Ligação
direta (clicar) para: 725 Artigos Interactivos, edição revista, ilustrada
e comentada - 38 temas e mais de 100 autores.
Infohabitar, Ano XVI, n.º 740
Dar importância aos pequenos espaços exteriores privados – Infohabitar # 740
Por António Baptista Coelho (texto e imagens)
Edição: terça-feira, 28 de
julho de 2020
Editorial:
Estimados leitores da nossa Infohabitar,
Continuando com os espaços do habitar, um dos temas “centrais” da nossa revista, vamos aprofundando, sistematicamente, esta matéria, praticamente, tipo de espaço a tipo de espaço, visando-se, em primeiro lugar a existência e as diversificadas tipologia e qualificação dos espaços exteriores privados, cuja importância esteve e está tão evidenciada em virtude do confinamento doméstico a que estivemos e ainda, em parte, estamos “obrigados”, no sentido de se procurar reduzir e estancar, verdadeiramente, a pandemia que sofremos.
Aproveita-se para voltar a
sublinhar a importância que continua a ter o distanciamento social, conseguido
sempre que possível através do teletrabalho e todas as medidas de proteção
própria e dos outros, que são muito favorecidas com o uso sistemático de máscara
e a continuidade dos cuidados de higiene.
Esta renovada viagem pelos espaços do habitar
é e será feita, nas próximas semanas, com novos artigos e também através do revisitar,
do recomentar e de um expressivo desenvolvimento de artigos já editados, há alguns anos, na
nossa revista.
Lembra-se, finalmente, que serão sempre muito
bem-vindas eventuais ideias comentadas a propósito dos artigos aqui editados e propostas
de novos artigos (a enviar para abc.infohabitar@gmail.com ao meu
cuidado),
despeço-me, até à próxima semana, com saudações
calorosas e desejos de muita força e de boa saúde,
Lisboa, Encarnação, em 27 de julho de 2020
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Dar importância aos pequenos espaços
exteriores privados – Infohabitar
# 740
António Baptista Coelho
Sobre a outra e bem importante dimensão doméstica exterior,
que é possível, mas tão pouco frequente, nos nossos balcões/varandas, pátios e
pequenos jardins
O presente artigo desenvolve-se na temática dos espaços exteriores
privados, considerados estes não como pequenas zonas suplementares da
habitação, quando não mesmo quase residuais, mas sim como espaços,
relativamente pequenos, mas expressivamente positivos na sua presença, nas suas
funções próprias e na complementaridade por eles proporcionada aos outros
espaços domésticos mais interiorizados.
Cabe aqui, desde já, sublinhar que tal caminho do desenvolvimento, quase,
residual, dos espaços exteriores privados é diretamente fomentado pela dimensão
regulamentar habitacional, que, quase sempre, faz pesar a existência de tais
espaços, diretamente, na espaciosidade interior, isto é: existindo, por
exemplo, uma varanda com 4m2, o espaço interior da habitação terá menos esses
4m2 – considerando-se áreas máximas regulamentares para a habitação de
interesse social; matéria que nos levará, sem dúvida, muito longe em termos de
reflexão e discussão, mas qua passou a assumir, sem qualquer dúvida, outro tipo
de presença e de importância quando confinados uns em apartamentos com varandas
de estar e outros sem qualquer tipo de espaço exterior privado ou com varandas
tão exíguas e/ou tão mal colocadas na habitação e/ou relativamente à vizinhança
e/ou relativamente a aspetos de insolação e ventos dominantes, que o seu uso
é/era quase impossível.
Tendo-se presente que esta problemática vale bem diversos artigos, sob
diversas perspetivas, será, desde já, oportuno relevar as referidas e infelizmente
bem frequentes condições dos espaços exteriores privados em termos de má
integração funcional doméstica, má disposição relativamente aos fatores
climáticos e má configuração em termos de microatividades proporcionadas;
condições estas que, por vezes, acabam por influenciar usos impróprios de tais
espaços, por exemplo, como caóticas arrumações visíveis do espaço público.
