Arquitectura urbana e atractividade residencial, na Figueira da Foz, Gala, com o atelier de Duarte Nuno Simões – infohabitar # 793
Infohabitar,
Ano XVII, n.º 793
Edição:
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
Estimados
leitores da Infohabitar,
Depois de um período marcado por algumas ausências editoriais da edição semanal da nossa revista, voltamos ao nosso ritmo habitual, embora com a divulgação do artigo semanal à quarta-feira (meio da semana), condição esta que iremos manter, pelo menos, até ao final de 2021.
E tal como foi previamente
divulgado iremos ter aqui, na Infohabitar, esta semana, um artigo de análise
arquitectónico-habitacional sobre uma obra habitacional premiada e desenvolvida
pelo atelier do Arq.º Duarte Nuno Simões, atualmente coordenado pelo Arq.º Nuno
Simões, o conjunto na Figueira da Foz, Gala, ao qual foi atribuído o Prémio INH
de promoção privada de habitação de interesse social em 2006 (quando da
18.ª.ediçºao do Prémio INH).
Tal como foi já aqui referido, mas
nunca é excessivo sublinhar, aponta-se o que se julga ser a muito oportuna e
mesmo didáctica divulgação deste tipo de análises teórico-práticas de habitação
de interesse social, procurando avançar sistematizações de uma essencial,
embora sempre pouco concretizável ou dificilmente abordável qualidade
arquitectónica, positivamente ambivalente em termos da qualidade do desenho e
de uma assinalável satisfação dos respetivos moradores, textos estes que se
julga assumirem um especial valor quando desenvolvidas por Arquitectos, mas
sendo as referidas análises elaboradas com o objectivo de uma adequada
legibilidade global.
Lembra-se, novamente, que serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias
comentadas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a
enviar para abc.infohabitar@gmail.com , ao meu cuidado).
Considerando a recente evolução da pandemia, e a, cada vez mais provada,
grande capacidade de contágio da mais recente variante do vírus, mesmos entre
vacinados, continuamos a reforçar a importância de se cumprirem com rigor os
protocolos de vacina (n.º de doses e períodos temporais posteriores às mesmas)
e de continuarmos com os cuidados de proteção próprios e dos outros,
designadamente, em termos de limpeza de mãos, uso de máscara e distância
social.
Despeço-me, até à
próxima semana, enviando saudações calorosas e desejos de força e de boa saúde
para todos os caros leitores e seus familiares, relembrando que a
Infohabitar irá ser editada, à mesma, semanalmente, mas agora à quarta-feira
(meio da semana).
Lisboa, 13 de outubro
de 2021
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Arquitectura urbana e atractividade residencial, na Figueira da Foz, Gala, com o atelier de Duarte Nuno Simões – infohabitar # 793
António
Baptista Coelho
(texto e fotografias)
Fig. 01
Resumo
Neste artigo
faz-se uma apresentação e análise comentada do conjunto de habitação de
interesse social na Figueira da Foz, Gala, concluído em 2005 com projecto de
Arquitectura do atelier de Duarte Nuno Simões e que foi Prémio INH de promoção
privada em 2006.
Em primeiro
lugar desenvolve-se o enquadramento do conjunto da Gala no âmbito da promoção habitacional de
interesse social, que tem sido implementada em Portugal, passando-se, em
seguida, para uma pequena discussão sobre o interesse que se julga ter uma nova
habitação de interesse social estrategicamente programada em pequenas
intervenções faseadas.
Depois e incidindo sobre o referido conjunto da Gala desenvolvem-se análises na temática da Arquitectura residencial e apontam-se alguns comentários relativos, sequencialmente: (i) à Arquitectura urbana e à apropriação pelos habitantes; (ii) à Arquitectura dos edifícios e a aspectos construtivos considerados mais relevantes; e (iii) à Arquitectura dos espaços domésticos; concluindo-se o artigo com algumas breves notas finais sobre a intervenção na Gala.
