Governança e Qualidade: O papel da arquitetura e dos arquitetos na coesão territorial – infohabitar # 946
Informa-se
que para aceder (fazer download) do mais recente Catálogo Interativo da
Infohabitar, que está tematicamente organizado em mais de 20 temas e tem links
diretos para os 922 artigos da Infohabitar, existentes em janeiro de
2025 (documento pdf ilustrado e com mais de 80 pg), usar o link seguinte:
https://drive.google.com/file/d/1vw4IDFnNdnc08KJ_In5yO58oPQYkCYX1/view?usp=sharing
Infohabitar, ano XXI,
n.º 946
Edição: quarta-feira 27 de agosto de
2025
Editorial
Tal como foi referido há uma semana, começamos hoje a editar uma
série de artigos realizados por novos autores ainda não editados aqui na
Infohabitar e ligados à recente revitalização do GHabitar Associação Portuguesa
para a Promoção da Qualidade Habitacional – antigo Grupo Habitar, uma
associação técnica e científica sem fins lucrativos que tem estado a
redinamizar a sua ação com diversas atividades por todo o País e que serão,
brevemente, aqui divulgadas.
Deste modo temos o gosto muito especial de passar, em seguida, ao
texto que nos foi enviado pelo colega Ivo Oliveira, a quem saudamos de forma
muito cordial, texto este intitulado Governança e Qualidade: O papel da arquitetura e dos arquitetos na
coesão territorial e que constitui a sua Comunicação apresentada
no 16ª Congresso dos Arquitetos | Qualidade e Sustentabilidade: Construir o
[nosso] futuro e na respetiva Sessão Paralela 6 | Colaborar pelo compromisso
com a qualidade da casa comum, que foi realizada em 4 de março de 2023, no
Auditório do Teatro Micaelense, Centro Cultural e de Congressos, Ponta Delgada,
São Miguel, Açores.
O texto é editado na sua versão completa, apresentada no referido
Congresso; aproveitando-se, finalmente, a oportunidade para dar as boas-vindas
ao colega Ivo Oliveira ao grupo dos autores Infohabitar e, naturalmente, para
lhe agradecer esta importante contribuição.
Aproveita-se para fazer uma nota prática importante, relativamente
à RENOVADA disponibilização na margem direita da edição da Infohabitar de uma
listagem ilustrada dos artigos mais lidos e respetivos links
António Baptista Coelho
Editor da infohabitar
Governança e Qualidade: O papel da arquitetura e dos arquitetos na coesão territorial – infohabitar # 946
Ivo Oliveira
A presente comunicação responde ao desafio lançado pela Secção Regional
Norte da Ordem dos Arquitectos, de aprofundamento de um dos temas discutidos na
Assembleia Regional Norte Extraordinária, realizada a 2 de dezembro de 2023 em
Vila Real, na qual foram apreciados os temas propostos para discussão no 16º Congresso
dos Arquitetos.
Desenvolve-se um olhar orientado para os territórios vulneráveis do
ponto de vista ambiental e social, caracterizam-se as frágeis condições de
exercício da profissão em contexto de entidades empresariais privadas e
municipal. Identificam-se contradições que são indissociáveis da crise
demográfica, da forma como nos movemos e fixamos no território e do retardar de
uma resposta clara aos desafios do presente. Tentar-se-á revisitar anteriores
formas de organização e associação, defendendo a sua atualidade.
O exercício da profissão nos territórios mais frágeis enfrenta sérias
dificuldades. As dinâmicas económicas e demográficas explicam volumes de
encomenda reduzidos, e a possibilidade de, a partir destes territórios, se
projetar para os grandes centros urbanos, na prática, não se tem verificado. A
falta de recursos humanos, o afastamento de entidades centrais fundamentais à aprovação
de projetos e planos, bem como das empresas que asseguram especialidades em trabalhos
de maior complexidade técnica reduz a competitividade, mesmo quando se projeta
para o seu território próximo. Por
agora, a diluição da distância proporcionada pelas infraestruturas físicas e
digitais, na conceção, no licenciamento ou na obra, não anulou de forma
significativa estes desequilíbrios. É neste
quadro que se movem as entidades privadas prestadoras de serviços de
arquitetura implantadas nos territórios mais frágeis e é ele que explica a dificuldade
que têm em se robustecer.
