quinta-feira, setembro 20, 2007

158 - Sobre uma cidade naturalmente segura, I – artigo de António baptista Coelho - Infohabitar 158

  - Infohabitar 158

Sobre uma cidade naturalmente segura

António Baptista Coelho

Sublinha-se que se trata aqui da segurança urbana mais do que da insegurança urbana, e que mesmo assim tal assunto é considerado numa perspectiva que põe em evidência que o tratar-se de tal assunto se justifica porque tal condição é fundamental para uma fruição da cidade e do habitar em plenitude.

Sublinha-se assim que não se trata da segurança urbana por se considerar que este é um tema central, em si mesmo, na sociedade urbana actual, cada vez maior e mais intensa, mas que o tema da segurança e a problemática da segurança são fundamentais para o cumprimento da cidade como adequado sítio de vida, agradável, culturalmente enriquecedor, despoletador de ideias e de vocações e não sítio de inúmeros incómodos e mesmo verdadeiros “castigos”, associados à dificuldade de usar em plenitude e com prazer a rua, o jardim e a vizinhança do habitar de cada um.



A propósito deste assunto global e tão urgente numa sociedade cada vez mais marcada pelas questões da segurança ou da insegurança urbanas, faz-se também uma primeira e, julga-se, oportuna ponte com a divulgação dos dez mandamentos da urbana orientada para a comunidade (a “norte-americana” COP, Community Oriented Policing) um policiamento urbano que está já a ser aplicado em Portugal e que se considera ser muito adequado a uma cidade mais amigável e mais egura.

Faz-se, assim, aqui no Infohabitar, uma primeira e relativamente informal incursão nestas matérias, associando este tema ao tema, igualmente importante, do espaço defensável e ainda, aos temas igualmente importantes, da criação de espaços apropriáveis e amistosos e equilibrados em termos de convivialidade e privacidade, mesmo no exterior, e, finalmente, ao tema, também igualmente importante, de uma gestão local eficaz e humanizada; e no final ainda se referem alguns aspectos associados aos temas, hoje na ordem do dia, da aplicação das novas tecnologias, por exemplo de vídeo-vigilância, e de desenvolvimento, pelas forças de segurança, de uma prática de cooperação com a comunidade.

Sistematizando estes aspectos teremos cinco tipos de factores que podem e devem confluir para se desenvolver uma cidade habitada, que seja, o mais possível, naturalmente segura, o que se conseguirá através do desenvolvimento de:

espaços urbanos defensáveis;
espaços urbanos conviviais e privatizados;
gestão urbana de proximidade eficaz e humanizada;
espaços urbanos apropriáveis e amistosos;
e de condições específicas de segurança urbana aliando o uso da tecnologia disponível e uma orientação privilegiada para a cooperação com a comunidade.

Teremos, assim, uma espécie de pentágono, o que até terá algumas irónicas conotações em termos de segurança, mas acredite-se que foi um acaso; um pentágono cujos vértices são marcados pelos seguintes aspectos:
  • espaços urbanos defensáveis
  • espaços urbanos conviviais e "privatizados"
  • gestão urbana de proximidade eficaz e humanizada
  • espaços urbanos apropriáveis e amistosos
  • polícia urbana orientada para a comunidade



Tais aspectos levar-nos-iam muito longe ainda que num seu singelo ou sumário desenvolvimento e no acompanhar das suas relações com outras temáticas urbanas de primeira linha, mas em vez de esperar que fosse possível considerar toda uma rede desse tipo, optou-se por avançar aqui neste artigo de forma exploratória nestas matérias, comentando com alguma parcimónia cada um desses vértices e deixando para outras oportunidades o respectivo desenvolvimento.

E assim se abordam, sinteticamente, os referidos cinco vértices do pentágono de uma cidade naturalmente segura, terminando até com os aspectos mais ligados à COP e com um brevíssimo comentário conclusivo, que quer deixar linhas abertas para próximos artigos e comentários meus e de outros.


Espaços urbanos defensáveis




Uma imagem de Elvas

“Jogar” na defensibilidade do espaço urbano é algo, que por si só, longe nos levaria. Trata-se de um tema que foi desde sempre caro aos urbanistas e trata-se de uma matéria que, na cidade tradicional, está praticamente resolvida, com naturalidade, pois há por todo o lado vistas mútuas, entre as janelas das habitações e a rua, entre as lojas e a rua e mesmo entre os utentes da rua; há portanto um sentido comunitário ou cívico, um sentido de auto-protecção que corresponde a uma auto-defesa natural dos territórios que são considerados mais “nossos” ou sob a nossa influência.

Há também aqui uma perspectiva mais física e de configuração mútua, que pode ajudar ou dificultar este jogo de visibilidades – num jogo arquitectural que nos deve levar longe mas sempre com clareza, articulando acessos a habitações, vistas naturais de janelas sobre o espaço público, passagens públicas e presença de comércios conviviais – e uma perspectiva mais social, que se liga a questões de números de vizinhos – afinal, de números de “caras” conhecidas – e de equilíbrios, sempre sensíveis, entre diversos grupos socioculturais.




Uma vista de rua em Alvalade/Areeiro, Lisboa

Há ainda aqui um sentido de decisão sobre fechar ou não fechar determinados acessos e onde e como o fazer.

E há finalmente uma grande ligação desta matéria com as matérias da convivialidade e da privacidade, que sejam consideradas as mais adequadas ou as mínimas num meio residencial que, neste caso, tenderá a ser vincadamente urbano; matéria esta que faz a ponte entre o desenho do exterior (rua, praceta, jardim urbano, largo) e o desenho e a caracterização da tipologia edificada.

Como se disse uma matéria que nos leva muito longe, mas é preciso que desde já se diga que todos estes aspectos são para serem verdadeiramente equacionados, seja na própria estruturação e encadeamento dos diversos espaços urbanos e edificados, seja no tratamento de pormenor dos elementos de encerramento, de semi-encerramento/marcação e de vigilância natural ou específica que serão distribuídos por esses encadeamentos espaciais.

