Ligação direta (clicar no link seguinte ou copiar para site de busca) para aceder à listagem interativa de 840 Artigos editados na Infohabitar – edição de janeiro de 2022 com links revistos em junho de 2022 (38 temas e mais de 100 autores):
Cooperativas,
coohousing e habitação colaborativa ou participada – versão de trabalho e base
documental – Infohabitar # 858
Artigo XXXIII da
série editorial da Infohabitar – “Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através de uma
Cooperativa a Custo Controlado” “PHAI3C”
Infohabitar, Ano XIX,
n.º 858
Edição: quarta-feira,
10 de maio de 2023
Caros leitores da Infohabitar,
Com o presente artigo continuamos
a edição de mais um texto integrado na série editorial dedicada ao Programa de
Habitação Adaptável e Intergeracional através de uma Cooperativa a Custo
Controlado (PHAI3C), prevendo-se que no final de 2023 consigamos chegar ao
remate desta fase do estudo em que se pretende disponibilizar uma base de
trabalho e documental extensa sobre os amplos aspetos de enquadramento
associados às necessidades, aos gostos e às potencialidades sociais e urbanas
de uma reflexão prática sobre os espaços residenciais dedicados a pessoas
idosas e fragilizadas, mas sempre desejavelmente integrados em quadros
intergeracionais, ativamente urbanos e dinamizados e convivializados por
cooperativas de “habitação económica”.
Tal como tem sido divulgado este
estudo, o PHAI3C, integra, desde há cerca de dois anos, a Estratégia de
Investigação e Inovação (E2I) do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC);
e importa salientar que as referidas cooperativas portuguesas de “habitação
económica”, associadas na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação
Económica (FENACHE), apoiaram este estudo desde o seu início, na
continuidade do seu importante papel, desempenhado desde o 25 de Abril, na
promoção de habitação de interesse social, aliando a grande quantidade de
habitações disponibilizadas a uma sua expressiva qualidade arquitectónica e uma
eficaz e humanizada gestão de proximidade.
Lembra-se que a edição destes
artigos de conteúdo sobre o PHAI3C poderá passar a uma estimada periodicidade
quinzenal, caso a respetiva elaboração assim o obrigue; podendo alternar com
estes artigos a edição de informações úteis sobre iniciativas, entidades e
estudos dedicados às temáticas do habitat humano.
Recorda-se, como sempre, que
serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas sobre os artigos aqui
editados e propostas de artigos (a enviar para abc.infohabitar@gmail.com).
Com as melhores saudações a todos
os caros leitores,
Lisboa, em 10 de maio de 2023
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Cooperativas,
coohousing e habitação colaborativa ou participada – versão de trabalho e base
documental – Infohabitar # 858
António Baptista Coelho – com base direta
nos textos, ideias e opiniões dos autores referidos ao longo dos documentos que
integram a respetiva listagem bibliográfica.
Breve descrição do estudo
intitulado Programa de Habitação Adaptável Intergeracional desenvolvido
num quadro Cooperativo e a Custos Controlados (PHAI3C)
Considerando-se
o atual quadro demográfico e habitacional muito crítico, no que se refere ao
crescimento do número das pessoas idosas e muito idosas, a viverem sozinhas e
com frequentes necessidades de apoio, a atual diversificação dos modos de vida
e dos desejos habitacionais, e a quase-ausência de oferta habitacional e urbana
adequada a tais necessidades e desejos, foi ponderada o que se julga ser a
oportunidade do estudo e da caracterização de um Programa de Habitação
Adaptável Intergeracional (PHAI), adequado a tais necessidades e a uma proposta
residencial naturalmente convivial, eficazmente gerida e participada e
financeiramente sustentável, resultando daqui a proposta de uma Cooperativa a
Custos Controlados (3C). O PHAI3C visa o estudo e a proposta de soluções
urbanas e residenciais vocacionadas para a convivência intergeracional,
adaptáveis a diversos modos de vida, adequadas para pessoas com eventuais
fragilidade físicas e mentais, mas sem qualquer tipo de estigma institucional e
de idadismo, funcionalmente mistas e com presença urbana estimulante.
