Ligação direta (clicar no link seguinte ou copiar para site de busca) para aceder à listagem interativa de 840 Artigos editados na Infohabitar – edição de janeiro de 2022 com links revistos em junho de 2022 (38 temas e mais de 100 autores):
Idosos e espaços
urbanos de vizinhança – versão de trabalho e base documental – Infohabitar # 851
Artigo XXVIII da
série editorial da Infohabitar “PHAI3C – Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através de uma
Cooperativa a Custo Controlado”
Infohabitar, Ano XIX,
n.º 851
Edição: quarta-feira,
15 de março de 2023
Caros leitores da Infohabitar,
Com o presente artigo continuamos
a edição de mais um artigo integrado na série editorial dedicada ao Programa de
Habitação Adaptável e Intergeracional através de uma Cooperativa a Custo
Controlado (PHAI3C), prevendo-se que durante 2023 consigamos chegar ao remate
desta fase do estudo em que se pretende disponibilizar uma base de trabalho e
bibliográfica extensa sobre os amplos aspetos de enquadramento associados às
necessidades, aos gostos e às potencialidades sociais e urbanas de uma reflexão
prática sobre os espaços residenciais dedicados a pessoas idosas e fragilizadas,
mas sempre desejavelmente integrados em quadros intergeracionais, ativamente
urbanos e dinamizados e convivializados por cooperativas de “habitação
económica”.
Tal como tem sido divulgado este
estudo, o PHAI3C, integra a Estratégia de Investigação e Inovação (E2I)
2013-2020” do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC); e importa
salientar que as referidas cooperativas portuguesas de “habitação económica”,
associadas na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE),
apoiaram este estudo desde o seu início, na continuidade do seu importante
papel, desempenhado desde o 25 de Abril, na promoção de habitação de interesse
social, aliando a quantidade de habitações disponibilizadas a uma sua
expressiva qualidade
Lembra-se que a edição destes
artigos de conteúdo sobre o PHAI3C passou a uma estimada periodicidade
quinzenal, pois a respetiva elaboração assim o obriga; alternando com estes
artigos a Infohabitar irá procurar editar informações úteis sobre iniciativas,
entidades e estudos dedicados às temáticas do habitat humano.
Recorda-se, como sempre, que
serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas sobre os artigos aqui
editados e propostas de artigos (a enviar para abc.infohabitar@gmail.com).
Despeço-me, até à próxima semana,
enviando saudações calorosas e desejos de força e de boa saúde para todos os
caros leitores,
Lisboa, em 15 de março de 2023
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Idosos e espaços
urbanos de vizinhança – versão de trabalho e base documental – Infohabitar # 851
António Baptista Coelho – com base direta
nos textos, ideias e opiniões dos autores referidos ao longo dos documentos que
integram a listagem bibliográfica registada no final do artigo.
Breve descrição do estudo intitulado Programa
de Habitação Adaptável Intergeracional desenvolvido num quadro Cooperativo e a
Custos Controlados (PHAI3C)
Considerando-se
o atual quadro demográfico e habitacional muito crítico, no que se refere ao
crescimento do número das pessoas idosas e muito idosas, a viverem sozinhas e
com frequentes necessidades de apoio, a actual diversificação dos modos de vida
e dos desejos habitacionais, e a quase-ausência de oferta habitacional e urbana
adequada a tais necessidades e desejos, foi ponderada o que se julga ser a
oportunidade do estudo e da caracterização de um Programa de Habitação
Adaptável Intergeracional (PHAI), adequado a tais necessidades e a uma proposta
residencial naturalmente convivial, eficazmente gerida e participada e
financeiramente sustentável, resultando daqui a proposta de uma Cooperativa a
Custos Controlados (3C). O PHAI3C visa o estudo e a proposta de soluções
urbanas e residenciais vocacionadas para a convivência intergeracional,
adaptáveis a diversos modos de vida, adequadas para pessoas com eventuais
fragilidade físicas e mentais, mas sem qualquer tipo de estigma institucional e
de idadismo, funcionalmente mistas e com presença urbana estimulante.
