O 3.º CIHEL recebeu 118 propostas de artigos; está na altura de nos inecrevermos.
Infohabitar, Ano XI, n.º 545
Nota prévia da edição: durante agosto a Infohabitar continuará a ser editada semanalmente, embora o dia de edição possa "deslizar" um pouco.
Verde Urbano Desenhado - II
António Baptista Coelho
Apresentam-se, em seguida, alguns apontamentos/desenhos
livres realizados sobre a temática do verde urbano.
Todos este desenhos foram realizados, no próprio
local, em Olivais Norte - Encarnação, Lisboa, o nosso bairro modernista por excelência que importa revalorizar com urgência e designadamente no âmbito da recente PNAP - Política Nacional de Arquitetura e Paisagem.
Fazem-se, em alguns casos, comentários curtos e
práticos, abordando o "desenho" e também, por vezes, matérias de
urbanismo e habitat humano.
Desenho 1: como se sabe a vegetação urbana e designadamente as árvores de arruamento são elementos suavizadores da edificação e, sempre que necessário, cumprem também um estratégico papel de camuflagem de edifícios menos interessantes. Naturalmente a múltipla função de melhoria do conforto ambiental e da saúde proporcionada pelas árvores e zonas verdes está sempre presente.
A edificação positivamente "camuflada" pela vegetação
Desenho 2: parte do que se referiu no desenho 1 aqui se lembra, pois árvores e zonas verdes amplas são excelentes elementos de enquadramento da massa edificada, podendo estabelecer-se jogos cromáticos e volumétricos muito interessantes, sempre que haja a necessária sabedoria para tanto da parte de quem coordena o projeto urbano e de paisagem.
O nosso bairro modernista de referência - Olivais Norte - e a PNAP
Desenho 3:
Uma das excelentes obras modernistas de Olivais Norte; e a arquitetura veículo de cultura
Desenho 4: apontamento simples dos aspetos principais de uma volumetria modernista em contraste positivo com formas naturais; o apontamento rápido, tão caro aos arquitetos, pode ser uma via de verdadeiro estudo dos aspetos de apuramento e sobriedade formal da boa arquitetura, uma arquitetura que, tal como sublinhou Tadao Ando, "deve estar plena de cultura"; e neste acso temos um bairro cheio de uma arquitetura cheia de cultura, sob diversas formas
Forçar um apontamento desenhado "simples", depurado
Desenho 5: há que "forçar", com o máximo de naturalidade a geração de esquissos/apontamentos "simples", depurados, que fixem o essencial do "recanto" urbano que nos despertou a atenção; esta é em primeiro lugar uma intenção de prática de desenho, só aparentemente fácil, pois exige extrema concentração e em continuidade (ainda que durante 2/3/4 minutos), e talvez sequencialmente passa a ser uma intenção de estudo urbano, em que poderemos procurar o que ali está que nos interessa aprofundar em termos de arquitetura urbana.
A questão da escala humana deve estar sempre presente
Desenho 6: julgo que no excelente documentário sobre Tadao Ando, intitulado "Tadao Ando from emptiness to infinity", o arquiteto referiu que no remate de um esquisso desenha-se uma pessoa; julgo que ele o terá referido, se não o fez apresento desde já as minhas desculpas, mas lembro-me que foi das primeiras coisas que o meu primeiro professor de desenho, o meu Pai, Arquitecto, me ensinou, integrar apontamentos humanos no desenho, para "dar escala", para sentirmos a escala do espaço que estamos a esboçar; e em Olivais Norte a escala humana está verdadeiramente por todo o lado e no meio até dos grandes edifícios, sendo o verde urbano um seu excelente veículo.
Infohabitar, Ano XI, n.º 545
Verde Urbano Desenhado - II
Editor: António Baptista
Coelho
abc@lnec.pt e abc.infohabitar@gmail.com
abc@lnec.pt e abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade
Habitacional
Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação -
Olivais Norte.
Sem comentários :
Enviar um comentário