- Infohabitar 46
Realizou-se entre 5 e 9 de Setembro último na Universidade Internacional da Andaluzia em Sevilha a 3ª edição do Curso sobre Habitação intitulado de “Acerca de la Casa”, este ano com o sub-título “El estado de la questión”, para o qual fui convidado para realizar uma intervenção. Escolhi o tema “Habitação para o futuro” o qual se inseria bem no tema geral porque a intenção sob a designação do subtítulo era mais identificar soluções para o futuro do que fazer diagnósticos. O tema da “Habitação para o futuro“ correspondia a um trabalho de investigação realizado no LNEC para a Fundação de Ciência e Tecnologia e por mim coordenado no qual participaram mais activamente investigadores do LNEC (arq.º João Pedro e arq.ª Isabel Plácido) e bolseiros exteriores (arq.º Luís Morgado, arq.ª, Sara Eloy e Arq.ª Joana Mourão).
O curso era destinado a arquitectos e estudantes de arquitectura finalistas e foi coordenado pelo arq.º Francisco Torres, também coordenador das edições anteriores e com importante currículo de professor e profissional ligado à habitação em sentido amplo.
Embora fosse um curso eminentemente disciplinar teve alguma abertura ao papel das Ciências Sociais na reflexão e no projecto da habitação, nomeadamente pela participação da socióloga francesa Monique Eleb conhecida pelos seus trabalhos sobre a cidade e a habitação.
O curso desenvolveu-se durante uma semana iniciando-se todos os dias com uma palestra mais desenvolvida (2H), seguida de uma comunicação de apresentação de projectos de habitação relativos à temática, portanto mais curta (1H), e terminando na parte final da tarde com Mesas Redondas (2H 30), cumprindo assim um horário andaluz que prevê sempre um almoço tardio e uma sesta. Além da participação com a minha palestra assisti a mais duas palestras e a duas Mesas Redondas bem como a três comunicações de apresentação de trabalhos de que darei em seguida breve relato. Esta organização de matérias ao longo do dia pareceu-me eficaz para manter a participação da assistência.
Esta nota informativa que venho partilhar com os membros e simpatizantes do Grupo Habitar não pode infelizmente ser um relato aprofundado dos muitos temas e aspectos relativos à temática e de elevado interesse que foram abordados em Sevilha. Talvez o possa fazer em outra oportunidade e de viva voz. Neste momento farei portanto apenas uma pequena resenha das intervenções o que permite apenas perceber o tipo de temas abordado.
Apresentação do Curso
A Apresentação do Curso foi realizada pelo arq.º Francisco.Torres na qual justificou o tema geral relacionando-o com a actual situação da produção habitacional com poucos modelos novos respondendo ás novas necessidades e, ao invés, com a multiplicação de imagens, sejam de mercado sejam reveladoras de radicalismos arquitectónicos, fruto de algum autismo de promotores e de arquitectos, ainda que por razões distintas, face à sociedade, contudo são imagens muito difundidas pelos media. Referiu também a importância de novos modos de promoção e de produção que combinam facetas típicas do sector público com outras do sector privado se se conseguir que reúnam os aspectos positivos de um e outro sector.
Palestras desenvolvidas
Pela sua elevada preparação académica apresentou de forma sintética um conjunto de factores ou exigências que caracterizam, em geral, a actual modernidade mutável ou “líquida”, e que afectam a habitação em particular, de que se relatam em seguida apenas alguns:
- exigência de grande aprofundamento do conhecimento do que é o espaço habitável humano de proximidade onde quer que uma pessoa esteja;
- alargamento da interdisciplinaridade na análise e na produção, não só pelas disciplinas técnicas como foi tradicional, depois completadas pelas ciências sociais mas também agora pela semiologia e pelas artes visuais;
- exploração de novas possibilidades tecnológicas resolvendo velhas/novas utopias e contradições: abertura para o exterior mantendo o seu valor de refúgio; pré-fabricação e bricolage; flexibilidade conjugando construção e desconstrução; ter comodidade e segurança estando na (ou com a) natureza; etc.;
- integração no espaço e na linguagem formal a virtualidade crescente de referências quotidianas (mais informação e imagens que objectos), o dinamismo dos percursos de vida e a afirmação do individual antes da, e sobrepondo-se à, criação de laços sociais, etc.).
Considerando estas referências abordou a dificuldade em poder definir modelos arquitectónicos estáveis uma vez que os programas e as referências estão em evolução e de forma pouco clara e têm uma expressão muitas vezes apenas virtual ou imaginária. Por esta razão as arquitecturas mais valorizadas pelos críticos e pelos media especializados são as que exprimem uma certa radicalidade, seja no sentido do minimalismo seja no sentido da organicidade, além de outras propostas que se refugiam no regresso ao primeiro moderno ou pela sobreposição de registos como faz por ex.º Rem Koolhaas).