O PHAI3C irá procurar identificar e caracterizar tipos de soluções adequadas e
sensíveis a uma integração habitacional e intergeracional dos mais frágeis num
quadro urbano claramente positivo e em soluções edificadas que possam dar
resposta, também, a outras novas e urgentes necessidades habitacionais (ex., jovens e pessoas sós),
num quadro residencial marcado por uma gestão participada e eficaz, pela
convivialidade espontânea e social e financeiramente sustentável.
Responsável – António
Baptista Coelho
Notas introdutórias ao presente conjunto de artigos sobre habitação intergeracional
O presente conjunto de artigos inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão temática exploratória, que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada à preparação e estruturação de um amplo processo de investigação teórico-prático, intitulado Programa de Habitação Adaptável Intergeracional Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser desenvolvido, pelo autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de Investigação e Inovação (P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas nestes artigos são, apenas, dos seus autores – o autor dos artigos e promotor do PHAI3C e os numerosos autores neles amplamente citados.
Neste sentido salienta-se o papel visado para o presente conjunto de artigos, no sentido de se proporcionar uma divulgação que possa resultar numa desejável e construtiva discussão alargada sobre as muito urgentes e exigentes matérias da habitação mais adequada para idosos e pessoas fragilizadas, visando-se, não apenas as suas necessidades e gostos específicos, mas também o papel e a valia que têm numa sociedade ativa e integrada.
Nesta perspetiva e tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho da referida investigação, salienta-se que a forma e a extensão dos artigos agora listados reflete uma assumida apresentação comentada, minimamente estruturada, de opiniões e resultados de múltiplas pesquisas, de muitos autores, escolhidos pela sua perspetiva temática focada e por corresponderem a estudos razoavelmente recentes; forma esta que fica patente no significativo número de citações – salientadas em itálico –, algumas delas longas e quase todas incluídas na língua original.
Julga-se que não se poderia atuar de forma diversa quando se pretende, como é o caso, chegar, cuidadosamente, a resultados teórico-práticos funcionais e aplicáveis na prática, e não apenas a uma reflexão pessoal sobre uma matéria tão sensível e complexa como é a habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma cooperativa a custos controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.
Idosos e espaços
urbanos de vizinhança – versão de trabalho e base documental – Infohabitar # 851
Artigo XXVIII da
série editorial da Infohabitar “PHAI3C – Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através de uma
Cooperativa a Custo Controlado”
Resumo
Em mais um artigo
dedicado à reflexão sobre a habitação para as pessoas mais idosas numa
perspetiva integrada e intergeracional, abordamos, especificamente, os aspetos
dedicados aos espaços urbanos das vizinhanças onde se integrem intervenções
desse tipo.
Numa primeira
parte do artigo desenvolve-se uma reflexão sobre como privilegiar vivências
intensas nos espaços urbanos de vizinhança, avançando-se, depois, para a
matéria da relação entre as caraterísticas da vizinhança mais adequadas a um
envelhecimento ativo e concluindo-se com o apontamento de aspetos associados ao
desenvolvimento de vizinhanças residenciais e urbanas concebidas para todas as
idades, considerando-se a crise que vivemos no atual espaço urbano.
Nota específica relativa às citações: tal como foi acima sublinhado nas “Notas introdutórias”, e tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho do presente estudo, ele inclui numerosas citações, todas salientadas em texto a itálico, reentrante e em tipo de letra “Arial Narrow”, algumas delas longas e quase todas apresentadas na respetiva língua original; em termos formais e tendo-se em conta essa grande frequência de citações, optou-se, por regra, pela respetiva indicação da fonte documental, respetivo título e autoria, no corpo de texto e em nota de pé de página ou de final de artigo (conforme a edição), seguindo-se a(s) respetiva(s) citação(ões) com a indicação, posterior, do(s) respetivo(s) número(s) de página(s) entre parêntesis – ex: (pg. 26) –, e, em alguns casos, mas não por regra, repetindo-se a indicação específica ao documento que “está a ser referido” e/ou à sua respetiva autoria.
Specific note regarding citations: as highlighted above in the “Introductory Notes”, and taking into account the preliminary and working phase of the present study, it includes numerous citations, all highlighted in italicized text, reentrant and in font type. letter “Arial Narrow”, some of them long and almost all presented in their original language; in formal terms and taking into account this high frequency of citations, we opted, as a rule, for the respective indication of the documentary source, respective title and authorship, in the body of the text and in a footnote or at the end of the article (according to the edition), followed by the respective citation(s) with the subsequent indication of the respective page number(s) in parentheses – ex: ( pg. 26) – and, in some cases, but not as a rule, repeating the specific indication of the document that “is being referred to” and/or its respective authorship.
