Infohabitar, Ano XIII, n.º 615
Algumas ideias sobre a sala-comum – 3 artigos sobre o tema e um novo texto
por António Baptista Coelho
No
início de setembro a Infohabitar retomou as suas edições regulares, através da
edição de um novo artigo em cada semana, logo à segunda-feira, aproveitando-se
para, mais uma vez, enviar um amigável desafio aos leitores no sentido de
poderem enviar para o editor (mail referido no final do artigo) propostas de
artigos para edição.
Considerando
que, durante um número muito significativo de semanas a Infohabitar tem editado
artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”,
lembrámo-nos de proporcionar uma desenvolvida e comentada revisão desta matéria,
antes de prosseguirmos na edição desta série; uma revisão que inclui,
sublinha-se, sistematicamente, novos
textos de síntese de comentário sobre cada uma das matérias específicas
tratadas em cada edição.
(Parte do texto, em seguida, incluído: "Uma ideia que importa sempre considerar é a possibilidade de se disponibilizar uma sala-comum em dois espaços, situação que, desde que associado a uma adequada espaciosidade de cada um desses espaços, poderá dinamizar a capacidade de adaptabilidade ...")
(Parte do texto, em seguida, incluído: "Uma ideia que importa sempre considerar é a possibilidade de se disponibilizar uma sala-comum em dois espaços, situação que, desde que associado a uma adequada espaciosidade de cada um desses espaços, poderá dinamizar a capacidade de adaptabilidade ...")
Neste
sentido e neste artigo apresentam-se, em seguida, os títulos interativos dos artigos da série “Habitar e Viver
Melhor”, que abordam as temáticas do interior da habitação e, designadamente,
dos seus espaços de entrada, circulação e zonas mais sociais, aproveitando-se
para acrescentar, no final do artigo, uma nova reflexão sobres estas
apaixonantes e tão atuais matérias; e salienta-se que todos os artigos qui
editados, desde início de Setembro de 2017, integram, logo a seguir à listagem
interactiva dos artigos, novos textos de reflexão sobre a envolvente
habitacional, as novas tipologias residenciais, a estrututação dos respectivos
edifícios e a organização e estruturação habitacional.
Em
próximos artigos iremos disponibilizar reflexões sobre outros tipos de
espaços e subespaços habitacionais e domésticos, mais comuns, ou mais privados e
personalizados, que integram e caraterizam cada fogo/habitação.
Lembra-se
que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o
poder consultar.
Lembra-se,
ainda, que por motivos alheios à Infohabitar, que muito lamentamos e que já apontámos, na Infohabitar, a maior parte dos artigos
desta série editorial não conta, neste momento, com as respetivas ilustrações;
estando, no entanto, disponíveis todos os seus textos, que se caraterizam por
expressiva autonomia relativamente às referidas imagens.
Finalmente
regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar
- Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar
APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de
Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de
setembro de 2017, em boa parte, sediado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e
Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais
apoios disponibilizados por estas entidades.
São
os seguintes os três (3) artigos disponibilizados sobre o tema “Algumas ideias
sobre a sala-comum”:
A sala-comum multifuncional
A sala-comum: diversos hábitos e usos
A sala-comum: problemas, potencialidades e inovações
Sobre
as temáticas associadas e associáveis à matéria geral do interior da habitação
e, designadamente, das suas zonas mais sociais e associadas a um espaço ou
conjunto de espaços habitualmente designados de sala-comum muito há a dizer e
sublinha-se que o que a seguir se aponta, em alguns parágrafos temáticos,
corresponde, apenas, a uma informal reflexão sobre estes estimulantes assuntos,
que está, naturalmente, desenvolvida nos três artigos acima apontados e
devidamente “linkados”.
A
ilustração escolhida para acompanhar este texto diz muito, julga-se, sobre a
riqueza da temática associada à reflexão sobre as diversas formas de usar,
configurar, preencher e conceber os espaços da sala-comum: uma vista de uma
parte de mesa de jantar sobre a porta de entrada de uma habitação,
proporcionando-se para além do receber/estar à mesa as boas-vindas a quem entra
e logo é convidado a sentar-se e partilhar, provavelmente, dentro em pouco, uma
bebida ou uma pequena refeição de boas-vindas.
E
assim logo aqui associámos, na sala-comum: receber e estar, associando o entrar
na habitação a o estar e conviver e a refeições eventuais; uma condição que,
naturalmente, estará mais associada a uma situação em habitação unifamiliar,
mas que, na prática, é fortemente associada a uma ligação com o exterior – tal
como fica patente na ilustração –, uma ligação que pode também acontecer, em
soluções multifamiliaraes, em situações habitacionais térreas e em situações
habitacionais servidas por galerias comuns, mas desde que, em qualuer um destes
últimos caso multifamiliares, estejam devidamente consideradas e resolvidas as
questões de privacidade relativamente a vistas exteriores e não desejadas.