As fragilidades estendem-se aos gabinetes técnicos municipais, no
insuficiente número de técnicos, na sua instabilidade e, talvez, na sua menor
autonomia face aos eleitos. Proporcionalmente, o esforço exigido a um pequeno
município para assegurar o quotidiano da gestão urbanística é superior ao que é
exigido aos municípios das áreas mais populosas e dinâmicas. Perante os
escassos recursos internos, ganha relevância e reforçado impacto a contratação externa
de serviços de arquitetura e urbanismo.
No caso dos Planos Diretores Municipais, a dependência da
contratação de serviços externos tem consequências claras. Ela impede uma
gestão mais variável da encomenda e dificulta o estabelecimento de um vínculo
forte entre a equipa projetista e o território. Em 1985 num artigo com o título
“O PDM Vale a Pena”, Nuno Portas afirma que "o modelo de contratação
externa do Plano tende a falhar porque confirma uma separação entre quem
concebe e quem executa” (1).
Com a mais recente geração de instrumentos de ordenamento, a
separação entre conceção e execução não abrandará. A realização dos PDM bem
como dos Planos de Pormenor, dos Planos de Urbanização, das Unidades de
Execução e dos Contratos de Execução que, de acordo com a Lei dos Solos de
2014, viabilizam a reclassificação de Solo Rústico em Solo Urbano (2), exige
recursos que os municípios não têm. Adicionalmente, a curto prazo, poderá ser
necessário rever os planos tendo em vista a sua adaptação a diretivas estabelecidas
no âmbito do Pacto Ecológico Europeu. Continuará crescente a necessidade de
contratação externa, e com ela, inevitavelmente, a conceção continuará
fragmentada e a execução dos planos difícil de acompanhar.
A contratação externa de serviços destinados aos territórios mais
frágeis tem impacto nas políticas de reforço da coesão e resiliência
territorial. Os dados da contratação pública confirmam que parte significativa
do investimento nestes territórios, gera rendimento e capacidade técnica em
entidades prestadoras de serviços de arquitetura e urbanismo localizadas nos
grandes centros urbanos (3). A
complexidade do caderno de encargos e a relevância dos fatores prazo e preço
são particularmente favoráveis às equipas projetistas localizadas nos grandes
centros. Compromete-se assim uma prolongada e consistente aproximação de quem
concebe ao lugar, confirma-se o
afastamento entre o território para o qual se concebe e o local de conceção.
Em “Auto-sustentabilidade das políticas locais e de coesão
territorial” Helena Curto e Álvaro Dias (4) confirmam que o endividamento
líquido municipal per capita é maior nos municípios em crise demográfica.
Endividamento que se acentua com o aumento da parcela de investimento municipal
destinada às infraestruturas e equipamentos. Ao esforço de construir junta-se o
esforço da reabilitação, da manutenção e do funcionamento destes equipamentos
em contexto de crise energética, de imperativa descarbonização e de escassez de
recursos humanos. Paradoxalmente, apesar do crescente endividamento municipal
per capita, identificam-se em muitos dos mais frágeis municípios, valores
positivos de crescimento económico. Conclui-se que a produção de riqueza está
cada vez menos dependente dos recursos humanos locais. Na extração de lítio, na
floresta intensiva, na agroindústria, na agropecuária ou nos parques de
energia, sejam eles hídricos, eólicos ou fotovoltaicos ocupa-se o solo, mas não
se ocupam os lugares. Ganham protagonismo investimentos extrativistas de
elevado impacto ambiental, que exigem pouco capital humano local e que, de
novo, alimentam circuitos tecnológicos, produtivos e económicos sediados nos
grandes polos urbanos. As novas atividades alimentam dinâmicas económicas de
geografias mais distantes, não alteram dinâmicas demográficas e não interferem num conjunto edificado que é frágil.
Sobre a redução das assimetrias,
sobre a relação entre o investimento e a redução das desigualdades Elsa Pacheco
e António Costa afirmam que “a eficácia das sucessivas renovações da rede
rodoviária em áreas de menor densidade de ocupação, baseadas na ideia da
promoção do desenvolvimento e da redução das assimetrias, só se confirma quando
se fazem acompanhar de imaginação e inovação dirigida para o aproveitamento das
oportunidades criadas” (5). Exige-se, então, imaginação e inovação aos que
nestes territórios são responsáveis pelo planeamento territorial. Esforço
difícil, por acontecer num contexto de crise ambiental e demográfica e de
aumento das competências atribuídas aos municípios. Como se pode, nos
territórios mais frágeis, reforçar práticas de arquitetura e planeamento que
considerem os objetivos de desenvolvimento sustentável fixados pelas Nações
Unidas?