1.
Vivências intensas dos espaços urbanos de vizinhança
Nesta reflexão global sobre como incentivar
a vivência diversificada dos espaços de uso público pelos habitantes mais
idosos e, paralelamente, aproveitar estes habitantes para a vitalização do
espaço urbano, sobressai, naturalmente, o protagonismo dos espaços de
vizinhança de proximidade como aqueles onde, provavelmente, se jogará, ao
máximo, uma tal compatibilização de vivências, aproveitando-se e potenciando-se
a proximidade ou mesmo contiguidade entre esses espaços e os espaços privados.
Uma ideia interessante seria promover o PHAI
como solução de vida independente e bem personalizada e caracterizada “ao
sítio”, mas que, pelas suas especificações exigentes possa servir, pelo menos,
como fogos e minifogos para habitação assistida: seja uma habitação
simplesmente assistida em termos de facilitação das tarefas domésticas e de
disponibilização de serviços e equipamentos amigos dos espaços domésticos e de
vizinhança (que interessam praticamente a todas as idades), seja uma habitação
“especialmente assistida” no sentido de se apoiarem idosos e fragilizados no
melhor exercício da sua vivência doméstica em segurança e especial
agradabilidade – duplo conceito este de “habitação assistida” que se julga
ter grande interesse e que, portanto, importará aprofundar e desenvolver.
E um caráter de assistência doméstica e vivencial que
poderá até ter alguns aspectos evolutivos – em termos dos espaços e
equipamentos privados e dos comuns – para uma franja significativa dos cuidados
extra ou específicos; mas neste ultimo casos sem que esta condição comprometa o
caracter/ambiente dos restantes espaços residenciais – e isto aqui é bem
sensível.
Julga-se que se os “fogos” forem adequadamente projetados
e construídos em termos de pormenorização (incluindo aqui aspectos vários e
extremamente exigentes, por exemplo, de isolamento, ventilação etc) ,
flexibilidade específica Pormenorizada e adaptabilidade especial com sentido
mains lato, e se os espaços comuns forem adequadamente funcionais, versáteis e
adaptáveis sera possível cumprir tais ideias; sendo aqui importante que os
restantes habitantes possam encarar a sua natural evolução de necessidades
também de uma forma natural e sempre desejavelmente caldeada pela também
natural e continua integração de novos residentes e de jovens residentes; daqui
também a importância da intergeracionalidade.
Apenas como exemplo: um espaço para deambular em boas condições não serve
apenas os doentes de Alzheimer; assim como um piso térreo cheio de referências
domésticas/urbanas.
E para tal é também muito importante uma adequada e
sustentável disponibilização de variadas formas de uso da habitação.
2.
Vizinhança e envelhecimento activo
Se há “local” onde diversas manifestações do que
designamos de “envelhecimento ativo” são mais prováveis e desejavelmente
bem-vindas, a vizinhança próxima tem evidente protagonismo, seja pelo apoio
direto que aí é possível com base nos espaços habitacionais privados, contíguos
ou muito próximos, seja pelo conjunto de atividades associáveis a esse “envelhecimento
ativo” que encontram a sua mais adequada localização nessa vizinhança, como é,
por exemplo, o importante caso das múltiplas
práticas de jardinagem e de todo um amplo leque de atividades que
encontram situação estratégica nos estimulantes espaços de transição entre
interior e exterior e nos atraentes pequenos espaços de estadia, privados ou
comuns, nesse exterior bem protegido e apropriável, porque contíguo ou próximo
dos respetivos edifícios.
Começamos
esta temática com a revisitação do conceito de envelhecimento ativo para, em
seguida, abordar aspetos que na vizinhança o favorecem, e, que, afinal, ao
dinamizarem a presença de idosos nos seus espaços urbanos de vizinhança,
favorecem o uso global e intenso do espaço urbano de uso público com vantagens
para todos, desde a vivência à gestão urbanas.
