Infohabitar, Ano XV, n.º 679
Novos desenhos em março de 2019, 3.ª
parte - Infohabitar 679
por António Baptista Coelho (texto e imagens)
Caros leitores da
Infohabitar,
Prolongando-se
e reafirmando-se o que pode ser já considerado como uma tradição informal da
nossa revista, que é a edição de esboços e desenhos, boa parte deles
aguarelados, edita-se esta semana um conjunto de desenhos à mão, ou esboços, ou
apontamentos, ou esquissos livres, realizados nos respectivos sítios e
coloridos posteriormente.
Casos
a caso pode, ou não, haver lugar a alguns comentários, sendo, provavelmente, a
regra a ausência dos mesmos; mas havendo-os eles poderão referir-se aos modos
de fazer do respectivo desenho e/ou aos temas de arquitectura urbana neles
ilustrados.
É,
talvez, oportuno apontar, aqui, a dádiva de prazer/alegria que estes esquissos
pintados nos proporcionam e o interesse que existe no natural acompanhamento
dos modos de fazer neles empregues, seja em termos de escolha e enquadramento
do tema, seja no que se refere às formas de expressão “gráfica” neles usados; e
por aqui fico para não transformar este artigo que se quer “desenhado” em mais
um essencialmente escrito.
Fiquem,
então, caros leitores com mais alguns “rabiscos” deste vosso editor e tenham
coragem para começar ou continuar a brincar e rabiscar, à vontade e por puro
prazer - num quadro de urbansketching
(esquisso urbano) e de treesketching (esquisso
de arvoredo), ... brinca-se um pouco, mas aproveita-se para aconselhar este
esquisso de árvores/arbustos, que se julga essencial para todos aqueles que
queiram melhorar ou iniciar a prática do desenho livre.
E
se quiserem, então depois, ler um pouco mais sobre os referidos modos de fazer
e rabiscar, podem a ceder a uma pequena Sebenta que já editei sobre o tema e
que está disponível em (quando possível haverá uma 2.ª edição, reformulada e
aumentada, e não se deixem intimidar pelo título, bem longo, e onde o que
interessa é a indicação de se irem apontar “100 notas práticas para quem quer
praticar/aprender a desenhar melhor à mão livre”):
Saudações calorosas e
bons “rabiscos” bem “à vontade”, enquanto passeiam, vale bem a pena, acreditem!
António Baptista Coelho
Fig. 01: (sobre o Desenho) procurou-se marcar a
profundidade, sendo esta clarificadora de uma composição que se pretendeu,
também, clara e contida nos elementos que contém, mas não esquecendo os seus
aspectos fundamentais; (sobre a Arquitectura Urbana) estes três elementos
fundamentais – a natureza, essencialmente, marcada pelas grandes árvores; o
edificado “limpo” dos grandes edifícios modernistas, lançados sobre a natureza;
e a preexistência de uma infraestrutura de águas da antiga quinta, ao fundo –
são exemplares, na sua presença e combinação e raros em Portugal, devendo
merecer urgente e profunda atenção de habitantes e poderes públicos.
Fig.02: (sobre o Desenho) tentou-se “fixar” o
enquadramento real que se tem “no sítio” e no qual parte significativa de um
dos grandes edifícios é vista através dos arcos da preexistência (o que não foi
fácil, mas parece poder permitir um enquadramento interessante e funciona
naturalmente como elemento de reforço da profundidade do desenho); (sobre a
Arquitectura Urbana) e aqui voltamos a ter os referidos três elementos
fundamentais – a natureza; o edificado dos edifícios modernistas; e a
preexistência de um pequeno aqueduto da antiga quinta, agora em primeiro plano
– excelentes, na sua presença caracterizadora do sítio e do bairro onde se mora
(Olivais Norte/ Encarnação).
Fig.03: (sobre o Desenho) este esquisso integra um
pequeno grupo de três, que são seguidamente apresentados e onde se procurou
aliar a forte expressão da profundidade, a simplicidade do “traço” e dos
elementos representados, e o reforço gráfico e “plástico” das árvores, que são,
afinal, as protagonistas destes esquissos; (sobre a Arquitectura Urbana)
trata-se de um pequeno exercício de síntese da “filosofia” arquitectónica
modernista, que expressa o bom casamento entre natureza e edificado, que é,
afinal, bem possível, apenas dependendo de uma excelente qualidade do projecto
de arquitectura urbana e paisagística.
Fig. 04: (sobre o Desenho) este esquisso integra o
pequeno grupo de três, que foi referido e onde se procurou aliar a expressão da
profundidade (neste caso acompanhada pela indicação do caminho pedonal que
“passeia” pelo jardim), a simplicidade do “traço” e dos elementos
representados, e o reforço gráfico e “plástico” das árvores, aqui mais explorado
com a aplicação livre do traço negro; (sobre a Arquitectura Urbana) os aspectos
aqui mais evidenciados já foram referidos atrás, mas aproveita-se para
lembrar a importância que o modernismo arquitectural deu à circulação pedonal,
aqui tratada, em Olivais Norte, Lisboa, de forma verdadeiramente exemplar,
mesmo ao nível europeu – falta “só” dar o devido realce a este bairro e,
naturalmente, acabar, de vez, com os atentados à sua traça original e iniciar
as respectivas ações de reabilitação.
Fig. 05: (sobre o Desenho) este esquisso integra e
conclui o referido pequeno grupo de três, onde se procurou aliar a expressão da
profundidade, a simplicidade do “traço” e dos elementos representados, e o
reforço gráfico e “plástico” das árvores, aqui ainda mais explorado e acentuado
com a aplicação livre e intensa dos traços negros.
Fig. 06: (sobre o Desenho) um esquisso que procurou
ser muito depurado ou simplificado nos volumes/elementos apontados e na
indicação de profundidade (o tronco em primeiro plano, que merecia, talvez, um
pouco mais de traços a negro/negro).
Fig. 07: (sobre o Desenho) e termina-se, novamente,
com os pássaros, neste caso gaivotas, “apanhadas” (em memória) instantaneamente
em diversas posições, e logo esboçadas, “no sítio”, juntando-se, variados
apontamentos no mesmo desenho e com natural liberdade criativa.
Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos
artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo
editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um
significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e
comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos
respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva
responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo
sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e
científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito
significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver
com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo
GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à
respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e
exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do
teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou
negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi
recebido na edição.
Infohabitar, Ano XV, n.º 679
Novos desenhos em março de 2019, 3.ª parte -
Infohabitar 679
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor em Arquitectura/FAUP
– Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Investigador Principal
com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo/LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia
Civil
Revista do GHabitar (GH) Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).
Apoio à Edição: José Baptista Coelho -
Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.
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