A sua exposição profundamente ilustrada terminou com a referência a um grande projecto urbano residencial misto na periferia de Valência concebido por um arquitecto valenciano que trabalha em Barcelona, Vicent Guallart, em que surgem algumas ideias antes por ele afloradas a nível mais teórico, como seja:
- prioridade à movimentação pedonal no espaço da proximidade;
- bairro residencial com emprego de serviços e equipamentos colectivos não disseminados;
- loteamento respeitando o cadastro;
- mistura social e etária, acessibilidade inclusiva;
- conjugar apartamentos pequenos de diferentes tipologias com muito pequenas áreas sociais privadas e com espaços de convívio e lazer partilhados com os fogos vizinhos.
Os projectos dos edifícios são depois realizados por arquitectos famosos (Manuel Gausa, Toyo Ito, Abalos & Herreros, Torres Nadal, etc.).
Apresentou um conjunto de condições e problemas que ilustram, relativamente à sociedade urbana actual, e particularmente à francesa, a situação de desajuste entre o tipo de casa que é “oferecido” nos edifícios multifamiliares e as necessidades inerentes às novas condições de vida na sociedade urbana de que destacou apenas alguns:
- ritmos de vida dos membros do mesmo agregado de co-habitação não síncronos;
- novas relações de dependência e afirmação de independências;
- novos modos de conviviabilidade internos e externos aos agregados;
- novas aspirações tipológicas (a moradia no multifamiliar);
- necessidade de contemplar espaços autónomos para adolescentes e idosos perto/junto das suas famílias);
- retomar a mistura social, mesmo em cada edifício;
- abertura da casa ao exterior: a espaços exteriores, ou semi-exteriores, privados e verdes.
Depois retomou este discurso ao apresentar um conjunto de propostas de arquitectos franceses, umas mais recentes (séc. XXI), outras mais antigas (anos 70 do séc. passado), umas de arquitectos mais conhecidos como P. Chemetov, Piano, Jean Nouvel, outras de arquitectos menos conhecidos mas experientes em projectos de habitação.
Nestes projectos propunham-se uma ou mais das seguintes soluções:
- baixa altura (3 ou 4 pisos);
- habitação combinando duplex com loft;
- mistura social;
- alojamentos com suites junto à entrada, ou autónomas mas perto desta;
- espaço exterior privado significativo;
- fácil acesso ao exterior comum ou público;
- espaços mais confinados para refeições especiais;
- importância dos arrumos (mesmo fora do fogo).
A propósito refira-se que no regulamento municipal para urbanismo/habitação em Paris é obrigatório destinar em cada edifício 25% da área para alojamentos de tipo social (em França há cerca de 3 níveis de habitação social ou apoiada). Aliás foi referido que a mesma obrigatoriedade existe hoje em Sevilha, só que o valor sobe para 30%. Também foi referido que em Paris é obrigatório ter um espaço comum em todos os edifícios onde se preveja residirem mais de 100 pessoas.
A minha intervenção reflectia essencialmente os resultados de um dos três Estudos do Projecto de investigação intitulado “A Habitação do Futuro”, concretamente sobre “Tipologias Emergentes” porque foi o que coordenei mais directamente.
A abordagem que fiz tratava na sua parte inicial muitos dos aspectos referidos por Monique Eleb e por Ramon Moreno e, na parte final da apresentação incluía, entre muitas outras, as soluções preconizadas por M. Eleb. Cumprindo a habitual metodologia do LNEC e como o objectivo do referido Projecto também era, essencialmente, o de apresentar o ponto de situação europeu sobre o tema, a abordagem das questões sociológicas e tipológicas foi feita de forma sistemática e extensa, tipo de exposição que não é possível reproduzir aqui mas que talvez possa vir a ser apresentada oportunamente a interlocutores nacionais.
Curiosamente o Projecto de investigação abordou um conjunto de outros aspectos que entendemos serem centrais na nova modernidade, com relevo para as TIC e para a ecologia, mas que foram pouco ou nada abordados pelos dois outros palestrantes, embora um os tenha referidos como tendo sido nucleares no anterior curso de “Acerca de la Casa”.
É muito difícil transmitir ideias arrumadas a partir de uma Mesa Redonda nomeadamente pela multiplicidade de contribuições da Mesa e da assistência. Como referi antes só assisti a duas Mesas Redondas tendo participado na primeira como membro da Mesa.
O tema central da 1ª Mesa Redonda era a inovação e que tipo de inovação. Rapidamente o debate polarizou-se em torno do mercado versus a inovação arquitectónica. Esta inovação tende a ser mais ampla do que a inovação habitacional, sendo rara na habitação para o grande número. Além disso, como questiona Monique Eleb, interessa saber se os arquitectos produzem o tipo de inovação que verdadeiramente interessa às pessoas. Neste sentido sublinhou-se a importância dos factores arquitectónicos residenciais para a identidade habitacional das pessoas, ou seja a consideração das culturas e das características específicas dos grupos sociais, devendo ter-se muito cuidado em que estes aspectos não sejam postos em causa, nomeadamente nos aspectos que as pessoas depois não podem transformar ou se apropriar.
