Depois de uma síntese sobre o 2.º CIHEL, feita três meses antes do Congresso, temos todo o gosto de retomar o contato com a colega Marilice Costi, uma das primeiras redatoras do Infohabitar, editora da Revista o Cuidador, que se recomenda e cujo link se anexa no final desta edição, e que nos enviou um artigo sobre a sua cidade, Porto Alegre, intitulado "Eu amo, eu cuido!
À colega Marilice um muito obrigado por mais esta participação e a todos os leitores do Infohabitar o pedido de uma atenção muito especial a este 2.º CIHEL, que promete, em termos de temas a tratar e de reforço de uma fundamental ideia de fórum sociotécnico e,
os desejos de um Natal com muita Paz e Alegria e de um Bom 2013.
A edição do Infohabitar e a Comissão Organizadora do 2.º CIHEL
A NÃO PERDER: O 2.º CONGRESSO INTERNACIONAL DA HABITAÇÃO NO ESPAÇO
LUSÓFONO - 2.º CIHEL - DE 13 A 15 DE MARÇO DE 2013, NO LNEC EM LISBOA
O cuidado com o território, a cidade e a promoção habitacional numa perspetiva de desenvolvimento coerente e sustentado e no âmbito da lusofonia, são os grandes temas a discutir no 2.º CIHEL,um congresso internacional, organizado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, de 13 a 15 de março de 2013, associado a outras atividades, entre as quais um Workshop em 12 e 13 de março. Enriquecendo-se o leque temático e a dinâmica organizativa deste evento, a ele se associou o 1.º Congresso CRSEEL - Construção e Reabilitação Sustentável de Edifícios no Espaço Lusófono, promovido pelo Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
O 2.º CIHEL tem o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República, é presidido pelo Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e conta já com importantes apoios, designadamente, de Portugal, de Angola e do Brasil, bem como de associações profissionais da lusofonia; apoios constantes no artigo: http://infohabitar.blogspot.pt/2012/12/2-cihel-habitacao-cidade-territorio-e.html
O 2.º Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono - 2.º CIHEL - vai reunir no Centro de Congressos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), um conjunto alargado de congressistas dos nove países lusófonos e um importante leque de conferencistas, empresários e responsáveis institucionais, com o objectivo de divulgar e discutir conhecimentos, e também de se constituir um fórum sociotécnico transnacional e falado em português, dirigido para a construção de laços fortes e duráveis de cooperação técnica e económica na respetiva grande área temática, seja pela realização em outros países da CPLP dos próximos congressos, seja pelo desenvolvimento continuado de outras atividades com forte caráter prático e utilidade socioeconómica.
São os seguintes os temas a tratar no 2.º CIHEL em 125 comunicações já entregues: a)programas e políticas urbanas e habitacionais; b) cidade habitada, território e ambiente; c) da urbanidade no espaço público à cidade informal; d) o habitar nas comunidades rurais; e) da habitação de interesse social à diversificação tipológica; f) integrar a reabilitação urbana e habitacional; g) sistemas, processos, tecnologias e materiais de construção; h) práticas de investigação e intervenção urbana e habitacional.
Salientam-se as seguintes atividades associadas ao Congresso e realizadas na mesma semana de 11 a 16 de março de 2013:
. 1.ª reunião AICEP/CECP/CIHEL/IT (com um grupo de empresários lusófonos e inscrições por convite);
. 1.º Workshop CIHEL, apoiado pela AICEP, pela SECP e pelo Instituto do Território/IT (inscrições em conjunto com Congresso);
. Exposição de entidades e empresas em pequenos stands disponíveis no átrio do Centro de Congressos do LNEC;
. inauguração de um portal informático lusófono, desenvolvido pelo Instituto do Território e pelo LNEC sobre os temas do congresso;
. reunião técnica promovida pelo Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP) no pós-congresso (em estudo).
. visitas técnicas na zona de Lisboa (em estudo).
Por tudo isto julga-se que para muitos técnicos, industriais, investigadores, empresários, e outros decisores será importante a participação no 2.º CIHEL, com inscrições abertas no site do Congresso, em: http://2cihel.lnec.pt/2cihel.html
A frequência conjunta do workshop e do Congresso tem condições especiais para estudantes e salienta-se ainda que a Ordem dos Arquitectos (OA), no âmbito do seu Conselho Regional de Admissão Sul, decidiu que a participação no 2.º CIHEL e no seu Workshop prévio contarão para a formação obrigatória em temáticas opcionais dos estágios de ingresso na O.A. com 8 créditos, sendo as respetivas condições de inscrição (175 € incluindo IVA) idênticas às já existentes para as inscrições de estudantes apenas no Congresso.
Conclui-se esta breve síntese salientando que são agora importantes todos os apoios organizativos ao 2.º CIHEL cujas modalidades poderão ser consideradas em pormenor, como, por exemplo, inscrições no congresso, documentação e divulgação associada ao congresso e participação na referida exposição - aspetos estes facilmente tratados através da inscrição no Congresso, facilmente realizda no site - http://2cihel.lnec.pt/2cihel.html - ou através de um contato com a respetiva organização, em organizacao2cihel@lnec.pt.
