Artigo LVII da Série habitar e viver melhor
Infohabitar, Ano X, n.º 495
OPÇÕES DE COMPARTIMENTAÇÃO NA HABITAÇÃO
António Baptista Coelho
Opções domésticas de compartimentação
Trata-se, em seguida, da possibilidade de juntar e dividir
compartimentos e espaços, da escolha entre ter mais compartimentos mais
pequenos ou menos compartimentos maiores e, finalmente, da separação entre
zonas mais sociais ou mais íntimas.
Possibilidade de juntar e dividir compartimentos e espaços
A possibilidade de juntar e dividir compartimentos e espaços,
desde que feita com um mínimo de despesas, permite uma forte adaptação da casa
ao crescimento da família (mais quartos para os filhos) e, mais tarde, a
criação de amplas zonas de estar, de trabalho e lazer em casa (quando os fihos
deixam o fogo).
Maior número de compartimentos, embora mais pequenos
A existência de um maior número de compartimentos, embora
mais pequenos, é fundamental para que os jovens tenham o seu espaço privativo
(formação da personalidade e repositório do mundo pessoal de cada um).
Menor número de compartimentos, mais espaçosos
A opção por espaços mais generosos, em detrimento da
individualização dos espaços, embora possa ser justificada, quando há um modo
de vida familiar marcadamente comunitário e desinibido, tem quase sempre
contrapartidas negativas na necessária privacidade de cada um, que é uma
necessidade complementar à formação e ao equilíbrio da personalidade.
Fig. 1
Sala ampla ou subdividida em dois espaços
A questão da escolha entre mais compartimentos mais pequenos
ou menos compartimentos maiores e a da separação entre a sala e a zona de
quartos (zona íntima) encontra um "terreno" propício, embora mais
pormenorizado, na opção entre uma sala ampla e uma outra parcialmente
subdividida em dois espaços; sendo um deles estrategicamente mais relacionado
com a zona de quartos, en quanto o outro se abre, preferencialmente, para a
entrada do fogo e se conjuga, mais ou menos directamente, com a cozinha.
Uma sala constituída por uma única zona ampla e regular (sem
grandes recantos) constitui um espaço muito diferente de uma outra sala
organizada em duas zonas mutuamente articuladas e diversa e estrategicamente
ligadas aos restantes espaços do fogo; esta diferença é fundamental, devendo
ser muito cuidadosamente ponderada, quando se dispõe de áreas controladas a
atribuir aos diversos espaços domésticos (exº, habitação social ou de
"custos controlados").
Parece ser natural, no caso de áreas relativamente restritas,
a primeira opção, por uma sala regular e num único espaço; no entanto, quando a
solução em dois espaços se integra perfeitamente na organização do fogo,
através da criação de zonas multifuncionais, que não provoquem problemas de
privacidade, esta solução é mais rica e caracterizadora do espaço doméstico
(exº, zona de entrada no fogo bem articulada, ou integrada, com uma zona da
sala muito adequada para as refeições formais e com a circulação que leva à
zona de quartos, proporcionando-se uma segunda zona da sala mais recatada e
ainda ampla).
Compartimentação e dimensão das famílias
Naturalmente, as famílias pequenas terão preferência por
menos compartimentos e mais espaçosos, mas há que acautelar as necessidades em
espaços próprios para actividades muito exigentes em sossego e relativa
independência, como é o caso das actividades profissionais feitas em casa
(algumas recebendo clientes que são estranhos ao lar) e das actividades de
lazer doméstico e de passa-tempos, nomeadamente aquelas que exigem espaços e
equipamentos especiais (revestimentos laváveis, bancas de trabalho, etc.).
Essas actividades ficarão melhor situadas em quartos mais
relacionados com a zona da sala de estar e fora da tradicional, e sempre
desejável, zona de quartos ou zona íntima da casa; esta deve existir, mas nem
todos os quartos devem estar nela incluídos (um dos quartos pode ter relação
com a sala, servindo para actividades menos domésticas ou para o alojamento de
um filho mais velho ou de um parente).
Notas
editoriais:
(i) Embora
a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo
corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada
por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos
artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais
dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da
exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De
acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível
técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
INFOHABITAR Ano X, nº 495
Artigo LVII
da Série habitar e viver melhor
opções de compartimentação na habitação
Editor: António Baptista Coelho – abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar
(GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional
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