and Heathcote 2010). The buildings emphasize light, nature and
comfort.
. The designs are all individual, and deliberately
situated in opposition to the ‘machine for healing’ model of impersonal health
care. To quote Jencks further: ‘[i]nformal, like a home, a Maggie’s Centre
is meant to be welcoming, domestic, warm, skittish, personal, small-scaled’.
Maggie’s Centres also draw further attention to the materiality of ‘humanistic’
design, including surfaces that are pleasant to touch. (pg. 11)
Com o devido cuidado acrescenta-se, aqui, julga-se a propósito, que nestas temáticas da desejável humanização de espaços onde se integram cuidados de bem-estar e saúde, importa também ter em conta que certos aspetos formais de uma dada arquitetura contemporânea podem levantar algumas questões, designadamente, de « frieza », despersonalização, dificuldade de apropriação, falta de referências espaciais, etc.
Salienta-se, ainda, que os importantes aspetos participativos e de interação mútua dos diversos grupos/categorias de « habitantes » (etários, socioculturais, estado de saúde, residentes, pessoal de apoio, visitantes), poderão estar garantidos pela própria natureza cooperativa e participada, que se defende para o PHAI3C.
4. Aspetos de afetivividade global caraterizadores
de uma habitação adequada para idosos
Subtemáticas do presente item :
(i)
Sobre a importância da afetividade no projeto de habitação adequada a idosos e
algumas definições recomendáveis
(ii) Notas sobre as características físicas e
de saúde do idoso e sobre a sua necessidade de afetividade
(iii) Qualidade de vida, afetividade,
identidade e apropriação residencial
(iv) Considerações sobre espaços habitacionais
adequados e afetivos para os idosos
(v) Aspetos de afetividade espacial e de
suporte de memórias numa habitação bem adequada a idosos
(vi) Síntese relativa a espaços e pormenores
habitacionais considerados especialmente adequados para idosos
Em seguida e aprofundando-se, um pouco mais, a reflexão
que foi feita no último ítem, sobre a desejável humanização dos ambientes
residenciais para pessoas fragilizadas, abordam-se alguns aspetos globais e
sistemáticos de afetivividade que se julga poderem caraterizar uma habitação
adequada para idosos e pessoas fragilizadas.
Inicia-se esta matéria com algumas definições julgadas
oportunas, seguindo-se, depois, uma reflexão sobre a relação entre
caraterísticas comportamentais dos idosos e um ambiente residencial que seja
verdadeiramente sensível, sensorial, apropriável, envolvente e afetuoso e
terminando-se esta matéria com uma pequena viagem pelos espaços e pormenores
habitacionais considerados especialmente adequados para idosos.
Numa conceção residencial dirigida para soluções
intergeracionais especialmente habilitadoras da qualidade de vida diária de
idosos e pessoas fragilizadas, considera-se importante ter em conta as frequentes
relações afetivas dos idosos em relação aos objetos das suas vidas e aos
espaços das suas habitações; condições estas que, ao serem aplicadas a soluções
multifamirares, exigem uma significativa faceta de adaptabilidade e apropriação
na conceção das unidades residenciais privadas e dos espaços comuns.
No sentido específico do PHAI3C este enfoque
na afetividade e capacidade de apropriação dos espaços e dos equipamentos e
serviços disponibilizados é considerado essencial.
(i) Sobre a importância da afetividade no projeto
de habitação adequada a idosos e algumas definições recomendáveis
Nestas matérias associadas à importância
global da afetividade no desenvolvimento de soluções habitacionais adequadas a
idosos – na conceção física das soluções e nos seus modelos de gestão diária e
de serviços prestados – e a título de comentários gerais com importância para a
estruturação do PHAI3C, citam-se e comentam-se, em seguida, excertos do
trabalho de mestrado de Angela Rossane Flores, intitulado « Interferência
da afetividade no projeto de habitação da terceira idade » (com
referências aos respetivos números de páginas): (7) (sublinhado e negrito nossos)
. envelhecimento é um processo que se desenvolve ao longo
da vida das pessoas, mas com manifestações diferentes para cada caso. Por isso
é importante dissociar seus conceitos da visão cronológica. Há jovens com 20,
40 ou 90 anos de idade. Tudo dependerá da postura e do interesse de cada um.