O PHAI3C irá procurar identificar e caracterizar tipos de soluções adequadas e
sensíveis a uma integração habitacional e intergeracional dos mais frágeis num
quadro urbano claramente positivo e em soluções edificadas que possam dar
resposta, também, a outras novas e urgentes necessidades habitacionais (ex., jovens e pessoas sós),
num quadro residencial marcado por uma gestão participada e eficaz, pela
convivialidade espontânea e social e financeiramente sustentável.
Responsável – António
Baptista Coelho
Cooperativas,
coohousing e habitação colaborativa ou participada – versão de trabalho e base
documental – Infohabitar # 858
Notas introdutórias ao presente conjunto de artigos sobre habitação intergeracional
O presente conjunto de artigos inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão temática exploratória, que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada à preparação e estruturação de um amplo processo de investigação teórico-prático, intitulado Programa de Habitação Adaptável Intergeracional Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser desenvolvido, pelo autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de Investigação e Inovação (P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas nestes artigos são, apenas, dos seus autores – o autor dos artigos e promotor do PHAI3C e os numerosos autores neles amplamente citados.
Neste sentido salienta-se o papel visado para o presente conjunto de artigos, no sentido de se proporcionar uma divulgação que possa resultar numa desejável e construtiva discussão alargada sobre as muito urgentes e exigentes matérias da habitação mais adequada para idosos e pessoas fragilizadas, visando-se, não apenas as suas necessidades e gostos específicos, mas também o papel e a valia que têm numa sociedade ativa e integrada.
Nesta perspetiva e tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho da referida investigação, salienta-se que a forma e a extensão dos artigos agora listados reflete uma assumida apresentação comentada, minimamente estruturada, de opiniões e resultados de múltiplas pesquisas, de muitos autores, escolhidos pela sua perspetiva temática focada e por corresponderem a estudos razoavelmente recentes; forma esta que fica patente no significativo número de citações – salientadas em itálico –, algumas delas longas e quase todas incluídas na língua original.
Julga-se que não se poderia atuar de forma diversa quando se pretende, como é o caso, chegar, cuidadosamente, a resultados teórico-práticos funcionais e aplicáveis na prática, e não apenas a uma reflexão pessoal sobre uma matéria tão sensível e complexa como é a habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma cooperativa a custos controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.
Resumo
No presente artigo abordam-se, sumariamente,
algumas matérias ligadas à habitação dirigida para idosos e fragilizados,
promovida correntemente por cooperativas de habitação, ou no âmbito dos atuais
processos propostos de “coohousing”, de habitação dita colaborativa e de habitação
participada.
Sequencialmente serão abordadas,
sinteticamente, as subtemáticas do cooperativismo
habitacional e do cohousing em Portugal, as matérias da habitação colaborativa,
alguns aspetos a reter no cohousing de seniores e algumas indicações
informativas sobre o habitat participativo e recente na Europa..
Cooperativas, coohousing e habitação colaborativa ou
participada – versão de trabalho e base documental – Infohabitar # 858
Índice geral
Cooperativas, coohousing e
habitação colaborativa ou participada – versão de trabalho e base documental – brevíssima
introdução
1. Breves notas sobre o cooperativismo
habitacional e cohousing em Portugal
2. Sobre a habitação colaborativa
3. Aspetos a reter no cohousing
de seniores
4. Sobre o habitat participativo e recente na Europa: aspetos informativos
Bibliografia (referências práticas)
Cooperativas, coohousing e habitação colaborativa ou
participada – versão de trabalho e base documental – Infohabitar # 858
Nota específica
relativa às citações: tal como foi
acima sublinhado nas “Notas introdutórias”, e tendo-se em conta a fase
preliminar e de trabalho do presente estudo, ele inclui numerosas citações,
todas salientadas em texto a itálico, reentrante e em tipo de letra “Arial
Narrow”, algumas delas longas e quase todas apresentadas na respetiva língua
original; em termos formais e tendo-se em conta essa grande frequência de
citações, optou-se, por regra, pela respetiva indicação da fonte documental,
respetivo título e autoria, no corpo de texto e em nota de pé de página ou de
final de artigo (conforme a edição), seguindo-se a(s) respetiva(s) citação(ões)
com a indicação, posterior, do(s) respetivo(s) número(s) de página(s) entre
parêntesis – ex: (pg. 26) –, e, em alguns casos, mas não por regra,
repetindo-se a indicação específica ao documento que “está a ser referido” e/ou
à sua respetiva autoria.
