Infohabitar, Ano XIII, n.º 611
“Sobre
a Desejável Adaptabilidade das Habitações” – 11 artigos sobre o tema
por António Baptista Coelho
Tal
como foi anteriormente divulgado, a Infohabitar retomou as suas edições
regulares, através da edição de um novo artigo em cada semana,
preferencialmente, logo à segunda-feira, aproveitando-se para, mais uma vez,
enviar um amigável desafio aos leitores no sentido de poderem enviar para o
editor (mail referido no final do artigo) propostas de artigos para edição.
Considerando
que, durante já um número muito significativo de semanas a Infohabitar tem
editado artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver
Melhor”, lembrámo-nos de proporcionar uma “revisão da matéria dada”, antes de
prosseguirmos na edição desta série.
Neste
sentido e neste artigo apresentam-se, em seguida, os títulos interativos dos artigos da série “Habitar e Viver
Melhor”, que abordam temáticas relativas ao elevado potencial de adaptabilidade
que pode ser proporcionado pelas nossas habitações ou “mundos Domésticos”, e
aproveitando-se para acrescentar, no final do artigo, uma muito pequena e
informal nota de reflexão sobres estas apaixonantes e tão atuais matérias.
Em
próximos artigos iremos disponibilizar reflexões sobre a estruturação e os
conteúdos possíveis e desejáveis nos espaços comuns das habitações e, sequencialmente,
nos diversos espaços habitacionais mais privados e personalizados.
Lembra-se
que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o
poder consultar.
Lembra-se,
ainda, que por motivos alheios à Infohabitar, que muito lamentamos e que já apontámos, na Infohabitar, a maior parte dos artigos
desta série editorial não conta, neste momento, com as respetivas ilustrações;
estando, no entanto, disponíveis todos os seus textos, que se caraterizam por
expressiva autonomia relativamente às referidas imagens.
Finalmente
regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar
- Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar
APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de
Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de
setembro de 2017, em boa parte, sediado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e
Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais
apoios disponibilizados por estas entidades.
São
os seguintes os 11 artigos disponibilizados sobre o tema da “Desejável Adaptabilidade das Habitações” (“mundos domésticos”):
Os nossos pequenos mundos domésticos e pessoais: introdução
Mundos domésticos e pessoais: habitação e espaços da habitação, temas de desenvolvimento
Novas formas de habitar
Diversidade na organização habitacional
Algumas reflexões gerais sobre a adaptabilidade doméstica
Adaptabilidade e habitação
Adaptabilidade/flexibilidade e tipologia habitacional
Bons espaços e ambientes domésticos I
Bons espaços e ambientes domésticos II
Viver ao nível térreo I
Viver ao nível térreo II
Sobre
as temáticas associadas e associáveis à matéria geral da “Adaptabilidade das
Habitações ou «Mundos Domésticos»” muito há a dizer e sublinha-se que o que a
seguir se aponta, em alguns parágrafos temáticos, corresponde, apenas, a uma informal
reflexão sobre estes urgentes e importantes assuntos.
Considerando-se
que a racionalidade construtiva e, sequencialmente, de custos tem a ver, muito
mais, com muitos outros aspectos do que com aqueles associados às
características organizativas e formais/funcionais das habitações que nos
envolvem, servem e enriquecem em termos de dia-a-dia; e lembrando que os
actuais modos de projeto/obra proporcionam uma elevadíssima fiabilidade na
execução final das intervenções e uma elevada versatilidade numa concepção
doméstiva capaz de se aproximar de muitos gostos e necessidades habitacionais,
harmonizando estas variadas soluções no quadro de um mesmo edifício; e
lembrando, finalmente, que já seria altura de se desenvolver uma adequada
revisão e fusão regulamentar em todos os aspectos que possam ser hoje considerados
como desactualizados ou criticamente aplicáveis.
Ficamos um pouco com a ideia de que, hoje em dia, cada vez mais poucas desculpas existem para não se desenvolverem excelentes projectos/obras habitacionais, positivamente inovadores, designadamente, na versatilidade formal e funcional das soluções oferecidas e, consequentemente, numa mais íntima ligação aos desejos habitacionais dos moradores, condição esta bem distinta das opções quase “monofuncionais”, organizativa e hierarquicamente rígidas, que marcaram, positivamente, o então inovador funcionalismo/racionalismo arquitectónico, cujas primeiras e mais marcantes obras estarão a aproximar-se de fazer cerca de um século, mas cuja excessiva e mal informada utilização marcou, de forma muito negativa e ampla, o habitat humano, designadamente, no período que se seguiu à 2.ª Guerra Mundial.