(nota prévia: as 12 imagens apresentadas como
figuras no artigo e sem legendas, seguem a sequência com que foram obtidas na
visita, procurando-se ilustrar o texto, mas não prejudicar a sua leitura)
1. Enquadramento do conjunto da Gala no âmbito da promoção de habitação de interesse social
O Prémio INH 2006 de Promoção Privada
foi atribuído ao empreendimento de 81 fogos de habitação de interesse social em
Gala, Figueira da Foz, Portugal, promovido em 2005, em regime de Contrato de
Desenvolvimento de Habitação (CDH), pela empresa Efimóveis Imobiliária, SA, e
construído pela empresa Ferreira Construções, SA, com o projecto de
Arquitectura coordenado pelos arquitectos Duarte Nuno Simões, Nuno Simões e
Joana Barbosa e Engenharia civil (Estruturas e aspectos de especialidade da
construção) pelo Eng.º Artur Pinto Martins.
Regista-se que os CDH correspondem a uma das três vertentes ou modalidades de promoção de Habitação de Interesse Social – designada Habitação a Custos Controlados (HCC) – que são desenvolvidas em Portugal, com apoio do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) – anteriormente Instituto Nacional da Habitação (INH), correspondendo neste caso à modalidade de promoção privada de HCC, que é, frequentemente, promovida através de associações com os respetivos municípios; sendo as duas outras modalidades possíveis, em Portugal, a promoção cooperativa de HCC –realizada com a activa participação das cooperativas da Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) e a promoção municipal de HCC, na qual são os próprios municípios a promoverem diretamente conjuntos habitacionais de HCC.
Refere-se também que os Prémios do
Instituto Nacional da Habitação (Prémios INH) e, sequencialmente, os Prémios do
Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (Prémios IHRU), actualmente
designados Prémios Nuno Teotónio Pereira, são prémios honoríficos anuais e com
três níveis de destaque possíveis – Prémio, Menção Honrosa e Menção do Júri: ,
que foram atribuídos durante cerca de um quarto de século, a uma ampla selecção
de conjuntos habitacionais, e sendo, sempre, premiados os respetivos
arquitectos coordenadores, os respetivos promotores e os respetivos
construtores.
Não sendo aqui “o sítio” para se
desenvolver o tema do que se julga ser o interesse deste Prémio como verdadeira
ferramenta de promoção da qualidade da
mais recente habitação de interesse social portuguesa (Habitação a Custos
Controlados, HCC) não se pode deixar de lembrar que o Prémio INH/IHRU se
constituiu como uma verdadeira “escola” e/ou fórum anual de discussão e de
promoção teórico-prática dessa qualidade, com natural destaque para a vertente
de uma ampla qualidade arquitectónica, mediante muitas centenas de visitas aos
conjuntos habitacionais recém-acabados, integradas por reuniões, “no local”,
entre os amplos e multidisciplinares júris do Prémio e os respetivos
projectistas, promotores e construtores desses mesmos conjuntos; e talvez,
aqui, na Infohabitar possamos fazer reviver, sinteticamente, em futuros
artigos, algumas dessas visitas consideradas mais significativas por diversas
ordens de razões.
E neste sentido avança-se para esta pequena “visita comentada” ao conjunto/CDH de 81 fogos de habitação de interesse social em Gala, Figueira da Foz, Portugal, concluído em 2005, com projecto de Arquitectura do atelier de Duarte Nuno Simões.
Fig. 03
Salienta-se que se trata de um Contrato de Desenvolvimento e Habitação que contou com a colaboração do respectivo município da Figueira da Foz e que, muito positivamente, foi realizado em diversas fases, cada uma delas com algumas dezenas de fogos/habitações, de modo a se apoiar e promover uma integração gradual dos novos habitantes no novo espaço habitacional e também dos habitantes de “acolhimento” relativamente aos novos vizinhos.
2. Nova habitação de interesse social estrategicamente programada em pequenas intervenções faseadas
Neste sentido realça-se que já no ano
2000, portanto cerca de 5 anos antes, tinha sido concluído um conjunto
habitacional idêntico, neste caso com 60 fogos/habitações, que na altura
mereceu também destaque na edição de 2001 do Prémio INH, que lhe atribuiu uma
Menção do Júri, então muito direccionada para o interesse e inovação da
respetiva solução de Arquitectura.