Specific note regarding citations: as highlighted above in the “Introductory Notes”, and taking into account the preliminary and working phase of the present study, it includes numerous citations, all highlighted in italicized text, reentrant and in font type. letter “Arial Narrow”, some of them long and almost all presented in their original language; in formal terms and taking into account this high frequency of citations, we opted, as a rule, for the respective indication of the documentary source, respective title and authorship, in the body of the text and in a footnote or at the end of the article (according to the edition), followed by the respective citation(s) with the subsequent indication of the respective page number(s) in parentheses – ex: ( pg. 26) – and, in some cases, but not as a rule, repeating the specific indication of the document that “is being referred to” and/or its respective authorship.
Cooperativas, coohousing e habitação colaborativa ou
participada – versão de trabalho e base documental – brevíssima introdução
Em seguida
abordam-se, sumariamente, algumas matérias ligadas à habitação dirigida
para idosos e fragilizados, promovida correntemente por cooperativas de
habitação, ou no âmbito dos atuais processos propostos de “coohousing”, de
habitação dita colaborativa e de habitação participada.
1. Breves notas sobre o cooperativismo habitacional e cohousing em Portugal
Não cabe aqui fazer-se qualquer tipo de resumo
do cooperativismo habitacional português e designadamente dos mais de 40 anos
de atividade da Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica
(FENACHE), responsável por muito mais de 100.000 fogos de habitação de interesse
social realizados em Portugal, de forma social e urbanisticamente sustentável,
durante três decénios de intensa atividade – recomendando-se a consulta ao
respetivo site, em https://www.fenache.com/ .
Desde há alguns anos que os tempos mudaram, e
devido à crise de 2008, ao esgotamento dos terrenos das cooperativas, à
ausência de apoios oficiais e considerando o perfil solidário das cooperativas,
estas tiveram de reduzir bastante o seu perfil de atividade, uma redução que se
está de certa forma a associar a uma mudança no perfil d atividade, sendo que
as cooperativas de habitação da FENACHE já têm projetos em estudo na área
sénior em Portugal, integrados no que agora se designa de Cohousing.
Neste sentido se integram as declarações do
então ainda Presidente da FENACHE, Guilherme Vilaverde, que em seguida são
parcialmente citadas e minimamente comentadas: [1]
O referido líder coperativo refere, no
documento citado, que existem diversas iniciativas no âmbito do designado
Cohousing, distribuídas por todo o país (iniciando-se no Porto, em Lisboa e no
Algarve), que se constituirão em embriões de outras iniciativas, mais
numerosas, que obedecerão a um modelo de construção e de habitar cooperativos,
agora privilegiando uma faixa populacional mais idosa, com exigências
específicas e com evidente sentido cooperativista.
E continua sublinhando o interesse que esses
seniores têm em soluções habitacionais realmente alternativas às correntes,
marcadas por excelentes localizações urbanas e paisagísticas, apuradas
condições de conforto e adequação residencial, associadas a um sentido claro de
convívio natural, e portanto de total negação do atualmente tão nefasto
isolamento social e capazes de assegurar o prolongamento de uma vivência
residencial autonomizada, que acaba por adiar significativamente o eventual
recurso a equipamentos residenciais especializados em situações de grande
dependência.
Aponta ainda que existem diversos modelos de cohousing,
mais ou menos participados, mas sempre associados à disponibilização de
apartamentos de pequena tipologia (ex., 40 a 60 apartamentos T0 e T1) , mais
espaços comuns com racionalizada espaciosidade e complementares das áreas
privadas, direcionados para uma natural aproximação entre os moradores, para a
redução dos respetivos custos de vida, e para a promoção de um estimulante
sentimento de partilha.