Um outro grande vector do debate centrou-se no papel do mercado, nomeadamente questionando se este podia resolver todas as necessidades de inovação por estar interessado em satisfazer essas necessidades mas apenas para vender mais. Foi referido que esta seria uma via um tanto ingénua na medida em que o mercado, neste caso, tem um papel dúplice porque, por um lado, cria imagens de referência nos media e no “marketing” às quais vem depois dar resposta com aproximações geralmente de qualidade muito inferior comparativamente com o que aquelas imagens idílicas que promoveu sugeriam. Contudo o mercado através das disponibilidades de consumo (tipos de casa, tipos de equipamentos e serviços) satisfaz muitas das necessidades mais ou menos genuínas mais ou menos positivas. Então qual o papel dos arquitectos:
(i) será apenas fazer uma arquitectura imposta por fora?
(ii) será fazer uma macro arquitectura ou arquitectura da envolvente para que depois os bens de consumo, a autoconstrução e os tempos livres resolvam o recheio em sentido amplo ?
Participei neste debate pouco acrescentando e pouco resolvendo, contudo pus também “em cima da mesa” a necessidade de pensar “a casa do futuro” e a inovação também em função de objectivos novos sobre a cidade como a ecologia, a escassez de recursos, as obrigações sociais e de sustentabilidade por parte da economia privada, a necessidade de contemplar a diversidade social e de entender a complexidade urbana reforçando os instrumentos de participação, de controlo democrático e a responsabilidade de técnicos e políticos. Perante estas questões houve imediatamente a reacção de questionar se a Universidade deveria participar em reflexões e estratégias reformistas, mesmo que de um reformismo radical, ou se deveria antes trabalhar e propor modelos ideais que sirvam como objectivos de referência para a sociedade e o sector produtivo lato senso.
(para ilustrar um pouco a temática abordada e o ambiente geral em que decorreu o curso juntam-se duas imagens expressivas da tradicional arquitectura residencial sevilhana, relativas à chamada Casa de Pilatos, em Sevilha)
A 2ª Mesa Redonda tinha como tema a envolvente à habitação e os edifícios. Contudo o tempo, mais que o debate foi monopolizado por uma longa intervenção de Monique Eleb sobre a importância do 2º Movimento Moderno, dos anos 50 e 60, período em que se valorizou os conceitos de “habitat residencial humanizado” e de “unidade de vizinhança”, com os seus standards, de origem britânica, teoria que hoje importa recuperar para a reabilitação urbana.
Contudo o Prof. José Ramon Serrano ainda apelou para que a actividade disciplinar de arquitectura residencial promovesse, tanto por uma via científica de tratamento sistemático da informação técnica e dos modelos tipológicos ( à semelhança do trabalho do LNEC apresentado), como pela via da concepção radical de ideias espaciais e formais dos arquitectos em resposta a solicitações estéticas de uma nova arquitectura residencial, explorada pelos arquitectos de vanguarda e que ele apresentou na sua palestra, concluindo que cabe às escolas e aos profissionais, e provavelmente ao mercado, combinar as duas linhas.
Como referi antes, só pude assistir a três comunicações deste tipo, todas elas muito interessantes, mas tratando-se da apresentação de projectos residenciais pelos seus autores é quase impossível reproduzi-las aqui com eficácia e economia.
Arq.º Rafael de la Hoz
Trata-se do filho de um muito conhecido Presidente da União Internacional de Arquitectos. Apresentou projectos de habitação multifamiliar para a classe média com uma arquitectura de qualidade e profissionalismo. Referem-se aqui apenas algumas questões laterais aos seus projectos mas com interesse para a arquitectura portuguesa.
A primeira é sobre a importância da colaboração continuada entre uma empresa de construção/promoção (sempre a mesma) empenhada na qualidade da arquitectura e da obra e um mesmo arquitecto, também de qualidade, empenhado no diálogo e na concertação positiva em torno de boas e eficazes soluções, este é o caso que se passa com ele.
A segunda refere-se ao facto de a Fundação Tusquets ter um prémio de arquitectura ao qual só se podem candidatar edifícios com pelo menos 25 anos de construídos para que se avalie se resistiram funcional e fisicamente ao tempo.
A terceira refere-se a aspectos interessantes da legislação espanhola relacionada com o projecto e a construção e que recomendam que só ganharíamos em conhecê-la melhor: (i) a importância dada à intervenção do arquitecto durante a obra até ao fim desta, auferindo por isso nesta fase 30% do total dos honorários; (ii) a exigência de que os espaços comuns dos edifícios multifamiliares sejam bem iluminados e bem ventilados por via natural.