Veras (1994, p. 37) (pg. 34)
. A terceira idade pode ser ainda um vislumbre das
novas possibilidades de um período da vida frequentemente desqualificado e
visto como desprovido de vantagens. Entretanto, é uma fase durante a qual o
indivíduo pode permitir-se fazer concessões a si mesmo, sem culpas e livre das
imposições sociais e das obrigações cotidianas, que acabam tolhendo suas ações
na idade adulta e ativa.
. O processo de envelhecimento possui duas correntes
fortes e opostas: uma que o reconhece como a etapa final da vida, a fase do
declínio que culmina na morte; a outra que o concebe como a fase da
sabedoria, da maturidade e da serenidade (OLIVEIRA et al., 2001). (pg. 35)
Estas considerações são bem interessantes e na
prática muito ligadas a uma adequada fundamentação da relação entre afetividade
e desenvolvimento de soluções residenciais multigeracionais e ligadas ao quadro
específico aplicado no PHAI3C, designadamente, no que se refere à terceira
idade poder ser “uma fase durante a qual o indivíduo pode permitir-se fazer
concessões a si mesmo, sem culpas e livre das imposições sociais e das
obrigações cotidianas” ; e podendo as condições de arquitetura urbana
e pormenorizada do Programa habilitarem os seus residentes para tais
« liberdades ». Neste sentido salienta-se, desde já, que é
necessário que, no âmbito do PHAI3C, os espaços privados, comuns e públicos
próximos proporcionem, duplamente, excelentes condições de privacidade (também
matizada) e de sociabilidade (também matizada); e naturalmente tais condições
apenas serão possíveis com base num excelente e sensível projeto e numa
excelente e sensível gestão diária.
E continuamos com algumas notas históricas,
integradas na última obra referida, de Angela Rossane Flores, e que baseiam esta defesa de uma especial
afetividade nas soluções arquitetónicas e de gestão ligadas ao PHAI3C:
. Na Grécia antiga, a velhice estava relacionada à ideia
de honra, de tal maneira que as palavras que designavam a idade avançada –
“gera, geron”, também significavam “o privilégio da idade, o direito da
ancianidade, ou reputação” (VARGAS, 1994, p. 39). (pg. 37)
. O poder dos idosos decaiu a partir do século I a.C. e
durante todo o Império Romano. Eles reduziram o poder familiar e político,
passando a ficar cada vez mais sós (BEAUVOIR, 1990). (pg. 38)
. Na Idade Média, segundo Beauvoir (1990), o idoso foi
desprezado e julgado dispensável. O renascimento prolongou as tradições da
Idade Media que exaltava a beleza do corpo e a feiúra dos idosos, utilizando-se
de todos os meios para prolongar a juventude. No teatro, nos romances e na
pintura, os idosos eram motivos de escárnio. Nunca a feiura do idoso foi tão
cruelmente denunciada.
. No século XX, continuou a urbanização da sociedade,
tendo como consequência o desaparecimento da família patriarcal
. Neste século XXI muito pouco mudou em relação aos
idosos. O tipo de respeito imposto a essa população nos séculos passados ainda
é mantido, mas os adultos em sua maioria pouca importância dão aos idosos.
Atualmente o significado do envelhecimento assumiu uma visão cientifica e
individualista. “A velhice não é mais considerada como etapa de jornada
espiritual da vida, mas sim como problema a ser enfrentado pela ciência e, em
particular, pela medicina e a tecnologia”. (FRUTUOSO, 1999, p. 38). (pg.
40)
(ii) Notas sobre as características físicas e de
saúde do idoso e sobre a sua necessidade de afetividade
E nestas matérias desenvolve-se, um pouco
mais, ainda com base em citações constantes do estudo intitulado « Interferência da
afetividade no projeto de habitação da terceira idade » de Angela
Rossane Flores, referido à caraterização das condições físicas, funcionais,
mentais, comportamentais e sociais do idoso e suas consequentes necessidades de
uma expressiva afetividade nos seus respetivos quadros residenciais; tal como se cita em seguida:
. As características principais da velhice são: a redução
da capacidade de adaptação ambiental, diminuição da velocidade de desempenho e
aumento da suscetibilidade a doenças. Para Néri (2003, p. 20), as
possibilidades das pessoas com mais de 60 anos terem alguma deficiência é de
quase 50%, ao passo que esse percentual cai para menos de 3% entre as crianças
de zero a quatro anos.
