Ligação direta (clicar no link seguinte ou copiar para site de busca) para aceder à listagem interativa de 840 Artigos editados na Infohabitar – edição de janeiro de 2022 com links revistos em junho de 2022 (38 temas e mais de 100 autores):
Aspetos específicos
da conceção residencial para idosos e fragilizados – versão de trabalho e base
documental # 873 Infohabitar
António Baptista Coelho – com base direta nos textos,
ideias e opiniões dos autores referidos ao longo do artigo
Artigo XLI da série editorial da
Infohabitar – “Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através
de uma Cooperativa a Custo Controlado” “PHAI3C”
Infohabitar, Ano XIX, n.º 873
Edição: quarta-feira, 23 de agosto de
2023
Caros
leitores da Infohabitar,
Com
o presente artigo, sobre a habitação intergeracional prolongamos, ainda, o
intervalo editorial, que irá até meados do já bem próximo mês de setembro, relativamente
à divulgação da série editorial dedicada à temática geral da “Segregação
sócio-espacial em contexto urbano”, da autoria do
Professor Anselmo Belém Machado.
Com o presente artigo estamos já a concluir a
série sobre habitação intergeracional no âmbito da
proposta de um Programa de Habitação Adaptável Intergeracional no âmbito de uma
Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C), que visa oferecer soluções urbanas e
residenciais que promovam a convivência entre diferentes gerações, que sejam
adaptáveis a diferentes modos de vida e adequadas para pessoas com fragilidades
físicas e mentais, sem estigmatização; e que, simultaneamente, e no referido
âmbito intergeracional, ofereça soluções habitacionais para outras necessidades
urgentes, como jovens e pessoas solteiras; e tudo isto com uma abordagem de
gestão participativa, socialmente estimulante e financeiramente sustentável,
que, naturalmente, terá sempre muito a ver com uma promoção cooperativa marcada
por claras preocupações sociais e económicas.
Prevemos tterminar esta série editorial sobre
habitação intergeracional daqui a poucas semanas.
Recorda-se,
como sempre, que serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas
sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar, ao meu
cuidado, para abc.infohabitar@gmail.com).
Com
as melhores saudações a todos os caros leitores,
Lisboa,
em 23 de agosto de 2023
António
Baptista Coelho
Editor
da Infohabitar
Aspetos específicos
da conceção residencial para idosos e fragilizados – versão de trabalho e base
documental # 873 Infohabitar
António Baptista Coelho – com base direta nos textos,
ideias e opiniões dos autores referidos ao longo do artigo
Resumo
Em primeiro lugar faz-se uma
introdução ao presente conjunto de artigos sobre habitação intergeracional.
No corpo do artigo e a propósito da abordagem geral dos aspetos específicos que caraterizam uma conceção residencial adequada a pessoas idosas e fragilizadas, abordam-se, sequencialmente, as seguintes matérias: aspetos críticos de conceção de habitações para idosos e fragilizados, onde se faz uma sistemática e longa referência a um importante estudo de Victor Regnier; inovação residencial para pessoas em situação de dependência; relações entre a conceção arquitetónica específica para idosos e o respetivo e amplo bem-estar; caraterísticas a salientar na conceção de habitações muito apoiadas; e uma caraterização sumária do que podemos entender por “cuidados pessoais” especiais e residenciais.
Notas
introdutórias ao presente conjunto de artigos sobre habitação intergeracional
O presente conjunto de artigos
inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão temática exploratória,
que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada à preparação e
estruturação de um amplo processo de investigação teórico-prático, intitulado
Programa de Habitação Adaptável Intergeracional Cooperativa a Custos
Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser desenvolvido, pelo
autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de Investigação e Inovação
(P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas nestes artigos são, apenas,
dos seus autores – o autor dos artigos e promotor do PHAI3C e os numerosos
autores neles amplamente citados.
Neste sentido salienta-se o papel
visado para o presente conjunto de artigos, no sentido de se proporcionar uma
divulgação que possa resultar numa desejável e construtiva discussão alargada
sobre as muito urgentes e exigentes matérias da habitação mais adequada para
idosos e pessoas fragilizadas, visando-se, não apenas as suas necessidades e
gostos específicos, mas também o papel e a valia que têm numa sociedade ativa e
integrada.
Nesta perspetiva e tendo-se em conta a
fase preliminar e de trabalho da referida investigação, salienta-se que a forma
e a extensão dos artigos agora listados reflete uma assumida apresentação
comentada, minimamente estruturada, de opiniões e resultados de múltiplas
pesquisas, de muitos autores, escolhidos pela sua perspetiva temática focada e
por corresponderem a estudos razoavelmente recentes; forma esta que fica
patente no significativo número de citações – salientadas em itálico –, algumas
delas longas e quase todas incluídas na língua original.
Julga-se que não se poderia atuar de forma diversa quando se pretende, como é o caso, chegar, cuidadosamente, a resultados teórico-práticos funcionais e aplicáveis na prática, e não apenas a uma reflexão pessoal sobre uma matéria tão sensível e complexa como é a habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma cooperativa a custos controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.
Aspetos
específicos da conceção residencial para idosos e fragilizados – versão de
trabalho e base documental # 873 Infohabitar
Índice geral
(entre parêntesis, n.º de página do item)
Breve introdução
1. Habitações para idosos e fragilizados:
aspectos críticos de conceção
2. Inovação residencial para pessoas em
situação de dependência
3. Relações entre a conceção arquitetónica
específica para idosos e o respetivo e amplo bem-estar
4. Caraterísticas a salientar na conceção de habitações
muito apoiadas
5. Caraterização dos “cuidados pessoais”
especiais e residenciais
Bibliografia (referências práticas)
Nota específica relativa às citações: tal como foi acima sublinhado nas “Notas introdutórias”, e tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho do presente estudo, ele inclui numerosas citações, todas salientadas em texto a itálico, reentrante e em tipo de letra “Arial Narrow”, algumas delas longas e quase todas apresentadas na respetiva língua original; em termos formais e tendo-se em conta essa grande frequência de citações, optou-se, por regra, pela respetiva indicação da fonte documental, respetivo título e autoria, no corpo de texto e em nota de pé de página ou de final de artigo (conforme a edição), seguindo-se a(s) respetiva(s) citação(ões) com a indicação, posterior, do(s) respetivo(s) número(s) de página(s) entre parêntesis – ex: (pg. 26) –, e, em alguns casos, mas não por regra, repetindo-se a indicação específica ao documento que “está a ser referido” e/ou à sua respetiva autoria.
Specific note regarding
citations: as highlighted above in the
“Introductory Notes”, and taking into account the preliminary and working phase
of the present study, it includes numerous citations, all highlighted in
italicized text, reentrant and in font type. letter “Arial Narrow”, some of
them long and almost all presented in their original language; in formal terms
and taking into account this high frequency of citations, we opted, as a rule,
for the respective indication of the documentary source, respective title and
authorship, in the body of the text and in a footnote or at the end of the
article (according to the edition), followed by the respective citation(s) with
the subsequent indication of the respective page number(s) in parentheses – ex:
( pg. 26) – and, in some cases, but not as a rule, repeating the specific
indication of the document that “is being referred to” and/or its respective
authorship.
Breve
introdução
Aproximam-nos da
conclusão da “versão de trabalho e base documental” deste estudo sobre a
intergeracionalidade residencial, avançando, tendencialmente do mais geral para
o mais particular, numa área temática
especificamente dedicada às questões tipológicas e também já numa área que
podemos designar de “ponte” para o registo e indicação de casos de referência e
de exemplos práticos – matéria esta que integrará o presente estudo, numa sua
fase de conclusão e com caráter de anexo técnico muito sintetizado à indicação
genérica destes casos; mas
lá chegaremos.
(i,
Infohabitar 871) aspetos ligados especificamente à conceção residencial para
idosos, inovação tipológica por integração de variadas funções residenciais e a
realidade específica dos jovens idosos – que designámos,
globalmente, como aspetos estruturantes da tipologia residencial
intergeracional;
(ii, Infohabitar 872) habitação para a aposentação,
habitação assistida muito apoiada, habitação de interesse social
intergeracional, habitação adaptada e tipos de espaços privados e comuns – que
designámos, globalmente, como facetas tipológicas específicas da habitação
intergeracional;
(iii, o presente artigo, Infohabitar 873) aspetos críticos
da conceção residencial intergeracional, inovação residencial em situações de
dependência, aspetos específicos de harmonização entre conceção e bem-estar,
integração de cuidados especiais e habitação muito apoiada – que
designámos, globalmente, como aspetos específicos da conceção residencial para
idosos e fragilizados;
(iv, Infohabitar 874) e finalmente aspetos da conceção
habitacional sensível e amiga das pessoas dementes, vantagens da pequena escala
de intervenção residencial para pessoas dementes e a oferta de pequenos
conjuntos residenciais do tipo “aldeia” para pessoas fragilizadas - que
designámos, globalmente, como aspetos específicos de uma tipologia residencial
sensível às pessoas com demências.
