Infohabitar,
Ano XIV, n.º 668
Mais alguns esboços aguarelados sobre Olivais Norte, em Lisboa (II)
por António Baptista
Coelho
Esta semana continuamos
a edição simples, quase não comentada, de alguns últimos esboços, mantendo-se
uma “tradição” da Infohabitar, onde já foram editados algumas dezenas de
artigos com esboços diversos.
E continuamos em
Olivais Norte, Lisboa – quem visite o bairro deve sair na estação de Metro da
Encarnação.
Tal como já se
apontou na semana passada, regista-se,
apenas, que Olivais Norte, em Lisboa, o bairro agora esboçado em algumas
vistas, constitui um conjunto habitacional e urbano de pura traça modernista e
sendo, nesta perspectiva, muito provavelmente, o melhor exemplo modernista
português, que alia a esta valia cultural e arquitectónica única uma
extraordinária qualidade de vivência urbana e habitacional; mas, no entanto,
Olivais Norte encontra-se, actualmente e já desde há anos, no que se considera
ser um sensível e crescente estado de pouco cuidado com os seus espaços exteriores
públicos, que é bem evidente, designadamente, durante os meses mais
quentes (devido à ausência de rega), mas também em pavimentos degradados, falta
de mobiliário urbano compatível com o carácter dos espaços, novas intervenções
de reformulação de estacionamentos desenquadradas das originais, etc.; uma
situação que afecta a fruição do espaço público e a sua imagem, e uma situação
para a qual também contribui, intensamente, a contínua “destruição” das
fachadas dos seus excelentes edifícios - verdadeiros marcos da nossa história
habitacional - com marquises, estores e outras intervenções dissonantes.
Será já tempo de se
pensar, urgente e decididamente, em parar esta múltipla e triste
“destruição” do nosso bairro modernista por excelência, e talvez através de uma
aliança estratégica e bem acordada entre município/estado e moradores, partir
para uma gradual, mas bem afirmada, recuperação da imagem urbana pública de
Olivais Norte (integrando espaços públicos e fachadas dos edifícios),
restituindo a este bairro a sua clara importância histórica e cultural, que
poderia ser bem evidenciada, por exemplo, através de um núcleo
interpretativo do Bairro (por exemplo, sediado, estrategicamente num espaço da
estação de metro da Encarnação, centrada no Bairro), e, simultaneamente, revalorizando,
assim, muito significativamente, os seus espaços públicos, edifícios e
habitações - e já há exemplos excepcionais de moradores que, isoladamente,
procuram recuperar a imagem original das suas habitações e até a vizinhança contígua
dos seus espaços públicos, faltando transformar este processo numa dinâmica bem
enquadrada e ampla, que poderá, eventualmente, recorrer a adequadas soluções
inovadoras em termos de imagem produzida/recuperada e de custo/benefício -
benefício este no qual talvez se possam também incluir melhorias das habitações
em termos do respectivo conforto ambiental (pois julga-se que há programas
específicos de apoio a este tipo de intervenções).
E não tenhamos
qualquer dúvida que todos ganharíamos com o início de um processo deste tipo,
pois está bem na hora de alargarmos o sentido patrimonial prático bem para cá
das malhas urbanas e citadinas com centenas de anos; a cidade e neste caso
Lisboa poderá evidenciar um “menu” de bairros histórica e imageticamente sequenciais.
Fig. 01 – sem título
Fig. 02 – sem título
Fig. 03 – sem título
Fig. 04 – sem título
Fig. 05 – sem título
Fig. 06 – sem título
Fig. 07 – sem título
Notas
editoriais:
(i)
Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a
caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de
edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões
expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições
individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo
portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii)
De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado
nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar,
Ano XIV, n.º 668
Mais alguns
esboços aguarelados sobre Olivais Norte, em Lisboa II
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a
Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar,– Associação com sede na
Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).
Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa,
Encarnação - Olivais Norte.
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