Liz Cairncross, no seu estudo intitulado Active Ageing
and the Built Environment. Practice Briefing [1]
aborda e aprofunda o conceito de envelhecimento ativo e as suas claras vantagens para o bem-estar e
a saúde dos idosos (negrito nosso).
The
concept of active ageing encompasses both physical activity and wider social
and community participation.
Physical
activity provides many physical, social and mental health benefits for older
adults, and is a recognized component in the management of many chronic
diseases associated with ageing in older people. For example,
physical activity appears to reduce the risk of mental disorders common in
older age including depression, cognitive decline, and dementia.(pg. 1)
A autora avança no que considera ser a relação
direta entre uma boa arquitetura urbana da vizinhança e o seu uso adequado em
termos físicos e sociais; assim como a influência inversa que têm as más
soluções de arquitetura urbana, bloqueando os relacionamentos domésticos e de
vizinhança dos habitantes. (pg. 4)
Depois Liz Cairncross regista duas importantes
definições: cidades amigas e vizinhanças para toda a vida. Definições onde
ficam patentes as relações entre uma cidade amigável e a possibilidade de aí
podermos viver um envelhecimento ativo e inclusivo, integrado por vizinhanças
feitas “para a vida”, porque proporcionando qualidade de vida a habitantes de
todas as idades. [2]
E por fim a autora aponta e desenvolve cinco
aspetos que designa de ambientais e que influenciam particularmente a
possibilidade de se ter um adequado envelhecimento ativo numa dada vizinhança
urbana: (pg. 5 a 7)
- a respetiva e adequada infraestruturação
pedonal, bem estruturada, bem ligada às continuidades urbanas locais e bem
equipada – por exemplo boa iluminação, bons bancos em zonas bem mantidas;
- as respetivas condições de segurança no uso
normal e pública – esta última frequentemente ligada a boas condições de
segurança relativamente a veículos [3]
- por exemplo mais adequada
temporização e sinalização nos semáforos pedonais e integração de comandos de
semáforos e de controlos específicos nas passagens e cruzamentos, boas
condições de manutenção do espaço público, boa iluminação, ausência de
vandalismo e ausência de habitações
vagas em número significativo;
- a boa acessibilidade a equipamentos
coletivos e serviços urbanos; destacando-se aqui a boa disponibilidade de
transportes públicos, pois os idosos tendem a usá-los com frequência, sendo a
sua ausência fator de segregação urbana e de isolamento – e aqui é importante a
aplicação de medidas concretas em termos de limitação da velocidade da
circulação motorizada, de redução do afastamento entre paragens de transportes
públicos e respetivo e bem adequado equipamento pormenorizado (ex., bancos,
abrigos, etc.);
- uma boa atratividade em termos de imagens da
respetiva arquitetura urbana – e nesta atratividade a integração da natureza
parece ser muito importante;
- e condições ambientais específicas,
designadamente, em termos de conforto ambiental, limpeza, e proteção da
poluição atmosférica e sonora nos espaços de uso público.
E aqui fica uma síntese de carta de intenções
qualitativas para uma vizinhança especialmente amiga dos idosos, que poderá ser
aplicada na escolha e no desenvolvimento de vizinhanças pormenorizadas para
integração de conjuntos residenciais intergeracionais.
3.
Perspetivas para as vizinhanças concebidas para todas as idades num espaço urbano
em crise
Considerando-se a crise de usos e,
consequentemente, de (in)segurança que continua, hoje em dia, nos espaços
públicos urbanos, , como perspetivar o
desenvolvimento dos espaços de vizinhança residenciais e o seu equipamento ao
serviço dos habitantes de todas as idades e com especial e natural cuidado
daqueles mais fragilizados?
Um dos aspetos a ter em conta é a habitual
ausência de tipologias residenciais qualificadas e desenvolvidas usando-se
todos os elementos de composição e funcionalidade disponíveis, como é o caso
dos espaços exteriores privados e comuns contíguos ao edificado e marcando,
positivamente, quer a solução global térrea, quer a imagem urbana dos
respetivos conjuntos residenciais.