1.
Habitações para idosos e fragilizados: aspectos críticos de conceção
Chegamos, agora, nesta aproximação
tipológica às soluções residenciais intergeracionais participadas e
especificamente amigas dos idosos e fragilizados a uma faceta de estudos que se
considera como tendo importância relevante, pois resulta, em parte, de uma muito
interessante abordagem arquitetónica e gerontológica, realizada pelo
incontornável arquitecto e gerontólogo Victor
Regnier, e de um seu estudo téorico-prático onde ele chega a um amplo conjunto
de algumas dezenas de considerações de conceção/desenho que na sua opinião
têm/tiveram “grande impacto no êxito e na eficácia dos projetos de habitação
assistida nos EUA, Canadá, Reino Unido e
Alemanha”; o referido estudo de Regnier intitula-se Consideraciones críticas
para el diseño de viviendas asistidas para personas mayores con fragilidad
física o cognitiva, e integra um conjunto de considerações e
reflexões, que são, em seguida, muito sinteticamente apontadas e comentadas.[1] (negrito e sublinhado nossos)
Lembra-se que Victor Regnier tem uma
ampla produção bibliográfica nestas matérias, sublinhando-se, por exemplo, o
seu livro intitulado Housing
for an Increasingly Older Population: Redefining Assisted Living for the
Mentally and Physically Frail (John Wiley & Sons 2002); mas, desde então tem marcado
regularmente o panorama teórico-prático destas temáticas com obras de
referência, habitualmente organizadas numa parte mais teórica e recomendativa e
em outra em que apresenta e comenta excelentes intervenções de referência,
apoiadas frequentemente por exigentes estudos de pós-ocupação, extensamente
baseados, por exemplo, em inúmeras entrevistas; salientando-se o que se julga
ser a sua mais recente obra, intitulada Housing Design for an Increasingly Older Population - Redefining
Assisted living for the Mentally and Physically Frail (John
Wiley & Sons 2018).
Neste sentido e de modo muito
sintético e apenas pontualmente comentado, mas ainda assim de forma muito
extensa e sistemática – praticamente apenas se referem,
taduzidos, (marcados a negrito e sublinhados com indicação do respetivo n.º de
página do documento citado)
os principais grupos de caraterísticas/considerações que devem marcar,
segundo Victor Regnier, a conceção residencial de espaços habitacionais para
pessoas idosas e fragilizadas, seguindo-se, por regra, apenas as designações ou
títulos dessas caraterísticas – citadas
da respetiva fonte documental (em itálico) e com referência ao respetivo n.º de
página, e
em alguns casos, excecionais, alguns aspetos específicos julgados de grande
interesse.
Os referidos conjuntos estruturados de
“caraterísticas/considerações”, identificadas e desenvolvidas por Victor
Regnier, que devem marcar a conceção dos diversos espaços e ambientes que
caraterizam os agrupamentos de habitações associadas a serviços de apoio,
referem-se a aspetos essencialmente físicos e outros ligados a serviços e
atividades – salientando-se
que na obra em que se integra este importante trabalho do Arquitecto Victor Regnier (Consideraciones
críticas para el diseño de viviendas asistidas para personas mayores con
fragilidad física o cognitiva), que está a ser citada e que é referida em nota (em:
Pilar Rodríguez Rodrígues, coord. e edit. - Innovaciones residenciales para
personas en situación de dependencia - Diseno arquitectónico y modelo de
atención), todos
estes aspetos surgem naturalmente bem desenvolvidos e ilustrados. (pg. 124)
Aspetos ligados a adequadas
vizinhança e localização (pg. 125 a 127, Victor Regnier)
Un emplazamiento visible
dentro del mapa cognitivo de la comunidad… (pg. 125)
Preservar
los árboles y las características significativas del paisaje… (pg.
125)
Atender como a las
personas mayores de la comunidad.
… Cuando los servicios son
itinerantes, los/as residentes tienen una mayor sensación de autonomía … (pg. 126)
Modelos mixtos de uso
del espacio.
Los proyectos de viviendas para personas mayores del norte
de Europa tienen a menudo instalaciones abiertas a los residentes del edificio
y también a los de la comunidad local …
(pg. 126)
Una
entrada cubierta para resguardar a los residentes de la intemperie… (pg. 126)
Patios, vistas e interacción social… (pg. 127)
Aspetos ligados à envolvente
exterior do edificado (pg. 128 a 132, Victor Regnier)
Miradores
o ventanales de tipo europeo… (pg. 128)
Espacios entre el
exterior y el interior “espacios intermedios”… (pg. 128)
Atrios
duros y blandos… (pg. 128)
Espacio para barbacoa:
un espacio exterior significante.
Cada edificio tendría que
tener un amplio espacio exterior público que pudiera acoger como mínimo al
50-75% de los residentes … (pg. 129)
Control de sombras y
reducción de deslumbramiento… (pg. 130)
Jardines terapéuticos...
(pg.
130)
Atraer a la fauna
silvestre… (pg. 130)
Paseo por un circuito
en forma de enlace… (pg. 131)
Patios/parques para
niños… (pg.
131)
El uso de agua para
relajar… (pg. 131)
Aspetos ligados à conceção
global do edificado (pg.132 a 135, Victor Regnier)
Aspecto amigable y
acogedor. (pg.
132)
Como un Hogar: el
techo inclinado, la puerta de entrada, las escaleras y la chimenea. (pg.
132 )
Espacios abiertos que
crean definición y ambigüedad… (pg. 132)
Empequeñecer los
grandes espacios y agrandar los pequeños. (pg. 133)
Pasillos como
habitaciones y pasillos con carácter… (pg. 134)
Puntos de luz y variedad
en las fuentes de luz… (pg. 134)
Personalización de la
antesala de las unidades … (pg. 134)
Aspetos ligados ao
estímulo do convívio natural (pg. 134 a 139, Victor Regnier)
El
rincón cien por cien. (pg. 134)
Una
mesa con sillas colocada en una zona central es muy atractiva… Desde este espacio
se puede ver: el parking, la cocina... (pg. 134 e 135 )
El Refugio.
Esto es
lo opuesto al rincón 100%… (pg. 135)
Espacio socializador.
Un
patio es un ejemplo de espacio que promueve la interacción y la comunicación
social... Del mismo modo, el mobiliario –como una mesa para comer- también
puede crear un espacio socializador,… (pg. 135)
A questão da importância das
mais simples e ritmadas atividades do dia-a-dia e que têm potencial convivial,
como as refeições (isto porque habitualmente gostamos de tomar refeições
acompanhados) é algo que pode e deve marcar uma conceção residencial amiga dos
mais idosos e fragilizados;
podendo aproveitar-se a ocasião para, por exemplo, prolongar o tempo de
convívio e associar-lhe, ocasionalmente, visitante e mesmo alguns eventos
diversificados. Naturalmente que situações em que se sucedem vários turnos para
refeições e espaços pouco hospitaleiros e excessivamente marcados por
exigências de higiene mal integradas (ex., revestimentos “frios” e cheiro
intenso e pouco agradável a desinfetante) não irão contribuir para o referido
potencial convivial dos espaços e tempos das refeições, que está bem patente
nos estabelecimentos hoteleiros quando se aproxima a hora do jantar e se formam
filas na porta de entrada.
Pre-visión.
… permitiendo
que los/as residentes vean el espacio antes de decidir entrar en él… (pg. 136 ).
Considera-se que o mesmo se passará
com elevadores transparentes – neste caso uma solução também estratégica em
termos da criação de um sentido de segurança, por antecipação de eventuais
contatos.
Observación discreta e
indirecta… (pg. 137)
Pequeñas agrupaciones
que animan a la interacción social… (pg. 137)
Pasillos que promueven
la interacción social … (pg. 138)
De certa forma trata-se de habilitar
corredores e galerias para poderem ser usados, também, como espaços conviviais.