Entre as duas soluções “irmãs” e
devidamente faseadas há que registar, com muito agrado, a sensível mas
estruturante evolução dos principais conceitos e objectivos que integram os
principais aspectos deste projecto, mantendo-se aqueles que já eram muito
interessantes e avançando-se, com coragem e fundamentação, nos aspectos que
mereciam melhor, ou outro, partido/desenvolvimento.
E neste sentido parece ser bem oportuno
sublinhar o interesse social e estratégico desta “fórmula” de faseamento e
repartição, de intervenções habitacionais de interesse social com dimensão
significativa, em pequenas fases de conjuntos “apenas” com algumas dezenas de
fogos, intervaladas por alguns anos, proporcionando-se, assim, nas acções de
realojamento a desenvolver numa dada localização, condições adequadas para o
seu melhor acompanhamento, controlo e, até, aperfeiçoamento:
. tanto em termos dos vitais aspetos ligados à dinamização de uma gestão
local eficaz e interessantemente participada pelos próprios moradores;
. como em termos de avaliação da satisfação dos habitantes com as soluções
arquitectónicas propostas, que elas próprias poderão ir evoluindo, sendo
pormenorizadamente afeiçoadas.
E esta “política” de fazer pequenos conjuntos de habitação de interesse social, estrategicamente bem disseminados pelas zonas a servir e repartidos em quantidades razoáveis de fogos realizados simultaneamente e razoavelmente faseados quando era necessário desenvolver conjuntos de maior dimensão, foi continuamente defendida pelo próprio INH/IHRU ao longo de muitos anos e repetidamente validada por uma sequência de estudos teórico-práticos de avaliação retrospectiva e multidisciplinar ou de pós-ocupação, realizados pelo Departamento de Edifícios do LNEC com apoio do INH/IHRU.
E já agora se aponta, porque se julga
oportuno, que esta “política” de fazer pequenos conjuntos de habitação de
interesse social o mais possível integrados física e socialmente nas respetivas
zonas de implantação e paisagens urbanas específicas tem uma interessante
continuidade numa estratégia, que também se privilegiou, de fazer, sempre que
possível, edifícios mais baixos, mais
humanizados e potencialmente mais apropriáveis pelos seus moradores; condição
esta que se julga ficar evidente no conjunto urbano e habitacional que aqui se
comenta.
3. Comentários relativos à Arquitectura urbana e à apropriação pelos habitantes
Em primeiro lugar e numa análise
“arquitectónico-habitacional” deste conjunto de habitação de interesse social
realça-se o equilíbrio entre um desenho de arquitectura sóbrio e depurado e uma
imagem atraente e apropriável pelos seus habitantes, aspectos estes que levam a
que este conjunto de habitação de interesse social, tenha uma presença claramente
positiva e com influência regeneradora na zona urbana envolvente, marcando um
verdadeiro espírito do lugar, muito humanizado e numa íntima relação com a
natureza. Sublinha-se a cuidadosa e estimulante utilização de uma tipologia de
galerias exteriores (tantas vezes considerada menos adequada), mas que surge
com uma imagem associada seja ao unifamiliar seja à tradicional e apropriável
varanda corrida.
Esta intervenção é global e fielmente
sintetizada nos seus principais aspectos caracterizadores lembrando-se e
citando-se os seguintes e respetivos registos do Júri do PINH 2006 sobre este
conjunto urbano e habitacional:
. “Azuis e cinza dos
edifícios contrapõem-se com o verde dos
generosos espaços exteriores pedonais e recreativos ajudando a criar um
ambiente geral marcado pela dignidade, mas também pela alegria e por uma
equilibrada diversidade;
. “Solução geral do
edifício proporciona uma positiva associação entre imagens e usos das
tipologias uni e multifamiliares;
. “Habitações oferecem organizações diversificadas, com uma relação espaço / luz muito interessante.”
Fig. 07
Estamos então em presença, aqui na Gala/Figueira da Foz, de pequenos quarteirões baixos e alongados, produzindo-se uma imagem urbana local marcada pela aliança entre a efectiva presença vertical dos edifícios e um tratamento paisagístico sóbrio e integrador.
E a arquitectura preparou esta aliança,
desde a escala humanizada às tonalidades dos edifícios contrastantes com o
verde e em ligação com um projecto específico de arquitectura paisagista.