Arq.ª Izaskun Moreno
Esta é uma arquitecta membro de uma equipa jovem que se tem apresentado a concursos com projectos de elevada inovação de elevada inovação formal e funcional e com preocupação de sustentabilidade, além disso estes arquitectos fazem a apresentação dos seus trabalhos de forma aliciante e inovadora usando as novas tecnologias. São soluções com algum radicalismo e não concretizáveis com simplicidade, por isso estes arquitectos têm tido prémios e menções honrosas mas não para construir. Seria interessante que os estudantes finalistas das nossas escolas conhecessem estes trabalhos.
Arq.º Vicent Guallart
É o arq.º já referido a propósito da proposta de expansão urbana em Valência denominada “Sociopolis”. Apresentou uma interessante obra concluída como segunda residência multifamiliar à borda do Mediterrâneo, um projecto urbano de um outro bairro de expansão urbana para Valência em que utilizou maquetas virtuais, simplificadas mas dinâmicas, para dar imagens de soluções volumétricas alternativas que se transformavam umas nas outras embora com a mesma densidade. Este procedimento permitia verificar ao mesmo tempo a evolução de várias características como a escala, a iluminação natural do espaço urbano, etc..
Fez também a apresentação do projecto de uma torre que foi a sua contribuição arquitectónica no conjunto urbano da referida “Sociopolis”. Nesta torre explora o conceito de espaço comum partilhado por 2 ou 3 fogos pequenos do mesmo piso, tendo cada fogo um espaço reduzido (o mínimo exigido pela lei espanhola de 25m2/pessoa) ficando no espaço partilhado as actividades de estar, convívio e lazer e uma cozinha grande, arrumos, etc., ambos muito equipados, ficando atribuída em média a cada agregado de co-habitação cerca de 115m2 de área útil dos quais 90m2 são partilhados. Na torre, de cerca de 30 pisos, há diversas soluções quer de tipos de fogos, quer de tipos de espaços partilhados. Os fogos correspondem ao que no estudo do LNEC se denomina de habitação para pequenos grupos de co-habitação com modo de vida urbano e dinâmico, mas aqui assumidos de uma forma mais radical.
Conclusão
Estreio-me nesta nova forma “bloguiana” de comunicar experiências. É aparentemente uma forma um pouco seca e fria mas, muitas vezes é a que é possível hoje, outras formas por ventura mais ricas e sofisticadas provavelmente acabariam por não se concretizar. Peço desculpa a todos e especialmente aos arquitectos a quase falta de imagens. Os organizadores do Curso pensam vir a publicar os trabalhos apresentados tal como o fizeram nas anteriores edições de “Acerca de la Casa”.
Aguardo comentários “bloguianos” esperando que eles me estimulem a reagir para cumprir o novo procedimento comunicacional até ao fim.
Até breve.
António Reis Cabrita
Foi com grande prazer e sem recurso a pormenores de apresentação, tornados desnecessários, porque o bom e velho amigo, arquitecto, professor, investigador coordenador do LNEC e membro da Direcção do Grupo Habitar, António Reis Cabrita é bem conhecido de todos, que se apresentou a primeira, das sua colaborações no Infohabitar.
Este é um texto cheio de conteúdos variados, todos com grande interesse, motivadores de reflexão e aprofundamento, e todos ligados às nossas matérias do habitar. Fica “não no ar” a ideia de, entre nós, e com um perfil semelhante podermos realizar uma acção deste tipo, naturalmente da iniciativa do Grupo Habitar.
Sendo embora um texto com alguma dimensão optou-se pela sua edição integral de forma a permitir-se a sua leitura mais adequada.
ABC
“ACERCA DE LA CASA” – Curso em Sevilha
Relato de António Reis CabritaRealizou-se entre 5 e 9 de Setembro último na Universidade Internacional da Andaluzia em Sevilha a 3ª edição do Curso sobre Habitação intitulado de “Acerca de la Casa”, este ano com o sub-título “El estado de la questión”, para o qual fui convidado para realizar uma intervenção. Escolhi o tema “Habitação para o futuro” o qual se inseria bem no tema geral porque a intenção sob a designação do subtítulo era mais identificar soluções para o futuro do que fazer diagnósticos. O tema da “Habitação para o futuro“ correspondia a um trabalho de investigação realizado no LNEC para a Fundação de Ciência e Tecnologia e por mim coordenado no qual participaram mais activamente investigadores do LNEC (arq.º João Pedro e arq.ª Isabel Plácido) e bolseiros exteriores (arq.º Luís Morgado, arq.ª, Sara Eloy e Arq.ª Joana Mourão).
O curso era destinado a arquitectos e estudantes de arquitectura finalistas e foi coordenado pelo arq.º Francisco Torres, também coordenador das edições anteriores e com importante currículo de professor e profissional ligado à habitação em sentido amplo.
Embora fosse um curso eminentemente disciplinar teve alguma abertura ao papel das Ciências Sociais na reflexão e no projecto da habitação, nomeadamente pela participação da socióloga francesa Monique Eleb conhecida pelos seus trabalhos sobre a cidade e a habitação.