Espacios
que invitan a las familias… (pg. 138)
Entretenimiento
nocturno.
Muchos/as
residentes frágiles tienen poca energía y están muy interesados/as en un entretenimiento
pasivo, como son la televisión o las películas/el cine… sus expectativas son
altas … (pg. 139)
Clubes y actividades... (pg. 139)
Aspetos ligados ao
favorecimento da independência pessoal (pg. 139 a 141, Victor Regnier)
Apoyar el
envejecimiento en el entorno ... (pg.
139)
Terapia con “t”
minúscula: combinar ejercicio y fisioterapia… (pg. 140)
Promover
el paseo por el interior… (pg. 141)
Tecnología que aumenta
y alarga la independencia… (pg.
141)
Aspetos ligados ao estímulo dos
sentidos (pg. 141 a 142, Victor Regnier)
Reducción de ruidos y
olores desagradables … (pg. 141)
Tomar un baño para
estimular los sentidos… (pg. 141)
Julga-se que a referência de Regnier à
aplicação da terapia “Snozlean” [2],
de estímulo sensorial, poderá ser aplicada, com evidentes vantagens, embora
muito criteriosa e estrategicamente, de outras formas e em outros espaços
residenciais comuns e privados; fica por considerar a importante questão dos
custos associados.
Claraboyas.
La luz que entra en un espacio
desde arriba, es natural y atractiva …. (pg. 142)
Aspetos ligados ao estímulo da
afetividade (pg. 142 a 144, Victor Regnier)
Animales,
plantas y niños… (pg. 142)
El contacto
inter-generacional puede ser divertido y muy gratificante para niños/as y
residentes mayores… (pg. 143)
Estimular la imaginación mediante detalles que
emocionan… (pg. 143)
Reminiscencia y revivir tiempos pasados… (pg. 144)
Aspetos ligados à conceção do
espaço habitacional privado e frequentemente individual (pg. 144 a 147, Victor
Regnier)
Convertir la
habitación en algo propio…(pg. 144)
Ventanas grandes y
repisas bajas… (pg. 145)
É muito interessante, a propósito
destas últimas considerações, ter presente que, afinal, os espaços e ambientes
que gostamos mais de habitar quando chegamos a velhos não são mais do que
aqueles que mais gostamos de viver e usar, sempre que possível, ao longo da
nossa vida; só que, muitas vezes, só temos deles “uns cheiros” quando
passeamos, por exemplo, por hotéis ditos de “charme” e por pousadas
“históricas”; matéria que aqui não está por acaso, mas sim porque é prova do
hiato, ou dos bloqueios de comunicação, ainda existentes entre a qualidade
arquitetónica residencial e a satisfação habitacional.
E também é muito interessante
considerar estes aspetos numa perspetiva de poupança de recursos, fazendo de um
bom exterior um espaço direta e indiretamente usufruído.
Un baño seguro…
(pg. 146)
O espaço do banho é, simultanemamente,
talvez o espaço mais perigoso da habitação, designadamente, para os mais idosos
e fragilizados e um dos espaços capaz de proporcionar as mais agradáveis
sensações de bem-estar, contribuindo mesmo para a saúde; mas para tal há que
cuidar dos aspetos de segurança e dos de agradabilidade e boa integração,
fazendo-se “casas de banho” e não “instalações sanitárias”.
Movilizar residentes
con discapacidad física… (pg. 146)
Balcones y ventanales
de estilo francés… (pg. 146)
Aspetos ligados ao envolvimento
do pessoal de apoio e dos familiares (pg. 147 a 148, Victor Regnier)
Personal cercano y
competente… (pg.
147)
Despachos amigables…
(pg. 147)
Técnicas para prestar cuidados…
(pg. 148)
Julga-se que a formalização deste
interface assistencial com o desejado dominante caráter residencial é algo
muito sensível, mas crucial para o êxito da intervenção, seja em termos da
eficácia e qualidade dos cuidados pessoais e domésticos prestados, seja em
termos de uma satisfação residencial e pessoal dos habitantes sentida como
global, natural e nada institucional.
Aspetos ligados à conceção
específica para as situações de demência (pg. 148 a 152, Victor Regnier)
Pequeñas agrupaciones… (pg. 148)
Pequenos agrupamentos de quartos e
apartamentos privados, agregados em torno de polos de convivência com a sua
própria cozinha, zona de refeições e espaço de estar expressivamente convivial,
associados a excelentes equipas profissionais com variadas valências,
constituem estratégias recentes e positivas de desenvolvimento de espaços
residenciais para pessoas idosas e com demências. (pg. 148)
Paseo interior y exterior. [para deambular e em forma de bucle…. (pg. 149)
A criação de um passeio deambulatório
e em ciclo fechado, deste tipo, não parece dever circunscrever-se às
intervenções direcionadas para pessoas com demências, pois provavelmente será
estimulante para todos, desde que naturalmente caraterizado por uma razoável
extensão, por uma adequada integração e um agradável equipamento, podendo mesmo
constitui-se em elemento que apoie a estruturação global arquitectónica da
intervenção e que esteja estrategicamente relacionado com os principais polos
conviviais da intervenção e com a respetiva envolvente pedonal (pública, comum
e privada), estimulando os seus usos.
Actividades y
mobiliario para mantener habilidades de la vida diaria… (pg. 144)
Estas facetas de atividades são
naturalmente dinamizadas pelas soluções do tipo greenhouse, onde
pequenos grupos de residentes estão associados em pequenos “cachos” de pequenos
apartamentos ou estúdios, que envolvem zonas de atividades comuns como as
refeições e a sua preparação.
Las personas con
demencia sólo conocen lo que pueden ver… (pg. 150)
A questão da abertura espacial entre
espaços privados não se deve colocar, naturalmente, em contextos residenciais
que não os associados a pessoas com demências; e mesmo neste caso julga-se que
há que atuar com muito cuidado.
No que se refere a uma, relativa,
abertura espacial que favoreça um sentido de proximidade estratégica, ainda que
visualmente reservado, das casas de banho situadas nos espaços comuns
residenciais, julga-se que ela pode ser estratégica quando pode existir um
significativo número de residentes com fragilidades designadamente ao nível de
alguma incontinência; condição esta que pode sossegar os habitantes e apoiar o
seu uso desses espaços comuns.
Finalmente, no que se refere a uma
condicionada abertura espacial das casas de banho domésticas, ela é “um pau de
dois bicos”, pois a funcionalidade oferecida aos habitantes e até a sua
eventual adaptação a usos muito condicionados, por exemplo através de elementos
mecânicos que apoiem a deslocação entre a cama e a casa de banho e entre esta
e, por exemplo, um sofá ergonómico, irá “brigar” com a criação de um sossegado
e doméstico ambiente residencial no respetivo apartamento; sendo que parece que
a única solução possível será uma “duplicação” da casa de banho, com um dos
espaços mais privado e cumprindo essas condições e o outro espaço mais reduzido
e social.
Disimular la salida… (pg. 151)
La atracción por la
actividad y las zonas más iluminadas. (fototropismo)… (pg.
151)
La cocina de uso
combinado … (pg. 151)
Esta multifuncionalidade espacial que,
por vezes, se conjuga com a atual tendência para a polivalência de boa parte do
pessoal, e numa perspetiva que se julga não está limitada a soluções
residenciais dedicadas a pessoas com demências,
é algo que deve ser encarado com muito interesse, pois incide,
realmente, nos aspetos que são frequentemente responsáveis pela criação de
ambientes negativamente institucionalizados e de tipo “hospitalar” desvirtuando
a essencial caraterização doméstica e apropriada das novas soluções
residenciais para idosos.
Espacios abiertos para
las personas con demencias… (pg.
152)
Un vitrina para la
orientación y la información… (pg. 152)
Ainda no que se refere ao
desenvolvimento de espaços residenciais especialmente adequados a pessoas com
demências, problemática esta que muitos especialistas na matéria consideram
como o aspeto mais complexo e exigente na habitação dedicada aos mais idosos e
fragilizados, e lembrando comentários, ao vivo, do professor Victor Regnier,
comenta-se que a integração dessas pessoas numa comunidade mais ampla e
naturalmente diversificada, e por exemplo intergeracional, sendo teórica e
eticamente desejável poderá resultar em aspetos negativos para todos os
residentes, incluindo os próprios com demências, que desta forma não terão um
ambiente feito um pouco “à sua medida”; o que terá como consequência a
recomendação de se separarem as pessoas com demências de outros residentes,
atribuindo-lhes, por exemplo, pisos específicos em determinadas unidades
residenciais.