As tonalidades dos edifícios
contrapõem-se, então, com o verde dos generosos espaços exteriores pedonais e
recreativos ajudando a criar um ambiente geral marcado pela dignidade, mas
também pela alegria e por uma equilibrada diversidade.
4. Comentários relativos à Arquitectura dos edifícios e a aspectos construtivos
Passando, agora, para uma abordagem mais
específica ao edificado estamos em presença de uma solução geral de edifício
que parece proporcionar uma positiva associação entre imagens e usos das
tipologias uni e multifamiliares.
Parece certo que a intenção que moveu os
projectistas, quando referiram “procurar
dar a cada família um fogo que, embora integrado num edifício (multifamiliar),
seja tão parecido quanto possível, naquelas circunstâncias, a uma habitação
isolada”, foi uma intenção plenamente conseguida e que, por si só, merece
especial atenção pois é condição para:
. a humanização global da intervenção;
. e para a sua melhor integração numa envolvente marcada pela baixa
densidade de construção.
Esta ponte forte com o unifamiliar resulta, entre outros aspectos, de um tratamento bastante identificador de cada módulo habitacional e, por extensão, de cada habitação, mas também do acentuar das relações directas entre cada habitação e o exterior, bem marcadas em cada habitação simplex térrea, mas também muito evidenciada pelas transparentes e sóbrias galerias exteriores de acesso aos fogos duplex, construindo-se como que um evidenciado agregado de fogos/habitações sobrepostos e em banda cerrada e densa, mas onde não se perde a individualidade de cada habitação.
Fig. 09
Considera-se que esta matéria da imagem suavizada e humanizada dos multifamiliares é um tema chave e urgente, que importa apontar com um mínimo de desenvolvimento, nas suas duas facetas essenciais e mutuamente articuladas: no que se refere aos, cada vez mais fundamentais, aspectos de necessidade de apropriação por quem habita e de identificação com o sítio que se marca/habita; e no que se liga a uma perspectiva urbanística, actualmente crítica, de se realizarem conjuntos residenciais realmente integrados, pela sua escala, pela sua imagem e mesmo pelo seu carácter, nas respectivas envolventes urbanas e naturais, tantas vezes, entre nós, marcadas pela baixa densidade de construção e por tipologias com reduzidos números de fogos.
A “peça” edificada assegura, entre
outras, duas importantes condições.
. Um agradável carácter de urbanismo residencial, que resulta da positiva
conjugação entre a serenidade racional do desenho geral e a sóbria, mas ainda
assim afirmada, expressão de alguns elementos da arquitectura com raiz na nossa
tradição urbana e doméstica (telhados, sacadas, chaminés, fortes socos e mesmo
varandas/galerias), que valem indirectamente pelas respectivas memórias, e
directamente pela escala humana que induzem.
. Uma boa adequação aos modos de vida dos habitantes, através do contacto
directo com o exterior, feito por pequenos quintais abertos mas apropriáveis ou
através de pequenas galerias comuns que têm a agradável imagem de varandas,
servindo poucos fogos.
Para além destes aspetos mais globais a solução arquitectónica do edifício é marcada:
. pela racionalidade e contemporaneidade do desenho;
. pelo, já referido, privilegiar do contacto com o exterior, também
justificado em termos de adequação da solução aos frequentes modos e desejos de
habitar das famílias aqui realojadas;
. atributos estes realçados por uma coloração apelativa que faz destacar,
positivamente, o novo conjunto na sua envolvente urbana.
É também muito interessante ter em conta, em termos de inovação e eventual adequação a soluções construtivas mais simplificadas e económicas, que tudo o que foi acima apontado, em termos de “desenho amplo” da Arquitectura foi desenvolvido no âmbito de uma premeditada concepção conjunta da arquitectura e do projecto de estabilidade, aplicando-se soluções de alvenaria resistente de tijolo confinada com vigas, montantes e cintas de travamento, visando-se uma construção rigorosa e de imagem clara , mas também económica e adequada a uma prática construtiva talvez menos complexa. E quando estamos habituados à “facilidade” do cálculo à base do betão armado, esta opção, tão adequada à referida escala humana destes edifícios, é também a prova cabal dos bons resultados conseguidos com uma boa integração entre disciplinas, neste caso arquitectura e engenharia.
