terça-feira, setembro 10, 2019

701 - Esboços de pormenor livres e recentes – Infohabitar 701

Infohabitar, Ano XV, n.º 701

Esboços de pormenor livres e recentes – Infohabitar 701

Por António Baptista Coelho (imagens e textos)

(nota prévia: a Série “Habitar e Viver Melhor” será retomada  em finais de setembro)
Retomando-se o que é já uma tradição da Infohabitar continua-se a edição de alguns esboços recentes, associando-se, por regra, sintéticos comentários informais, julgados oportunos, seja numa perspetiva de Arquitectura/Habitar (quando adequado), seja considerando notas informais no sentido do próprio fazer do esboço/desenho, aqui, sublinha-se, numa perspetiva de clara informalidade e sentido prático - eventualmente útil a quem, como o autor, continua a desenhar numa base diária, procurando, sempre, alguma melhoria –ainda que esta, sendo sempre relativa, discutível e sensível, exigisse bastante mais paciência, calmo sentido de observação prévia e de “projeto” do próprio esboço, e isto tudo, naturalmente, obrigasse a muitas mais horas de prática, que é sempre agradável, há que confessar; mas o tempo tem limites.

Notas prévias à presente edição:
Que não se estranhe o tútulo deste artigo e a relativa diversidade dos seus conteúdos: designam-se de "esboços de pormenor", esquissos exteriores e interiores baseados em variados elementos/temas - de árvores a vasos com plantas, de edifícios a veículos e de perspetivas de rua a uma pequena "rua" doméstica.
Afinal, trata-se. em todos os casos de apontamentos que foram suscitados e, sequencialmente,"fixados", devido a aspetos de pormenor específicos: mais de enquadramento e/ou mais protagonistas.
E em qualquqer um dos casos são esquissos "livres", embora se confesse que a temática do pormenor exige expressiva atenção na observação e significativa paciência no apontamento.


Fig. 01: o tema de pormenor foi, aqui, o relativo maciço de árvores nos primeiros planos, que preparam e compõem uma vista perspetivada que remata com a préexistência de parte de um antigo aqueduto; houve também, aqui a tentativa de compor uma base de cores/texturas no "chão" que desse, apenas, a ideia de uma mistura de folhas e terra, de modo a que quase toda a atenção fosse dedicada às árvores e à construção, aliás tratadas quase com a mesma tonalidade bem evidenciável. Urbanisticamente trata-se de uma tão excelente como quase única mistura entre natureza e construção que é possível ser observada em Olivais Norte, Lisboa.

Fig. 02: aqui o tema é uma paisagem tão interior, na realidade (pois trata-se da parte superior de um armário doméstico), com "exterior" na temática proposta, pois temos um vaso com uma planta e depois, em segundo plano o apontamento de uma paisagem da Praia da Nazaré, com base numa pintura a óleo (e a referida planta quase funciona também como elemento do quadro, acrescentando profundidade estratégica à composição); e aponta-se, também uma escultura em madeira que funciona em termos de contraste cromático e volumétrico, para além de carregar um pouco o esboço com algum estímulo/sentido de curiosidade. E é sempre interessante e muio enriquecedor povoar as nossas paisagens domésticas com estas micropaisagens "exteriores" e criativas.   

Fig. 03: neste esquisso a ideia de pormenor exterior decorre de um apontamento lateral, mas em primeiro plano, que procura ser marcado por texturas de tijolo e fortes elementos estruturais (pilares e vigas de betão); depois vem o plano intermédio do verde "urbano" e, ainda depois, o plano final de um outro edifício próximo; e também se procurou apontar a diversidade de texturas naturais e construídas. E o tema urbano , novamente, uma "praceta natural" do excelente modernista pequeno bairro de Olivais Norte em Lisboa.

 
Fig. 04: aqui os pormenores são a sequência de arcos do troço de velho aqueduto, já acima referido, e que contrasta em termos de formas gerais e de sentido de preexistência com o fundo de "novos" edifícios modernistas (dos anos de 1960); mas também o "jogo" gráfico que se procurou desenvolver com os dois apontamentos realizados com distintas orientações e que fazem talvez despertar interesse específico pelos diversos elementos em presença - arcos preexistentes, edifícios e verde urbano.  

Fig. 05: os pormenores com que se jogou neste apontamento são as árvores "cenicamente" dispostas e volumetricamente expressas através de sombras próprias e fortes e gráficas sombras projetadas, contrastando com o apontamento cromático das formas humanas.

Fig. 06: uma simples tentativa de apontamento de veículos, cujas formas "maquinais" contratsam fortemente na paisagem urbana; a ideia tem sido e será (pois considera-se que há ainda um longo caminho gráfico a ser percorrido), procurar "fixar" ("figer", em francês) o essencial da presença dos automóveis, que dão natural sentido ao apontamento das suas vias (bem presentes na pasaigem urbana), mas sem lhes dar especial importância - sem terem, portanto, presença excessiva. 

Fig. 07: e, finalmente, neste artigo, o que em cima, nas notas prévias, se designou de uma "pequena rua doméstica"; um espaço interior cheio de perspetiva onde ainda não se avançou com coragem na expressão de mais algumas sombras; mas, afinal, o processo de desenho/esquisso é, isso mesmo, um processo e uma continuidade.

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XV, n.º 701

Esboços de pormenor livres e recentes – Infohabitar 701


Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) –, em Lisboa



Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

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