Mudanças físicas graduais e progressivas – Ocorre o
aparecimento de rugas e perda da elasticidade e viço da pele; diminuição da
força muscular, da agilidade e da mobilidade das articulações; aparição de
cabelos brancos e perda dos cabelos entre os indivíduos do sexo masculino;
redução da acuidade sensorial, da capacidade auditiva e visual; distúrbios do
sistema respiratório, circulatório; alteração da memória e outras. Além disso,
há a redução da altura corporal, extremidades ficam mais finas e o tronco mais
grosso, (pg. 40)
Mudanças Psicossociais – ... consciência da aproximação do fim da vida, suspensão da atividade profissional
por aposentadoria, sensação de inutilidade; solidão, afastamento de pessoas de
outras faixas etárias e segregação familiar. Em relação às mudanças cognitivas
entre os 65 e 75 anos são sutis ou até inexistentes (BEE, 1997).
Mudanças funcionais – Os idosos apresentam, em escala
crescente à medida que vão envelhecendo, mudanças funcionais relativas à
necessidade cotidiana. Dentre essas necessidades, destacam-se: a capacidade de
realizar atividades da vida diária, como tomar banho, fazer a toalete,
vestir-se, como também as atividades da vida prática, como fazer compras, pagar
contas, usar meios de transportes, cuidar da própria saúde e manter a própria
integridade e segurança. Portanto essas mudanças refletem-se na capacidade de
os idosos cuidarem de si (NÉRI, 2001). Daí decorre a necessidade de adaptação
de seu espaço de moradia, pois as mudanças funcionais podem interferir na
capacidade de os idosos interagirem e responderem aos estímulos do ambiente.
Diferentes mecanismos de compensação devem ser utilizados com o maior uso de um
dos sentidos em detrimento de outro. (MENDES, 2007). (pg. 41)
(iii) Qualidade
de vida, afetividade, identidade e apropriação residencial
E agora, nestas matérias ligadas ao
desenvolvimento de condições de uma evidenciada afetividade física e de gestão
na disponibilização de soluções residenciais integeracionais, e continuando a
usar o referido estudo de Angela Rossane Flores, centra-se a atenção no
privilegiar de uma qualidade de vida diária com um perfil muito amplo,
individualmente bem marcada e muito estimulante, através dos aspetos que são,
em seguida, citados:
. “Acrescentar vida aos anos e não apenas anos à vida”
(Lema da Gerontological Society of América nos anos 50).
. A busca pela qualidade de vida é uma preocupação
constante do ser humano desde o início de sua existência.(pg. 42)
. ... obter bons
resultados na promoção da saúde, serviços de saúde mental, adoção de estilos de
vida e alimentação saudáveis, atividade física, proteção social e moradia
segura.
. ... os diversos autores citados demonstram que a qualidade de
vida está diretamente relacionada ao nível de satisfação de vida e depende da
inter-relação de vários fatores, como a percepção do bem-estar e da saúde, das
condições físicas e ambientais, da renda, do relacionamento familiar e social.
A essência do conceito de autonomia é a capacidade para autodeterminação, mas
contém, em seu conceito, os elementos: liberdade individual, privacidade,
livre-escolha, autorregulação e independência moral. (pg. 44)
. As atividades da vida diária (AVD) dos idosos são
tarefas pessoais, referentes ao cuidado consigo mesmo e são fundamentais para a
sobrevivência, como o ato de comer e dos cuidados com a higiene pessoal
(FINGER, 1986). Novas abordagens vêm ampliando o conceito das AVD‟s
envolvendo outras habilidades pertinentes ao dia a dia das pessoas, como
atividades da vida prática e de comunicação. (pg. 45)
… o espaço da habitação é muito importante para a vivência
humana. É considerado fonte da identidade espacial e temporal da família e do
ser humano, independente de sua tipologia como espaço construído, pois envolve
caracteristicas subjetivas estabelecidas entre a pessoa e o ambiente.