Realmente é frequentemente pobre, e por vezes mesmo
muito pobre, o “uso” que se faz do potencial dos espaços urbanos e naturais
envolventes e integradores de edifícios de habitação, talvez porque exija muito
mais em termos de conceção do que a “simples” projetação do edificado “puro e
simples” e, sendo assim, acabou por “fazer escola” e mesmo consolidar-se na
própria regulamentação, com diversas “desculpas”, muito associadas à
dificuldade do controlo público de tais soluções integradoras de espaços
exteriores privados e comuns, e ao perigo, que é, realmente, real de um uso
excessivo e inapropriado de tais espaços pelos respetivos habitantes; e sendo
assim é, atualmente, a própria regulamentação que dificulta tais soluções de
arquitetura urbana. Mas esta é uma matéria específica que nos levaria muito longe.
E, por outro lado, é sempre complicado avançar
para uma renovada qualificação dos espaços residenciais de uso público, numa
perspetiva de acessibilidade e utilidade universais e num quadro de qualidade
marcado pela criação de vizinhanças amigas dos idosos e feitas para “toda a
vida”, quando muitos de tais espaços estão ainda “na idade da pedra” da
qualificação dos respetivos espaços exteriores específicos e mesmo quando em
outras casos nem sequer existem “espaços exteriores” minimamente dignos; no
entanto este atraso pode ser convertido num atalhar de caminho, passando-se,
desde já, para a referida ideia do espaço “universal” e “para a vida”.
Neste sentido e utilizando o artigo de Ed
Harding intitulado Weathering the
downturn: What is the future for Lifetime Neighbourhoods? [4],
podemos sublinhar alguns aspetos a privilegiar nos novos ou renovados espaços
exteriores residenciais, entre os quais se salientam os seguintes aspetos: (pg.
21) (tradução aproximada e negrito nossos)
- considerar a referida conceção inclusiva
e geracional (“para toda a vida”) como parte de uma aposta em vizinhanças
sustentadas para todos os seus residentes;
- considerar esta reflexão como uma oportunidade
para se desenvolver uma nova perspetiva sobre qualidade residencial;
- considerar o envelhecimento da população
e mesmo as opiniões dos idosos como base para uma boa conceção residencial;
- ter em conta e procurar entender o impacto
desigual de uma negativa conceção arquitetónica nos diferentes grupos
socioculturais de idosos;
- assumir que uma boa conceção arquitetónica
residencial é desenvolvida em três principais níveis de intervenção: o
bairro ou vizinhança alargada (ex., infraestruturas, transportes,
equipamentos coletivos); a vizinhança (ex., arquitetura urbana da rua,
equipamentos de pormenor, acessibilidades); e o longo prazo (ex.,
manutenção e gestão).
Como comentário, julgado oportuno, há aqui um
conjunto de ideias considerado extremamente rico para posterior discussão e
aprofundamento; e a título de exemplo referimos a última em que são apontados
três principais níveis de intervenção, sendo dois deles ligados à vizinhança e
à arquitetura urbana e outro à manutenção/gestão, designado,
significativamente, por “longo prazo”.
Finalmente e uma vez mais coloca-se a tónica
na segurança pública e até, diferente disto, numa clara perceção de segurança
pública e lembremo-nos que muitas das fontes consultadas se referem a
realidades bastante mais problemáticas do as nossas no tocante a essa segurança
pública nos espaços residenciais e designadamente naqueles associados a grandes
conjuntos de habitação de interesse social.
E é muito interessante a afirmação, feita
ainda no último artigo citado, e abaixo registada, de que se os idosos se
sentirem bem nos espaços de uso público, toda a gente assim se sentirá. Sobre
como acentuar o sentimento de segurança pública há sempre que referir as
questões ligadas a uma estratégica e contínua visibilidade de segurança (em
termos de uso de percursos e em termos de vistas envolventes sobre esses
percursos) e à existência de uma presença securizadora, também abaixo apontada;
no entanto há que moderar tais cuidados, para não serem intrusivos, tornando-os
praticamente informais, ainda que quase constantes (ex., contiguidade entre
passagens e lojas) e periódicos mas bem visíveis (zonas pedonais mas episodicamente percorridas por veículos
da polícia). (negrito
nosso)
Older
people need to feel safe in streets and public spaces. Public and green
spaces should prune back bushes and create clear sight lines. Staff also
need to be present and visible to users. If older people feel
comfortable using public spaces, other people will too, increasing use
of public spaces makes them safer and ensures there are eyes on the street.
