- Infohabitar 95
Notas iniciais:
O Eng. José Coimbra, que hoje, pela primeira vez, aqui assina um excelente artigo tem, entre outras funções, importantes responsabilidades técnicas na Cooperativa de Habitação As Sete Bicas e na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) e foi um dos elementos-chave no incentivo e no levar à prática de uma pioneira intervenção de habitação de interesse social ambientalmente sustentável, assegurada pela promoção cooperativa e apoiada pelo Instituto Nacional de Habitação; um exemplo, actualmente em acabamento, e que, sem dúvida, ajudará a marcar um novo e essencial caminho na promoção habitacional em Portugal.
O texto que se segue é da autoria do Eng. José Coimbra, refere-se à segunda fase do indicado conjunto da Ponte da Pedra, em Matosinhos, e será integrado numa publicação subordinada ao tema “Ambiente e Construção Sustentável”, desenvolvida em colaboração com o Instituto do Ambiente e que já integra uma primeira avaliação do referido conjunto, à qual se seguirão outras análises e avaliações mais completas e detalhadas.
A edição
Ficha técnica da segunda fase do conjunto da Ponte da Pedra, em Matosinhos:
Projecto: Carlos Coelho – Consultores, Lda.
Controlo Técnico: CPV, Controle e Prevenção de Riscos, S.A.
Construção: J. GOMES Sociedade de Construções do Cávado, S.A.
Coordenação de Higiene, Segurança e Saúde: SOPSEC Sociedade de Prestação de Serviços de Engenharia Civil, Lda.
Financiamento da Construção: Instituto Nacional de Habitação – INH
Projecto – piloto comunitário, subsidiado e apoiado pelo Projecto SHE, Sustainable Housing in Europe
O Conjunto residencial da Ponte da Pedra, promovido pela NORBICETA – União de Cooperativas de Habitação, U.C.R.L., situado em Matosinhos, substituiu uma zona industrial degradada, valorizando o local de implantação, na medida em que, para além da operação habitacional, se procedeu a uma acção de regeneração ambiental e urbana.
Este Conjunto Residencial é constituído por uma primeira fase que conta com 6 Blocos, os quais contemplam 150 habitações, um equipamento educativo e cultural a norte do novo arruamento e um equipamento desportivo a meio da área habitacional.
A segunda fase do Empreendimento, constituída por 2 blocos (Bloco 7 e Bloco 8 – 101 habitações, tipologia T2 e T3), prevê ainda a criação de um equipamento infantil, parque público e espelho de água, peça escultórica, com zonas ajardinadas e vias pedonais em todo o Empreendimento.
Esta segunda fase, ainda em construção e com data de conclusão prevista para Setembro (Lote 7) e Novembro (Lote 8) de 2006, representa a participação portuguesa no Projecto SHE (Sustainable Housing in Europe) e surge na sequência da candidatura desta fase a esse mesmo Projecto.
O Projecto SHE é um projecto-piloto desenvolvido a nível europeu, co-financiado pela UE, incluindo-se no Eixo nº 4 – Cidades do Futuro e Herança Cultural, do 5º Programa Quadro de Investigação: Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O Projecto tem como objectivo demonstrar a viabilidade da Habitação Sustentável do ponto de vista económico, ambiental, social e cultural, utilizando, para tal, construções cooperativas europeias.
Durante o uso das habitações, serão desenvolvidas acções de monitorização a esses níveis com o propósito de demonstrar, com resultados concretos, a viabilidade, importância e vantagem da construção sustentável. Em Portugal, o Projecto foi desenvolvido em parceria pela NORBICETA – União das Cooperativas de Construção, U.C.R.L., pelo Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e pela Federação Nacional das Cooperativas de Habitação Económica, U.C.R.L, dando assim origem ao Primeiro Empreendimento Cooperativo de Construção Sustentável em Portugal.
Este Conjunto Residencial é constituído por uma primeira fase que conta com 6 Blocos, os quais contemplam 150 habitações, um equipamento educativo e cultural a norte do novo arruamento e um equipamento desportivo a meio da área habitacional.
A segunda fase do Empreendimento, constituída por 2 blocos (Bloco 7 e Bloco 8 – 101 habitações, tipologia T2 e T3), prevê ainda a criação de um equipamento infantil, parque público e espelho de água, peça escultórica, com zonas ajardinadas e vias pedonais em todo o Empreendimento.
Esta segunda fase, ainda em construção e com data de conclusão prevista para Setembro (Lote 7) e Novembro (Lote 8) de 2006, representa a participação portuguesa no Projecto SHE (Sustainable Housing in Europe) e surge na sequência da candidatura desta fase a esse mesmo Projecto.
O Projecto SHE é um projecto-piloto desenvolvido a nível europeu, co-financiado pela UE, incluindo-se no Eixo nº 4 – Cidades do Futuro e Herança Cultural, do 5º Programa Quadro de Investigação: Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O Projecto tem como objectivo demonstrar a viabilidade da Habitação Sustentável do ponto de vista económico, ambiental, social e cultural, utilizando, para tal, construções cooperativas europeias.
Durante o uso das habitações, serão desenvolvidas acções de monitorização a esses níveis com o propósito de demonstrar, com resultados concretos, a viabilidade, importância e vantagem da construção sustentável. Em Portugal, o Projecto foi desenvolvido em parceria pela NORBICETA – União das Cooperativas de Construção, U.C.R.L., pelo Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e pela Federação Nacional das Cooperativas de Habitação Económica, U.C.R.L, dando assim origem ao Primeiro Empreendimento Cooperativo de Construção Sustentável em Portugal.
