Infohabitar, Ano XIV, n.º 669
Mais alguns esboços aguarelados sobre Olivais Norte,
em Lisboa (III)
por António Baptista Coelho
Esta semana concluímos a
edição simples, praticamente não comentada, de alguns últimos esboços,
mantendo-se uma “tradição” da Infohabitar, onde já foram editados algumas
dezenas de artigos com esboços diversos.
E continuamos em Olivais
Norte, Lisboa – quem visite o bairro deve sair na estação de Metro da
Encarnação.
Tal como já se apontou nas últimas
semanas, regista-se, apenas,
que Olivais Norte, em Lisboa, o bairro agora esboçado em algumas vistas,
constitui um conjunto habitacional e urbano de pura traça modernista e sendo,
nesta perspectiva, muito provavelmente, o melhor exemplo modernista português,
que alia a esta valia cultural e arquitectónica única uma extraordinária
qualidade de vivência urbana e habitacional; mas, no entanto, Olivais Norte
encontra-se, actualmente e já desde há anos, no que se considera ser um
sensível e crescente estado de pouco cuidado com os seus espaços exteriores
públicos, que é bem evidente, designadamente, durante os meses mais
quentes (devido à ausência de rega), mas também em pavimentos degradados, falta
de mobiliário urbano compatível com o carácter dos espaços, novas intervenções
de reformulação de estacionamentos desenquadradas das originais, etc.; uma
situação que afecta a fruição do espaço público e a sua imagem, e uma situação
para a qual também contribui, intensamente, a contínua “destruição” das
fachadas dos seus excelentes edifícios - verdadeiros marcos da nossa história
habitacional - com marquises, estores e outras intervenções dissonantes.
Será já tempo de se pensar,
urgente e decididamente, em parar esta múltipla e triste “destruição” do
nosso bairro modernista por excelência, e talvez através de uma aliança
estratégica e bem acordada entre município/estado e moradores, partir para uma
gradual, mas bem afirmada, recuperação da imagem urbana pública de Olivais
Norte (integrando espaços públicos e fachadas dos edifícios), restituindo a
este bairro a sua clara importância histórica e cultural, que poderia ser bem
evidenciada, por exemplo, através de um núcleo interpretativo do Bairro
(por exemplo, sediado, estrategicamente num espaço da estação de metro da
Encarnação, centrada no Bairro), e, simultaneamente, revalorizando, assim,
muito significativamente, os seus espaços públicos, edifícios e habitações
- e já há exemplos excepcionais de moradores que, isoladamente, procuram
recuperar a imagem original das suas habitações e até a vizinhança contígua dos
seus espaços públicos, faltando transformar este processo numa dinâmica bem
enquadrada e ampla, que poderá, eventualmente, recorrer a adequadas soluções
inovadoras em termos de imagem produzida/recuperada e de custo/benefício -
benefício este no qual talvez se possam também incluir melhorias das habitações
em termos do respectivo conforto ambiental (pois julga-se que há programas
específicos de apoio a este tipo de intervenções).
E não tenhamos qualquer dúvida
que todos ganharíamos com o início de um processo deste tipo, pois está bem na
hora de alargarmos o sentido patrimonial prático bem para cá das malhas urbanas
e citadinas com centenas de anos; a cidade e neste caso Lisboa poderá
evidenciar um “menu” de bairros histórica e imageticamente sequenciais.
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Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos
artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo
editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um
significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários
apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores
desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos
mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo
sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e
científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito
significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver
com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo
GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à
respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas
e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do
teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou
negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi
recebido na edição.
Infohabitar, Ano XIV, n.º 669
Mais alguns esboços aguarelados sobre Olivais Norte,
em Lisboa III
Infohabitar
Editor: António
Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Revista do
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional
Infohabitar,– Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de
Habitação Económica (FENACHE).
Apoio à Edição:
José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.
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