Falta dizer que um espaço só é defensável se for bem definido, se estiver bem definido nas suas margens e nos seus conteúdos, se estiver razoavelmente recintado, se não for excessivamente amplo pois neste caso deixa de ser visível e “dominado” pela vista e pelo movimento potencial de quem nele circula e se for claro nos seus conteúdos em termos de eventuais sub-espaços, equipamentos e elementos de comunicação.


Espaços urbanos conviviais e "privatizados"


Trata-se de uma matéria que se liga às restantes (dos restantes vértices do referido pentágono), mas que tem também uma razão de ser bem própria.

É importante sublinhar estas ligações mútuas porque convivialidade e privacidade estão na base, directa e indirecta, de muitos dos aspectos que fazem viver o espaço urbano.

Mas a adequada definição de níveis de privacidade, numa marcação subjectiva e objectiva, é caminho muito andado na implementação de uma segurança urbana naturalmente pressentida; e nesta matéria tem de haver lugar a claras definições de permissão de acesso, mas também deve haver uma cuidadosa ambiguidade.




Uma vista de Portalegre

Ainda quanto à importância da privacidade para a segurança urbana há que sublinhar que há poucos elementos tão efectivos para um sentido de controlo natural do que se passa na rua, do que uma porta aberta de uma habitação, que entreabre e expande um dado mundo doméstico até ao alcance da vista de quem tantas vezes passa horas nesse limiar entre casa e cidade; é real uma tal influência securizadora, sentimo-la quando passamos pelas ruas estreitas de Centros Históricos habitados; e naturalmente que uma tal influência benfazeja também é produzida pelos vãos de janela e pelas sacadas em que quase sentimos o pulsar de quem lá habita quando passamos rente.



Uma vista de Elvas

E finalmente quanto à influência securizadora da convivialidade ela é bem evidente, seja na disseminação de equipamentos conviviais, alguns dos quais ocupam com as suas esplanadas partes do exterior, proporcionando aí pontos de observação estratégicos dos respectivos enfiamentos e perspectivas mais amplas, seja pela pontuação e acompanhamento das sequências urbanas e dos pontos mais estratégicos com equipamentos, seja pela fundamental definição de zonas de vizinhança de proximidade que agrupam conjuntos de residências cujas identidades constituem elementos de primeira linha numa cidade mais segura.


Gestão urbana de proximidade eficaz e humanizada


Naturalmente que a gestão urbana e designadamente uma gestão urbana exercida com eficácia na proximidade directa das habitações e dos equipamentos é um factor de primeira linha numa securização natural do espaço urbano.


Uma vista de Alvalade/Areeiro, Lisboa

Afinal, dominamos melhor e mais naturalmente aquilo a que estamos directamente ligados em termos de processo de gestão e aquilo cuja gestão está clarificada em termos de zonas de responsabilidade e de presença periódica mas efectiva dos respectivos agentes de gestão local de proximidade.
E deixemos o desenvolvimento deste tema para outros artigos desta série.


Espaços urbanos apropriáveis e amistosos

Provavelmente a matéria aparentemente menos objectiva nas que têm sido aqui tratadas, neste artigo, e que integram o referido pentágono é esta do desenvolvimento de espaços urbanos apropriáveis e amistosos.

Mas parece ser claramente entendível se nos lembrarmos da capacidade de apropriação e da amistosidade que caracterizam os espaços urbanos tradicionais.

Um segredo desta relação entre apropriação e segurança é naturalmente que se defende mais aquilo de que mais se gosta e que é considerado como mais “nosso.”

Mas provavelmente esta justificação não é a única, pois talvez uma zona urbana que interiorizamos como mais “amiga,” porque mais afectiva, seja um sítio em que nos comportamos mais à vontade, de certa forma exteriorizando um sentido de segurança natural, condição esta que é consequentemente factor de segurança acrescida.

E há ainda um outro aspecto extremamente objectivo nesta relação entre segurança e amistosidade do espaço urbano que se habita, que é a escala geral e a escala tratada das intervenções, pois naturalmente que uma praceta rodeada de “segundos andares”, transmite como que um estar quase “dentro de casa,” e aí quem é estranho “entra” sentindo-se estranho pois está quase à distância de um braço de quem lá habita e chama “sua” a uma tal praceta.


Uma vista de Alvalade, Lisboa

Mas se a praceta for formada por edifícios de sete ou oito pisos tudo se passa de modo diferente, logo porque o “espaço entre” não tem uma tal “escala do braço e do homem,” pelo menos directamente tem uma escala eventualmente mais “representativa,” e diz-se “directamente,” porque há formas de “rebaixar”, aparentemente, uma tal escala humanizando-a e fazendo transparecer muito mais a presença do homem, mesmo em edifícios mais altos, por exemplo evidenciando galerias exteriores comuns e diversificando vãos exteriores.


Polícia urbana orientada para a comunidade


Nesta matéria de uma acção policial de proximidade é de grande interesse a consulta aos “dez mandamentos” da “polícia orientada para a comunidade” (COP, Community Oriented Policing) expressos por David L. Carter (1) e que aqui se sintetizam:

(i) “A «Polícia Orientada para a Comunidade» é uma filosofia e uma organização estratégica que permite à polícia e à comunidade de residentes trabalhar estreitamente em conjunto e de novas formas para resolver problemas de crime, medo do crime, desordens físicas e sociais e degradação das vizinhanças...

(ii) Exige , em primeiro lugar, que todas as pessoas ligadas à polícia, incluindo o pessoal civil, aprofundem formas e processos de traduzir essa filosofia na prática...

(iii) Para se implementar uma verdadeira «Polícia Orientada para a Comunidade», os departamentos de polícia devem criar e desenvolver um novo tipo de agente de linha, o Agente de Polícia de Comunidade, que actua como uma ligação directa entre a polícia e as pessoas da comunidade...

(iv) O amplo papel do Agente de Polícia de Comunidade exige um contacto contínuo e sustentado com as pessoas cumpridoras da lei na comunidade, de forma a que em conjunto possam explorar soluções criativas para as preocupações locais em termos de crime, medo do crime, desordem e degradação, servindo os cidadãos como voluntários não pagos...

(v) A «Polícia Orientada para a Comunidade» implica um novo contrato entre a polícia e os cidadãos por ela servidos, que ofereça a esperança de ultrapassar a crescente e invasora apatia, mas restringindo-se todos os impulsos para a criação de «vigilantes»...

