quarta-feira, novembro 02, 2022

Idosos: desafio crítico e oportunidade II - versão de trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 837

Ligação direta (clicar no link seguinte) para aceder à listagem interativa de 800 Artigos editados na Infohabitar – edição de janeiro de 2022 com links revistos em junho de 2022 (38 temas e mais de 100 autores):

https://docs.google.com/document/d/1WzJ3LfAmy4a7FRWMw5jFYJ9tjsuR4ll8/edit?usp=sharing&ouid=105588198309185023560&rtpof=true&sd=true

Idosos: desafio crítico e oportunidade II - versão de trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 837

 

Infohabitar, Ano XVIII, n.º 837

Edição: quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Artigo XIX da série editorial da Infohabitar “PHAI3C – Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através de uma Cooperativa a Custo Controlado”

 

 

Caros leitores da Infohabitar,

Damos continuidade à série editorial da Infohabitar especificamente dedicada a uma abordagem global e bibliográfica dos amplos, sensíveis e urgentes aspetos associados às necessidades, aos gostos e às potencialidades sociais e urbanas de uma reflexão prática sobre os espaços residenciais dedicados a pessoas idosas e fragilizadas, desejavelmente integrados em quadros intergeracionais, ativamente urbanos e dinamizados e convivializados pelas cooperativas que estão, desde há dezenas de anos, dedicadas à promoção de habitação de interesse social com expressiva qualidade e frequentemente associada a um amplo leque de variadas e vitais atividades vicinais e urbanas – as Cooperativas associadas à Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).

Lembra-se, como sempre, que serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas sobre os artigos aqui editados e propostas de artigos (a enviar para abc.infohabitar@gmail.com).

Despeço-me, até à próxima semana, enviando saudações calorosas e desejos de força e de boa saúde para todos os caros leitores,    

 

Lisboa, em 2 de novembro de 2022

António Baptista Coelho

Editor da Infohabitar

 

Nota introdutória à temática do Programa de Habitação Adaptável Intergeracional – Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C)

Considerando-se o atual quadro demográfico e habitacional muito crítico, no que se refere ao crescimento do número das pessoas idosas e muito idosas, a viverem sozinhas e com frequentes necessidades de apoio, a actual diversificação dos modos de vida e dos desejos habitacionais, e a quase-ausência de oferta habitacional e urbana adequada a tais necessidades e desejos, foi ponderada o que se julga ser a oportunidade do estudo e da caracterização de um Programa de Habitação Adaptável Intergeracional (PHAI), adequado a tais necessidades e a uma proposta residencial naturalmente convivial, eficazmente gerida e participada e financeiramente sustentável, resultando daqui a proposta de uma Cooperativa a Custos Controlados (3C).

O PHAI3C visa o estudo e a proposta de soluções urbanas e residenciais vocacionadas para a convivência intergeracional, adaptáveis a diversos modos de vida, adequadas para pessoas com eventuais fragilidade físicas e mentais, mas sem qualquer tipo de estigma institucional e de idadismo, funcionalmente mistas e com presença urbana estimulante. O PHAI3C irá procurar identificar e caracterizar tipos de soluções adequadas e sensíveis a uma integração habitacional e intergeracional dos mais frágeis num quadro urbano claramente positivo e em soluções edificadas que possam dar resposta, também, a outras novas e urgentes necessidades habitacionais (ex., jovens e pessoas sós), num quadro residencial marcado por uma gestão participada e eficaz, pela convivialidade espontânea e social e financeiramente sustentável.

Trata-se, tal como se aponta no título do artigo, de uma “versão de trabalho e base bibliográfica” e, portanto, de um artigo cujos conteúdos serão, ainda, substancialmente revistos até se atingir uma versão estabilizada da temática referida no título; no entanto, em virtude da metodologia usada, que se considera bastante sólida, marcada pelo recurso a abundantes referências de fontes, devidamente apontadas e sistematicamente comentadas no sentido da respetiva aplicação ao PHAI3C, e tendo-se em conta a utilidade de se poder colocar à discussão os muitos aspetos registados no sentido da sua possível aplicação prática no PHAI3C, considerou-se ser interessante a divulgação desta temática/problemática nesta fase de “versão de trabalho”, que, no entanto, foi já razoavelmente clarificada – como exemplo do posterior tratamento para passagem a uma versão mais estável teremos, provavelmente, referências bibliográficas mais reduzidas e boa parte delas em português, assim como comentários mais desenvolvidos; mas mesmo este desenvolvimento irá sendo influenciado pelo(s) caminho(s) concreto(s) tomado(s) pelos diversos temas e artigos que integram, desde já, a estrutura pensada para o designado documento-base do PHAI3C, que surgirá, em boa parte, da ligação razoavelmente sequencial entre os diversos temas abordados em variados artigos.