Sobre os espaços exteriores e/ou de transição e ligação interior/exterior que podem constituir os
nossos “pequenos” mundos domésticos e privativos, eles serão, em seguida ,
abordados:
. em termos da sua importância e mesmo protagonismo como espaço exterior privado que marque a própria estruturação e a vivência de uma habitação;
. no sentido do aproveitar e mesmo tirar partido da variedade formal e funcional do exterior privado na geração de tipologias habitacionais renovadas, “inesperadas” e com forte sentido de identidade e apropriação;
. com o objetivo de se ganhar, verdadeiramente,
outra dimensão exterior para o habitar privado – uma dimensão própria em
determinados usos e ambientes e indireta, mas igualmente importante, nos ambientes
e limiares de transição que assim serão conseguidos para os espaços interiores
contíguos;
. para se ter em conta a muito significativa
variedade de aspetos funcionais e formais que são possíveis no exterior privado,
tanto influenciando a intensidade do seu uso, como e expressivamente a imagem
dos respetivos edifícios;
. no sentido de se aproveitarem, ao máximo, as
vantagens diretas e indiretas que podem ser proporcionadas pelo exterior privado;
. e, finalmente, porque ao avançarmos neste
sentido do privilegiar habitações com espaços exteriores privados estamos, verdadeiramente,
a proporcionar mais “casa” para além das nossas janelas.
Fig. 01: a paisagem
urbana de pormenor ganha tanto ao nível público, como ao nível privado com sequências
densas e com boa imagem pública de pequenos quintais privados; e o que ganham
os moradores na multiplicidade de usos “domésticos” acrescentados? Na
imagem o exterior de habitações do conjunto urbano "Bo01 City of
Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em
2001 (ver nota final) - Arquitetura: Karmebäck e Krüger
Importância e protagonismo do exterior privado
O título
deste artigo não faz justiça à ideia que se tem sobre a importância potencial
dos espaços exteriores privados, salientando-se que se considera que estes
espaços podem ter uma importância estruturadora da própria organização da
habitação, essencialmente no caso das habitações isoladas, mas igualmente em
conjuntos habitacionais coesos e mesmo em edifícios multifamiliares em altura.
Em qualquer destes casos, com uma tal opção
projetual, naturalmente, quando adequadamente desenvolvida – e não tenhamos
dúvida que se trata de uma opção arquitetonicamente exigente – poderemos obter um
excepcional ganho em termos de caracterização da solução habitacional,
embebendo-se esta solução com um sentido “diferente” ou com uma outra dimensão
que pode influenciar:
. seja usos específicos exteriores (lazer
exterior em condições muito agradáveis e estimulantes, floricultura, etc.) e a
possibilidade de se desenvolverem exteriormente actividades habitualmente
interiores (leitura, convívio, refeições, trabalho profissional, banhos, etc.);
. seja uma muito mais intensa relação com o
exterior e com a natureza com evidentes ganhos para o conforto ambiental (luz e
ventilação naturais) e para a apropriação e caracterização da habitação
(grandes floreiras e pequenos pátios ajardinados).
A ideia que aqui se aponta é que o exterior privado possa ser, inteiramente,
espaço útil e mesmo espaço habitável, servindo, por exemplo, seja para
circulações correntes, seja para zonas de estadia e de diversas actividades
domésticas, como será, por exemplo, o caso do estar, do lazer e da recepção.
Naturalmente que esta possibilidade será mais efectiva em soluções de
edifícios unifamiliares (moradias), mas considera-se que pode ser extensível a
variadas soluções multifamiliares, considerando-se as limitações associadas a
diversas zonas climáticas e tendo-se em conta, como bases de fundamentação
directas, as soluções encontradas na habitação popular (exemplo, pátios e
alpendres) e, evidentemente, na tão rica quanto esquecida história do habitar.
Exterior privado e geração de tipologias habitacionais
renovadas
É possível
criar e recriar novas formas de exteriores em edifícios multifamiliares,
fundindo atraente e funcionalmente, espaços públicos, semi-públicos, comuns e
privados, numa perspectiva volumetricamente diversificada, que transforma as
habituais soluções, tantas vezes, sem forma(s) e sem "história(s)" em
divertidos espaços que articulam a rua com uma habitação que acaba por ser uma
"casa" integrada numa estrutura ou cenário espacial, verdadeiramente,
em três dimensões e cuja capacidade de apropriação individual e de grupo se
conjuga com um frequente e bem expressivo potencial de identidade, essencialmente,
vicinal, mas também, indiretamente, urbana.
Nestas matérias o que aqui também se salienta é a ausência de sentido que tem a tripla e simultânea situação de:
. esquecimento a que se têm votado tantas soluções de relação entre espaços domésticos interiores e exteriores e específicas e bem pormenorizadas soluções de transição entre interior e exterior;
. de certa forma em favor de uma estruturação
doméstica que tende a considerar, por um lado, o exterior doméstico como uma
dimensão claramente suplementar e “descartável”;
. a não ser, quando em soluções consideradas
“luxuosas”, esse exterior ou esse espaço de transição entre interior e exterior
é aplicado como sendo uma qualidade de “luxo”.