(pg. 24)
Bibliografia
(referências práticas)
CAIRNCROSS, Liz
- Active Ageing and the Built Environment. Practice
Briefing. Housing Learning &
Improvement Network – Housinglin - www.housinglin.org.uk. 2026. Liz
Cairncross, Head of Research at the Institute of Public Care, Oxford Brookes
University
HARDING, Ed - Weathering
the downturn: What is the future for Lifetime Neighbourhoods? - discussion
paper. The International Longevity Centre - UK (ILC-UK). April 2009. www.ilcuk.org.uk - edharding@ilcuk.org.uk
Notas bibliográficas
[1] Liz Cairncross - Active Ageing and the Built Environment. Practice
Briefing. Housing Learning & Improvement Network –
Housinglin - www.housinglin.org.uk. 2026.
Liz Cairncross, Head of Research at the
Institute of Public Care, Oxford Brookes University
[2] “The World
Health Organisation (WHO) has promoted the concepts of age-friendly cities and
lifetime neighbourhoods through its Age-friendly Environments Programme.
WHO describes an age-friendly city as one that: ... is an inclusive and
accessible urban environment that promotes active ageing … An age-friendly city
adapts its structures and services to be accessible to and inclusive of older
people with varying needs and capacities.
And a lifetime neighbourhood: … is a place where a person’s age doesn’t
affect their chances of having a good quality of life. The people living there
are happy to bring up children and to grow older – because the services,
infrastructure, housing, and public spaces are designed to meet everyone’s
needs, regardless of how old they are…” (pg. 4 do livro referido
anteriormente).
[3] “Older people walk more slowly, making it more difficult to cross roads
safely. This can be exacerbated by inadequate traffic signal times for crossing
roads and reckless drivers. The risk of a fatality crossing the road increases
more rapidly with age from the early 60s, and very rapidly from age 70. Older
pedestrians express particular concern about fast traffic, busy roads, and
crossing where several roads meet. “(pg.
6 do livro referido anteriormente).
[4] Ed
Harding - Weathering the downturn: What
is the future for Lifetime Neighbourhoods? - discussion paper. The International Longevity Centre -
UK (ILC-UK). April 2009. www.ilcuk.org.uk - edharding@ilcuk.org.uk.
[1] Liz Cairncross - Active Ageing and the Built Environment. Practice
Briefing. Housing Learning & Improvement Network –
Housinglin - www.housinglin.org.uk. 2026.
Liz Cairncross, Head of Research at the
Institute of Public Care, Oxford Brookes University
[2] “The World
Health Organisation (WHO) has promoted the concepts of age-friendly cities and
lifetime neighbourhoods through its Age-friendly Environments Programme.
WHO describes an age-friendly city as one that: ... is an inclusive and
accessible urban environment that promotes active ageing … An age-friendly city
adapts its structures and services to be accessible to and inclusive of older
people with varying needs and capacities.
And a lifetime neighbourhood: … is a place where a person’s age doesn’t
affect their chances of having a good quality of life. The people living there
are happy to bring up children and to grow older – because the services,
infrastructure, housing, and public spaces are designed to meet everyone’s
needs, regardless of how old they are…” (pg. 4 do livro referido
anteriormente).
[3] “Older people walk more slowly, making it more difficult to cross roads
safely. This can be exacerbated by inadequate traffic signal times for crossing
roads and reckless drivers. The risk of a fatality crossing the road increases
more rapidly with age from the early 60s, and very rapidly from age 70. Older
pedestrians express particular concern about fast traffic, busy roads, and
crossing where several roads meet. “(pg.
6 do livro referido anteriormente).
[4] Ed
Harding - Weathering the downturn: What
is the future for Lifetime Neighbourhoods? - discussion paper. The International Longevity Centre -
UK (ILC-UK). April 2009. www.ilcuk.org.uk - edharding@ilcuk.org.uk.
Notas
editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos
editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no
sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo
nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários
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desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos
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(ii) No mesmo sentido, de natural
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Etiquetas/palavras
chave: habitação, habitação
intergeracional, habitação para idosos, intergeracionalidade, espaços
residenciais, PHAI3C, Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional
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