Infohabitar,
Ano XV, n.º 701
Esboços de
pormenor livres e recentes – Infohabitar 701
Por António Baptista Coelho (imagens e textos)
(nota
prévia: a Série “Habitar e Viver Melhor” será retomada em finais de setembro)
Retomando-se o que é já uma tradição da Infohabitar
continua-se a edição de alguns esboços recentes, associando-se, por regra,
sintéticos comentários informais, julgados oportunos, seja numa perspetiva de
Arquitectura/Habitar (quando adequado), seja considerando notas informais no
sentido do próprio fazer do esboço/desenho, aqui, sublinha-se, numa perspetiva
de clara informalidade e sentido prático - eventualmente útil a quem, como o
autor, continua a desenhar numa base diária, procurando, sempre, alguma melhoria –ainda que esta, sendo sempre relativa, discutível e sensível, exigisse bastante
mais paciência, calmo sentido de observação prévia e de “projeto” do
próprio esboço, e isto tudo, naturalmente, obrigasse a muitas mais horas de prática, que é sempre
agradável, há que confessar; mas o tempo tem limites.
Notas prévias à presente edição:
Que não se estranhe o tútulo deste artigo e a relativa diversidade dos seus conteúdos: designam-se de "esboços de pormenor", esquissos exteriores e interiores baseados em variados elementos/temas - de árvores a vasos com plantas, de edifícios a veículos e de perspetivas de rua a uma pequena "rua" doméstica.
Afinal, trata-se. em todos os casos de apontamentos que foram suscitados e, sequencialmente,"fixados", devido a aspetos de pormenor específicos: mais de enquadramento e/ou mais protagonistas.
E em qualquqer um dos casos são esquissos "livres", embora se confesse que a temática do pormenor exige expressiva atenção na observação e significativa paciência no apontamento.
Fig. 01: o tema de pormenor foi, aqui, o relativo maciço de árvores nos primeiros planos, que preparam e compõem uma vista perspetivada que remata com a préexistência de parte de um antigo aqueduto; houve também, aqui a tentativa de compor uma base de cores/texturas no "chão" que desse, apenas, a ideia de uma mistura de folhas e terra, de modo a que quase toda a atenção fosse dedicada às árvores e à construção, aliás tratadas quase com a mesma tonalidade bem evidenciável. Urbanisticamente trata-se de uma tão excelente como quase única mistura entre natureza e construção que é possível ser observada em Olivais Norte, Lisboa.
Fig. 02: aqui o tema é uma paisagem tão interior, na realidade (pois trata-se da parte superior de um armário doméstico), com "exterior" na temática proposta, pois temos um vaso com uma planta e depois, em segundo plano o apontamento de uma paisagem da Praia da Nazaré, com base numa pintura a óleo (e a referida planta quase funciona também como elemento do quadro, acrescentando profundidade estratégica à composição); e aponta-se, também uma escultura em madeira que funciona em termos de contraste cromático e volumétrico, para além de carregar um pouco o esboço com algum estímulo/sentido de curiosidade. E é sempre interessante e muio enriquecedor povoar as nossas paisagens domésticas com estas micropaisagens "exteriores" e criativas.
Fig. 03: neste esquisso a ideia de pormenor exterior decorre de um apontamento lateral, mas em primeiro plano, que procura ser marcado por texturas de tijolo e fortes elementos estruturais (pilares e vigas de betão); depois vem o plano intermédio do verde "urbano" e, ainda depois, o plano final de um outro edifício próximo; e também se procurou apontar a diversidade de texturas naturais e construídas. E o tema urbano , novamente, uma "praceta natural" do excelente modernista pequeno bairro de Olivais Norte em Lisboa.
Fig. 04: aqui os pormenores são a sequência de arcos do troço de velho aqueduto, já acima referido, e que contrasta em termos de formas gerais e de sentido de preexistência com o fundo de "novos" edifícios modernistas (dos anos de 1960); mas também o "jogo" gráfico que se procurou desenvolver com os dois apontamentos realizados com distintas orientações e que fazem talvez despertar interesse específico pelos diversos elementos em presença - arcos preexistentes, edifícios e verde urbano.
Fig. 05: os pormenores com que se jogou neste apontamento são as árvores "cenicamente" dispostas e volumetricamente expressas através de sombras próprias e fortes e gráficas sombras projetadas, contrastando com o apontamento cromático das formas humanas.
Fig. 06: uma simples tentativa de apontamento de veículos, cujas formas "maquinais" contratsam fortemente na paisagem urbana; a ideia tem sido e será (pois considera-se que há ainda um longo caminho gráfico a ser percorrido), procurar "fixar" ("figer", em francês) o essencial da presença dos automóveis, que dão natural sentido ao apontamento das suas vias (bem presentes na pasaigem urbana), mas sem lhes dar especial importância - sem terem, portanto, presença excessiva.
Fig. 07: e, finalmente, neste artigo, o que em cima, nas notas prévias, se designou de uma "pequena rua doméstica"; um espaço interior cheio de perspetiva onde ainda não se avançou com coragem na expressão de mais algumas sombras; mas, afinal, o processo de desenho/esquisso é, isso mesmo, um processo e uma continuidade.
Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos
artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo
editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um
significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e
comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos
respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva
responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o
mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e
científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito
significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver
com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo
GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à
respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas
e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do
teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou
negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi
recebido na edição.
Infohabitar, Ano XV, n.º 701
Esboços de
pormenor livres e recentes – Infohabitar 701
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor
em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto,
Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC)
–, em Lisboa
Revista do GHabitar (GH) Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).
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