2. Sobre a habitação colaborativa
Embora confesse não gostar de “jogos” de
palavras há questões que se tendem a ligar ao significado das palavras e que
importa serem bem consideradas; e neste caso devo registar a noção ou a ideia
de habitação “colaborativa”, uma noção que julgo poder ser perfeitamente
integrada no conceito amplo de habitação cooperativa, embora, talvez, com um
pendor expressivamente colaborativo, no sentido de uma participação ativa em
todo o processo habitacional: por exemplo, desde a procura do terreno, ao
diálogo continuado com o projetista no sentido de uma maximizada adequação do
projeto residencial às necessidades, desejos e meios dos futuros habitantes,
até uma participação ativa na gestão posterior, corrente do respetivo conjunto
residencial.
Neste sentido muito ligado a uma expressiva dinâmica
colaborativa, as soluções cooperativas designadas de
cohousing marcam especial presença, designadamente, quando as intervenções têm
uma escala social limitada, e quando existe um sentido comunitário forte, desde
a promoção à vivência diária do conjunto residencial (ex., soluções atualmente
correntes no Norte da Europa, onde é, por exemplo, frequente, cada vizinho
assegurar determinadas tarefas comuns e existe um forte sentido comunitário
vivencial, que marca todo o conjunto); e aliás é evidente a raiz destas
soluções, marcando muitas promoções cooperativas escandinavas onde já existiam
as chamadas “casas comuns” e outros serviços de uso comum, como por exemplo
quartos para visitantes.
Devemos, no entanto, fazer aqui o que não
deixa de ser uma observação crítica, ao atual uso, em Portugal, desta
designação de “habitação colaborativa” para soluções que consideramos serem
associadas a novas valências em termos de equipamentos coletivos residenciais,
que integram pequenas habitações para idosos, deficientes e famílias
vulneráveis, tal como é divulgado num recente artigo de imprensa de Paula Sofia Luz,que é em
seguida citado: [2]
Não é um Lar, nem um apoio domiciliário, tão
pouco uma habitação social. O projeto da habitação colaborativa que vai
arrancar em vários concelhos do país é integralmente financiado pelo PRR traz
um novo paradigma para as respostas aos mais desfavorecidos…
"O que vamos ter aqui são 12 apartamentos
individuais complementados com uma parte "colaborativa" -- como o
nome indica --, com umas instalações comunitárias para promover a união, o
trabalho e as relações sociais da comunidade que está a residir nesta resposta
social", conta ao DN a responsável da Cercicaper. "Para além das 12
casas que permitirão a individualidade de quem lá reside, iremos construir
também uma cozinha, uma sala, lavandaria, balneários comuns, bem como
instalações para a equipa de trabalho que permitirão sessões de autoajuda e
afins. Nos espaços verdes irão ser implementados espaços para hortas,
equipamentos para exercício físico ao ar livre e um anfiteatro para promoção de
reuniões, espetáculos, seminários e outras atividades". Tudo isto num
terreno cedido pelo município.
Considera-se que, sem qualquer crítica ao
grande interesse desta iniciativa, não se trata aqui realmente de “habitação
colaborativa”, mas sim de uma “residência colaborativa” ou outra designação do
género, que faça transparecer o sentido de “equipamento”, aliás bem marcado na
própria antevisão arquitetónica que ilustra o artigo e onde numa parede bem
evidenciada surge a designação “Habitação colaborativa”.
Entenda-se que esta crítica se refere,
basicamente, a considerar-se que qualquer iniciativa de habitação dedicada aos
idosos deve caraterizar-se por uma sua integração visual, funcional e ambiental
maximizada, não devendo haver quaisquer indicações que a distingam dos
edifícios vizinhos; lá dentro poderão existir serviços e equipamentos
específicos, e um sentido mais ou menos colaborativo e mesmo comunitário, mas
cá fora o que deve marcar é a continuidade e dignidade urbana sem marcas evidentes
ligadas a níveis etários e a grupos de rendimentos.