Ainda um outro aspeto que se sublinha marcar, desde o início, o teor do referido documento-base do PHAI3C (a partir do qual serão gerados vários documentos específicos: mais de enquadramento e mais práticos) é o sentido teórico-prático que privilegia uma abordagem mais integrada e exemplificada da temática global da habitação intergeracional adaptável e cooperativa, apontando-se exemplos e ideias concretas logo desde as partes mais de enquadramento da abordagem da temática como as que se desenvolvem neste artigo.

Notas introdutórias ao presente conjunto de artigos sobre habitação integeracional

O presente artigo inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão temática exploratória, que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada à preparação e estruturação de um amplo processo de investigação teórico-prático, intitulado Programa de Habitação Adaptável Intergeracional Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser desenvolvido, pelo autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de Investigação e Inovação (P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas nestes artigos são, apenas, dos seus autores – o autor dos artigos e promotor do PHAI3C e os numerosos autores citados no texto.

Neste sentido salienta-se o papel visado para o presente artigo e para aqueles que o precederam e os que lhe darão continuidade, no sentido de se proporcionar uma divulgação que possa resultar numa desejável e construtiva discussão alargada sobre as muito urgentes e exigentes matérias da habitação mais adequada para idosos e pessoas fragilizadas, visando-se, não apenas as suas necessidades e gostos específicos, mas também o papel e a valia que têm numa sociedade ativa e integrada.

Nesta perspetiva e tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho da referida investigação, salienta-se que a forma e a extensão do texto que é apresentado no artigo reflete uma assumida apresentação comentada, minimamente estruturada, de opiniões e resultados de múltiplas pesquisas, de muitos autores, escolhidos pela sua perspetiva temática focada e por corresponderem a estudos razoavelmente recentes; forma esta que fica patente no significativo número de citações – salientadas em itálico –, algumas delas longas e incluídas na língua original.

Julga-se que não se poderia atuar de forma diversa quando se pretende, como é o caso, chegar, cuidadosamente, a resultados teórico-práticos funcionais e aplicáveis na prática, e não apenas a uma reflexão pessoal sobre uma matéria bem complexa como é a habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma cooperativa a custos controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.

Solicita-se a compreensão dos leitores para lapsos e problemas de edição que, sem dúvida, acontecem no texto que se segue, mas a opção era prolongar, excessivamente, o período de elaboração de um texto que, afinal, se pretende seja essencialmente prático; posteriores edições do mesmo texto serão complementarmente revistas e melhoradas.


Idosos: desafio crítico e oportunidade II - versão de trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 836

António Baptista Coelho

Com base direta nos textos, ideias e opiniões dos autores referidos ao longo dos documentos que integram a listagem bibliográfica registada no final do artigo.

 

Nota prévia: devido à sua extensão o artigo foi editado em duas partes (I e II) e em duas semanas consecutivas

Resumo

Depois de uma pequena introdução e na primeira parte do artigo desenvolve-se a temática global do que se considera ser a nova e crítica realidade social e urbana constituída pelos inúmeros idosos que vivem sozinhos.

Nesta problemática abordam-se, sequencialmente, as seguintes matérias: o número cada vez maior des idosos a viverem sozinhos; o desenvolvimento de novos serviços residenciais especialmente sensíveis aos idosos; e o aprundamento de uma nova oferta residencial para idosos baseada numa ampla perceção do envelhecimento.

Na segunda parte do atigo aborda-se o tema do desenvolvimento de habitações apetecíveis para os idosos e para todos os que desejem uma nova forma de habitar intergeracional, adaptável, apoiada e participada.

Nesta temática abordam-se, sequencialmente, as seguintes matérias: a noção de que uma arquitetura habitacional mais adequada e humanizada proporciona mais satisfação; as novas oportunidades oferecidas por uma habitação intergeracional; o potencial pessoal e social dos designados idosos ativos; desenvolvimento de um habitar amigo do envelhecimento; a relação entre os “novos idosos” e a cidade; e a importância da revolução do habitar inteligente para todos os habitantes e especialmente para os idosos.