O curso desenvolveu-se durante uma semana iniciando-se todos os dias com uma palestra mais desenvolvida (2H), seguida de uma comunicação de apresentação de projectos de habitação relativos à temática, portanto mais curta (1H), e terminando na parte final da tarde com Mesas Redondas (2H 30), cumprindo assim um horário andaluz que prevê sempre um almoço tardio e uma sesta. Além da participação com a minha palestra assisti a mais duas palestras e a duas Mesas Redondas bem como a três comunicações de apresentação de trabalhos de que darei em seguida breve relato. Esta organização de matérias ao longo do dia pareceu-me eficaz para manter a participação da assistência.
Esta nota informativa que venho partilhar com os membros e simpatizantes do Grupo Habitar não pode infelizmente ser um relato aprofundado dos muitos temas e aspectos relativos à temática e de elevado interesse que foram abordados em Sevilha. Talvez o possa fazer em outra oportunidade e de viva voz. Neste momento farei portanto apenas uma pequena resenha das intervenções o que permite apenas perceber o tipo de temas abordado.
Apresentação do Curso
A Apresentação do Curso foi realizada pelo arq.º Francisco.Torres na qual justificou o tema geral relacionando-o com a actual situação da produção habitacional com poucos modelos novos respondendo ás novas necessidades e, ao invés, com a multiplicação de imagens, sejam de mercado sejam reveladoras de radicalismos arquitectónicos, fruto de algum autismo de promotores e de arquitectos, ainda que por razões distintas, face à sociedade, contudo são imagens muito difundidas pelos media. Referiu também a importância de novos modos de promoção e de produção que combinam facetas típicas do sector público com outras do sector privado se se conseguir que reúnam os aspectos positivos de um e outro sector.
Palestras desenvolvidas
José Ramon Serrano (Prof. da Escola Técnica Superior de Arquitectura de Sevilha)
Pela sua elevada preparação académica apresentou de forma sintética um conjunto de factores ou exigências que caracterizam, em geral, a actual modernidade mutável ou “líquida”, e que afectam a habitação em particular, de que se relatam em seguida apenas alguns:
- exigência de grande aprofundamento do conhecimento do que é o espaço habitável humano de proximidade onde quer que uma pessoa esteja;
- alargamento da interdisciplinaridade na análise e na produção, não só pelas disciplinas técnicas como foi tradicional, depois completadas pelas ciências sociais mas também agora pela semiologia e pelas artes visuais;
- exploração de novas possibilidades tecnológicas resolvendo velhas/novas utopias e contradições: abertura para o exterior mantendo o seu valor de refúgio; pré-fabricação e bricolage; flexibilidade conjugando construção e desconstrução; ter comodidade e segurança estando na (ou com a) natureza; etc.;
- integração no espaço e na linguagem formal a virtualidade crescente de referências quotidianas (mais informação e imagens que objectos), o dinamismo dos percursos de vida e a afirmação do individual antes da, e sobrepondo-se à, criação de laços sociais, etc.).
Considerando estas referências abordou a dificuldade em poder definir modelos arquitectónicos estáveis uma vez que os programas e as referências estão em evolução e de forma pouco clara e têm uma expressão muitas vezes apenas virtual ou imaginária. Por esta razão as arquitecturas mais valorizadas pelos críticos e pelos media especializados são as que exprimem uma certa radicalidade, seja no sentido do minimalismo seja no sentido da organicidade, além de outras propostas que se refugiam no regresso ao primeiro moderno ou pela sobreposição de registos como faz por ex.º Rem Koolhaas).
A sua exposição profundamente ilustrada terminou com a referência a um grande projecto urbano residencial misto na periferia de Valência concebido por um arquitecto valenciano que trabalha em Barcelona, Vicent Guallart, em que surgem algumas ideias antes por ele afloradas a nível mais teórico, como seja:
- prioridade à movimentação pedonal no espaço da proximidade;
- bairro residencial com emprego de serviços e equipamentos colectivos não disseminados;
- loteamento respeitando o cadastro;
- mistura social e etária, acessibilidade inclusiva;
- conjugar apartamentos pequenos de diferentes tipologias com muito pequenas áreas sociais privadas e com espaços de convívio e lazer partilhados com os fogos vizinhos.
Os projectos dos edifícios são depois realizados por arquitectos famosos (Manuel Gausa, Toyo Ito, Abalos & Herreros, Torres Nadal, etc.).
Monique Eleb
Apresentou um conjunto de condições e problemas que ilustram, relativamente à sociedade urbana actual, e particularmente à francesa, a situação de desajuste entre o tipo de casa que é “oferecido” nos edifícios multifamiliares e as necessidades inerentes às novas condições de vida na sociedade urbana de que destacou apenas alguns:
- ritmos de vida dos membros do mesmo agregado de co-habitação não síncronos;
- novas relações de dependência e afirmação de independências;
- novos modos de conviviabilidade internos e externos aos agregados;
- novas aspirações tipológicas (a moradia no multifamiliar);
- necessidade de contemplar espaços autónomos para adolescentes e idosos perto/junto das suas famílias);
- retomar a mistura social, mesmo em cada edifício;
- abertura da casa ao exterior: a espaços exteriores, ou semi-exteriores, privados e verdes.