O
que daqui também se retira é o grande potencial da sala-comum, seja como “pólo”
(ou charneira) de relacionamento da habitação com o seu exterior (privado,
comum ou público), seja, consequentemente, como verdadeiro “pólo” (ou
charneira) gerador da própria estruturação da habitação.
Importa
agora, no entanto, considerar que, quando a sala-comum está hieráquica e
funcionalmente separada da entrada na habitação através de um átrio/hall de
entrada bem compartimentado, essa sua capacidade geradora da estruturação do
espaço doméstico, parece perder-se um pouco, remetendo-se a sala-comum para um
papel de certa forma idêntico ao de um grande quarto funcionalmente
indiferenciado; uma situação que não é aqui apontada, negativamente, apenas
constatando-se tal qualidade, uma qualidade que, aliás, terá vantagens em
termos da adaptabilidade doméstica (ex., sala que pode tornar-se num grande quarto
e, reciprocamente, poderá haver um grande quarto que possa tornar-se
sala-comum).
Uma
ideia que importa sempre considerar é a possibilidade de se disponibilizar uma
sala-comum em dois espaços, situação que, desde que associado a uma adequada
espaciosidade de cada um desses espaços, poderá dinamizar a capacidade de adaptabilidade
de uma tal sala-comum; que pode gerar “pares” funcionais mais ou menos
habituais como os seguintes: zona de estar e zona de refeições formais; zona de
estar e zona de trabalho; zona de estar e zona de quarto (mais ou menos versátil);
zona de refeições e zona de jogos de crianças, etc.
Uma
outra relação potencialmente privilegiada que pode ser gerada numa habitação,
através de uma adequada configuração e de um estratégico posicionamento da
sala-comum, consiste na relação entre uma sala-comum mais ligada ao estar,
embora integrando uma mesa escamoteável para refeições formais e uma cozinha
convivial onde seja possível desenvolver, habitualmente, as refeições domésticas.
Ainda
uma relação privilegiada da sala-comum pode ser estabelecida com espaços de
entrada e/ou de circulação doméstica que possam ser “anexados” pela sala-comum
em situações especiais, ampliando-se a sala-comum nessas ocasiões e sendo que na
vivência habitual e corrente da habitação tais espaços de entrada e circulação
podem estar mais “compartimentados”, proporcionando relações de privacidade
mais efetivos – uma relação de privacidade que pode ser , naturalmente, anulado
em situações de alargado convívio familiar.
Uma
outra habitual e interessante relação funcional/ambiental da sala-comum
desenvolve-se com espaços exteriores privados, proporcionando-se melhorias
ambientais na sala-comum (ex., sombreamento, ventilação, vizinhança com
elementos de vegetação) e potencial de desenvolvimento funcional pela extensão
das funções da sala-comum sobre esse exterior privado.
Consideraram-se,
assim, diversos aspectos associáveis ao sentido da sala-comum como espaço multifuncional,
“multiambiental”, estruturalmente importante na organização da habitação e na
imagem que dessa organização pode/deve ser passada a quem nos visita e espaço
capaz de se “vestir” de múltiplos ambientes e funções; uma capacidade que será
sempre muito desmultiplicada quando entre a sala-comum e as restantes zonas domésticas
existem alternantivas de circulação.
Também
se apontaram para a sala-comum diversos hábitos e usos que aí são possíveis,
seja num respeito “clássico” das suas velhas funções, entre as quais haverá,
sempre, que considerar a ideia da sala como “montra” familiar relativa ao que
queremos divulgar a quem nos visita, seja numa abertura a novas formas de
habitar e mesmo a formas de habitar específicas de determinados grupos socio-culturais;
e esta funcionalidade de “montra” poderá brigar um pouco com a interessante
capacidade de apropriação que sempre deve caraterizar a sala-comu – uma capacidade
de apropriação que obriga, por exemplo, a que a sala-comum possua, semprem uma
excelente capacidade de integração de mobiliário e de elementos de decoração
doméstica (ex., quadrosnas paredes).
E
finalmente talvez seja interessante considerar que a sala-comum pode ser um dos
sítios da habitação onde poderá ser mais visível a sua capacidade em termos de
inovação, um pouco num sentido oposto ao da referida “montra” familiar, sempre
relativamente estática; e esta dualidade é mais um dos aspectos
caracterizadores da sala-comum, que, no limite, e em situações de pequenas
habitações (T0 ou T0/T1) pode constituir-se como totalidade doméstica, matéria
que obrigará a futura abordagem específica nesta série de artigos.
e a
estas matérias relativas à sala-comum e às variadas formas da sua apropriação
por diversas categorias de habitantes, voltaremos …
Notas editoriais:
(i)
Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a
caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de
edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões
expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições
individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo
portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii)
De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado
nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar, Ano XIII, n.º 615
Algumas
ideias sobre a sala-comum – 3 artigos sobre o tema e um novo texto
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e
Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar,
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade
Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de
Habitação Económica (FENACHE).
Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa,
Encarnação - Olivais Norte.
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