(Nota: a primeira parte deste artigo está editada na Infohabitar da passada semana)


2. Habitações apetecíveis para os idosos e para todos os que desejem uma nova forma de habitar

Na prática parece-nos que boa parte da solução estará na conceção e produção de “novas” habitações verdadeiramente apetecíveis para os idosos e para todos os outros que desejem viver num ambiente intergeracional e que associa estimulantes espaços privados a estimulantes espaços comuns e de uso público e a práticos e diversificados serviços domiciliares e pessoais; sendo que a outra parte da solução será, evidentemente, fazê-lo a um custo acessível e bem apoiado em termos de programas específicos que considerem as caraterísticas e os meios específicos de muitos idosos – e daí termos associado a promoção habitacional por uma Cooperativa a Custos Controlados ao Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional.

(i) Uma arquitetura habitacional mais adequada e humanizada proporciona mais satisfação

O segredo estará na oferta de soluções residenciais adequadas a muitas necessidades e modos de vida, apoiadas por um amplo leque de serviços “à la carte” e tão privatizadas e autónomas, como agregadas por espaços comuns capazes de garantirem boas condições naturais de convívio, mas também de relativa privacidade.

E neste sentido importa ter presente que talvez muitas das velhas habitações sejam realmente pouco adequadas para idosos, tal como é apontado por Roger Showley no seu estudo intitulado U.S. overbuilt in big houses, planners find 40 million houses too many - one explanation for falling prices.  (8)

Um estudo que se refere, em primeira linha, à dimensão, considerada excessiva, de muitas das habitações existentes nos EUA, mas que logo de seguida aponta aspetos muito interessantes e a reter no âmbito da reflexão sobre o PHAI3C, tal como se cita em seguida: (negrito nosso)

America has too many big houses - 40 million, to be exact -- because consumers are shifting preferences to condos, apartments and small homes, experts told the New Partners for Smart Growth Thursday, holding its 11th annual conference in San Diego through Sunday…

Joe Molinaro, who heads the smart growth program at the National Association of Realtors, shared the results of 2004 and 2011 consumer surveys to explain why preferences are changing.

Factors include a desire for shorter commutes, walkable neighborhoods, economic considerations and, in the case of Generations X and Y, born between 1965 and 2000, they want the non-car mobility they did not get as youngsters.


(ii) Novas oportunidades numa habitação intergeracional

Na prática este tipo de reflexão avança em aspetos de “novas oportunidades” muito estimulantes e acessíveis quando podemos fazer uma nova opção residencial numa idade já avançada e provavelmente razões determinadas para uma tal opção de mudança, caso contrário mais valerá ficar a viver onde estamos.

E é neste “nicho” de oferta e mesmo de procura de “novas oportunidades” residenciais, de vizinhança e de serviços residenciais e pessoais que se enquadra uma habitação intergeracional versátil e participada.

Uma opotunidade especificamente apontada por Jack Silverstein no seu artigo The new opportunity in intergenerational living, onde o autor clarifica o que para ele são os principais objetivos que estruturam a oferta de uma habitação intergeracional sensível e atraente para os idosos: (9) (negrito nosso).

Today’s senior — and, crucially, tomorrow’s senior — wants an active lifestyle, a connection to the outside community and avenues to share their lifetime of experiences, skills, knowledge and wisdom. Their desires and demands are increasingly coalescing into an ever-expansive senior housing model: Intergenerational living. (pg. 3)

Salienta assim Jack Silverstein que o que parecem desejar muitos dos atuais idosos e “crucialmente o idoso do amanhã” são mesmo tais soluções habitacionais intergeracionais, marcadas pelo apoio a um modo de vida ativo e integrado na sociedade e pelo privilegiar de condições para múltiplas práticas e aprendizagens; e podemos e devemos acrescentar que são soluções residenciais totalmente distintas das tradicionalmente dedicadas aos idosos, insititucionalizadas e quase sempre com uma indelével marca de “equipamento”, que se refere ao oposto do sentido residencial, e isto, muitas vezes, até quando as condições do “equipamento” são diversificadas e luxuosas, tal como se cita em seguida:

Also known as multigenerational living, this concept of merging generations to solve disparate housing problems is growing more common with an expansive range of methods, from masterplanned communities with age-based neighborhoods to mixed-use apartment complexes that house a preschool or daycare. (pg. 4)

• The connection between the principles of mixed-use and intergenerational (pg. 4)

Jack Silverstein avança no apontar da interessante possibilidade de se desenvolverem múltiplos e diversos quadros intergeracionais, o que só aprofunda, felizmente, o afastamento deste conceito de qualquer perigo de uniformização e aproveitamento, por exemplo, como mais um modelo de “equipamento”, e aponta mesmo que a intergeracionalidade residencial poderá ser facilitada em termos de “estilos de vida”, quando associada aos aspetos orgânicos, diversificados, humanos e identitários do “New Urbanism”, assim como aos aspetos diversificados, úteis e estimulantes de soluções urbanas e residenciais funcionalmente mistas; e juntaria também os aspetos estratégicos e cuidadosos de uma densificação urbana estimulante e vitalizador.