Depois retomou este discurso ao apresentar um conjunto de propostas de arquitectos franceses, umas mais recentes (séc. XXI), outras mais antigas (anos 70 do séc. passado), umas de arquitectos mais conhecidos como P. Chemetov, Piano, Jean Nouvel, outras de arquitectos menos conhecidos mas experientes em projectos de habitação.
Nestes projectos propunham-se uma ou mais das seguintes soluções:
- baixa altura (3 ou 4 pisos);
- habitação combinando duplex com loft;
- mistura social;
- alojamentos com suites junto à entrada, ou autónomas mas perto desta;
- espaço exterior privado significativo;
- fácil acesso ao exterior comum ou público;
- espaços mais confinados para refeições especiais;
- importância dos arrumos (mesmo fora do fogo).
A propósito refira-se que no regulamento municipal para urbanismo/habitação em Paris é obrigatório destinar em cada edifício 25% da área para alojamentos de tipo social (em França há cerca de 3 níveis de habitação social ou apoiada). Aliás foi referido que a mesma obrigatoriedade existe hoje em Sevilha, só que o valor sobe para 30%. Também foi referido que em Paris é obrigatório ter um espaço comum em todos os edifícios onde se preveja residirem mais de 100 pessoas.
António Reis Cabrita
A minha intervenção reflectia essencialmente os resultados de um dos três Estudos do Projecto de investigação intitulado “A Habitação do Futuro”, concretamente sobre “Tipologias Emergentes” porque foi o que coordenei mais directamente.
A abordagem que fiz tratava na sua parte inicial muitos dos aspectos referidos por Monique Eleb e por Ramon Moreno e, na parte final da apresentação incluía, entre muitas outras, as soluções preconizadas por M. Eleb. Cumprindo a habitual metodologia do LNEC e como o objectivo do referido Projecto também era, essencialmente, o de apresentar o ponto de situação europeu sobre o tema, a abordagem das questões sociológicas e tipológicas foi feita de forma sistemática e extensa, tipo de exposição que não é possível reproduzir aqui mas que talvez possa vir a ser apresentada oportunamente a interlocutores nacionais.
Curiosamente o Projecto de investigação abordou um conjunto de outros aspectos que entendemos serem centrais na nova modernidade, com relevo para as TIC e para a ecologia, mas que foram pouco ou nada abordados pelos dois outros palestrantes, embora um os tenha referidos como tendo sido nucleares no anterior curso de “Acerca de la Casa”.
Mesas Redondas
É muito difícil transmitir ideias arrumadas a partir de uma Mesa Redonda nomeadamente pela multiplicidade de contribuições da Mesa e da assistência. Como referi antes só assisti a duas Mesas Redondas tendo participado na primeira como membro da Mesa.
O tema central da 1ª Mesa Redonda era a inovação e que tipo de inovação. Rapidamente o debate polarizou-se em torno do mercado versus a inovação arquitectónica. Esta inovação tende a ser mais ampla do que a inovação habitacional, sendo rara na habitação para o grande número. Além disso, como questiona Monique Eleb, interessa saber se os arquitectos produzem o tipo de inovação que verdadeiramente interessa às pessoas. Neste sentido sublinhou-se a importância dos factores arquitectónicos residenciais para a identidade habitacional das pessoas, ou seja a consideração das culturas e das características específicas dos grupos sociais, devendo ter-se muito cuidado em que estes aspectos não sejam postos em causa, nomeadamente nos aspectos que as pessoas depois não podem transformar ou se apropriar.
Um outro grande vector do debate centrou-se no papel do mercado, nomeadamente questionando se este podia resolver todas as necessidades de inovação por estar interessado em satisfazer essas necessidades mas apenas para vender mais. Foi referido que esta seria uma via um tanto ingénua na medida em que o mercado, neste caso, tem um papel dúplice porque, por um lado, cria imagens de referência nos media e no “marketing” às quais vem depois dar resposta com aproximações geralmente de qualidade muito inferior comparativamente com o que aquelas imagens idílicas que promoveu sugeriam. Contudo o mercado através das disponibilidades de consumo (tipos de casa, tipos de equipamentos e serviços) satisfaz muitas das necessidades mais ou menos genuínas mais ou menos positivas. Então qual o papel dos arquitectos:
(i) será apenas fazer uma arquitectura imposta por fora?
(ii) será fazer uma macro arquitectura ou arquitectura da envolvente para que depois os bens de consumo, a autoconstrução e os tempos livres resolvam o recheio em sentido amplo ?