Qual o patamar e a organização capaz de contribuir para a
consolidação de um pensamento territorial estratégico robusto e resiliente aos
ciclos políticos, que resista aos impulsos reféns de práticas expansionistas e
capaz de pensar prolongadamente e estrategicamente os territórios mais frágeis,
sejam eles urbanos, rurais, metropolitanos, insulares, do litoral, dos grandes
sistemas hidrográficos, da raia ou a mistura de muitos destes?
Perante atividades económicas e desafios ambientais que escapam aos
limites dos municípios, importa olhar para níveis intermédios vinculados a
sistemas territoriais claros. No patamar das NUTs III, correspondente às
Comunidades Intermunicipais (CIM), por exemplo do Cávado, do Ave, do Tâmega e
Sousa, da Lezíria do Tejo, do Douro, identificam-se sistemas paisagísticos e
territoriais cuja leitura partilhada tem um potencial agregador. Nas CIM é
possível encontrar uma plataforma comum aos municípios sem que se perca
legitimidade política. A sua crescente exemplaridade na gestão de
infraestruturas e equipamentos pode ser acompanhada por experiências de um
planeamento, desejavelmente, estratégico e flexível. Trata-se, portanto, de instalar capacidade
técnica em espaços que associam municípios, “a concentração de serviços num
centro de poder, seja ele eleito ou delegado, pode começar pela concentração de
aspetos relativos ao planeamento estratégico, aspetos que se perdem de vista se
tratados apenas nos limites de cada município” (6).
Em 1975 Nuno Portas considerava “prioritário montar serviços locais
de planeamento e gestão urbanística (municipais nas principais cidades,
intermunicipais nas áreas metropolitanos, provinciais ou regionais para
conjuntos de municípios que não tenham a possibilidade de manter esses
serviços), mas com a condição de se manterem estreitamente articulados com os
responsáveis políticos e administrativos da área e, na base, com organizações
‘autónomas’ das populações”. Em 1980 a lei nº10 procedeu à criação de Gabinetes
de Apoio Técnico (GAT) com dependência transitória do Ministro da Administração
Interna, enquanto não fosse possível formalizar outro modo de integração de
carácter descentralizado, nomeadamente a sua inserção em associações ou
federações de municípios, competindo ao Ministério suportar custos de
instalação e as despesas com o pessoal, devendo os municípios participar.
Embora a extinção dos GAT se inicia com a publicação da portaria n.º 304/94,
fundamentada no reconhecimento de que estava consolidado o corpo técnico
municipal, só em 2007, na sequência do Programa de Reestruturação da
Administração Central do Estado, se procede à extinção definitiva dos GAT.
Não se sabe se em 2007 o corpo
técnico dos municípios estava efetivamente consolidado, mas sabe-se que hoje,
em muitos municípios, ele está fragilizado.
É neste contexto que interessa olhar para possibilidades que reforcem a
robustez técnica, que interessa recuperar a figura dos GAT. Contribuindo para a
criação de espaços nos quais se poderá pensar estrategicamente o território,
espaços que reforçam a fixação de um corpo técnico qualificado e que respondem
ao problema já identificado por Nuno Portas em 1985 “a contratação fora é um
incentivo à concentração de técnicos em Lisboa e no Porto, a encomenda
concentrada em poucas entidades produz processos de tipificação e
desadequação”. Referindo-se aos Planos de Ordenamento Nuno Portas afirmava que
“um Plano deve ser um fato à medida do município, não têm de ser todos iguais”,
à medida de cada lugar, do seu território, dos seus recursos técnicos ou
materiais, das suas antigas e novas fileiras produtivas, do seu edificado, dos
seus sistemas ecológicos e ambientais e claro, à medida da capacidade existente
para o executar, de preferência, coletivamente.
Trata-se, portanto, de recuperar e reinventar um espaço no qual é
possível iniciar uma resposta coletiva e intermunicipal à fixação de população,
à capacitação dos técnicos, à reabilitação dos espaços urbanos e rurais.