Para concluir este item, que
consideramos ser de grande importância
para o desenvolvimento do PHAI3C – naturalmente através da consulta do
respetivo estudo que foi amplamente citado – julga-se que este conjunto amplo de aspetos,
desenvolvidos pelo incontornável Victor Regnier, poderá, até, constitui-se num
esboço de estrutura de um programa pormenorizado para soluções habitacionais
intergeracionais participadas; sendo que o seu custo-benefício será provavelmente
significativo, designadamente, numa primeira fase de promoção em que não há
ainda hábitos de conceção devidamente “mecanizados” ao serviço desses novos
objetivos de conceção; mas no entanto e tal como também apontou Regnier, no
artigo que acabou de ser amplamente citado, quanto mais apoiarmos e motivarmos
os residentes para serem independentes e num quadro bastante seguro, melhor
serão as suas vidas (menores serão, tendencialmente, as suas despesas de saúde)
e menos dispendiosa será a própria manutenção e operacionalização dessa
intervenção residencial apoiada.
Uma última referência que é,
evidentemente, obrigatória tem a ver com o salientar da proximidade
metodológica aqui usada - uma proximidade aqui muito bem marcada pela abordagem
específica de espaços residenciais para idosos e fragilizados –, relativamente
ao velho e sempre incontornável estudo de Alexander sobre uma linguagem global
de padrões aplicada à Arquitetura;[3] estudo este que integra a bibliografia
do artigo de Regnier, que consideramos continuar tão atual como há cerca de 75
anos e que também se aplica a esta reflexão sobre renovadas soluções
residenciais intergeracionais e participadas, recomendando-se a sua consulta.
2.
Inovação residencial para pessoas em situação de dependência
Continuando na temática ligada ao
desenvolvimento de tipologias residenciais amigas das pessoas idosas e de
muitos outros habitantes que desejam condições de vida diária agradáveis,
atraentes, geracionalmente bem integradas e apoiadas por espaços e serviços
comuns salienta-se, agora, o artigo de Miguel Montero, intitulado Innovaciones
en residencias para personas en situación de dependencia: El caso alemán, que integra um conjunto de considerações e
reflexões, que são, em seguida, parcialmente apontadas e comentadas.[4]
(negrito nosso)
O autor do artigo que está a ser
referido abordou aspetos ligados à qualificação arquitetónica das soluções
residenciais especificamente desenvolvidas para idosos e fragilizados, no
âmbito de concursos de Arquitetura realizados na Suécia entre 2006 e 2007, salientando-se nestes aspetos
as questões de espaciosidade, onde se sublinha a relativa redução dos
apartamentos individuais assistidos a cerca de 35 m2, numa perspetiva ligada à importante
procura de soluções económicas, que, neste caso correspondem a uma renda mensal
de cerca de 700 € , aos quais os residentes deverão ter de acrescentar cerca de
25 € /dia relativos às suas necessidades individuais (devidamente avaliadas); o
que corresponde a mais uma outra “renda” idêntica.
Ainda no mesmo artigo Miguel Montero
aborda o importante aspeto de existir algum risco numa eventual “normalização”
das soluções residenciais desenvolvidas no âmbito de tais concursos e dedicadas
ao envelhecimento residencial; risco este que tem de ser combatido através de
variados processos, entre os quais o referido autor salienta as contribuições
multidisciplinares para a respetiva conceção arquitetónica.
Es importante destacar que el uso actual de los concursos de arquitectura para
la definición sociopolítica de un espacio apropiado para el envejecimiento
tiene un límite: la tendencia a estandarizar y, en consecuencia, la creación de
una arquitectura repetitiva
(Schwarz, 1997)…
El espacio de la vivienda asistida se convierte en
un sustituto de las habilidades perdidas, y tiene que ayudar a apoyar los
valores humanos fundamentales: la
trans-espacialidad o la sensación de tener al alcance la riqueza de la vida.
Por consiguiente, el diseño arquitectónico innovador de una vivienda asistida
necesita un acercamiento multidisciplinar, que aúne arquitectos, planificadores
de los servicios, personas mayores y familia…
La principal conclusión que se puede sacar de esta
panorámica es que la arquitectura de la vivienda asistida es un tipo de arte
social (Hillier, 1996). No sólo refleja valores estéticos, sino que demuestra
una postura ética hacia el envejecimiento, la atención y los cuidados. (pg. 103)
3.
Relações entre a conceção arquitetónica específica para idosos e o respetivo e
amplo bem-estar
Continuando na temática ligada ao
desenvolvimento de tipologias residenciais amigas das pessoas idosas e de
muitos outros habitantes que desejam condições de vida diária agradáveis,
atraentes, geracionalmente bem integradas e apoiadas por espaços e serviços
comuns salienta-se, agora, o artigo de Mary-Ann Knudstrup intitulado La
relación entre el diseño arquitectónico y el bienestar subjetivo, que integra um conjunto de considerações e
reflexões, que são, em seguida, parcialmente apontadas e comentadas,[5]
Cita-se em seguida o que Mary-Ann
Knudstrup define, no estudo referido, como um conjunto de caraterísticas de
conceção arquitetónica pormenorizada de ambientes domésticos, com tipologias
pequenas, especialmente dirigidos para idosos fragilizados, direcionadas para se privilegiar o
bem-estar subjetivo dos respetivos moradores que, na prática, se referem a uma
listagem de aspetos que devem estar presentes em qualquer conceção
arquitetónica residencial exigente, pormenorizada e qualificada: (negrito
nosso)
Tipo de vivienda individual: de compra o alquiler, de una, una y media o dos habitaciones, con terraza o balcón...
Áreas comunes: con rincones para descansar y espacios para la relación
social como sala de estar, cocina y comedor, sala de terapia, un posible centro
de actividades con ordenadores, etc…
Diseño y decoración interior: de la vivienda individual y de
las áreas comunes. Debe conseguirse la sensación de estar en la propia casa con
los muebles que uno mismo ha elegido, y sentir que se tiene una vivienda buena,
funcional y segura.
Colores y luces: en las salas comunes y en la vivienda privada. La luz y
los colores son estimulantes, influyen en el estado de ánimo y facilitan la
orientación; cuidar la luminosidad en el propio hogar (el apartamento individual)
y en las diferentes áreas comunes.
Forma: hay que cuidar las proporciones, decidir la colocación de
materiales, puertas, ventanas y pasillos buscando la funcionalidad, la
facilidad para decorar y la calidad espacial. Da muy buenos resultados colocar
asientos en rincones, balcones o terrazas, para poder sentarse, disfrutar de la
vista y observar actividades del exterior.
Espacios exteriores: preferible si se tiene acceso directo desde la propia
vivienda, o contar con terraza o balcón propio. En las zonas comunes disponer
de espacios ajardinados o terrazas con cubierta (para tener zonas protegidas
del viento, sol, lluvia), en las que pueda elegirse el sol o la sombra y
contar con un jardín terapéutico. Posibilidades para moverse de un lugar a otro, disponer
de puntos de encuentro y de elementos de estimulación sensorial mediante colores, olores, la
tierra, las plantas. (pg. 47 e 48)
Regista-se, em seguida, a tipología
pormenorizada identificada como a preferida no referido estudo de Mary-Ann Knudstrup:
La
preferencia dominante es por apartamentos de 2 habitaciones [quartos] con acceso a una terraza o balcón privado así
como a las zonas comunes. Por regla general, la vivienda individual dispone de una
pequeña entrada con una kitchenette, un baño y un salón que puede ser compartimentado por una
pared móvil, creando un espacio recluido para la cama. (pg. 49)
É interessante evidenciar que a
espaciosidade que é preconizada por Mary-Ann Knudstrup para os apartamentos
“assistidos” no estudo aqui referido é, globalmente, bastante desafogada, com
uma Área bruta (Ab) entre 67 e 72 m2 para uma pessoa (pg. 49), que, no entanto,
tem de ser repartida entre espaço doméstico e espaço comum – por exemplo sendo 70 m2 de Ab
cerca de: 44 m2 para o apartamento de
uma pessoa especificamente – que passa para cerca de 60 m2 para duas pessoas; e
26 m2 para espaços comuns. (pg.