Participei neste debate pouco acrescentando e pouco resolvendo, contudo pus também “em cima da mesa” a necessidade de pensar “a casa do futuro” e a inovação também em função de objectivos novos sobre a cidade como a ecologia, a escassez de recursos, as obrigações sociais e de sustentabilidade por parte da economia privada, a necessidade de contemplar a diversidade social e de entender a complexidade urbana reforçando os instrumentos de participação, de controlo democrático e a responsabilidade de técnicos e políticos. Perante estas questões houve imediatamente a reacção de questionar se a Universidade deveria participar em reflexões e estratégias reformistas, mesmo que de um reformismo radical, ou se deveria antes trabalhar e propor modelos ideais que sirvam como objectivos de referência para a sociedade e o sector produtivo lato senso.
(para ilustrar um pouco a temática abordada e o ambiente geral em que decorreu o curso juntam-se duas imagens expressivas da tradicional arquitectura residencial sevilhana, relativas à chamada Casa de Pilatos, em Sevilha)
A 2ª Mesa Redonda tinha como tema a envolvente à habitação e os edifícios. Contudo o tempo, mais que o debate foi monopolizado por uma longa intervenção de Monique Eleb sobre a importância do 2º Movimento Moderno, dos anos 50 e 60, período em que se valorizou os conceitos de “habitat residencial humanizado” e de “unidade de vizinhança”, com os seus standards, de origem britânica, teoria que hoje importa recuperar para a reabilitação urbana.
Contudo o Prof. José Ramon Serrano ainda apelou para que a actividade disciplinar de arquitectura residencial promovesse, tanto por uma via científica de tratamento sistemático da informação técnica e dos modelos tipológicos ( à semelhança do trabalho do LNEC apresentado), como pela via da concepção radical de ideias espaciais e formais dos arquitectos em resposta a solicitações estéticas de uma nova arquitectura residencial, explorada pelos arquitectos de vanguarda e que ele apresentou na sua palestra, concluindo que cabe às escolas e aos profissionais, e provavelmente ao mercado, combinar as duas linhas.
Comunicações de apresentação de trabalhos
Como referi antes, só pude assistir a três comunicações deste tipo, todas elas muito interessantes, mas tratando-se da apresentação de projectos residenciais pelos seus autores é quase impossível reproduzi-las aqui com eficácia e economia.
Arq.º Rafael de la Hoz
Trata-se do filho de um muito conhecido Presidente da União Internacional de Arquitectos. Apresentou projectos de habitação multifamiliar para a classe média com uma arquitectura de qualidade e profissionalismo. Referem-se aqui apenas algumas questões laterais aos seus projectos mas com interesse para a arquitectura portuguesa.
A primeira é sobre a importância da colaboração continuada entre uma empresa de construção/promoção (sempre a mesma) empenhada na qualidade da arquitectura e da obra e um mesmo arquitecto, também de qualidade, empenhado no diálogo e na concertação positiva em torno de boas e eficazes soluções, este é o caso que se passa com ele.
A segunda refere-se ao facto de a Fundação Tusquets ter um prémio de arquitectura ao qual só se podem candidatar edifícios com pelo menos 25 anos de construídos para que se avalie se resistiram funcional e fisicamente ao tempo.
A terceira refere-se a aspectos interessantes da legislação espanhola relacionada com o projecto e a construção e que recomendam que só ganharíamos em conhecê-la melhor: (i) a importância dada à intervenção do arquitecto durante a obra até ao fim desta, auferindo por isso nesta fase 30% do total dos honorários; (ii) a exigência de que os espaços comuns dos edifícios multifamiliares sejam bem iluminados e bem ventilados por via natural.
Arq.ª Izaskun Moreno
Esta é uma arquitecta membro de uma equipa jovem que se tem apresentado a concursos com projectos de elevada inovação de elevada inovação formal e funcional e com preocupação de sustentabilidade, além disso estes arquitectos fazem a apresentação dos seus trabalhos de forma aliciante e inovadora usando as novas tecnologias. São soluções com algum radicalismo e não concretizáveis com simplicidade, por isso estes arquitectos têm tido prémios e menções honrosas mas não para construir. Seria interessante que os estudantes finalistas das nossas escolas conhecessem estes trabalhos.
Arq.º Vicent Guallart
É o arq.º já referido a propósito da proposta de expansão urbana em Valência denominada “Sociopolis”. Apresentou uma interessante obra concluída como segunda residência multifamiliar à borda do Mediterrâneo, um projecto urbano de um outro bairro de expansão urbana para Valência em que utilizou maquetas virtuais, simplificadas mas dinâmicas, para dar imagens de soluções volumétricas alternativas que se transformavam umas nas outras embora com a mesma densidade. Este procedimento permitia verificar ao mesmo tempo a evolução de várias características como a escala, a iluminação natural do espaço urbano, etc..