Aspetos estes que no seu conjunto – organicidade, identidade, conjugação de funções e densidade cuidada – poderão ser elementos importantes no sentido de se desenvolverem intervenções intergeracionais muito marcadas pela economia, objetivo este que baseia a ideia do PHAI3C.

Aspetos estes que deverão ser enquadrados em termos recomendativos, designadamente, no sentido de não haver áreas “a mais”, de modo a que esteja devidamente assegurada a integração das intervenções do PHAI3C no âmbito da habitação de interesse social e, consequentemente, adequadas para apoios específicos (ex., terreno bem situado e disponibilizado em condições vantajosas ou bons edifícios a reabilitar).


(iii) A oportunidade para idosos ativos

Tudo isto tem a ver com a criação de oportunidades para os idosos ativos avançarem numa nova e estimulante forma de habitar, mais funcionalmente apoiada, portanto, mais confortável e menos trabalhosa em termos de tarefas domésticas, e, simultaneamente, mais interessante e mesmo “gozada”, porque ligada a um amplo leque de serviços “à la carte”, que apoiam as habitações privadas.

E a “outra metade” destas soluções será embebida num pequeno e multifuncional complexo de espaços comuns ou de uso público, premeditadamente dinamizador de um salutar convívio natural e associado, por regra, a todo um outro amplo conjunto de atividades suplementares (ex., passeios a pé, viagens organizadas, ações formativas diversificadas, etc., etc.), que serão muito mais possíveis quando naturalmente associadas a uma gestão diária e bem presente do respetivo condomínio (também agilizadora dos referidos serviços ao domicílo) –  e afinal, existindo o agente de gestão presente e o espaço de contato, e com os atuais meios infotmáticos será relativamente fácil assegurar esta “extensão” de atividades e eventos com base condominial.

Em termos de casos concretos que nos podem ajudar como elementos de referência, temos, por exemplo, o designado “Mercado de habitação para Active Adult” – que se refere a complexos habitacionais desenhados para, dirigidos ou mesmo restringidos a pessoas com mais de 55 anos –, que está, desde há alguns anos a “explodir” nos EUA e que começou a chegar à Europa, tal como é apontado por Valerie Arko, no seu artigo de 2019 intitulado The Active Adult Opportunity in Europe Bringing America’s Popular Concept Overseas. (10)

Valerie Arko refere-se ao exemplo de Del Webb, em Sun City, Maricopa County, Arizona, de 1960, que a autora considera ser a primeira comunidade residencial que foi especificamente planeada para os designados adultos activos ; sublinhando que este « novo » conceito habitacional não tem, ainda, praticamente, raízes na Europa – e lembra-se que o artigo é recente (2019).

Do referido artigo de Valerie Arko citam-se e comentam-se, muito brevemente, os seguintes aspetos julgados significativos nesta matéria do específico aproveitamento residencial dos “adultos ativos”:

Há 128 milhões de pessoas (230 M 2030 e 286 m 2050) com mais de 55 anos na União Europeia e não existem comunidades do tipo das dos Estados Unidos, tais como a de Del Webb ou Villages.

Nos 6 meses anteriores aos censos de 2011 na UE, 7,5% dos europeus acima de 65 anos mudaram de casa. (pg. 4)

Há, portanto, “público” para este tipo de promoção residencial e de serviços associados, sendo que as soluções atualmente existentes são criticamente considerada por Valerie Arko, tal como se cita em seguida:

Opções existentes são, maioritariamente, pequenas, exclusivas e muito caras, com poucos equipamentos e serviços de apoio (amenities), deixando espaço no mercado para projectos maiores, mais inclusivos e com preço médio. (pg. 5)

Numa comparação global entre as soluções do tipo que são atualmente proporcionadas nos EUA e na EU, defende-se, no citado artigo, que as soluções europeias oferecem menos por mais dinheiro.

No mesmo artigo que está a ser referido e nesta perspetiva, uma das firmas ligadas à promoção residencial para adultos ativos, a Ambera, considera possível a promoção de cerca de 50 comunidades do tipo Active Adult Retirement Communities (AARC), na UE, com uma mistura de unifamiliares com diversas opções de posse e de apartamentos para arrendamento, do tipo Airbnb, em multifamiliares. (pg. 5)

A mesma firma, Ambera salienta, depois, o que considera serem as vantagens das AARC; que são em seguida citadas:

.     O residentes têm vidas mais longas e mais saudáveis, exigindo menos cuidados mais complexos e/ou prolongados (focam-se mais nos cuidados de prevenção e não correctivos).