(vi) A «Polícia Orientada para a Comunidade» junta um elemento de protecção vital ao papel reactivo tradicional da polícia, resultando isto num serviço policial com espectro largo...

(vii) A «Polícia Orientada para a Comunidade» desenvolve novos processos de protecção e de apoio às vidas dos mais vulneráveis – jovens, idosos, minorias, pobres, deficientes e sem-casa...

(viii) A «Polícia Orientada para a Comunidade» promove o uso judicioso da tecnologia, mas também se baseia na ideia de que nada substitui o que humanos dedicados, trabalhando e dialogando em conjunto, podem conseguir...

(ix) A «Polícia Orientada para a Comunidade» deve concretizar um processo totalmente integrado que envolva todos na polícia, com os Agentes de Polícia de Comunidade no papel de especialistas na ligação entre a polícia e as pessoas servidas.

(x) A «Polícia Orientada para a Comunidade» proporciona um serviço à comunidade com características descentralizadas e personalizadas. Assume que a polícia não pode impor ordem na comunidade a partir de fora dela, mas que as pessoas devem ser encorajadas a pensarem na polícia como um recurso que podem usar na ajuda à resolução de problemas que preocupam as comunidades actuais...”





Naturalmente será fundamental aprofundar as relações estratégicas entre espaços de habitar defensáveis, uma actividade de polícia, assim, orientada para a comunidade, e objectivos cívicos e éticos bem definidos, porque a referida e defendida “polícia de comunidade” tem também de ser uma polícia orientada para a defesa e o desenvolvimento de uma verdadeira qualidade de vida, tal como é defendido por William Bratton e William Andrews (2):
“O policiamento da qualidade de vida é importante por três razões. Em primeiro lugar, porque a maioria dos cidadãos é mais sensível a situações como a prostituição, o pequeno comércio de droga, os excessos de ruído, o alcoolismo juvenil e outros delitos menores do que ao grande crime…em segundo lugar … os ambientes convulsos atraem o crime e provocam o medo. Em terceiro lugar, porque os autores de crimes graves também cometem muitas vezes outros tipos de pequenos delitos; o policiamento da qualidade de vida permite aos agentes da polícia intervir junto destes grupos e por vezes impedir a ocorrência de crimes sérios.”

Notas complementares
Entre muitos outros aspectos ficam prometidos três temas complementares para outros artigos desta série e deixam-se também estes temas como desafios positivos aos leitores e eventuais autores de opiniões e pequenos ou grandes textos sobre estes assuntos:
(a) Que condições específicas de segurança urbana poderão ser servidas pelo uso da tecnologia disponível, sem se afectar significativamente a liberdade individual e o uso “livre” da cidade.
(b) Como desenvolver uma orientação privilegiada entre a securização urbana e a cooperação da(s) comunidade(s).
(c) Que experiências já podem ser apontadas nestas áreas, designadamente, em Portugal.

Como este é o primeiro artigo desta série não serão feitos comentários conclusivos. Apenas se refere a importância que sempre terá numa securização urbana quase natural uma cuidadosa e trabalhosa, porque afirmada, associação entre: (i) aspectos de desenho de arquitectura urbana e de integração física; (ii) e de integração e mistura social feita com naturalidade e com um mínimo de “esquecimentos”.

(1) David L. Carter, “Fundamentals of community oriented policing”, s.d.

(2) William Bratton e William Andrews, no livro organizado por Myron Magnet, Paradigma urbano – as cidades no novo milénio (The Millennial City), 2001 (2000), p.112.
Edição em 20 de Setembro de 2007, Lisboa, Encarmação/Olivais Norte
José Baptista Coelho

36 comentários :

Anónimo disse...

-Quando o autor se refere ao tema “sobre uma cidade naturalmente segura”concordo que os cinco pontos foram bem explorados, tais como:

• espaços urbanos defensáveis
• espaços urbanos conviviais e "privatizados"
• gestão urbana de proximidade eficaz e humanizada
• espaços urbanos apropriáveis e amistosos
• polícia urbana orientada para a comunidade

-confesso que quando li este artigo, “aprendi mais sobre arquitectura”, ou seja, reparei nestes pontos que são por vezes esquecidos. Por isso mesmo, em algumas situações, se deve encarar a arquitectura de outra forma, e reparar nestes erros que presentemente estão na arquitectura portuguesa. Pois alguém têm que os verificar e anunciar,.... como fez o autor deste artigo.

André Pereira
aluno de 1º ano arquitectura U.B.I.
Nº ALUNO 21853

Anónimo disse...

Concordo que as cidades têm de ser um sítio onde as pessoas se sintam bem e para isso têm de estar adequadas a quem vive nelas. E para estarem adequadas têm de ser criados vários espaços como o autor refere. Penso que neste texto os diferentes espaços estão bem explicitos para qualquer pessoa. Concordo que os espaços defensáveis já estão em grande parte defenidos. Nos espaços urbanos convivais e privatizados estou de acordo que a sua base é a privacidade. Penso que no sub-titulo gestão urbana de proximidade eficaz e humanizada, não está tão esclarecedor como os outros, mas o autor também diz qual é o motivo disso. Os espaços urbanos apropriáveis e amistosos é outro que contribuem para que as pessoas se sintam bem seguras na cidade.Também a polícia urbana orientada para a comunidade tem como função assegurar o bem estar das pessoas que habitam a cidade. Bem, acho que este texto está muito bem conseguido apesar de ser uma novata nisto. Penso que todos os espaços referidos neste artigo são uma mais valia para as cidades e para aqueles que a habitam.

Ana Martins
Nº 21589
1º ano arquitectura UBI

Anónimo disse...

Li o artigo e reparei com agrado o autor propõe métodos para uma melhor e mais eficaz segurança nas cidades, espero que este artigo seja lido e bem visto por todos, porque com o apoio da comunidade e dos orgãos superiores a vida das populações pode ser melhorada nestes aspectos.
Por pouco daquilo que conheço a segurança anda a tornar-se cada vez menos, um pouco devido à não "inter-ajuda" entre as pessoas da cumunidade e também á falta de agentes da segurança pública.
Portanto,como conclusão penso que os arquitectos tem um papel importante para que esta mensagem chegue mais facilmente a cumunidade e proporcionar um melhor modo de vida às populações.