E tudo isto quando em tantas soluções de
habitação popular os espaços exteriores privados ou de uso mais privado, são,
por vezes, dos mais usados na habitação; condição esta que deve ter em conta,
naturalmente, as limitações regionais e climáticas, que serão sempre
estruturantes, designadamente, nos aspectos de adequada protecção destes
espaços relativamente a ventos dominantes e de adequada orientação solar e
cuidadoso sombreamento destes mesmos espaços.
O que aqui seria
interessante fazer, neste ponto da reflexão, era apontar soluções específicas que
concretizam este tipo de preocupações e averiguar o custo das mesmas, pois não
podemos esquecer que a existência de uma dimensão de espaço exterior privado tem,
para além do seu específico “sobrecusto” relativamente a uma solução “rasa”,
sem exterior privado, sempre, um fundamental aspecto qualitativo em qualquer
solução habitacional; e poderíamos, mesmo, falar de um quase suplemento de alma
residencial e de relacionamento urbano – e importa não esquecer este último e
muito importante aspeto.
Não tenhamos, no entanto, dúvidas de que há
um grande leque de soluções de espaços exteriores privados, verdadeiramente
efectivos e, portanto, bem distintos daquelas soluções de varandas mal
dimensionadas, mas pormenorizadas, sombrias e desabrigadas, que para pouco ou
nada servem: basta passear na cidade para as ver e nelas imaginar viver.
E é ainda importante procurarmos e imaginarmos, “no limite”, soluções de habitar que não sejam, “apenas”, ativamente complementadas por exteriores privados, mas que sejam , sim, fortemente estruturadas por espaços exteriores privados, desenvolvidos, provavelmente, na continuidade de atraentes espaços exteriores comuns, ou públicos – de certa forma vivendo aqui os espaços interiores domésticos quase num ativo complemento de exteriores privados “centrais” e marcantes ( e a história do habitar é pródiga em exemplos deste tipo).
Fig. 02: o
exterior privado pode e deve existir sob variadas formas, como neste espaço em
terraço de um edifício multifamiliar, mas há que o tratar como espaço exterior
privado, verdadeiramente “domesticado”, seja em termos de condições específicas
de conforto ambiental, seja no seu potencial de apropriação, arranjo e
equipamento/mobiliário. Na imagem o exterior, em terraço privado, de
uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow",
desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota
final) - Arquitetura: Bengt Hidemark.
Ganhar outra dimensão exterior para o habitar privado
Basicamente
do que aqui tratamos é da possibilidade de se ganhar uma outra dimensão
exterior para o habitar privado, que pode ser naturalizada – ligada à natureza
através de floreiras e pequenos pátios e jardins – e/ou razoavelmente aberta às
vistas envolventes ou, agradavelmente, intimista e polarizadora da própria
identidade protectora da habitação – em balcões e pátios cuidadosamente
“fechados” e climaticamente agradáveis – nos quais se pode estender a vida na
habitação; e em qualquer dos casos há o ganhar de uma “nova/velha” verdadeira
dimensão exterior, mas para um tal êxito há que saber manejar a concepção do
habitar harmonizando e enriquecendo mutuamente espaços privados e até para-privados
interiores e exteriores.
Parece oportuno apontar aqui que esta
reflexão e este estudo leva ao aprofundamento da investigação sobre diversos
tipos de edifícios com conteúdo habitacional, que pode não ser exclusivo, pois,
afinal, os usos mistos estão aí para ficar e marcar.
Com base num essencial estudo de Nuno Portas
aponta-se, em seguida, um leque possível de diversos espaços exteriores
privados: (1)
. Varanda ou balcão, espaço predominantemente
saliente do plano de fachada; o balcão é uma "varanda de peitoril"
(provavelmente com guarda opaca).
. "Loggia", espaço predominantemente
reentrante no volume do edifício (espécie de varanda ou balcão total ou
parcialmente reentrante).
. Marquise (bem planeada), varanda ou "loggia" em
grande parte envidraçada – é discutível esta inclusão no domínio dos espaços
exteriores privados, nomeadamente, quando são projectadas de raiz, e quando não
o são, não deveriam ser permitidas pois desfiguram os respectivos edifícios.
. Terraço ou grande varanda habitualmente
situada na parte superior do edifício ou aproveitando, em diversos níveis, o
seu escalonamento topográfico.
. Pátio central (aberto no interior do fogo).