.      As propriedades mantêm valor, proporcionando heranças.

.     Consegue-se viver mais barato do que numa comunidade (corrente) associada à prestação de cuidados e por vezes mesmo mais barato doque em casa (se os cuidados forem reduzidos ou eliminados).

.     Uma mudança mais cedo tem menos riscos emocionais e maximiza beneficios, relativamente a uma mudança forçada. (pg.6)

Nos Estados Unidos [e no Canadá] existem mais de 2000 comunidades [deste tipo] das quais cerca de 400 com mais de 800 habitações cada – exemplos : Sun City, Arizona, 1960, com cerca de 38.000 hab ; 55places.com [ Minto Group no Canadá]. [A firma] Del Webb opera em 21 estados [dos EUA] e, por exemplo, The Villages, Florida, realizado em 1978, tem cerca de 120.000 habitantes  (em cerca de 60.000 fogos). (pg. 6)

Em termos das tipologias residenciais privilegiadas e dos serviços habitualmente proporcionados nas AARC da América do Norte é naturalmente possível uma simples consulta aos respetivos sites, mas referem-se, em seguida, ainda a partir do referido artigo de Valerie Arko, alguns “traços” distintivos, que, provavelmente e por variadas razões socioculturais, poderão não ser replicados com fidelidade na UE:

Casas unifamiliares isoladas e em pequenos lotes, pisos térreos quase sem degraus, com design “universal” e facilitador do uso; cuidados de manutenção e jardinagem incluídos nos valores da mensais a pagar no âmbito da respetiva associação.

São proporcionadas muitas manualidades para adultos ... ; existem caminhos pedonais e jardins, clubhouse e piscina, golf, tennis e pickleball courts[versão híbrida de ténis, badminton e pingue-pongue]; grandes comunidades têm oferta mais diversificada … ; há casos em que existem « diretores de estilo de vida ». (pg. 6)

O rendimento médio anual da família típica que vive em: Sun City são 37.000 dólares (cerca de 3000 dólares mensais); Villages : 44000 dólares (cerca de 3600 dólares mensais).

Salienta-se, ainda, a partir do artigo que está a ser referido, que a firma Ambera selecionou, em 2019, a Espanha como local privilegiado para fundar o seu primeiro projeto europeu, sintetizando, de forma muito interessante, as razões para uma tal escolha; tal como se cita em seguida:

2019 Spain selected for first Ambera project! Ambera combines top-quality homes and extensive shared facilities, and we want to build in in a beautiful area with a pleasant climate, and we want to make it as affordable as possible. This makes Spain, and the lots we are currently looking at, the perfect location for us.


(iv) Ideias positivas para um habitar amigo do envelhecimento

Os aspetos que acabaram de ser sintetizados, referidos a uma apurada qualidade residencial aliada a múltiplos serviços de apoio, a uma muito adequada localização e a custos equilibrados configuram o que podemos designar de um habitar amigo de um envelhecimento ativo e estimulante.

E Garry Lee desenvolve-os, através de considerações referidas a aspetos que prejudicam esse habitar sensível a um bom envelhecimento e a aspetos que o favorecem, no seu artigo intitulado HAPPI 3 ‘Housing our Ageing Population: Positive Ideas’ (11), que, em seguida, é citado e minimamente comentado: (negrito nosso)

Government policy is deterring the development of appropriate housing for older people. These include:

. Retirement housing falls into the same planning class as general use housing – meaning developers face the same Section 106 charges to fund affordable housing as developers of general housing

. Retirement housing developers have to pay the same per-square metre rate as developers of general housing, despite the fact that retirement housing tends to have common amenities or communal spaces on site that cannot be sold (thus, it does not make financial sense for housebuilders to build large, accessible homes with communal space compared to building more homes with a smaller floor plan)

Many older people are open to the idea of downsizing [“right-sizing”] with the most important reasons referenced from the ‘Generation Stuck’ publication by the International Longevity Centre UK being:

.The idea of lower maintenance (56%)

. Reducing the cost of bills (42%)

. Releasing equity (23.2%) with 29.3% expecting to release (or having released) £100,000 by downsizing

. Health and well-being benefits

One of the main positive reasons for downsizing identified in the report is tackling the feelings of isolation and loneliness, which many older people suffer from as a result of living alone. (pg. 2)

Numa mesma lógica de reflexão e usando, agora, um documento da referida firma Ambera (12), relativo ao que esta empresa considera ser a sua intervenção “miniatura” na Noruega  - o conjunto residencial de Doyén Eidsvoll -, citam-se, em seguida, mais algumas ideias consideradas especialmente positivas para um (novo) habitar amigo do envelhecimento: (negrito nosso)

Doyén Eidsvoll is a friendly, including and afordable housing concept where owning an apartment gives access to a variety of shared facilities and activities.