Maria Madalena Alves Pinto
Aluna do 1.º ano do curso de Arquitectura da U.B.I
Nº 22127

Anónimo disse...

Todos os tópicos tratados pelo autor foram bem explorados, assim após a leitura deste artigo reti informações muito importantes no dia de hoje. Muitas vezes estes pormenores ficam esquecidos e por isso com o decorrer do tempo mais esquecidos estão.
A população de hoje está a ficar com hábitos que não serão os melhores para o futuro e isso irá afectar-nos, assim pessoas como António Baptista Coelho, reparam em pequenos pormenores de grande importância e tentam demonstrá-los à população.
Após esta leitura, reflecti que temos de encarar a arquitectura com outros olhos.

João Pedro Chaves Portelinha
Nº 21986
1º Ano de Arquitectura
UBI

Anónimo disse...

Hoje vivemos numa sociedade em que o que interessa é construir, e o arquitecto com as construções mais maiores e mais ostentosas (nem sempre no bom sentido) é tido como o “senhor”. Isto na minha cidade, Viseu, é bastante notório. Vê-se que há um desleixe enorme por parte dos arquitectos (ou desenhadores/engenheiros), e por sua vez por parte de quem aprova projectos, no que diz respeito a tornar a cidade mais “calorosa” e daí mais segura e acolhedora. Deixou de se fazer uma urbanização para os cidadãos e passou-se a fazer uma urbanização para as grandes massas e empresas (vence sempre a que tiver os escritórios maiores). Já ninguém vai ao mercado da esquina, ou porque o bairro não foi feito para o comércio (este agora cada vez mais, e quase exclusivamente, concentrado nos centros comerciais), ou porque há ali um hipermercado ali ao lado e “alguém” acha que poderá haver um conflito de interesses. Deixou de haver um espaço verde, para haver mais lugares de estacionamento, porque por mais que se queira as garagens são sempre negligenciadas (havendo mesmo quem opte por estacionar o automóvel na rua por julgar que seja mais seguro do que estacionar na sua garagem), deixou de haver um espaço comum, onde numa qualquer tarde se podiam juntar as pessoas mais idosas e conviver ali, ou até uns balouços onde os mais novos se pudessem divertir. Agora interessa que haja estacionamentos, porque isso é que mantém os eleitores satisfeitos (se juntarem umas árvores também ajuda). Agora o pouco convívio que há, é em locais menos apropriados, espaços remediados, o que à partida leva a uma certa marginalização – ou o túnel, ou um parque abandonado, ou até o vão de umas escadas. Ao deixar de haver espaços para se socializar, deixa de se viver em “sociedade”. Vivemos em túmulos de cimento, onde a segurança é cada vez mais posta em causa. Já nem conhecemos o vizinho do 2ºesq, quanto mais o do 7ºdto. O que interessa é construir, não importa como ou para onde, importa é que a obra seja feita. Hoje, com a expansão para os subúrbios, já se começa a ver um crescimento tipo “cogumelo”. Numa rua, onde as casas não passam de um primeiro andar, já há quem projecte um bloco de apartamentos com 3 andares ou mais. Foi prometido um campo sintético, ou até, e mais importante ainda para quem mora ao fundo da rua, saneamento. É triste que se pense em construir, enquanto que nem os romanos viviam sem saneamento. Quem aprova casas, prédios, e tudo mais, sem aprovar infra-estruturas? Como é possível alegar medidas de segurança, instaurar mais um posto de autoridade (como é o caso da polícia municipal) quando tudo continua na mesma, e o crescimento é desmesurado e interesseiro? A passagem de culpas do arquitecto, para quem aprova, para quem constrói e por aí fora, nunca irá vencer o conflito de interesses. Daí, e com pena de ver que isto se faça, não creio que se consiga mudar a curto prazo qualquer problema apontado. Com ou sem tecnologias.

Sílvia Lopes
1ºano Arquitectura UBI; Nº21269

Anónimo disse...

O artigo está realmente muito bem pensado e redigido. Concordo plenamente com a ideia do pentágono e também penso que certos itens deste tema se sobrepõem aos outros, quando a intenção é assegurar uma boa vivência em comunidade. Mas como a minha experiência não é nada vasta, não me sinto capaz de aprofundar certos pontos do artigo. Fiquei, por isso, mais informado e interessado neste tipo de intervenção que qualquer cidade pretende atingir. Infelizmente, na minha cidade, existem enumeras falhas em comparação com a cidade que se tenta idealizar neste artigo. Os itens que realmente mais se fazem notar pela sua ausência são espaços urbanos apropriáveis e amistosos e polícia urbana orientada para a comunidade. Lamego, sendo uma cidade pequena, tem uma enorme abundância de locais vazios e inseguros. Acho que seria proveitoso para a minha cidade natal a aplicação de certos conceitos que tão bem explicam neste artigo. Estarei, por isso, atento a mais artigos que me possam cativar e cultivar no conhecimento do curso que decidi seguir.

José Pedro Guerra
Aluno do 1ºano de Arquitectura U.B.I.
Nº 21311

Anónimo disse...

O artigo está realmente muito bem pensado e redigido. Concordo plenamente com a ideia do pentágono e também penso que certos itens deste tema se sobrepõem aos outros, quando a intenção é assegurar uma boa vivência em comunidade. Mas como a minha experiência não é nada vasta, não me sinto capaz de aprofundar certos pontos do artigo. Fiquei, por isso, mais informado e interessado neste tipo de intervenção que qualquer cidade pretende atingir. Infelizmente, na minha cidade, existem enumeras falhas em comparação com a cidade que se tenta idealizar neste artigo. Os itens que realmente mais se fazem notar pela sua ausência são espaços urbanos apropriáveis e amistosos e polícia urbana orientada para a comunidade. Lamego, sendo uma cidade pequena, tem uma enorme abundância de locais vazios e inseguros. Acho que seria proveitoso para a minha cidade natal a aplicação de certos conceitos que tão bem explicam neste artigo. Estarei, por isso, atento a mais artigos que me possam cativar e cultivar no conhecimento do curso que decidi seguir.