Fig. 11
5. Comentários relativos à Arquitectura dos espaços domésticos
Passando, agora, ao espaço doméstico
importa referir que, globalmente, as habitações oferecem organizações
diversificadas, com uma relação espaço / luz muito interessante; e podemos
considerar que há, aqui, uma aceitação plena, pela Arquitectura, da vital
importância da luz natural no projecto doméstico e do seu relevo muito
específico quando este projecto se desenvolve no âmbito das áreas e custos
controlados; pois de certa forma mais e melhor luz natural acaba, por vezes,
por poder favorecer uma noção de mais espaço interior e de maior abertura e
continuidade entre interior e exterior, condições estas muito benéficas quando
o espaço interior é significativamente delimitado.
O espaço doméstico foi, aqui, desenvolvido
de uma forma que tanto serve uma apropriação intensiva e muito cuidada com
mobiliário (naturalmente com peças não muito grandes) e cuidados complementares
de personalização das diversas zonas funcionais e ambientais, como serve,
igualmente bem, uma escassa ocupação com mobiliário, ligada a evidentes e
frequentes problemas económicos; e considera-se que este é um aspecto com
grande importância pela capacidade de apropriação e de “diálogo” espacial
oferecida pelo espaço doméstico assim concebido.
Mas para além disto ou, melhor,
integradamente com o que parece ter sido este objectivo de projecto,
desenvolveu-se, também, aqui:
. quer uma ponderada atribuição de áreas interiores pelos diversos
compartimentos e espaços domésticos, o que resultou na ausência de espaços
sensivelmente “apertados”;
. quer uma estratégia de adequados relacionamentos entre diversos tipos de
espaços e compartimentos, procurando-se a máxima redução de circulações mas com
um mínimo de prejuízos funcionais e “ambientais” e revertendo as áreas assim
“ganhas” para pequenos mas estratégicos acréscimos nas zonas domésticas mais
“sociais” e para também estratégicas proximidades entre alguns quartos e essas
mesmas zonas mais sociais;
. quer a proposta de algumas “inovações” funcionais/ambientais entre as
quais destacamos a proposta de cozinhas funcionalmente muito estruturadas de
modo a conseguir-se a máxima “rentabilização” da sua área;
. quer o desenvolvimento de um espaço doméstico que flexibilize a respetiva ocupação com mobiliário, condição esta que é essencial na adequação a diversas exigências e gostos habitacionais e na essencial apropriação da habitação.
6. Breves notas finais sobre a intervenção na Gala, Figueira da Foz
E para rematar esta síntese de
apresentação e apreciação da intervenção de habitação de interesse social em
Gala, Figueira da Foz, Portugal, concluída em 2005, com projecto de
Arquitectura do atelier de Duarte Nuno Simões transcreve-se, em seguida, parte
da respectiva apreciação pelo Júri do Prémio INH 2006:
“Realça-se o equilíbrio entre um desenho de arquitectura sóbrio e depurado
e uma imagem atraente e apropriável pelos seus habitantes, aspectos estes que
levam a que este conjunto de habitação de interesse social, tenha uma presença
claramente positiva e com influência regeneradora na zona urbana envolvente,
marcando um verdadeiro espírito do lugar, muito humanizado e numa íntima
relação com a natureza.
[e] “Sublinha-se a cuidadosa e estimulante utilização de uma tipologia de
galerias exteriores (tantas vezes considerada menos adequada), mas que surge
com uma imagem associada seja ao unifamiliar seja à tradicional e apropriável
varanda corrida.
Notas editoriais gerais:
(i) Embora
a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo
corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada
por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos
artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais
dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da
exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No
mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a
utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por
exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva
responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas
fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para
se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da
Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa
de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a
tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo
GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à
respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas
e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do
teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou
negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi
recebido na edição.
Arquitectura urbana e atractividade residencial, na Figueira da Foz, Gala, com o atelier de Duarte Nuno Simões – infohabitar # 793
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas Artes de
Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade
do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo
no Laboratório Nacional de Engenharia
Civil (LNEC), em Lisboa.
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).
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