Muito em breve aqui no Infohabitar e através das mailing lists do Grupo Habitar iremos desenvolver uma maior divulgação das temáticas previstas e já entregues para apresentação no Congresso; deram já entrada mais de 120 comunicações completas.
LISBOA E LNEC, DEZEMBRO DE 2012, a Comissão Organizadora e a Comissão Científica do 2.º CIHEL
Informações, correspondência e pedidos de esclarecimento dirigidos a: LNEC Apoio à Organização de Reuniões - Av. de Brasil 101 1700-066 LISBOA
Tel.: 21 844 34 83 Fax: 21 844 30 14 organizacao2cihel@lnec.pt
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EU AMO, EU CUIDO!
Marilice Costi
(Artigo sobre a cidade de Porto Alegre, publicado no livro PRESENÇA LITERÁRIA 2012 - Porto Alegre: Academia Literária Feminina do RS, 2012. p.55-57, imagens de Marilicie Costi)
Sábado. Primeiro cuidar de si. Ao seguir para a academia, percebo o meu bairro, considerado como o Bom Fim - os bairro de Bem Viver - em uma das reuniões coordenadas pela UNESCO com vistas ao V Congresso da Cidade de Porto Alegre. Sou do bairro Farroupilha há quase quarenta anos. Orgulhosa de ser, decido assumir a minha parte no meu lugar, o espaço ao qual nos vinculamos afetivamente.
Ontem, ventou e choveu, mais ventou. Há galhos de árvores pelas ruas e, à minha frente, estão sacos de lixo cheios e vazios que foram trazidos pelo vento e que seguirão para os bueiros. Lastimo não ter trazido uma sacola de casa. Junto dois deles retirando-os da boca-de-lobo e os cheios que foram colocados na calçada defronte a um condomínio da década de setenta. Meu cérebro linka com a palestra do Prefeito de Bogotá, a questão da cidadania. Sou portoalegrense e preciso fazer minha parte.
Fig. 1
Estou sem luvas, mas decido tirar aquilo da calçada. E percebo que há matéria orgânica misturada com material reciclável. No peso! Aqui e ali, amasso as caixas de leite com os pés e coloco os volumes diminuídos nas pequenas lixeiras colocadas ali perto no ano passado. Olho para o céu e percebo uma peça despencando da fiação. Páro, como faria meu pai, e procuro alguém por perto. Uma moça! Deve ser moradora. Ela me diz que cansou de pedir. Que eles vêm, amarram com arames mas estes logo se rompem. E tudo se repete. Observo que aquilo deve ser de uma das múltiplas redes que poluem a paisagem, as NETs. Um lixo no ar? Mas reclame novamente, pedi. Isto poderá cair na nossa cabeça.
Já vi tudo? Catadores dentro dos novos containers, moradores de rua futricando em busca de latinhas...e comentários: tem gente dormindo dentro e é por isso que as ruas estão ficando vazias! O caminhão os leva! E quem vai se dar conta deles? O imaginário urbano? Respiro fundo e entro na farmácia onde conto minhas peripécias aos atendentes. Ganhei interessados no V Congresso?
Atravesso a rua e comento com um vizinho com quem nunca me comuniquei. Ele está desalentado: o caminhão recolhe o lixo seco dos vizinhos e não leva o seu!... Daí, os moradores de rua estraçalham os sacos na minha calçada e tenho que limpar! Por isso, misturo tudo e coloco dentro do container. Mas senhor Alexandre, ligue para 156. Faça sua queixa! Não adianta, arguiu, cansei deles. A credibilidade pública! Repito e nada de convencê-lo. E ele ainda diz: Veja, o container está na frente do bueiro, não deveria! Olha ali, empurraram para cá, colocaram lá!
Fig. 2
Mais adiante, há latas de tintas enferrujadas (as mesmas há anos!) na esquina. A falta de fiscalização foi apontada naquela reunião! Fazer cumprir a legislação! Adiantaria punir?
O meu andar vai ficando quixotesco. Um homem mexe em muitos sacos de lixo na nossa pracinha. Vou até ele e lhe pergunto se colocou aquele saco no meio do canteiro gramado. Não fui! Sentiu medo. Ali há uns quatro quilos de ossos, provavelmente retirados durante a busca na grande lixeira, um chamariz aos cães. Não levo o assunto adiante e coloco-o dentro do container. Acho bom que, ao levantar a tampa, há um sistema hidráulico que reduz o esforço para abri-lo. E começo a amar essas coisas que limpam meu bairro! E acredito que tudo foi escolha de cabeça muito bem pensada! Quem não produz lixo?
Lembrei de minha infância em Passo Fundo e de meu pai a dizer: Falta educação no povo! As escolas! Como é importante estimular o sentimento de pertença! Amo este lugar, estou aqui!
Fig. 3
Tive vontade de conversar com todos os vizinhos, de bater de porta em porta... Quem me acompanharia? Afinal, ser cidadão não é esperar que os outros façam tudo!
Marilice Costi, Urbanista
editora da revista O CUIDADOR - orgulho de ser
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Infohabitar a Revista do Grupo Habitar
Infohabitar, Ano VIII, n.º 420
EU AMO, EU CUIDO! artigo de Marilice Costi
Editor: António Baptista Coelho
Edição de José Baptista Coelho
Lisboa, Encarnação - Olivais Norte
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