The project consists of 43 twobedroom apartments spread across four floors. All apartments have large and sunny balconies, with a beautiful view of the green surroundings.

But it’s not the property itself that has made this place popular, it’s the lifestyle. Because all residents have access to the extensive shared facilities and activity groups, you never have to be alone if you don’t want to…

Fitness, spa and wellness area, guest rooms, activity room and hobby room, lounge, kitchen and dining room, cctivity groups, maintenance and additional services …

And with less to clean and maintain, people havemore time to do what they enjoy.

Naturalmente que importa considerar, de forma estratégica, a dimensão da intervenção, seja numa essencial perspetiva global e caraterizadora do conjunto de amenities realmente viáveis de uma forma resiliente e gradualmente mais vitalizada, seja também numa perspetiva mais específica aplicável ao respetivo desenvolvimento térreo (e eventualmente em cave) predominantemente dedicado a espaços de estar, conviviais e a serviços; sendo que um conjunto pequeno terá, provavelmente, um pequeno desenvolvimento comum – o que de certa forma se liga ao tipo talvez mais corrente de iniciativas cohousing no Norte da Europa - e isto também se tem de ligar à identificação do tipo de edifício potencialmente mais económico em termos construtivos.

Nestas matérias de escolhas e leques de amenities será também naturalmente determinante o caminho das parcerias positivas com outras instituições e equipamentos locais; caminho este aconselhável por um amplo leque de razões entre as quais a boa integração social e funcional local é provavelmente a mais importante, mas que nunca poderá subverter as opções essenciais em termos de caraterização habitacional, urbana, vivencial e social das intervenções, assim como de uma cuidada multifuncionalidade porque, caso contrário, estaremos no caminho de mais um “equipamento”, mais ou menos, negativamente institucional, e bem longe de um novo espaço urbano de habitar intergeracional.

E continuando ainda com referências ao recente exemplo residencial da firma  Ambera, relativo ao conjunto de Doyén Drammen, que integra construção nova e reabilitação, teremos: (negrito nosso)

Right in the heart of the city lies Doyén Drammen; 84 apartments spread across six buildings and with 500 m2 of shared facilities including manned service offices, spa and fitness area, dining rooms, guest rooms and hobby rooms

Conjunto este que é referido como estando já quase inteiramente vendido (80%) ainda numa fase de promoção (julga-se); e onde parece ficar evidenciada uma faceta talvez mais “hoteleira” – referência esta que se faz objetivamente e sem qualquer tipo de apreciação menos positiva; enquanto se julga que será nos programas menores mais possível e adequada a construção de processos estrategicamente mais comunitários e participativos – mas sendo esta, apenas, uma reflexão exploratória.

O que parece ser a inevitável e inseparável outra face da moeda de um habitar amigo de um envelhecimento ativo e estimulante, é a valia imobiliária destas soluções, capaz de garantir o seu excelente acolhimento até como investimento familiar, evitando-se tensões entre este tipo de investimento e a prespetiva de heranças financeiras.

Esta matéria e outras associadas são abordadas por Laura Gardiner no seu artigo intitulado The million dollar be-question Inheritances, gifts, and their implications for generational living standards, cuja consulta se recomenda, citando-se e comentando-se, brevemente, em seguida, alguns dos seus aspetos julgados muito oportunos: (13) (negrito nosso)

It is becoming increasingly evident that the 20th century promise of generation-on-generation living standards improvements is under threat today. In a range of areas, millennials (born 1981-2000) are falling behind their predecessors at the same age.

There are a number of reasons to believe that future intergenerational wealth transfers will provide a major boost to the living standards of today’s younger generations.

The older population’s expectations for leaving bequests suggest that the total value of inheritances is set to double over the next two decades – peaking in 2035. (pg. 4)

Indeed, our qualitative workshop showed that there are high levels of intergenerational solidarity, with sympathy from older generations regarding the challenges young people face and little resentment among the young towards older people’s more favourable circumstances. (pg. 6)

E importa aqui registar que parece que a promoção de habitação intergeracional também responde muito bem nestes sentidos, proporcionando habitação adequada aos mais idosos, assim como a provável libertação de poupanças suplementares e tudo isto no quadro de um investimento imobiliário bem valorizado.