Trata-se de possibilitar um espaço que promova uma construção partilhada e uma
negociação comum dos investimentos e das suas mais valias, que recorra ao
conceito de perequação aplicado ao território, que aprofunde o conceito de
serviços de ecossistema.
Tem 20 anos a lei que extinguiu definitivamente os GAT e tem também
20 anos a lei que criou as CIM, ambas são de 2003. Porque não está consolidada
uma prática de planeamento agregadora e robusta, porque continuamos muito longe
de experiências que noutros países transferiram para as comunidades
intermunicipais o planeamento estratégico e orientaram para a comunidade local
os gabinetes municipais, importa regressar e reinventar os GAT.
Importa retomar, com acrescida ambição, uma estrutura orientada
para princípios de planeamento que emanam das especificidades de cada lugar,
uma estrutura comprometida com a transição, que derrube limites municipais,
ensaiando a presença dos GAT no interior das CIM.
Nuno Portas afirmou em 98 que com os Gabinetes de Apoio Técnico e
com os Gabinetes Técnicos Locais se produziram equipas de projeto situadas à
margem dos grandes polos de desenvolvimento, cito: “foi através deles que se
contruiu uma rede nacional de prestação de serviços de arquitetura e engenharia
nas regiões periféricas, com uma arquitetura experimentalista e de
oportunidade” (7).
Acredita-se que, no curto prazo, em Gabinetes de Apoio Técnico robustos,
a funcionar nas Comunidades Intermunicipais, poderemos acolher, enquadrar, agregar,
dar visibilidade e robustez às experiências que ao longo dos últimos três dias
nos foram apresentadas.
Caros colegas, relembre-se Nuno Portas.
Notas:
(1)
PORTAS Nuno (1985) “O PDM vale a pena?”. Cadernos Municipais (34), 31-34.
(2)
O Decreto Regulamentar nº15/2015 estabelece os critérios de classificação e
reclassificação de solo de acordo com a Lei de bases gerais da política
pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo Lei n.º
31/2014
(3)
Os dados estatísticos relativos à contratação pública, o Plano Estratégico para
o Sector da Arquitetura no Norte de Portugal 2018-2038 e o Observatório da
Profissão: conhecer o presente para desenhar o futuro, revelam a concentração
das entidades prestadoras de serviços de arquitetura e da encomenda nos grandes
centros urbanos de Lisboa e Porto.
(4)
CURTO Helena; DIAS Álvaro (2011) “Auto sustentabilidade das políticas locais e
de coesão territorial. Análise das principais alterações no sistema de
perequação financeira”. RPER (28), 39–55.
(5)
COSTA António; PACHECO Elsa (2016) A Ilusão da redução das assimetrias
regionais a partir das alterações da rede rodoviária em Portugal. Revista
Transporte y Território (15), 183-196.
(6)
PORTAS Nuno (1987) “A instituição Metropolitana. Cadernos Municipais (40/41),
55-60.
(7) PORTAS Nuno (1998) “L’Emergenza del
progetto urbano”. Urbanística (110).
Notas editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos
editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no
sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo
nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários
apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores
desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos
mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural
responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos
de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos,
gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos
autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias
autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o
referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta
a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários
"automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos
conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição
da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos
editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à
verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da
revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de
eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.
(iv) Oportunamente haverá novidades
no sentido do gradual, mas expressivo, incremento das exigências editoriais da
Infohabitar, da diversificação do seu corpo editorial e do aprofundamento da
sua utilidade no apoio à qualidade arquitectónica residencial, com especial
enfoque na habitação de baixo custo.
Governança e Qualidade: O papel da arquitetura e dos arquitetos na coesão territorial – infohabitar # 946
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Infohabitar, ano XXI,
n.º 946
Edição: quarta-feira 27 de agosto de
2025
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas
Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura
e Urbanismo pelo LNEC.
Os aspetos técnicos do lançamento da
Infohabitar e o apoio continuado à sua edição foram proporcionados por diversas
pessoas, salientando-se, naturalmente, a constante disponibilidade e os
conhecimentos técnicos do doutor José Romana Baptista Coelho.
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa
para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na
Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).
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