50)
Tal como aponta a autora, de forma
geral a preferência vai para o desenvolvimento de ambientes domésticos o mais
parecidos possível com uma habitação familiar e com um cuidado muito específico
nos aspetos de iluminação (por exemplo, considera-se, frequentemente que os
espaços de estadia devem ser abertos e luminosos); tanto relativamente à
perceção do edificado, como no que se refere à qualidade arquitetónica e de
satisfação dos espaços. (pg. 50)
A ideia que prevalece é que os
residentes idosos nas novas habitações assistidas desejam ter, aí, um estilo de
vida “de continuidade” relativamente ao que tinham anteriormente, desejo este
que deve ser apoiado ao máximo, designadamente, por um cuidado especial com os
espaços domésticos privados, integrando,
no mínimo, dois quartos e caraterizados por desafogo espacial e flexibilidade. Salienta-se, ainda, no estudo que
está a ser referido, de Mary-Ann Knudstrup , que este privilegiar do espaço
doméstico privado pode até ser feito em prejuízo das áreas comuns, tal como se
cita em seguida: (pg. 50 e 51)
La vivienda debe ser hogareña, espaciosa, flexible y, como
mínimo, tener 40-50 metros cuadrados, para que haya suficiente espacio para los
propios muebles de los residentes y sus efectos personales.
Además, debe ser accesible con ayudas técnicas y dispositivos
de apoyo y disponer de la opción de hacer una partición entre el salón y el
dormitorio. También
se indica que las puertas y las ventanas deben de ser fáciles de manejar. Para las parejas y cónyuges, se
contempla poder vivir juntos en la vivienda asistida.
Otro aspecto importante que se destaca es que la antesala
de la vivienda individual esté provista de kitchenette para poder preparar y
servir té o café a los invitados. También se da una gran importancia a que los
armarios sirvan, además de almacenaje, para separar el salón del dormitorio. La vista
a un patio privado y vegetación verde desde ventanas bajas también tiene una destacada
prioridad.
Hay una coincidencia en el deseo de las personas
mayores (actuales y futuras) de poder disponer de una vivienda espaciosa en
lugar de grandes áreas comunes. Sin embargo, esto no es siempre fácil de lograr, debido a que los que representan al personal
asistencial en los procesos de toma de decisiones a menudo argumentan a favor
de áreas comunes más grandes, en
contraposición a los deseos de los representantes de los futuros residentes,
que suelen abogar por viviendas individuales más grandes, áreas comunes más
pequeñas y más privacidad. (pg. 51)
Temos então, aqui, uma verdadeira
memória descritiva que nos encaminha, desde já, num possível desenho doméstico;
conseguimos já descortinar uma ideia de habitação desafogada, equilibradamente
fluída e muito bem controlada em termos de privacidade interna, servida por boa
arrumação bem embebida nos espaços e por relações estratégicas e fortes com a
natureza; sendo que fica para discussão como proporcionar um adequado conjunto
de espaços comuns – provavelmente marcados por idênticas qualidades de fluência
espacial e outros aspetos – sem se comprometer o essencial investimento no
referido espaço doméstico. E daqui vai-se consolidando a importância de um
excelente projeto de arquitetura, capaz de fazer muito com relativamente pouco
espaço, sobrepondo funções compatíveis ou temporalmente desfasadas e
privilegiando microespaços e microfunções – sempre na fundamental linha dos
“padrões” de Alexander.
E quem sabe se o defendido papel das
áreas exteriores, muito “relacionadas com o estímulo sensorial”, no estudo aqui
referido de Mary-Ann Knudstrup (pg. 51), não poderá ser um excelente aliado
numa sensível ampliação dos espaços privados e comuns, ajudando no referido
equilíbrio entre estes espaços e no sentido da racionalidade económica da
intervenção; e neste sentido importa lembrar que as áreas exteriores e de
transição exterior/interior podem ser
privadas (ex., varanda espaçosa, pequeno pátio, pequeno talhão
hortícola), comuns (ex., grande pátio comum e pequeno jardim sensorialmente
intensificado) e até de uso público (ex., esplanada contígua à rua); tal como
refere a autora que está a ser citada:
Todos los actores utilizan
mucho tiempo y energía para discutir una y otra vez la importancia del diseño
de los espacios exteriores. Es un objetivo prioritario instalar jardines
terapéuticos en los proyectos de vivienda asistida, donde los
sentidos (como el olfato, la vista y otros) pueden ser estimulados y que
puedan ofrecer experiencias alternativas a los residentes, como un complemento
estimulante a las que experimentan en su vida cotidiana.
Se trata de ofrecerles
la posibilidad tanto de contemplar el jardín terapéutico desde el interior,
como la de pasar directamente a los jardines desde la vivienda privada, la
cocina o el salón comunes, así como de dar un paseo o sentarse a disfrutar de
las sensaciones que ofrece el jardín.
… también se hace hincapié en
la importancia de estas áreas para el bienestar subjetivo. En ambos estudios se
subraya la importancia de tener vistas a un jardín o vegetación verde desde la
vivienda con fácil acceso, preferentemente acceso directo, desde cada una de
las viviendas. La zona verde es vivida como un oasis estimulante que provee
recreación y experiencias placenteras. (pg. 52)
Nestas matérias e considerando os
referidos equilíbrios de áreas interiores e exteriores e os controlos globais
de áreas é estratégico que espaços “verdes” não sejam contabilizados,
designadamente, quando não pavimentados (permeáveis) nem cobertos (ex. toldos
amovíveis) e que mesmo os espaços de varanda, de pátio e de esplanada sejam também
muito beneficiados.
Em termos mais globais e tendo-se em
conta inúmeros estudos julga-se que, tanto os aspetos ligados a uma excelente
iluminação natural, provavelmente, bem conjugada com a artificial, como os
aspetos de um contato intensificado com os elementos da natureza e
designadamente com um verde urbano estrategicamente intensificado, são fatores
seguros para o aumento do bem-estar e mesmo de aspetos específicos que
caraterizam a saúde de qualquer habitante, sendo, por maioria de razão, ainda
mais importantes no caso de habitantes idosos e fragilizados e especificamente
na suavização da incidência da depressão e de aspetos ligados à demência; sendo
essencial e urgente a investigação nestas áreas de modo a “poder-se ter mais
conhecimento sobre os elementos arquitetónicos que podem contribuir para
atenuar os problemas associados à dependência” de idosos e fragilizados, tal
como salienta Mary-Ann Knudstrup no estudo que está a ser referido: (pg. 53)
… Por ejemplo, dentro del área de las demencias se han
realizado estudios en residencias que indican que una mayor cantidad de luz de
lo habitual en los alojamientos de cuidados
puede tener un efecto positivo sobre el nivel de actividad de las personas
afectadas (Lovell et al., 1995). En otro estudio de Van Someren et al., 1997, se
ha podido demostrar que la luz natural tiene un efecto beneficioso sobre el
ritmo circadiano de los residentes y el nivel de actividad. Pero, lamentablemente, no
parece que se hayan llevado a cabo suficientes estudios dentro de las instalaciones
de atención residencial.
Además, entre las conclusiones de un importante
estudio de los pacientes quirúrgicos atendidos en un hospital de Pennsylvania
(Ulrich, 1984) se destacan las siguientes: “Las habitaciones de algunos pacientes daban a un grupo
de árboles, mientras que otros pacientes solamente podían contemplar una pared
de ladrillo marrón. Una revisión de diez años de historias clínicas mostró
menores estancias, menor utilización de analgésicos y menos comentarios
negativos en las anotaciones de las enfermeras a favor de las personas con
vistas de zonas verdes, en comparación con los pacientes desde cuya ventana las
vistas se veían reducidas a la contemplación del muro”.
En definitiva, parece que existe suficiente
evidencia empírica que sustenta que la posibilidad de disponer de vistas a
zonas verdes y disponer de fácil acceso a entornos naturales tiene un efecto
positivo sobre el bienestar. (pg. 53)
Termina-se este conjunto de
comentários ao texto de Mary-Ann Knudstrup, salientando-se que aí também se
registam excelentes referências a outros estudos especializados nestas áreas,
salientando-se, a título de exemplos significativos as seguintes referências:
um estudo de Ulrich, R. S. (1984), onde se aponta que a vista através de uma
janela pode influenciar a recuperação de uma cirurgia (View through a window
may influence recovery from surgery. Science 224(4647), 420); e um estudo
de Benedetti, F., Colombo, C., Bardini, B., Campori, E., & Smeraldi, E.
