terça-feira, março 19, 2019

679 - Novos desenhos em março de 2019, 3.ª parte - Infohabitar 679

Infohabitar, Ano XV, n.º 679
Novos desenhos em março de 2019, 3.ª parte  - Infohabitar 679
por António Baptista Coelho (texto e imagens)

Caros leitores da Infohabitar,

Prolongando-se e reafirmando-se o que pode ser já considerado como uma tradição informal da nossa revista, que é a edição de esboços e desenhos, boa parte deles aguarelados, edita-se esta semana um conjunto de desenhos à mão, ou esboços, ou apontamentos, ou esquissos livres, realizados nos respectivos sítios e coloridos posteriormente.
Casos a caso pode, ou não, haver lugar a alguns comentários, sendo, provavelmente, a regra a ausência dos mesmos; mas havendo-os eles poderão referir-se aos modos de fazer do respectivo desenho e/ou aos temas de arquitectura urbana neles ilustrados.
É, talvez, oportuno apontar, aqui, a dádiva de prazer/alegria que estes esquissos pintados nos proporcionam e o interesse que existe no natural acompanhamento dos modos de fazer neles empregues, seja em termos de escolha e enquadramento do tema, seja no que se refere às formas de expressão “gráfica” neles usados; e por aqui fico para não transformar este artigo que se quer “desenhado” em mais um essencialmente escrito.
Fiquem, então, caros leitores com mais alguns “rabiscos” deste vosso editor e tenham coragem para começar ou continuar a brincar e rabiscar, à vontade e por puro prazer - num quadro de urbansketching (esquisso urbano) e de treesketching (esquisso de arvoredo), ... brinca-se um pouco, mas aproveita-se para aconselhar este esquisso de árvores/arbustos, que se julga essencial para todos aqueles que queiram melhorar ou iniciar a prática do desenho livre.
E se quiserem, então depois, ler um pouco mais sobre os referidos modos de fazer e rabiscar, podem a ceder a uma pequena Sebenta que já editei sobre o tema e que está disponível em (quando possível haverá uma 2.ª edição, reformulada e aumentada, e não se deixem intimidar pelo título, bem longo, e onde o que interessa é a indicação de se irem apontar “100 notas práticas para quem quer praticar/aprender a desenhar melhor à mão livre”):

Saudações calorosas e bons “rabiscos” bem “à vontade”, enquanto passeiam, vale bem a pena, acreditem!

António Baptista Coelho



Fig. 01: (sobre o Desenho) procurou-se marcar a profundidade, sendo esta clarificadora de uma composição que se pretendeu, também, clara e contida nos elementos que contém, mas não esquecendo os seus aspectos fundamentais; (sobre a Arquitectura Urbana) estes três elementos fundamentais – a natureza, essencialmente, marcada pelas grandes árvores; o edificado “limpo” dos grandes edifícios modernistas, lançados sobre a natureza; e a preexistência de uma infraestrutura de águas da antiga quinta, ao fundo – são exemplares, na sua presença e combinação e raros em Portugal, devendo merecer urgente e profunda atenção de habitantes e poderes públicos.




Fig.02: (sobre o Desenho) tentou-se “fixar” o enquadramento real que se tem “no sítio” e no qual parte significativa de um dos grandes edifícios é vista através dos arcos da preexistência (o que não foi fácil, mas parece poder permitir um enquadramento interessante e funciona naturalmente como elemento de reforço da profundidade do desenho); (sobre a Arquitectura Urbana) e aqui voltamos a ter os referidos três elementos fundamentais – a natureza; o edificado dos edifícios modernistas; e a preexistência de um pequeno aqueduto da antiga quinta, agora em primeiro plano – excelentes, na sua presença caracterizadora do sítio e do bairro onde se mora (Olivais Norte/ Encarnação).





Fig.03: (sobre o Desenho) este esquisso integra um pequeno grupo de três, que são seguidamente apresentados e onde se procurou aliar a forte expressão da profundidade, a simplicidade do “traço” e dos elementos representados, e o reforço gráfico e “plástico” das árvores, que são, afinal, as protagonistas destes esquissos; (sobre a Arquitectura Urbana) trata-se de um pequeno exercício de síntese da “filosofia” arquitectónica modernista, que expressa o bom casamento entre natureza e edificado, que é, afinal, bem possível, apenas dependendo de uma excelente qualidade do projecto de arquitectura urbana e paisagística.   





Fig. 04: (sobre o Desenho) este esquisso integra o pequeno grupo de três, que foi referido e onde se procurou aliar a expressão da profundidade (neste caso acompanhada pela indicação do caminho pedonal que “passeia” pelo jardim), a simplicidade do “traço” e dos elementos representados, e o reforço gráfico e “plástico” das árvores, aqui mais explorado com a aplicação livre do traço negro; (sobre a Arquitectura Urbana) os aspectos aqui mais evidenciados já foram referidos atrás, mas aproveita-se para lembrar a importância que o modernismo arquitectural deu à circulação pedonal, aqui tratada, em Olivais Norte, Lisboa, de forma verdadeiramente exemplar, mesmo ao nível europeu – falta “só” dar o devido realce a este bairro e, naturalmente, acabar, de vez, com os atentados à sua traça original e iniciar as respectivas ações de reabilitação.





Fig. 05: (sobre o Desenho) este esquisso integra e conclui o referido pequeno grupo de três, onde se procurou aliar a expressão da profundidade, a simplicidade do “traço” e dos elementos representados, e o reforço gráfico e “plástico” das árvores, aqui ainda mais explorado e acentuado com a aplicação livre e intensa dos traços negros.




Fig. 06: (sobre o Desenho) um esquisso que procurou ser muito depurado ou simplificado nos volumes/elementos apontados e na indicação de profundidade (o tronco em primeiro plano, que merecia, talvez, um pouco mais de traços a negro/negro).




Fig. 07: (sobre o Desenho) e termina-se, novamente, com os pássaros, neste caso gaivotas, “apanhadas” (em memória) instantaneamente em diversas posições, e logo esboçadas, “no sítio”, juntando-se, variados apontamentos no mesmo desenho e com natural liberdade criativa.



Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XV, n.º 679
Novos desenhos em março de 2019, 3.ª parte - Infohabitar 679

Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho

Arquitecto/ESBAL, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo/LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil



Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

Sem comentários :