José Pedro Guerra
Aluno do 1ºano de Arquitectura U.B.I.
Nº 21311

Anónimo disse...

Todos estes temas ligados entre si são abordados de forma clara e objectiva explicando bem o urbanismo e o que devemos proteger desse urbanismo. Este artigo ajuda claramente a verificar muitos dos erros que hoje em dia se verificam na nossa arquitectura, o que é certo é que muita pouca gente repara neles.
São muitas vezes, até demasiadas, esquecidos estes pontos mas verificam-se em todo o lado, um pouco por cada rua, um pouco por cada bairro e um pouco por cada cidade e o mesmo se passa na minha (Vila Nova de Famalicão). Dá-se cada vez mais atenção ao interior do que ao exterior, não que não se deva dar ao interior mas que se deva dar mais ao exterior... Um pouco por todo o lado existe muito pouca divulgação destes erros quando dever-se-ia divulgar cada vez mais...

Ricardo Gonçalves
Aluno Nº21929 do 1º ano de arquitecctura da U.B.I.

Anónimo disse...

O artigo está realmente muito bem pensado e redigido. Concordo plenamente com a ideia do pentágono e também penso que certos itens deste tema se sobrepõem aos outros, quando a intenção é assegurar uma boa vivência em comunidade. Mas como a minha experiência não é nada vasta, não me sinto capaz de aprofundar certos pontos do artigo. Fiquei, por isso, mais informado e interessado neste tipo de intervenção que qualquer cidade pretende atingir. Infelizmente, na minha cidade, existem enumeras falhas em comparação com a cidade que se tenta idealizar neste artigo. Os itens que realmente mais se fazem notar pela sua ausência são espaços urbanos apropriáveis e amistosos e polícia urbana orientada para a comunidade. Lamego, sendo uma cidade pequena, tem uma enorme abundância de locais vazios e inseguros. Acho que seria proveitoso para a minha cidade natal a aplicação de certos conceitos que tão bem explicam neste artigo. Estarei, por isso, atento a mais artigos que me possam cativar e cultivar no conhecimento do curso que decidi seguir.

José Pedro Guerra
Aluno do 1ºano de Arquitectura U.B.I.
Nº 21311

Anónimo disse...

Eu concordo que arquitectura não é só criar uma estrutura que seja avaliada pela sua estética. É necessário não esquecer a sua funcionalidade e a sua segurança, criando bem-estar.

Aprendi muito com este artigo, pois aprendi a encarar tanto a arquitectura como a sua funcionalidade e adaptação de maneira diferente. Todos os tópicos estão muito bem abordados. Parabéns!

Maria Silva
aluna do 1ºano de arquitectura (UBI)
Nº aluno: 21232

Anónimo disse...

De facto, o artigo desenvolve aspectos que passariam ao lado de muitos de nós. Quando se fala em segurança, temos a terrível tendência de maximizar a importância da tecnologia, desdenhando o importante apoio que a própria urbanização nos proporciona...
Para uma iniciante de arquitectura, o artigo foi extremamente importante pelo seu carácter rico e esclarecedor.

Ana Maria Morais
1º ano de Arquitectura (UBI)
nº 22042

Anónimo disse...

Na minha opnião as cidades ja foram sinónimo de segurança. Mas hoje em dia, os poucos medos existentes em relação a este meio cresceram bastante, provavelmente devido á violencia e ao crime a este associados. Estes que têm ganho força com o aumento da cidade e perda de algumas defezas, como por exemplo a perda de muros e a criação de certos espaços que mal organizados são propicios a incegurança dos seus habitantes.

Gostei de ler este artigo notóriamente bem elaborado e justificado, que me alertou para alguns aspectos da minha própria cidade e outras, no que diz respeito a segurança e formas de criar espaços publicos.

Carlos Ferreira
Aluno nº 21824
1º ano de Arquitectura da U.B.I.

Anónimo disse...

Na minha opinião este artigo é de grande importância e actualidade. Em especial apercio a posição crítica e informativa que toma para a consciencializaçao pública do problema da segurança no meio urbano dado o aumento do crime e da violência nas cidades.
O artigo mostra o ponto de vista do arquitecto para com a problematica e define 5 de tópicos relacionados com a arquitectura urbana, esses tópicos reunem uma serie de teorias aplicaveis à arquitectura que visam a integração fisica e social para o funcionamento harmonioso do meio urbano que por certas vezes são esquecidos ou nao aplicados.

Andreia Rodrigues
Nº aluno 21676
Aluna 1º ano de Arquitectura da UBI

Anónimo disse...

Com a leitura deste artigo, e após uma reflexão sobre o mesmo, apercebemo-nos como a existência de certos aspectos são fundamentais para o bom funcionamento de uma cidade (os cinco vértices do pentágono), e nos passam despercebidos (de uma forma racional), ainda que tenhamos, inconscientemente, uma vaga noção dos mesmos.
Deste modo, este artigo, permite-nos uma maior compreensão dos factores que intervêm no conceito de cidade, perspectivando-nos um estímulo no sentido de nos tornarmos intervenientes nesse espaço.




Ana Raquel Fareleira,
aluna nº22064 do 1º ano arquitectura U.B.I.

Anónimo disse...

Este artigo salienta de forma esclarecedora todos os constituintes pertencentes à Arquitectura, pois é algo muito mais complexo do que um simples espaço físico, seja público ou privatizado, dado que também confronta e altera os hábitos sociais desse lugar.
Através da leitura, pude aprofundar todos os factores importantes que há que ter em conta em qualquer projecto a realizar, nomeadamente os cinco factores mencionados no pentágono.



Ana Ramos
Aluna nº 21683
1º ano Arquitectura U.B.I.

Anónimo disse...

Este artigo salienta de forma esclarecedora todos os constituintes pertencentes à Arquitectura, pois é algo muito mais complexo do que um simples espaço físico, seja público ou privatizado, dado que também confronta e altera os hábitos sociais desse lugar.
Através da leitura, pude aprofundar todos os factores importantes que há que ter em conta em qualquer projecto a realizar, nomeadamente os cinco factores mencionados no pentágono.