… Corroboram essa ideia Certeau, Giard e Mayol (1996, p.
203-204) ao afirmarem que os espaços e objetos são os espelhos de seus
moradores e refletem o que eles são :
… a ordem e a desordem, o visível e o invisível, a
harmonia e as discordâncias, a austeridade ou a elegância, o cuidado ou a
negligência, o reino da convenção, toques de exotismo e mais ainda a maneira de
organizar o espaço disponível, por exíguo que seja, e de distribuir nele as
diferentes funções diárias [...] tudo já compõe um “relato de vida”, mesmo antes que o dono da casa
pronuncie a mínima palavra. (pg. 46)
Em todas estas matérias importa ter sempre
presente, na caraterização física e de gestão das soluções residenciais e
urbanas do PHAI3C, o vital objetivo de “acrescentar vida aos anos e não
apenas anos à vida”, um objetivo que bem poderia/poderá ser o lema do
Programa.
(iv) Considerações sobre espaços habitacionais
adequados e afetivos para os idosos
Os caminhos da fusão entre a adequação e a
afetividade residencial em soluções intergeracionais passam pelo
desenvolvimento de espaços urbanos e habitacionais mais amigáveis e habilitados
para pessoas fragilizadas – em termos físicos, mentais e de perceção – e pela
consideração deste objetivo, de um modo sistemático, em todos os níveis físicos
das respetivas intervenções, matérias estas que são, em seguida, apontadas,
continuando a utilizar-se o excelente estudo de Angela Rossane Flores, já
anterior e extensamente citado, intitulado « Interferência da afetividade
no projeto de habitação da terceira idade »: (7)
(a) Considerações
gerais sobre uma habitação mais amigável para as pessoas fragilizadas
As necessidades funcionais e ergonómicas dos
usos domésticos referidos aos idosos e, globalmente, a pessoas fragilizadas, sublinham
a importância da existência de um mobiliário bem integrado/embebido e « inter-associado »
nos espaços da habitação, deixando-se, no entanto, lugares de apropriação para
móveis “familiares”, quadros e fotos.
. Para Flores e Ulbricht (2007), o arquiteto, ao projetar adequadamente a moradia, contemplando a segurança, a funcionalidade, o conforto e, principalmente, considerando as limitações físicas, possibilita que o idoso permaneça em sua residência com garantia de qualidade de vida, pois a moradia pode promover uma autonomia para as atividades de vida diária e reduzir os riscos de acidentes. (pp. 47-48)
(b) Considerações
sobre os espaços de uma habitação mais amigável para pessoas
fragilizadas
Tal como já se apontou, a fusão entre a adequação e a afetividade residencial em soluções intergeracionais exige espaços e recheios espaciais expressivamente amigáveis e habilitados para pessoas fragilizadas, mas cuidando-se de uma igualmente expressiva dignidade e atratividade residencial e urbana dessas soluções, marcadas pela total ausência dos múltiplos estigmas habitualmente associados a soluções para idosos e condicionados na mobilidade e na percepção, e pormenorizadas e metodicamente desenvolvidas em todos os níveis físicos das respetivas intervenções, mas com um cuidado gradualmente acrescido nos espaços de uso mais intenso e próximo.
(v) Aspetos de afetividade espacial e de suporte de memórias numa habitação bem adequada a idosos
As matérias associadas a uma habitação marcada
por aspetos afetivos é de extrema importância, pois não podemos tratar o habitar
dos idosos apenas como um novelo de necessidadea específicas, mas também e
essencialmente como algo com um conteúdo único e de extrema importância, em
termos de memória, conforto, identidade, apropriação e potencialidades de apoio
à vida diária e ao convívio, etc.
As importantes questões de um habitar
habilitador de condições de afetividade espacial global e de testemunho de
histórias de vida constituem mais uma razão para as habitações do PHAI3C serem
especialmente desafogadas, funcionais, capacitadas e apropriáveis, para além de
outros aspectos mais funcionais.