3. Aspetos a reter no cohousing de seniores
Mais especificamente obre o que podemos
designar de cohousing de seniores ou para seniores e citando e comentando o
excelente estudo de Maria Brenton, intitulado Senior cohousing communities –
an alternative approach for the UK , podemos salientar alguns aspetos
interessantes no âmbito do desenvolvimento de novas tipologias residenciais
amigas dos idosos e fragilizados. [3] (negrito e sublinhado nossos)
O cohousing é basicamenteuma forma de vida
comunitária; “ao mesmo tempo isoladamente e em grupo”, tal como a autora refere
no citado estudo: (negrito nosso)
Cohousing is a form of group living which
clusters individual homes around a ‘common house’ - or shared space and
amenities. Run and controlled entirely by members of the group working
together, it is based on mutual support, self-governance and active
participation.
Cohousing is a way of living both ‘apart and
together’ with a collaborative group of neighbours who know each other and sign
up to certain values. They work to develop the social capital that creates and
maintains a sense of community. (pg. 3)
O cohousing de idosos tem caraterísticas
específicas a ter em boa conta e que são, em seguida, citadas a partir do estudo
que está a ser referido: (negrito nosso)
. Is based on a clear intention to live as
an active participant in a group of people of similar age who are ‘signed up to
be neighbourly’;
. Is an investment by older people themselves
in social capital and mutual support;
. Is a way of compensating for the anonymity
of modern neighbourhoods at a time when single households are on the
increase and many older people live alone;
. Offers an additional option for the
informal care and housing needs of people approaching old age;
. Offers opportunities for learning and
skill-exchange as well as scope for shared activities and companionship;
. Keeps older people active, healthy and
engaged and reduces demand for health and social care services;
. Offers
the possibility to downsize from family-sized housing to an attractive,
age-proofed environment;
. Offers a blend of privacy and communality;
. Encourages people to think ahead in
their approach to ageing and make positive moves to prepare for it from around
the age of fifty;
. Depends for its success and vigour on
maintaining a reasonably wide age-span. (pg. 3)
Nestas matérias um aspeto tão importante como
sensível, que tem muito a ver com o desenvolvimento de intervenções
intergeracionais, refere-se à existência ou ausência obrigatória de crianças no
conjunto residencial, tal como também se aponta no estudo que está a ser
referido:
Older Dutch people enjoy a choice between
joining family-based cohousing or forming their own age-peer groups. Enabling
older people to live in child-free environments is a reflection of a strong
preference for this among some older people and can offer a more conducive
setting for articulating the older person’s voice and priorities. (pg. 4)
Outro aspeto a considerar é a interessante
possibilidade da existência de comunidades cohousing “temáticas”, e de variados
tipos, tal como também salienta Maria Brenton no seu estudo, que está a ser
aqui referido:
A marked feature of Dutch senior cohousing has
been its flexibility of approach. Cohousing communities exist mostly on a mixed
gender basis, but have also been created by specific groups such as women, gay
men and particular ethnic groups, or groups who might share a particular
interest – like, for example, gardening. Where housing associations commission
the development, tenancy allocations are ceded to the group itself, which then
allocates according to ‘best fit’ in terms of age-spread, willingness to participate
and other factors. (pg. 5)
Outro aspeto refere-se à possibilidade de
existência de soluções de cohousing em quadros de reabilitação residencial;
sempre marcados pela reserva de, pelo menos, um apartamento reabilitado como
“casa comum”, tal como também se salienta no estudo que está a ser referido:
A recent development in senior cohousing in the
Netherlands is ‘retrofit’ cohousing, where housing associations assist the
older tenants of existing apartment blocks to form a mutually supportive and
sociable living group without moving – with a flat in their block kept
untenanted to act as their ‘common house’. (pg. 6)
Outro aspetos muito interessante refere-se a
uma ideia de se associarem nos aspetos de conceção das comunidades cohousing as
necessidades específicas dos cuidados pessoais e dos próprios cuidadores (pg.