Ana Ramos
Aluna nº 21683
1º Ano Arquitectura U.B.I.

Anónimo disse...

A tendênciaé para construir cada vez mais e em menos tempo, o que leva a esquecermo-nos da funcionalidade das coisas, elas tem que estar em harmonia, como o pentagno de que o autor nos fala. Este artigo realmente é enrriquecedor, e o autor com ele consegue por-nos a reflectir sobre os aspectos "maus" que nos rodeiam em termos de arquitectura.

Joana Santos
Aluna nº21841 do 1ºano de arquitectura da U.B.I

Anónimo disse...

De facto, depois de ler este artigo, concordo plenamente com o autor, a arquitectura não se resume simplesmente a elaborar projectos estéticos. É necessário pensar nos tais cinco pontos do pentágono mencionados no artigo, que actualmente estão se a tornar cada vez mais importantes para a sociedade se sentir segura no seu meio!
Gostei muito de ler este artigo, está muito bem elaborado e todos os tópicos estão muito bem sintetizados!

Lara Neves
Nº aluno: 21583
1º ano de arquitectura UBI

Anónimo disse...

Ao ler este artigo, e ao "olhar" para a minha cidade (Castelo Branco), percebi que o conceito de cidade ou o crescimento dela tem de estar obrigatoriamente ligado à insegurança. Castelo Branco é uma cidade que se desenvolveu imenso nos últimos cinco anos, no entanto acho que esse facto não afectou a segurança da cidade. É certo que Castelo Branco, nem de perto nem de longe, tem a mesma área de Lisboa ou do Porto, mas só vem demonstrar que é possível uma cidade "crescer" sem que exista também o perigo da insegurança. Desta forma, acho que isso só será possível através do pentágono "da segurança" ou "urbano" e da racionalização de todos os intervinientes na vida urbana.
Em suma, todos temos um papel importante na vida da cidade, quer sejamos uma pessoa com muita ou com pouca influência nela.




Vânia Lourenço,
aluna nº21534 1ºAno Arquitectura U.B.I.

Anónimo disse...

Um artigo muito interessante a meu ver, pois muitas vezes as pessoas em geral nao se preocupam muito com a segurança das cidades/ruas até estarem presentes nesses locais, e possivelmente não ligariam este problema à arquitectura. Com este artigo podemos constatar uma vez mais quão importante é o papel do arquitecto dentro de uma cidade, mostra-nos que o arquitecto nao se tem de preocupar apenas em fazer casas bonitas e que fiquem de pé, que também temos outros deveres enquanto projectamos algo.
Por vezes preocupamo-nos em demasia com a protecção da casa em si que nos esquecemos das ruas, no exemplo de ruas de vivendas, as vivendas hoje em dia são concebidas já com uma "barreira" para o exterior, sem qualquer tipo de ligação entre casa e rua, estas hoje em dia vêm maioritáriamente com vedações completamente tapadas em vez de gradeamento, e quando é com gradeamento normalmente estas apresentam uma vasta quantidade de vegetação impedindo qualquer contacto casa/rua, dando assim uma protecção à casa mais arrojada mas deixando a sua rua um pouco "desalojada".


Diogo Cabral nº 19478
Arquitectura - UBI

Anónimo disse...

Após a leitura deste artigo sou indiscutivelmente forçada a concordar com tudo aquilo que referiu.

Para além de nos chamar à atenção para pontos verdadeiramente importante no desenvolvimento e caracterização de uma cidade, deixa-nos ainda, com uma certa vontade de aprofundar ainda mais o tema.

É sem dúvida uma fonte de aprendizagem da qual se retêm algo para melhor olharmos o que nos rodeia.



Joana Martins de Barros
Aluna nº21677 1ºano Arquitectura U.B.I

Anónimo disse...

Após a leitura deste artigo fiquei sensorialmente mais alerta para estes aspectos que embora todos falem neles, são muitas vezes descuidados aquando da concepção da “cidade”. Assim sendo, considerei o artigo elucidativo para estes aspectos que cada vez mais, com o aumento constante dos níveis de criminalidade, se tornam fundamentais em qualquer espaço urbano. O “pentágono”, elaborado pelo autor torna-se então num elemento basilar para um qualquer projecto arquitectónico virado para a urbanização. Assim, como principiante, considero que terá sido bastante enriquecedor, para a minha formação, a assimilação dos conceitos apresentados neste artigo.

Joana Brito
1ºano de arquitectura UBI
aluno nº 21155

Anónimo disse...

De facto o que nos dias de hoje mais preocupa as pessoas é a sua segurança enquanto cidadãos do mundo e, especialmente, da sua cidade apelidada de “nossa”. Porém acho necessário que haja prudência ao lermos o artigo “Sobre uma cidade naturalmente segura “ de António Baptista Coelho para não cairmos em erro, ou seja, uma cidade 100% segura.
Isto tratar-se-ia de uma utopia para ser discutida por “filósofos”, porque é impossível, mesmo que os cincos vértices do pentágono interajam entre si de uma forma excepcional, a criação da tal cidade 100% segura pois a pratica do crime é imputada ao ser de cada indivíduo, e para que este comportamento se altere é necessária, acima de tudo, uma viragem na mentalidade e talvez no foro psíquico de alguns indivíduos.
Porem considero que os cinco vértices do pentágono serão a mais valia para uma cidade naturalmente segura. Se todos eles imiscuírem-se entre si de forma activa e directa será então possível “construir” uma cidade, indubitavelmente, segura – com as cautelas necessárias, claro está! É então necessário começar-se pela raiz, e essa raiz passa por uma planeamento racional e funcional do tecido urbanístico que cabe aos arquitectos em conjunto com engenheiros e respectivos órgãos para ai direccionados, porque sem ovos não se fazem omoletas. É necessário acabarem-se com os monstros, com erros arquitectónicos crassos e pôr-se fim à criação de ghetos. Não devemos com isto descurar os outros vértices também eles importantíssimos, pois não é só a raiz que está na origem da problema.
A criação de uma base sólida é a rampa de lançamento para a conclusão de um bom trabalho.