(2001), onde se refere que a luz do sol matinal reduz o período de
hospitalização associada a casos de depressão bipolar (Morning sunlight
reduces length of hospitalization in bipolar depression. Journal of
Affective Disorders 62(3), 221).
4.
Caraterísticas a salientar na conceção de habitações muito apoiadas
Relativamente à temática da “habitação
(muito) apoiada os
autores, ligados ao RIBA (Royal Institute of British Architects), do
estudo intitulado Good design characteristics in extra care housing,
avançam com um conjunto de considerações que são, em seguida, parcialmente,
apontadas e minimamente comentadas, designadamente, nos aspetos mais ligados à promoção de
conjuntos residenciais amigos dos idosos com caraterísticas intergeracionais
participadas e apoiados por espaços e serviços comuns. (pg. 52 e 53)
Esta abordagem do RIBA,
delimitada aos espaços domésticos privados apresenta uma listagem de apoio à
conceção, em seguida citada,
que deve ser consultada em conjunto com o estudo mais pormenorizado também do
RIBA, intitulado A Guide to Assisted Living ; salientam-se, ainda, os evidentes objetivos de
humanização e apropriação que são, em seguida citados, e que serão,
igualmente, muito oportunos em soluções habitacionais amigas dos idosos mais
autonomizadas, como será o caso do PHAI3C: [6]
(pg. 52 e 53, negrito
nosso)
Easy Identification of
the Entrance
- Ensure entrance is in an easily visible and recognizable position,
and is sufficiently lit by day and by night.
- Distinguish the different doors with colours, materials,
or by other devices as they are different from the walls.
- Encourage the personalisation of the area immediately adjoining the
individual entrance door without reducing the space of shared passageways.
Easy Access
- Distinguish between the zones inside and
outside
the apartment with colours and materials.
- Provide the home with easy access for people with
impaired ability.
- Provide the entrance with a system for observing who
is calling at the door.
- Provide the entrance with a device for resting heavy
objects so that one may open the door easily.
Guarantee a stimulating
external view
- Provide windows which overlook outdoor spaces where
there is activity to provide interest and ideally provide a balcony or
veranda.
Guaranteeing the best
conditions for rest and sleep
- Provide an independent bedroom large enough to accommodate a bed and
wardrobe, whilst allowing space for accessibility.
- Ensure good sound insulation.
- Make it possible to switch the light on and off
directly from the likely bed position.
Taking care of one’s own
body
- Ensure easy access to and use of the bathroom
for wheelchair users.
- Give the bathroom door a simple opening and handling
system.
- Choose good lighting for the bathroom.
Preparing meals
- Set out the kitchen to suit people with limited
mobility or strength.
- Ensure there is space in the kitchen for the
older person to be able to involve friends and relations in the preparation of
meals.
Eating meals
- Design the home to enable meals to be eaten
close to the preparation area, as well as close to the television and
other parts of the living area.
Receiving treatment and
care
- Provide space to add an extra bed or a sofa bed
for possible carer.
- Ensure the route to the bathroom is short and
without obstacles.
- Install a wired or wireless help system, and also a
system for the future use of a telemedical system.
Feeling at home in one’s
own home
- Encourage residents to furnish the interior
spaces to their own taste.
- Ensure there is sufficient storage space inside
the home.
Making one’s own home
comfortable
- Place electric sockets at a height not less than 60cm
from the floor.
- Ensure heating or other climate control systems
are easy to use and handle by people with limited dexterity.
Receiving
people/socializing
- Provide internal areas in the home which allow
for guests.
Recreational activities
- Design terraces with flower pots/boxes easily
used by people with limited mobility.
- Provide space in the home capable of being
equipped for recreational activities.
- Provide wiring in the home for the domestic use of the
internet.
Moving around easily
within the home
- Illuminate internal rooms with enough natural
or artificial light.
- Arrange internal doors so that walking
distances are short and simple.
Guaranteeing comfort in
the home
- Ensure the home is well ventilated, preferably
in a natural way.
5.
Uma ampla caraterização dos “cuidados pessoais” especiais e residenciais
Continuando na temática ligada ao
desenvolvimento de tipologias residenciais amigas das pessoas idosas e de
muitos outros habitantes que desejam condições de vida diária agradáveis,
atraentes, geracionalmente bem integradas e apoiadas por espaços e serviços
comuns salienta-se e cita-se, agora, o interessante e oportuno estudo de Dylan
Kneale, intitulado Establishing the extra in Extra Care - Perspectives from
three Extra Care Housing Providers [7],
onde se aborda especificamente a temática da habitação apoiada e se aponta, provavelmente como principal
objetivo, que a habitação muito apoiada em termos de cuidados pessoais possa,
mesmo assim, ser uma verdadeira “casa para a vida”; neste sentido o autor
avança um conjunto de considerações que são, em seguida, parcialmente,
apontadas e minimamente comentadas. (negrito nosso)
A título de nota prévia salienta-se
que a importante temática de uma residencialidade associada a cuidados pessoais
potencialmente elaborados, não constitui, diretamente, matéria que consideremos
diretamente influenciadora de soluções intergeracionais participadas; mas no
entanto e como se costuma dizer, tais situações até de grande dependência
existem e acontecem, infelizmente, de forma frequente e inesperada, marcando
vivências residenciais que, imediatamente, passam de normais a muito especiais
e dependentes de um apertado conjunto de condições físicas e funcionais pata
poderem decorrer, em meio residencial, de forma, temos de dizer, otimizada,
seja para quem é cuidado e seus familiares, seja para quem cuida; e para tal os
espaços residenciais devem ser basicamente embebidos de uma capacidade de
adaptabilidade especialmente dirigida para tais situações, caso contrário
também não serão as “casas de saúde” e os hospitais que poderão oferecer
respostas adequadas.
Por estas razões iremos, em
seguida registar e comentar, brevemente, alguns algum aspetos abordados por
Dylan Kneale, no seu
estudo/artigo intitulado Establishing the extra in Extra Care - Perspectives
from three Extra Care Housing Providers; salientando-se, desde já, que esta
temática parece ser de grande importância, de certa forma “indireta”, mas
sempre presente para a conceção do PHAI3C, designadamente na muito sensível e
importante abordagem dos “limites” da sua habitabilidade em termos de pessoas
com muito pouca autonomia, e chamando-se a atenção do leitor para os
comentários que rematam o presente subitem: (negrito nosso)
About 8 per cent of residents in extra care housing
in this study enter institutional accommodation from extra care housing after
five years of residence. Compared to those living in the community in receipt
of domiciliary care, those in extra care housing are less likely to enter
institutional accommodation. Among a matched population
aged 80+ we would expect about 19 per cent of those living in the community in
receipt of domiciliary care to enter institutional accommodation, compared to
just 10 per cent of those in extra care housing. This highlights
the efficacy of extra care in supporting people with a diverse range of support
needs.
Furthermore, this can represent substantial savings in social care budgets. (pg. 4)
O que podemos entender como extra care housing, traduzindo-se como habitação com
apoios específicos, ou mais sinteticamente como “habitação apoiada”, refere-se
a uma solução residencial que estará situada entre uma habitação corrente ou
integrada numa solução residencial intergeracional com espaços, equipamentos e
serviços comuns, e um equipamento de apoio ao bem-estar e à saúde do tipo
“cuidados continuados” ou mesmo paliativos.
Nesta perspetiva a consideração da
“habitação apoiada” no presente estudo sobre o PHAI3C só faz sentido de forma
“paralela” ou informativa e, designadamente, ligada aos evidentes e sempre
presentes pontos de contato entre este tipo de solução “ainda” residencial e
uma plena solução residencial como é o caso do PHAI3C; pontos de contato estes
que, naturalmente, deverão poder existir e deverão ser devidamente apoiados no
âmbito da vivência privada de cada fogo que integre uma solução do PHAI3C.
Portanto, e para que se entenda bem o
que queremos aqui dizer, qualquer um de nós deve poder mudar da sua “casa”
familiar, “agora” demasiado grande porque os filhos saíram, para uma excelente
solução residencial marcada por uma atraente arquitetura doméstica e
complementada por espaços e serviços comuns, portanto no âmbito do PHAI3C e
aqui ficar, potencialmente, “para sempre”, pois mesmo acontecendo uma sensível
diminuição de capacidades físicas e sensoriais, esta respetiva solução
residencial integrada no PHAI3C, deve ter capacidade de adaptação, integração
de elementos de apoio e facilitação da atividade dos respetivos cuidadores, e
isto tudo sempre num protegido e íntimo espaço doméstico, sem quaisquer
“reflexos” nos espaços comuns e nos outros fogos próximos.