6), caminho que, parecendo óbvio, não o é, muito frequentemente – provavelmente
privilegiando-se os cuidados (as pessoas cuidadas) em meio doméstico, e os
cuidadores (frequentemente enfermeiros e auxiliares) em meio do tipo
hospitalar.
No estudo de Maria Brenton que está a ser referido
sublinha-se um interessante conjunto de aspetos designados como facilitadores
dos processos de cohousing de idosos; que são, em seguida, citados:
. As Dutch and Danish experience shows,
clear policy direction from central government is vital in the UK;
. Support and understanding by local authority
departments such as planning, housing and adult social care is central to
getting projects off the ground;
. Instances of where local authorities and
cohousing groups have agreed helpful joint approaches to tenancy nominations
need to be better documented;
. Housing associations keen to explore new
roles and fresh territory can be helpful catalysts;
. Housing associations who genuinely
recognise and support the autonomy of local groups and understand the nature of
equal partnerships will be critical to success;
. Architects are increasingly interested and
influential in promoting the collaborative base of cohousing and in designing
socially interactive neighbourhoods;
. The groundswell of ‘demand’ among older
people for what senior cohousing stands for needs to be articulated more
powerfully;
. Much scope exists in the policy and research
world to evaluate the benefits of senior cohousing and the skill sets needed
for groups to flourish;
. The ‘eco-agenda’ is increasingly a motivator
for setting up cohousing. (pg. 9)
4. Sobre o habitat participativo e recente na Europa: aspetos informativos
A título informativo regista-se o interessante
estudo de Richard Lang, Claire Carriou e Darinka Czischke, intitulado Collaborative
Housing Research. (1990–2017): A Systematic Review and Thematic Analysis of the
Field [4], onde se faz um mapeamento temático de 195 artigos peer-reviewed
sobre investigação em habitação colaborativa.
Também a título informativo regista-se o
estudo de Sabrina Bresson e Anne Labit sobre idêntica temática, intitulado La
recherche sur l’habitat participatif en Europe. [5]
Bibliografia, referências práticas
BRESSON, Sabrina (UMR LAVUE, ENSA Paris Val-de-Seine) ; Anne Labit
(UMR CITERES, Université Orléans/Tours) - LA RECHERCHE SUR L’HABITAT
PARTICIPATIF EN EUROPE. Plan
Urbanisme Construction et Architecture (PUCA),
Jan 2017.
[1] Guilherme Vilaverde (entrevista a
Guilherme Vilaverde) - Cohousing – cooperativas de habitação já têm
projetos em estudo na área sénior em Portugal. Imobiliário, Vida
Económica, GV citado pelo Imobiliário Vida Económica, 14 maio 2019.
[2] Paula Sofia Luz - Juntar
idosos, deficientes e famílias vulneráveis. Habitação colaborativa chega a
várias zonas do país. 22 Fevereiro 2023; Diário de Notícias.
[3] Maria Brenton - Senior cohousing communities – an
alternative approach for the UK. Program “A Better Life”. Joseph
Rowntree Foudation (JRF), JRF Programme Paper, Janeiro 2013.
[4] Richard Lang, Claire Carriou, Darinka Czischke - Collaborative
Housing Research. (1990–2017): A Systematic Review and Thematic Analysis of
the Field. 15 nov 2018.
[5] Sabrina Bresson (UMR LAVUE, ENSA Paris Val-de-Seine) ; Anne Labit (UMR
CITERES, Université Orléans/Tours) - LA RECHERCHE SUR L’HABITAT
PARTICIPATIF EN EUROPE. Plan Urbanisme Construction et Architecture
(PUCA), Jan 2017.
Notas editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos
editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no
sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo
nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários
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(ii) No mesmo sentido, de natural
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(iii) Para se tentar assegurar o referido
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Etiquetas/palavras
chave: habitação, habitação
intergeracional, habitação para idosos, intergeracionalidade, espaços
residenciais, PHAI3C, Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional
Cooperativa a Custos Controlados
Cooperativas,
coohousing e habitação colaborativa ou participada – versão de trabalho e base
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Artigo XXXIII da
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Editor: António Baptista Coelho, Investigador
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anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC.
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