Uma excessiva
e mal informada utilização do “funcionalismo urbano e habitacional”, desenvolvida,
seja em intervenções “oficiais”, seja em tantas promoções privadas, que
encontraram nos “preceitos” urbanos e habitacionais racionalistas uma quase
desculpa para a produção massiva, sem escala humana, repetida por vezes
doentiamente, de soluções habitacionais extremamente idênticas (em termos
organizativos, hierárquicos, “ambientais”, etc.), que, tantas vezes, apenas se
distinguiam pelo número de “quartos de dormir” que integravam/integram;
situação esta que gerou, depois, até a sua respectiva e “maquinal” designação por
T0, T1, T2 , T3, etc., consosante o respectivo número de quartos de dormir.
No
artigo aqui editado na passada semana já fizemos uma ponte para a possibilidade
de se desenvolverem edifícios funcionalmente mistos e formal e funcionalmente
diversificados, em termos de variados aspectos com relevo para as soluções de
acessibilidade oferecidas e para a própria dimensão do edifício; e é neste
sentido, que, esta semana, se aborda, aqui na Infohabitar, a habitação, o
“mundo doméstico” de cada um de nós, o ambiente formal e funcional que nos
deverá apoiar e enriquecer no dia-a-dia, também numa perspectiva de potencial diversidade
e adaptabilidade das soluções formais e funcionais disponibilizadas, seja em
termos de novas necessidades e grupos socioculturais e etários a servir (por
exemplo: numerosos idosos, pessoas que vivam sós, cais jovens, condicionados na
mobilidade e na percepção, minorias étnicas , etc.), seja em termos da “simples”
possibilidade de cada família e cada habitante poder ter “uma casa” realmente mais
próxima dos seus sonhos e preferências de habitar.
E há
que acreditar ser este um tema tão inovador como rico, pois, globalmente,
podemos e devemos “refazer” a nossa própria forma de pensar a concepção
habitacional, desde a vizinhança, passando pelos espaços comuns do edifício, até
ao “nosso” mundo doméstico, de formas diversificadas e, há que dizê-lo, positivamente
surpreendentes em termos formais e funcionais. Tal não é fácil, pois boa parte
da nossa formação (designadamente dos arquitectos e engenheiros civis) teve por
base a “cartilha” funcionalista, aliás, bem reforçada na própria base
regulamentar; mas é urgente e essencial repensar as possibilidades de concepção
do habitat humano, naturalmente, centradas na elaboração dos espaços
habitacionais, usando um máximo de referências históricas e de casos de referência,
entre as quais as funcionalistas mas não de forma exclusiva, integrando os
novos meios tecnológicos, considerando as novas necessidades e os novos
problemas e procurando gerar positivas propostas de soluções, que depois deverão
ser adequadamente estudadas em termos de análises pós-ocupação.
Importa,
assim, abordar um amplo leque de formas/soluções habitacionais, considerando,
em cada uma delas, uma adequada diversidade organizacional e de ambiente geral.
Nestas
matérias a adaptabilidade doméstica é assunto incontornável, seja numa base
passiva, em termos de condições habitacionais capazes de servir bem muitos
gostos e necessidades de vida diária, seja numa base razoavelmente activa de
proporcionarem boa capacidade para adequadas e fáceis conversões a desejos de
base e a mudanças de desejos e necessidades residenciais.
Importa,
urgentemente, recuperar uma reflexão sobre o espaço doméstico em que o seu
adequado desenvolvimento funcional se harmonize, em pé de igualdadade, com o
seu adequado e bem apropriado desenvolvimento formal/”ambiental”; pois a nossa “casa”,
essencialmente, não pode ser uma máquina, tem de ser um espaço “envolvente” e amplamente
agradável, em termos espaciais e ambientais, que enriqueça, realmente, a nossa
vida diária, e que, complementarmente, seja um espaço funcionalmente bem estruturado
e equipado.
E em
todos estes aspectos importa considerar, de forma específica, o potencial e a
caracterização específica que corresponde à opção de se viver ao nível térreo;
uma opção que pode e deve ter os seus positivos reflexos, seja a nível doméstico,
seja a nível urbano; o tratamento dos pisos térreos habitacionais e
funcionalmente mistos tem de ser especificamente considerada nas suas
condicionantes e potencialidades.
e a
estas matérias voltaremos …
Notas editoriais:
(i)
Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a
caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de
edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões
expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições
individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo
portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii)
De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado
nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar, Ano XIII, n.º 611
“Sobre
a Desejável Adaptabilidade das Habitações” – 11 artigos sobre o tema
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e
Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar, Revista
do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade
Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de
Habitação Económica (FENACHE).
Apoio à Edição: José Baptista
Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.
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