Evidentemente que se houver
necessidade teremos de mudar para um espaço residencial mas com expressivas
valências em termos de cuidados pessoais, como é o caso da tipologia aqui
abordada de “habitação apoiada” e, eventualmente, teremos ainda depois de
passar para um equipamento praticamente hospitalar; mas pode acontecer e
acontecerá, sem dúvida, frequentemente que não precisemos de fazer mais
mudanças, terminando os nossos dias em casa, na nossa habitação familiar, ou
igualmente em casa no âmbito de uma tipologia intergeracional equipada, ou numa
solução de “habitação apoiada”, sendo que, neste caso, é essencial que mesmo
aqui seja expressiva a respetiva caraterização “doméstica” dos respetivos
espaços.
Mas para uma mais adequada e completa definição
de “habitação apoiada” socorremo-nos, novamente, de Dylan Kneale e do seu
estudo/artigo intitulado Extra care housing is a home for life: (pg. 5)
While
extra care, in the broadest sense, is defined as ergonomically designed
independent housing units for older people with the provision of onsite
flexible care, some ambiguities exist in terms of the essential components
needed to classify retirement housing as being „extra care‟ housing. Generally,
most extra care housing appears to reflect the three tenets of: (i) flexible
care, (ii) independence, and (iii) homeliness (simplicidade, frugalidade, “dom?”). In
addition, there is some uncertainty in the literature as to whether extra care
fulfils a role as: a direct alternative to a care home (or other
institutional setting) for those with moderate-high care needs; or prolonging a
period of independence for those with low or no care needs; or a form of housing
for older people who anticipate future care needs; or simply an alternative
form of housing for those older people regardless of current or anticipated
care needs.
Evidence collected in this
project suggests that residents of extra care housing may move for reasons
relating to all four scenarios. (pg.
6)
E é fundamental que também a
“habitação apoiada” cumpra um conjunto de aspetos de humanização, pois deve
continuar a ser “uma casa para a vida”, e aqui devemos ter em conta que, tal
como aponta Dylan Kneale, no estudo que está a ser referido: (pg. 4 e 5).
. A “habitação apoiada” pode ser
uma solução habitacional saudável e agradavelmente doméstica.
. A “habitação apoiada” está
associada a uma redução da ocupação dos leitos hospitalares.
. A “habitação apoiada” está
associada à significativa redução do número de quedas dos respetivos
residentes; o que tem grande importância devido à gravidade potencial e à
numerosa ocorrência deste tipo de acidentes domésticos.
. A “habitação apoiada” apoia
alguns dos mais idosos e frágeis membros da sociedade.
. Os benefícios da “habitação
apoiada” podem resultar em poupanças substanciais de custos particularmente no
longo prazo.
. A expansão de um setor de
“habitação apoiada”, como parte integrante das estratégias habitacionais para
os mais idosos, pode aliviar a problemática habitacional geral, que afeta as
pessoas de todas as idades.
Tal como é salientado por Dylan
Kneale, no seu estudo que aqui está a ser referido, a “habitação assistida”
constitui um novo modelo residencial que integra cuidados relativamente aos
idosos e “que se desenvolveu como parte da mutante paisagem habitacional”. (pg.
4)
E isto justifica em boa parte a
presente sintética abordagem da “habitação assistida” num estudo dedicado,
“simplesmente”, a soluções residenciais intergeracionais participadas e
equipadas; num sentido em que se considera que boa parte das possíveis
atribuições do tipo “habitação assistida” poderão acontecer, privadamente, no
âmbito dos mundos domésticos autónomos dos fogos que integrem aquelas soluções
residenciais intergeracionais, enquanto muitas outras poderão continuar a
acontecer no âmbito das nossas habitações familiares correntes, desejavelmente,
adaptadas para se facilitarem os respetivos cuidados de assistência; e só um
relativo pequeno número de casos migrará para soluções residenciais específicas
de “habitação assistida”, que irão funcionar praticamente omo soluções de
“antecâmara” em termos de quadros hospitalares e de cuidados paliativos.
Embora, tal como se disse, a
“habitação apoiada” não ser tema do atual estudo sobre o PHAI3C, e porque e tal
como também se disse, será muito provável que aconteçam, privadamente, no
âmbito do PHAI3C, muitas soluções de “habitação apoiada”, importa considerar
que, mesmo nestes casos, há que sublinhar a importância de uma caraterização
residencial e doméstica, pessoal e familiarmente, bem apropriada dos espaços
onde decorre este apoio habitacional e pessoal, um apoio que, aliás, está
provado, poder ter de decorrer durante longos períodos temporais
(frequentemente cerca de 6 anos, pg. 7), condição esta que mais evidencia a
referida necessidade de caraterização residencial, seja para os “cuidados”,
seja para os seus cuidadores; que, suplementarmente, muito poerão retirar em
termos positivos, de vitalidade, alguma convivialidade e até, quem sabe,
entreajuda e solidariedade de um ambiente residencial comum e vivo, como o que
se visa no âmbito do PHAI3C; numa referência à importância de uma
“residencialidade” natural e gradualmente adaptável em termos de usos, aplicada
de forma geral à habitação para idosos e fragilizados, e que está bem presente
no citado estudo de Dylan Kneale:
As discussed above, a recurring debate in the
literature is whether extra care housing should be regarded as a „home for life‟. This is important, as it challenges the fundamental concept of extra care
housing as a form of housing that can adapt to a resident‟s changing care needs as they age. To address these issues
we first look at the typical length of a resident stay and the probability of a
move to institutional accommodation, and we then compare this probability with
that of a similar person living in the community. (pg.
7)
Como breves comentários finais a este
estudo sobre “habitação apoiada” (numa tradução sempre discutível de “extra
care housing”), desenvolvidos, tal como se apontou, porque as
caraterísticas desta solução residencial se articulam com as da habitação
intergeracional, e tendo em conta o significativo número de anos vividos por
muitos de nós com esse tipo de necessidades (cerca de 6 anos numa média muito
dinâmica, considerando, por exemplo, as mulheres), não parece haver qualquer
dúvida de que os ambientes em que se desenvolve esse apoio e esses cuidados
pessoais devem ser bem caraterizados por aspetos agradavelmente domésticos e “familiares”
e não “frios” e “institucionais”; e afinal vale sempre a pena lembrar que até
as salas de cirurgia e as batas dos cirurgiões estão a ser “humanizadas”, desde
há já bastantes anos.
E os dados são excelentes no
que se refere às consequências sociais de boas práticas de “habitação
assistida”, desde que esta “assistência”, seja realmente adequada e o mais
possível completa (ex., em termos de apoios de saúde e sociais); o que nos
leva, provavelmente, a considerar a sua sistemática integração, a título de
apoios privados e domiciliares, no âmbito da habitação intergeracional
participada e equipada (PHAI3C); isto porque parece estar provado que “cuidados
residenciais extra”, o mais possível integrados ou conjugados, e cobrindo as
diversas vertentes mais “medicalizadas” e mais sociais, são muito eficazes, tal
como se conclui no citado estudo de Dylan Kneale:
Around
a quarter of residents who enter extra care housing with additional social care
needs, or who develop additional
social care needs within extra care housing, later go on to experience an
improvement in their health equating to a decrease in social care needs. In addition, many more
experience stability in care needs and don‟t exhibit the diminution in
functional ability that is usually associated with older age. (pg. 90)
Bibliografia (referências práticas)
ALEXANDER, Christopher, S.
Ishikawa, M. Silverstein - A Pattern Language: Towns, buildings, Construction, New York: Oxford
University Press, 1977.
Forbrain - Para uma adequada aproximação ao conceito Snoezelen cita-se,
em seguida, o respetivo texto de
introdução da Forbrain, http://www.forbrain.pt/ :
“Snoezelen
(do Holandês) resulta da contração de SNUFFELEN = cheirar, com DOEZELEN =
relaxar. O conceito de SNOEZELEN foi definido no fim dos anos
setenta por dois terapeutas holandeses, Jan Hulsegge e Ad Verheul. Enquanto trabalhavam no De Hartenberg Institute, na Holanda, um centro para pessoas
com défices mentais, os dois terapeutas perceberam respostas positivas que se
conseguiam suscitar nos seus doentes, quando eram inseridos num ambiente
sensorial que tinham preparado. Daí para a frente, a curiosidade e reconhecimento
de toda a comunidade mundial, levou a que hoje as salas Snoezelen estejam
presentes em Hospitais, Lares, Instituições de apoio a pessoas com defices
vários de desenvolvimento, demências, etc, um pouco por todo o mundo.