Sobre estas matérias e recorrendo, novamente,
ao estudo de Angela Rossane Flores (7), citam-se mais alguns aspetos
considerados estruturantes das soluções pormenorizadas a desenvolver no âmbito
do PHAI3C:
… O bem-estar psicológico dos idosos está estreitamente associado à satisfação em relação à moradia. Para cada idoso, a casa adquire um significado psicológico único, visto que há laços afetivos que o ligam a esse espaço através da memória do passado (PAUL, 1996). (pg. 57)
. Estudos feitos por Mendes (2007) comprovam a
importância do espaço de moradia para os idosos. Na sua pesquisa Ambiente
domiciliar x Longevidade, ao perguntar para os idosos o que a casa significava,
as respostas foram relacionadas a aconchego, autonomia, sua particular
história, e segurança.
. De acordo com Paul (1996, p31/32), os idosos estão
fortemente ligados ao recheio da sua casa, as quais são depósito de seus bens
pessoais de grande valor sentimental, que lhes trazem lembranças de pessoas,
locais, épocas e acontecimentos que fizeram parte de suas trajetórias de vida.
(pg. 58)
(vi) Síntese
relativa a espaços e pormenores habitacionais considerados especialmente adequados
para idosos
E concluindo-se a longa série de referências
ao estudo de Angela Rossane Flores, fazem-se, em seguida, mais algumas citações visando-se a identificação de algumas notas de
síntese de conceção arquitetónica consideradas importantes na estruturação
básica de soluções residenciais intergeracionais participadas:
. O projetista deve levar em conta o período de maior permanência dos idosos em suas residências e as suas preferências pelos espaços… o período da manhã é o mais importante para ambos os sexos, e os espaços a serem privilegiados são a cozinha e o estar.
… [sobre os] principais ambientes e objetos domésticos
que estabelecem vínculos afetivos com os idosos, a pesquisa mostrou que o
ambiente predileto dos idosos é o estar, e que os objetos de maior apego são
fotos, livros, equipamentos, objetos de decoração (quadros, bibelôs e tapetes),
roupas (cama, mesa e banho) e ferramentas. (pg. 77)
Considera-se, finalmente, que muitos destes
aspetos poderão servir de base de um inquérito a fazer, por exemplo a famílias
que habitem em fogos cooperativos ou geridos por entidades cooperativas.
Notas e bibliografia
(1) Schmid, Aloísio Leoni – Bollnow
e a crítica ao conforto ambiental. São Paulo: Portal Vitruvius
(vitruvius.com.br), arquitextos, 088.03, ano 08, set. 2007.
(2) Behavioural Design Lab (The) - Changing
behaviour by design. Londres: Design Council e Warwick Business School,
2012.
(3) Bartlett School of Planning; CABE – The
value of good design: public perception. Londres: Bartlett School of Planning,
University College London; CABE, 2001.
(4) Commission for Architecture and the Built
Environment (CABE) – Simpler and better- Housing design in everyone’s
interest. Londres, CABE, 2010.
(5) Fischl, G.; Gärling, A. - Triple-E: A
Tool to Improve Design in the Health Care Facilities?. In Fischl, Géza
(ed.) - A Psychosocial Approach to Architectural Design: A Methodological
Study. Luleå: Luleå University of
Technology, Department of Human Work Sciences, Division of Engineering
Psychology , 2004
(6) Bates, Victoria – ‘Humanizing’
healthcare environments: architecture, art and design in modern hospitals.
Bristol, University of Bristol, Department of History, Explore Bristol
Research, Design for Health, DOI: 10.1080/24735132.2018.1436304, Routledge, publicado
online, 15 fev. 2018
(7) Flores, Angela Rossane Benedetto (mestrado) – Interferência da afetividade no projeto de habitação da terceira idade. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2010. Dissertação de mestrado em Arquitetura e Urbanismo incidindo sobre os aspetos de afetivividade na habitação para idosos. Orientador: Prof. Dr. Tarcisio Vanzin.
Notas
editoriais gerais:
(i)
Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a
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individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo
portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
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(iii)
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negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi
recebido na edição.
Qualidade de vida e qualidade pormenorizada na
habitação para idosos e intergeracional “I” - versão de
trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 807
Edição: quarta-feira, 09 de março de 2022
Infohabitar, Ano XVIII, n.º 807
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa.
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade
Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de
Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).
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