. Quintal e/ou jardim, frontal, de traseiras ou
lateral.
Sobre os variados aspetos funcionais e formais do exterior
privado
Não
considerando, evidentemente, que estamos a esgotar este subtema e ee nos
limitarmos às mais simples formas de exterior privado, como é o caso das
varandas e terraços, alguns autores, como Claude Lamure (2), M. Imbert (3) e
Dreyfuss e Tribel (4), salientam as principais actividades que são aí
realizadas, sublinhando-se as consideradas mais importantes (indicadas numa
ordem de possível e sempre discutível, porque muito variável, importância
decrescente):
. criar plantas e flores;
. repousar, descontrair e estar ao sol ou ao
fresco (nas tardes e noites estivais);
. vigiar as crianças no exterior;
. secar roupa;
. proporcionar que as crianças brinquem;
. permitir que os bébés tomem ar;
. tomar certas refeições.
A relação com a natureza e o lazer assumem,
como se vê, uma clara importância no uso do exterior privado, mas alguns
autores destacam, também, naturalmente, a importância deste tipo de espaço como
elementos de enquadramento visual do exterior e de protecção climática da
restante habitação.
Fig. 03: um pequeno
quintal/pátio privado pode e deve ser um pequeno mundo em termos de imagens e
de potenciais apropriações, como é aqui bastante evidente. Na imagem o pátio
privado de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of
Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em
2001 (ver nota final) - Arquitetura: Jan Christer Ahlbäck.
A propósito das vantagens diretas e indiretas do exterior
privado
Numa perspectiva
de utilidade dos espaços exteriores privativos como elementos de apoio ao
interior doméstico e de sua relação com o exterior Rob Krier aponta algumas
finalidades específicas para bay windows, espaços estes que parecem ser
exemplares ou de referência no desenvolvimento de uma tão afirmada como
harmonizada e gradual ou matizada relação entre interior e exterior: (5)
. São alargamentos dos espaços interiores,
proporcionando um sentimento de estar no exterior, mas ainda dentro da
influência directa do interior doméstico.
. Permitem vistas melhoradas do ambiente
envolvente e podem mesmo “transportá-lo” para o interior enriquecendo-o e
caracterizando-o – e nesta matéria há que considerar especificamente a
interessante capacidade de naturalização do interior doméstico, podendo quase
trazer-se o jardim para dentro de casa.
. Enriquecem o espaço interior contíguo, porque
dividem-no em subespaços diferenciados, considerando o seu relacionamento mais
forte ou menos forte com vãos e espaços exteriores mais, ou menos, fechados e
mais, ou menos, amplos.
. Podem criar verdadeiras “zonas tampão”
controláveis em termos de conforto ambiental, e, naturalmente, com boas
influências no maior conforto doméstico e na poupança energética.
A bay window é no interior, e no
transporte que faz, para o interior, do ambiente exterior, o que é o
caramanchão e o telheiro isolado no exterior, neste caso como transporte do
interior para uma envolvente exterior.
Os espaços exteriores privativos têm, assim
funções específicas e estimulantes (por exemplo criar plantas), proporcionam a
extensão de actividades domésticas interiores (como por exemplo o estar e o
convívio), e enriquecem e protegem o interior doméstico através de vistas bem
enquadradas e de protecções e sombreamentos estratégicos.
De certa forma os espaços exteriores
privativos criam uma dimensão doméstica suplementar e complementar da dimensão
doméstica interior, uma espécie de cintura de protecção e de relação da
habitação com a sua envolvente natural e urbana, e uma cintura que, para além
dessas funções, apoia atividades específicas; criando-se, assim, um “outro”
espaço doméstico que é de grande interesse para a plena satisfação de quem
habita uma casa com esses atributos e que, para além de tudo isto, ainda
proporciona uma relação privilegiada e bem dominada com a vizinhança e o espaço
urbano envolvente.
Ter mais “casa” para além das janelas
De certa forma havendo, por exemplo, varandas, ainda que pequenas, há
mais casa para além das janelas, uma perspectiva que até é também (pres)sentida
nos vãos de janela fundos, preenchidos por soleiras e peitoris largos, e que se
podem ocupar com vasos de plantas e até pequenos móveis, criando-se espaços de
transição com características de iluminação e de vistas específicas.
Criam-se, assim, sequências de vãos domésticos fundos e úteis e de
varandas contíguas, definindo verdadeiros espaços tão de limiar como de transição,
tornando o outro interior mais “interior” e protegido e qualificando o exterior
em camadas sequenciais e gradualmente mais públicas, e, portanto, tornando-o
muito mais apetecível do que um exterior, como que “cortado à faca”, logo ali,
ao rés de uma pobre janela de peito, mal desenhada e aberta numa parede fina.