Sala Snoezelen, é "uma sala equipada com
material para estimulação sensorial. É um local feito de luz, sons, cores,
texturas e aromas, onde os objetos são coloridos e disponibilizados para serem
tocados e admirados. Os sentidos primários são estimulados dando sensação de
prazer (Amcip 2009)”
KNEALE, Dylan Kneale - Establishing the extra in Extra Care - Perspectives from three Extra
Care Housing Providers. The International Longevity
Centre - UK (ILC-UK). Londres. 2011.
KNUDSTRUP - Mary-Ann - La relación entre el diseño arquitectónico y
el bienestar subjetivo. Em: Pilar
Rodríguez Rodrígues (coord. e edit.) - Innovaciones residenciales
para personas en situación de dependencia - Diseno arquitectónico y modelo de
atención. Fundación Caser para la
Dependencia; Fundación Pilares para la Autonomía Personal. Madrid. 2012. pp. 41
a 56. https://www.fundacionpilares.org/docs/INNOVRESIDARQUITECYMODELO.pdf .Mary-Ann Knudstrup, Associate Professor,
Departamento de Arquitectura, Diseño y Tecnología, Universidad de Aalborg,
Dinamarca.
MONTERO, Miguel - Innovaciones en residencias
para personas en situación de dependencia: El caso alemán. Em:
Pilar Rodríguez Rodrígues (coord. e edit.) - Innovaciones residenciales para personas en
situación de dependencia - Diseno arquitectónico y modelo de atención. Fundación Caser para la
Dependencia; Fundación Pilares para la Autonomía Personal. Madrid. 2012. pp. 73
a 87. https://www.fundacionpilares.org/docs/INNOVRESIDARQUITECYMODELO.pdf
REGNIER, Victor - Consideraciones críticas para el diseño
de viviendas asistidas para personas mayores con fragilidad física o cognitiva. Em: Pilar Rodríguez Rodrígues
(coord. e edit.) - Innovaciones residenciales para personas en situación de dependencia -
Diseno arquitectónico y modelo de atención. Fundación Caser para la Dependencia; Fundación
Pilares para la Autonomía Personal. Madrid. 2012. pp. 123 a 154. https://www.fundacionpilares.org/docs/INNOVRESIDARQUITECYMODELO.pdf Victor Regnier: FAIA, Profesor
de arquitectura y gerontología. Escuela de Arquitectura, Universidad de
California del Sur, Los Ángeles, EE.UU.
Royal Institute of British Architects (RIBA) - Good design characteristics in extra care housing. A Guide for
Assisted Living: Towards Life Home 21. RIBA. Londres. 2011. Pg. 52 e 53. www.housinglin.org.uk/shop_resource_pack https://www.housinglin.org.uk/_assets/Resources/Housing/SHOP/ToolB5.pdf
Notas
editoriais gerais:
(i)
Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a
caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de
edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões
expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições
individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo
portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No
mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a
utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por
exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva
responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas
fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii)
Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da
Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa
de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a
tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo
GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à
respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas
e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do
teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou
negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi
recebido na edição.
Etiquetas/palavras chave: habitação, habitação intergeracional, habitação para
idosos, intergeracionalidade, espaços residenciais, PHAI3C, Programa de
Habitação Adaptável e Intergeracional Cooperativa a Custos Controlados
Aspetos específicos
da conceção residencial para idosos e fragilizados – versão de trabalho e base
documental # 873 Infohabitar
Artigo XLI da série editorial da
Infohabitar – “Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através
de uma Cooperativa a Custo Controlado” “PHAI3C”
Infohabitar, Ano XIX, n.º 873
Edição: quarta-feira, 23 de agosto de
2023
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho,
Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo –
Departamento de Edifícios do Laboratório
Nacional de Engenharia Civil - LNEC
abc.infohabitar@gmail.com, abc@lnec.pt
A Infohabitar é uma Revista do GHabitar Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
atualmente com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação
Económica (FENACHE) e anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e
Urbanismo do LNEC.
Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa,
Encarnação - Olivais Norte.
Notas bibliográficas:
[1] Victor
Regnier - Consideraciones críticas para el
diseño de viviendas asistidas para personas mayores con fragilidad física o
cognitiva.
Em: Pilar Rodríguez Rodrígues
(coord. e edit.) - Innovaciones residenciales para personas en
situación de dependencia - Diseno arquitectónico y modelo de atención. Fundación Caser para la
Dependencia; Fundación Pilares para la Autonomía Personal. Madrid. 2012. pp.
123 a 154. https://www.fundacionpilares.org/docs/INNOVRESIDARQUITECYMODELO.pdf
Victor Regnier: FAIA, Profesor
de arquitectura y gerontología. Escuela de Arquitectura, Universidad de
California del Sur, Los Ángeles, EE.UU.
[2] Para uma
adequada aproximação ao conceito Snoezelen cita-se, em seguida, o respetivo texto de introdução da
Forbrain, http://www.forbrain.pt/ :
“Snoezelen (do Holandês) resulta da contração de
SNUFFELEN = cheirar, com DOEZELEN = relaxar. O conceito de SNOEZELEN foi definido no fim dos anos
setenta por dois terapeutas holandeses, Jan Hulsegge e Ad Verheul. Enquanto trabalhavam no De Hartenberg Institute, na Holanda, um centro para
pessoas com défices mentais, os dois terapeutas perceberam respostas positivas
que se conseguiam suscitar nos seus doentes, quando eram inseridos num ambiente
sensorial que tinham preparado. Daí para a frente, a curiosidade e
reconhecimento de toda a comunidade mundial, levou a que hoje as salas
Snoezelen estejam presentes em Hospitais, Lares, Instituições de apoio a
pessoas com defices vários de desenvolvimento, demências, etc, um pouco por todo o mundo.
Uma sala Snoezelen, é "uma sala equipada
com material para estimulação sensorial. É um local feito de luz, sons, cores,
texturas e aromas, onde os objetos são coloridos e disponibilizados para serem
tocados e admirados. Os sentidos primários são estimulados dando sensação de
prazer (Amcip 2009)”
[3] Alexander, Christopher, S. Ishikawa, M.
Silverstein - A Pattern Language:
Towns, buildings, Construction, New York: Oxford University Press, 1977.
[4] Miguel Montero - Innovaciones
en residencias para personas en situación de dependencia: El caso alemán.
Em: Pilar Rodríguez Rodrígues (coord. e edit.) - Innovaciones residenciales para personas en situación de dependencia - Diseno arquitectónico y modelo de atención. Fundación Caser para la Dependencia; Fundación Pilares para la Autonomía Personal. Madrid. 2012. pp. 73 a 87. https://www.fundacionpilares.org/docs/INNOVRESIDARQUITECYMODELO.pdf
[5] Mary-Ann Knudstrup - La relación entre el
diseño arquitectónico y el bienestar subjetivo.
Em: Pilar Rodríguez Rodrígues
(coord. e edit.) - Innovaciones residenciales para personas en
situación de dependencia - Diseno arquitectónico y modelo de atención. Fundación Caser para la
Dependencia; Fundación Pilares para la Autonomía Personal. Madrid. 2012. pp. 41
a 56. https://www.fundacionpilares.org/docs/INNOVRESIDARQUITECYMODELO.pdf
Mary-Ann Knudstrup, Associate
Professor, Departamento de Arquitectura, Diseño y Tecnología, Universidad de
Aalborg, Dinamarca.
[6] Royal Institute of British Architects
(RIBA) - Good design characteristics in extra care housing. A Guide for
Assisted Living: Towards Life Home 21. RIBA. Londres. 2011. Pg. 52 e 53.
www.housinglin.org.uk/shop_resource_pack
https://www.housinglin.org.uk/_assets/Resources/Housing/SHOP/ToolB5.pdf
[7] Dylan Kneale - Establishing
the extra in Extra Care - Perspectives from three Extra Care Housing Providers. The International Longevity Centre - UK (ILC-UK). Londres. 2011.
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