Fez também a apresentação do projecto de uma torre que foi a sua contribuição arquitectónica no conjunto urbano da referida “Sociopolis”. Nesta torre explora o conceito de espaço comum partilhado por 2 ou 3 fogos pequenos do mesmo piso, tendo cada fogo um espaço reduzido (o mínimo exigido pela lei espanhola de 25m2/pessoa) ficando no espaço partilhado as actividades de estar, convívio e lazer e uma cozinha grande, arrumos, etc., ambos muito equipados, ficando atribuída em média a cada agregado de co-habitação cerca de 115m2 de área útil dos quais 90m2 são partilhados. Na torre, de cerca de 30 pisos, há diversas soluções quer de tipos de fogos, quer de tipos de espaços partilhados. Os fogos correspondem ao que no estudo do LNEC se denomina de habitação para pequenos grupos de co-habitação com modo de vida urbano e dinâmico, mas aqui assumidos de uma forma mais radical.
Conclusão
Estreio-me nesta nova forma “bloguiana” de comunicar experiências. É aparentemente uma forma um pouco seca e fria mas, muitas vezes é a que é possível hoje, outras formas por ventura mais ricas e sofisticadas provavelmente acabariam por não se concretizar. Peço desculpa a todos e especialmente aos arquitectos a quase falta de imagens. Os organizadores do Curso pensam vir a publicar os trabalhos apresentados tal como o fizeram nas anteriores edições de “Acerca de la Casa”.
Aguardo comentários “bloguianos” esperando que eles me estimulem a reagir para cumprir o novo procedimento comunicacional até ao fim.
Até breve.
António Reis Cabrita
Foi com grande prazer e sem recurso a pormenores de apresentação, tornados desnecessários, porque o bom e velho amigo, arquitecto, professor, investigador coordenador do LNEC e membro da Direcção do Grupo Habitar, António Reis Cabrita é bem conhecido de todos, que se apresentou a primeira, das sua colaborações no Infohabitar.
Este é um texto cheio de conteúdos variados, todos com grande interesse, motivadores de reflexão e aprofundamento, e todos ligados às nossas matérias do habitar. Fica “não no ar” a ideia de, entre nós, e com um perfil semelhante podermos realizar uma acção deste tipo, naturalmente da iniciativa do Grupo Habitar.
Sendo embora um texto com alguma dimensão optou-se pela sua edição integral de forma a permitir-se a sua leitura mais adequada.
ABC
4 comentários :
Caro Arq Reis Cabrita
Como se refere em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-32622005000100008&script=sci_arttext&tlng=pt
“(…) os novos hipermídias são mais exigentes que os antigos no que se refere ao ler e escrever, tanto pelas ferramentas técnicas que oferecem como pelas novas práticas de escrita e de informações ali presentes, e também pelos novos gêneros textuais, produtos desse novo espaço cibercultural. (…) “(…) Quanto ao ler (compreensão) e escrever (produção), a utilização de novas tecnologias exige outras atitudes e posturas, ou novas competências cognitivas (utilização ou leitura do teclado, escrever com o teclado, leitura de menus, de ícones, palavras-chave, aprender o "navegar-ler" etc.). Isso não quer dizer que ler e escrever, hipertextualmente, são uma exclusividade da internet.(…)”
Permitir-me-ei comentar, a propósito desta citação e da sua frase “É aparentemente uma forma um pouco seca e fria mas, muitas vezes é a que é possível hoje, outras formas por ventura mais ricas e sofisticadas provavelmente acabariam por não se concretizar” que nenhuma dessas formas e nenhuma das ‘novas atitudes’ exigidas pelo ‘hipertexto’ podem acrescentar competência e rigor a quem sempre os utilizou no seu modo de comunicar; qualidades que todos reconhecemos estarem amplamente documentadas no seu prestigiado percurso profissional.
Cumprimento-o por este excelente documento que nos oferece, veiculado da melhor forma.
MJE
Caro Arq. Reis Cabrita:
Foi com gosto redobrado que li o seu artigo. Permitiu-me a oportunidade de acompanhar, mais uma vez, o seu prestigiado trabalho e aceder, por via de um interessante relato, a uma síntese das principais conclusões que extraiu de um curso que tratou as novas preocupações de um velho tema.
Um abraço,
Isabel Soares
O Blog-infohabitar enriqueceu-se mais hoje com a contribuição do investigador
arqtº. Reis Cabrita que de forma muito breve e clara, informou sobre o Curso
em Sevilha "Acerca de la Casa" , sintetizando os temas apresentados sobretudo os que são hoje INTERROGAÇÃO para a actual interdisciplinaridade e
finalidade do Habitar, fazendo uso desta tão recente e imediata forma de
informar e trazer para o perto o que está longe, e que é do maior interesse
para tantos que, como eu, não frequentaria o curso nem dele teria sequer a informação de realização.
Maria Celeste d'Oliveira Ramos
Caro Prof. e Arq. António Reis Cabrita
Foi com bastante prazer e interesse que li o seu artigo, escrito de uma forma simples e muito esclarecedor, dando informações precisas e muito utéis sobre o Curso em Sevilha "Acerca de la Casa"...espero voltar a ler mais artigos da sua autoria.
com os melhores cumprimentos do aluno Paulo Melo
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