(v) Os novos idosos e a cidade

As questões residenciais e urbanas que considerámos relativamente aos designados “idosos ativos”, também se pode referir aos designados “novos idosos”, pessoas que têm um conjunto de necessidades e desejos residenciais, vicinais e urbanos bem “desmultiplicados” relativamente às “simples” necessidades associadas a um “alojamento” digno e funcionalmente apoiado, “corporizadas” habitualmente num leque de equipamentos de apoio à designada “terceira idade”; e importa registar que nada disto se liga a qualquer menosprezo por essas “velhas” necessidades, aliás já elas bem desfasadas de boa parte dos seus “utentes” ou “clientes”; liga-se, sim, a uma simples constatação de como os “novos idosos” encaram o seu envelhecimento ativo e o seu habitar e a sua vizinhança enquanto idosos ativos.

Os autores James Parkinson, Will Hunter e Matthew Barac no seu artigo intitulado Silver linings The active third age and the city, avançam nesta interessante perspetiva, ou como referem, de verdadeira “oportunidade”, de um apoio aos “novos idosos ativos” no sentido de se aproveitar, positivamente, a sua participação social, na vizinhança e na cidade, enquanto, naturalmente lhes proporcionamos as melhores condições de privacidade, convivência local e urbanidade; citando-se, em seguida, alguns dos aspetos salientados no referido artigo: (14) (negrito nosso)

Seizing the urban opportunity in senior living yields incredible success, and the benefits far outweigh the difficulties endured—when projects are carried out thoughtfully and deliberately, that is.

The vibrant nature and bustling appeal of cities tend to rely on a youthful image, one in which 20-somethings and young professionals live, work and play in urban centers. But reports from demographers, economists and real estate consultants have revealed that the number of millennials in cities is cresting, which in turn means growth in demand for urban living among this generation is likely to stall.

This opens cities up to lure different generations – specifically, seniors – in an effort to remain flourishing centers. In turn, it provides opportunity to senior living developers and operators to capture this market and build to their desires for walkable, connected communities.

“I think the next generation, baby boomers and those beyond, are going to be more selective in the kind of senior communities they decide on, and because of that, we’re going to see urban settings become more popular,” says Jeff Anderzhon, a senior planner and design architect at Eppstein Uhen Architects (EUA), .. (pg. 4)

É bem interessante esta perspetiva, que acaba por poder “anular” boa parte do sentido assistencial, institucional e de apoio por equipamentos aos idosos, para avançar no adequado aproveitamento das potencialidades múltiplas ligadas à vivência diária e bem disseminada de muitas vizinhanças intergeracionais e dinamizadas por idosos ativos.


(vi) A importância da revolução do habitar inteligente para os idosos

Em tudo isto importa ter bem presente a importância da atual revolução do “habitar inteligente” para todos os habitantes e especificamente para os habitantes idosos, seja porque é aqui que se encontra, ainda, um campo de evolução e informação significativos, pois ainda há muitos idosos em boa parte info-excluídos, seja porque o nível escolar e cultural de muitos idosos proporciona uma boa entrada em diversos aspetos da revolução informática, seja porque existe, cada vez mais, todo um amplo leque de aplicações e gadgets que facilitam a vida diária, agilizam boas relações de comunicação e ajudam a construir ambientes muito seguros para todos e designadamente para as pessoas condicionadas na mobilidade, na perceção e em outros aspetos mentais.

Muitos estudos teórico-práticos foram feitos ou estão a ser desenvolvidos nestas matérias, muitos deles claramente acessíveis através da WWW e trata-se de assunto ao qual voltaremos de modo razoavelmente pormenorizado, no entanto ficam já citados, em seguida, alguns aspetos julgados estruturantes nestas matérias  e que constam do estudo editado no Senior Housing News (SHN) intitulado The Senior Living Smart Home Revolution: (15) (negrito nosso)

Smart home technology will eventually be the foundation of senior living’s offering

Smart tech can enhance nearly every physical object in a senior living unit, including beds, lights, thermostat, stove, fridge, locks, doorbells

• Amazon, Best Buy, Google and other tech giants are going big on smart tech for seniors

Senior living can use smart tech to enhance resident lifestyle, safety and health

A smart home in senior living can assist caregivers and staff, and even become a caregiver itself (pg. 2)

Smart tech is not a part of senior living. It is not an add-on, a feature or an amenity. Instead, smart tech has the potential to become the foundation for every aspect of senior living’s value proposition and mission, with operators building fully smart units and communities.