Vítor Carneiro
Aluno 1º ano de Arquitectura na UBI
Nº aluno: 21860

Anónimo disse...

Concordo absolutamente com tudo o que foi mencionado no artigo, mas dai há prática ainda vai uma grande diferença, pois os grandes centros urbanos já estão estruturados, e por em pratica os pontos referidos é muito complicado. Porem, podemos aplica-los em pequenas cidades que estão em desenvolvimentos mas para isso e preciso que o próprio PDM seja planificado de fora a que a qualidade de vida aumente, mas para além disso e essencial que haja bastante competência por parte entidades que tem a responsabilidade de aprovar os projectos.
A minha pequena cidade do sabugal também tem algumas falhas que facilmente poderiam ser resolvidos se os itens do pentágono lhe fossem aplicados…

Anónimo disse...

Saudações,


Foi-me fácil detectar na minha cidade concelho, Abrantes, os vários pontos considerados pelo autor neste seu artigo. Nomeadamente, e sendo breve, a dicotomia existente entre as periferias - onde podemos encontrar aglomerados de prédios e/ou habitações dispersas -, e o centro da cidade - onde a vizinhança interage instintivamente e em parceria -, sendo esta ultima propensa para uma harmoniosa e agradável vivência.

Felicitações pelo artigo.



Cláudia Santos
Aluna nº 21502
1º ano Arquitectura U.B.I.

Anónimo disse...

As cidades não são mais que evidências concretas duma sociedade, são a realização de um trabalho social que se vai acumulando ao longo dos tempos e que representam expressões do modo de vida das pessoas que nelas se inserem. Sendo assim, é natural que uma cidade seja estruturada gradualmente ao longo do tempo segundo as nessecidades humanas dos indivíduos que se fixam nelas. Esta ideia está bem vincada neste texto. Os factores expostos no texto que sustentam esta ideia são bem reais e visíveis, o que não quer dizer que na prática se adequem TODOS a TODAS as urbes. Pelo menos esta é a minha opinião.
Mas o que importa realçar aqui é a exposição que o autor faz de um planeamento urbanístico, de certo modo utópico, mas nada impossível e que proporcione a todos os cidadãos um modo de vida cuja realização não lhes traga contratempos nas suas actividades do quotidiano e na defesa dos seus patrimónios materiais. É de facto necessário usufruir de meios para poder defender o que é nosso e meios para desfrutar do que é nosso.
Eu por exemplo, vivendo numa cidade, neste caso Pombal, acho indispensável a existência de uma boa organização do espaço urbano para poder usufruir tudo e bem aquilo a que temos direito, como os serviços, espaços de lazer, espaços de trabalho e espaços reservados apenas à nossa vida privada e pessoal.
E para isto devem contribuir entidades competentes para o efeito, como uma polícia urbana orientada para a comunidade, as autarquias e, sem esquecer também, os arquitectos e engenheiros, fundamentais para a edificação da cidade: aqueles que visualizam, projectam e edificam a urbe baseada nas necessidades da sociedade.

Ricardo Domingues
UBI
Curso de Arquitectura
Nº de aluno: 21613

Anónimo disse...

Artigo acima publicado por:
Ricardo Domingues
UBI
Curso de Arquitectura - 1º ano
Nº de aluno: 21613

Anónimo disse...

Saudações,


Foi-me fácil detectar na minha cidade concelho, Abrantes, os vários pontos considerados pelo autor neste seu artigo. Nomeadamente, e sendo breve, a dicotomia existente entre as periferias - onde podemos encontrar aglomerados de prédios e/ou habitações dispersas -, e o centro da cidade - onde a vizinhança interage instintivamente e em parceria -, sendo esta ultima propensa para uma harmoniosa e agradável vivência.

Felicitações pelo artigo.



Cláudia Santos
Aluna nº 21502
1º ano Arquitectura U.B.I.

baltazar 21419 disse...

O artigo em questao, nao é nem mais nem menos que o espelho da maioria das cidades Portuguesas. Infelizmente, estamos inseridos numa sociedade que preveligia a quantidade em vez da qualidade.
Cada vez mais se constroem edificios enormes, com o intuito de se obter o maior lucro possivel.
Como futuro Arquitecto, sinto uma enorme tristeza ao ver este facto, pois na minha opiniao, parte da culpa é de quem projecta as obras, ou seja, os proprios Arquitectos.
Devemos pensar muito seriamente nisto, e ler este artigo várias vezes para nos mentalizarmos que podemos dar a volta a isto, começando a investir mais na qualidade, em detrimento da quantidade.
Na cidade onde vivo, é sem duvida o espelho do meu comentário, controiem-se enormes blocos habitacionais, mas por exemplo, espaços verdes resumem-se a escassos metros, acabamentos, isolamentos, tudo do mais barato possivel, para assim, como já referi, os lucros serem maiores.
Nós Arquitectos, podemos mudar isto.

José Baltazar Abreu
1º ano de Arquitectura na U.B.I.
aluno 21419

Anónimo disse...

o artigo mostra vários aspectos em que o arquitecto deve basear-se. cada vez mais,se nota que não se dá tanta importância ao enquadramento das habitações,é claramente notório em praticamente todas as cidades,que ao pensarem na rentabilização dos espaços deixam um pouco de lado o equilibrio e a funcionalidade. Quando o arquitecto cria prédios de grandes dimensões,também o conforto passa um pouco para segundo plano não só quanto ao interior mas também quanto ao espaço público que envolve o edificio.concordo que todos os aspectos devem ser analisados para que não haja um confronto entre a arquitectura e o homem.

Inês Macedo
1º ano, Arquitectura UBI
nº21132

Anónimo disse...

Concordo com o autor, a Arquitectura não se resume simplesmente ao facto de criar projectos estéticos. É necessário dar o devido valor e reflectirmos nos cinco tópicos aqui abordados que actualmente são de grande valor para a sociedade se sentir bem e segura, que por vezes passam ao lado de toda a gente!
Aprendi muito com este artigo, está muito bem elaborado e num modo geral muito bem sintetizado!

Lara Neves
Nº de aluno: 21583
Aluna do 1º ano de Arquitectura

Anónimo disse...