De seguida, são apresentadas as medidas aplicadas no projecto SHE de Ponte da Pedra, de acordo com os critérios do Sistema " Líder A ".
Local e Integração:
O projecto da Ponte da Pedra 2ª Fase demonstra preocupações na análise do local e das suas características, nomeadamente através do levantamento prévio das especificidades do local e da sua integração no projecto, destacando-se a procura de gestão de águas locais, assegurando as funções ecológicas do solo (C2).Para além deste aspecto, é ainda relevante o facto de o empreendimento se localizar numa antiga zona industrial, tendo recuperado uma zona degradada, o que constitui um factor de destaque no que respeita à selecção do local – análise macro e planeamento (C1).
Existem também nas proximidades ao local várias amenidades (farmácia, banco, lojas de comida, etc.) e acesso a transportes públicos.
Recursos:
As medidas aplicadas demonstram uma efectiva preocupação na adequada gestão energética, que passam pela utilização de medidas solares passivas, melhorando o desempenho energético passivo do edifício (C10), e activas que permitirão reduzir o consumo de electricidade (C11) e de gás, aproveitando energia solar para AQS, ou seja, recorrendo a formas de energia renovável (C14).Existem também medidas que permitem uma adequada gestão da água no interior das habitações (chuveiros com válvulas termostáticas para controlo de temperatura, autoclismos com dupla descarga de 3 e 6 litros, aproveitamento de águas pluviais para a sanita, etc.), contribuindo, desta forma, para a redução do consumo de água para abastecimento doméstico (C16).
No exterior dos apartamentos são também aplicadas medidas para reduzir os consumos de água em espaços comuns e exteriores (C17), nomeadamente através do aproveitamento de águas recuperadas para rega da totalidade dos jardins da urbanização e da introdução de sensores de humidade que permitem detectar a necessidade de rega.
O facto de se ter implementado um sistema de recolha e armazenamento das águas pluviais, de escorrência superficial na área do empreendimento e de infiltração nas garagens, depois utilizadas, como referido, nas sanitas e rega de jardins, contribui efectivamente para a gestão de águas localmente (C20).
Verificou-se uma preocupação na utilização de materiais locais (C22) preferencialmente localizados na zona centro norte, num raio de aproximadamente 100 km, apresentando certificados de qualidade.
Ambiente Interior:
Relativamente ao ambiente interior, é evidente a introdução de medidas para a redução de ruído, através do reforço do isolamento acústico (C42), quer nas paredes exteriores, quer nas zonas interiores mais sensíveis (quartos).A adequada ventilação e contributo natural (C36) das habitações, associada à ausência de aparelhos de ar condicionado, irá permitir estabelecer padrões adequados de qualidade de ar interior, nomeadamente no que respeita à prevenção de micro contaminações (C38), por exemplo legionella.
As medidas aplicadas para reforçar o isolamento térmico, bem como as medidas solares passivas e activas referidas, permitirão obter valores de conforto térmico (C39) adequados no interior das habitações.
Pelo que se pode observar na visita ao local, os níveis de iluminação (C40) deverão também ser bastante confortáveis, nomeadamente através do aproveitamento da iluminação natural (C41) considerada no dimensionamento das janelas.
Gestão Ambiental e Inovação:
A sensibilização dos futuros moradores é assegurada nos vários momentos de desenvolvimento e de apresentação do Empreendimento (encontros conjuntos que reúnem promotor, construtor, projectista e autarquia e que são apoiados pela emissão de Dossiers actualizados sobre o Empreendimento).As acções de sensibilização culminam com a edição do Manual do Cooperador Proprietário de Uso e de Manutenção do Imóvel, distribuído aquando da entrega das habitações, documento este que divulga informação ambiental (C48) relevante sobre o edifício e sua adequada utilização.
Para além deste aspecto é ainda de referir que será desenvolvida uma monitorização energética e ambiental, social e económica (implicadas pelo projecto SHE), que permitirá acompanhar e controlar o desempenho do edifício.
Notas complementares:
O Instituto Superior Técnico, sob a orientação do Professor Manuel Pinheiro da Secção de Hidráulica e Recursos Hídricos e Ambientais, e ao abrigo do Sistema Líder A (Sistema Ambiental de Reconhecimento da construção sustentável), irá proceder à avaliação ambiental do Empreendimento da Ponte da Pedra 2ª Fase, promovido pela NORBICETA – União de Cooperativas de Habitação, U.C.R.L.
O referido grupo de investigação do IST está agora a desenvolver os critérios segundo os quais será possível proceder à avaliação e certificação ambiental de empreendimentos, e à identificação dos “casos de estudo“ considerados mais significativos a este nível.
O referido grupo de investigação do IST está agora a desenvolver os critérios segundo os quais será possível proceder à avaliação e certificação ambiental de empreendimentos, e à identificação dos “casos de estudo“ considerados mais significativos a este nível.
Julho de 2006
José Coimbra
Nota do editor: a este importante exemplo de aliança entre promoção de habitação de interesse social e construção que integra critérios práticos de sustentabilidade, voltaremos, designadamente, por ocasião da sua próxima inauguração.
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