Um exterior que não existindo em termos de espaço exterior privado deixa
de existir e de ser objetivamente sentido, logo que passamos a soleira da nossa
porta, numa espécie de “obrigação” de interioridade e de afastamento ou
separação do exterior, do espaço de uso geral/público, da natureza e, até,
quase de um “ar livre” bem sentido a toda a nossa volta; numa condição que é claramente
limitadora a de sensações e atividades, quando não mesmo um pouco claustrofóbica.
E, no caso contrário,
quando existe algum exterior privado, ou quando este é mesmo muito significativo
– por exemplo, em termos de um pátio, de um pequeno quintal, ou de uma grande e
funda varanda – então o “voltar” a casa não corresponde ao cortar com essa
fruição do exterior, mas sim ao ter, realmente, mais “casa” e mais casa funcional e
ambientalmente diferenciada para além das janelas; condição esta tão enriquecedora
das potencialidades domésticas, como do estímulo ao relacionamento com a cidade
e a natureza.
NNotas:
(1(1) Baseado no Estudo de Nuno Portas, "Funções
e Exigências de Áreas da Habitação", LNEC, p. 71.
(2(2) Claude Lamure, "Adaptation du Logement à la Vie Familiale",
p. 209.
(3(3) M. Imbert, "Mission d'Études de la Ville Nouvelle du
Vaudreil", p. 18.
(4(4) D. Dreyfuss; J. Tribel, "La Cellule-Logement", p. 29.
(5(5) Rob Krier, "Elements of Architecture", pp. 64 e 65.
NNota importante sobre as imagens que
ilustram o artigo:
As imagens que
acompanham este artigo e que irão, também, acompanhar outros artigos desta
mesma série editorial foram recolhidas pelo autor do artigo na visita que
realizou à exposição habitacional "Bo01 City of Tomorrow", que
teve lugar em Malmö em 2001.
Aproveita-se para
lembrar o grande interesse desta exposição e para registar que a Bo01 foi
organizada pelo “organismo de exposições habitacionais sueco” (Svensk
Bostadsmässa), que integra o Conselho Nacional de Planeamento e Construção
Habitacional (SABO), a Associação Sueca das Companhias Municipais de Habitação,
a Associação Sueca das Autoridades Locais e quinze municípios suecos; salienta-se
ainda que a Bo01 teve apoio financeiro da Comissão Europeia, designadamente, no
que se refere ao desenvolvimento de soluções urbanas sustentáveis no campo da
eficácia energética, bem como apoios técnicos por parte do da Administração
Nacional Sueca da Energia e do Instituto de Ciência e Tecnologia de Lund.
A Bo01 foi o primeiro
desenvolvimento/fase do novo bairro de Malmö, designado como Västra
Hamnen (O Porto Oeste) uma das principais áreas urbanas de desenvolvimento da
cidade no futuro.
Mais se refere que,
sempre que seja possível, as imagens recolhidas pelo autor do artigo na Bo01
serão referidas aos respetivos projetistas dos edifícios visitados; no
entanto, o elevado número de imagens de interiores domésticos então recolhidas
dificulta a identificação dos respetivos projetistas de Arquitetura, não
havendo informação adequada sobre os respetivos designers de equipamento
(mobiliário) e eventuais projetistas de arquitetura de
interiores; situação pela qual se apresentam as devidas desculpas aos respetivos
projetistas e designers, tendo-se em conta, quer as frequentes ausências de
referências - que serão, infelizmente, regra em relação aos referidos designers
-, quer os eventuais lapsos ou ausência de referências aos respetivos
projetistas de arquitetura.
O
presente artigo corresponde a uma nova versão, revista e aumentada, do artigo
publicado no número 569 da Infohabitar em 14 de fevereiro de 2016.
Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada,
caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha
de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões
expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições
individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto
da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos
artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos
artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é,
igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão
referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e
científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito
significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver
com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo
GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à
respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas
e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do
teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou
negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido
na edição.
Infohabitar, Ano XVI, n.º 740
Dar importância aos pequenos espaços exteriores privados – Infohabitar # 740
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL – Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação
em Arquitectura e Urbanismo no Laboratório Nacional de Engenharia Civil
(LNEC), em Lisboa.
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para
a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na
Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).
Sem comentários :
Enviar um comentário