Acredito que toda a cidade para alcançar um bom ambiente necessita ser segura. Nas grandes cidades tem se vindo a perder essa tranquilidade e nesses casos acredito que as novas tecnolgias venham ajudar a criar espaços urbanos mais adequados a serem habitados. As cidades não são pensadas correctamente e vive-se para construir mais e mais sem se criarem espaços agradáveis. Em grandes cidades, como Lisboa, pode reparar-se nos antigos jardins, grandes zonas arborizadas, e que ultimamente nos novos núcleos deixaram de existir como no caso da minha cidade, o Fundão, que numa grande área preferiu-se fazer uma nova praça municipal e um "centro cívico" que em dias de grande calor é impossível de se frequentar por existirem poucas sombras. Sobresaem assim estes probelmas, como exemplos, que realçam o pouco interesse no bem estar das pessoas.
Outro aspecto que se tem perdido é o contacto entre as pessoas. Enquanto que em bairros antigos de casas de poucos andares as pessoas se conheciam bem e não existiam muitos medos, onde existia mais convívio e cumpllicidade, agora nas novas cidades os prédios criam bairros enormes onde por vezes vizinhos nem se conhecem. São alguns problemas que ao ler este artigo me alertaram para pontos negativos da minha cidade e que me fizeram pensar que se deveria começar a ter em maior atenção.

Pedro Oliveira
Aluno nº 21783
1º ano Arquitectura U.B.I.

Anónimo disse...

O texto apresentado revela uma sincera preocupação com a realidade do meio urbano, sim de facto devemos preocupar-nos devidamente com aquilo que desenhamos ou aprovamos para ser construido em nosso redor, deixando de parte factores financeiros, pensando sempre nas populações em primeiro lugar e na influencia daquilo que as rodeia no seu dia a dia. É de extrema necessidade que as pessoas se sintam confortaveis e seguras para que a vida lhes possa dar algo de bom, a proximidade das comunidades rurais é disso exemplo, pois, todas as pessoas se conhecem, assim, é necessária uma intervenção em favor da segurançae que se sente pela proximidade do nosso vizinho, mesmo que ele viva do outro lado da rua. A policia tem um trabalho de intervenção directa, apesar, do seu carácter quase persuasivo, ou desmoralizador para o agressor, estes ultimos podem ser intimidados por uma arquitectura aberta e sem locais escuros, recheados de lazer e prazer.

Rui Medeiros, Arq.1ºano Nº 21851

andreia enes disse...

No artigo que acabei de ler, refere os princípios de segurança que devemos ter como arquitectos!
Infelizmente, penso que nunca vemos todos estes pontos a ser respeitados!
Se tomar a minha cidade como exemplo,Barcelos, encontro aspectos que respeitam, mas maioritariamente,não.
Ultimamente, os responsáveis, têm apostado em alguns espaços, como em jardins, bons passeios, rotundas bem decoradas, mas o que sempre falhou foi a manutenção das aguas do rio cavado!
Este sempre apresentou um aspecto asqueroso, as aguas completamente sujas, com resíduos que as fabricas libertam.
Outros pontos, que falham, é o respeito pelos outros! Principalmente à quinta feira, que é tradição ser dia de feira!
Nos outros dias, o campo onde é feito este costume, serve de parque de estacionamento gratuito, mas na quinta-feira, a cidade vira um pandemónio! É uma confusão absurda. Os carros em cima dos passeios, estacionados em segunda fila, a invasão dos parques dos hiper-mercados para ter um lugarzinho, os engarrafamentos, as ruas atoladas de pessoas aos empurrões para passarem...
No que se refere à segurança, depende sempre dos lugares que frequentamos e a policia aparece, normalmente, já quando não faz falta! Normalmente encontramos a policia em grupo, em grandes prosas!
Por fim, pelos bancos que encontramos ao longo dos passeios em pedra, encontramos as pessoas com idade mais avançada a falar com os seus companheiros! Só nestes locais é que encontramos civis a falar porque cada vez mais, cada pessoa guardasse na sua "gaiola" (apartamento) sem conhecer o vizinho, e talvez sem sequer lhe ter visto a cara! Infelizmente é assim que acontece, "cada macaco no seu galho".


Andreia Enes
1º ano de Arquitectura
Aluna nº 21645

Anónimo disse...

Este artigo foca questões extremamente interessantes o que me levou a pensar em situações que nunca me tinham chamado a atenção. O facto de se necessitar de todos os pontos focados no artigo para se conseguir uma, passo a citar, uma “cidade naturalmente segura”. Como conseguir um espaço privado mas também de convívio, um espaço seguro que se possa manter “debaixo de olho”, como conseguir espaços em que as pessoas se sintam bem, todas estas questões levam-nos a pensar que o construir/planear uma cidade não deve ser feito sem considerar todas estas questões. Um artigo interessante que nos leva a contestar cada pormenor das cidades dos nossos tempos, e pensar no que pode ser melhorado nestas.

Ana Silva
Nº21690
1ºano de Arquitectura na U.B.I

Anónimo disse...

Lido com muita atenção, chamando-me especial atenção a problemática sobre a "polícia urbana orientada para a comunidade". Esta orientação deverá ser cada vez humanizada e mais multifacetada ou, em meu endender, orientada por um conjunto de vectores importantes que interagem entre si, no interior do muito bem "exposto" pentágono.
Naquele grupo quero destacar:
- Pluralismo social
- Comunidade multi-racial
- Variedade de credos
- Existência de "franjas" sociais
Assim para as forças possam, por entre a sociedade, fazer um real trabalho de aproximação é necessário, antes de tudo, que conhecam e compreendam aquelas (diferenças) realidades.
Quando o ponto de equilíbrio estiver muito próximo, então sim a comunidade olhará para a autoridade com um misto de confiança e compreensão pela acção.
Penso, também, que é aos mais vulneráveis, em esp+ecila crianças e idosos, que aquele equilíbrio fará mais mais ao nível da comunidade.
Por tudo isto comunidades e autoridades deverão esforçar-se para se conseguir, assim espero, esta nova "ordem".

Sílvia Alexandra Martins
UBI - Arquitectura - 1.º Ano