This isn’t something that providers must consider at “some point in the future,” or even “in the next decade.” They must consider it now. “If operators aren’t listening to my age demographic — 45 to 55 — they are missing an opportunity to capitalize 10, 15, 20 years from now,  Source: www.peoplehub.org.uk/8.pdf (pg. 3)

A importância das novas tecnologias informáticas de gestão doméstica, de TIC e outras de apoio à vida pessoal e doméstica não oferece qualquer dúvida, embora se considere que, atualmente, há uma grande confusão, provavelmente aproveitada por várias empresas com caminhos específicos nestas matérias, e há também uma informação muito, muito deficiente para os não especializados e que nada ajuda, antes pelo contrário até pode afastar possíveis interessados; e realmente partilha-se a opinião de que a “tecnologia doméstica e pessoal inteligente”, numa tradução pessoal, deve ser estruturante no apoio e na facilitação da vida de todos nós e dos idosos em particular: estruturante não uma coleção desirmanada de gadgets; e nunca uma opção de substituição de verdadeiras vidas pessoais, vicinais e urbanas.

 

Notas bibliográficas:

(1) Diogo Queiroz de Andrade - Repensar o envelhecimento, jornal Público, Editorial, 18 set 2017.

(2) Sónia Trigueirão - Meio milhão de idosos vivem sozinhos em Portugal, jornal Público, 23 de Junho de 2020.

(3) Do site do INE - Destaque de informação à comunicação social 3 de fevereiro de 2012 - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=134582847&DESTAQUESmodo=2

(4) Housing Learning & Improvement Network - Putting Older People First: Our vision for the next five years - A whole system approach to meeting housing, health and wellbeing outcomes for our older populations in South West England - Housing Learning & Improvement Network, Public Health England, 2015

(5) Peabody - Older People’s Strategy 2015-2020. Peabody, 2015

(6) Housing our Ageing Population Panel for Innovation (HAPPI) standards: são “novos” standards que desenvolvem a qualidade em habitação para idosos, privilegiando, designadamente, espaciosidade e flexibilidade, luz natural, varandas e outros espaços exteriores privados, conceção adaptável e preparada para a prestação de cuidados, etc.; são 10 critérios de conceção aqui devidamente apontados um pouco mais á frente.

(7) Ältere Menschen - A new culture of ageing MI. Images of ageing in society - Findings and recommendations of the Sixth German Government Report on the Elderly. 2011

(8) Roger Showley - U.S. overbuilt in big houses, planners find 40 million houses too many - one explanation for falling prices, U T San Diego Business, 2 fevereiro 2012.

(9) Jack Silverstein - The new opportunity in intergenerational living (HubSpot)) - Senior Housing News (relatório), 20 janeiro 2020.

(10) Valerie Arko  - The Active Adult Opportunity in Europe Bringing America’s Popular Concept Overseas - Ambera, [White Paper] Senior Housing News. 29 maio 2019.

(11) Garry Lee - HAPPI 3 ‘Housing our Ageing Population: Positive Ideas’ – All Party Parliamentary Group on Housing and Care for Older People Report, Briefing 16/30 July 2016, APSE membership resources.

(12) Ambera - Resident stories from the miniature Ambera in Norway - Doyén - Residents share their experiences after two years at Doyén Eidsvoll, Ambera, 2019, 18.01.2019 Ambera pdf

(13) Laura Gardiner - The million dollar be-question Inheritances, gifts, and their implications for generational living standards, December 2017 intergencommission.org@resfoundation

(14) James Parkinson, Will Hunter, Matthew Barac - Silver linings The active third age and the city. Building Futures - RIBA 2013. www.seniorhousingnews.com

(15) Senior Housing News (SHN) - The Senior Living Smart Home Revolution . info@seniorhousingnews.com | 312.268.2420 | seniorhousingnews.com

 

 

Notas editoriais gerais:

(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.

(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.

(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

 

Idosos: desafio crítico e oportunidade II - versão de trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 837

 

Infohabitar, Ano XVIII, n.º 837

Edição: quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Artigo XIX da série editorial da Infohabitar “PHAI3C – Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através de uma Cooperativa a Custo Controlado”

Infohabitar – a revista da GHabitar

Editor: António Baptista Coelho

Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa

 

abc.infohabitar@gmail.com

abc@lnec.pt

 

Revista da GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).

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