quarta-feira, março 20, 2024

Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil; Portugal: desigualdades e morfologia urbana – Infohabitar # 894

Ligação direta a documento pdf com links para 888 artigos e 39 temas do Infohabitar :

https://drive.google.com/file/d/1zUJ1nEuWwaaA6KEXQ9XXdWMwFE3C8cJY/view?usp=sharing


Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil; Portugal: desigualdades e morfologia urbana – Infohabitar # 894

Infohabitar, Ano XX, n.º 894

Edição: quarta-feira, 20 de março de 2024

Artigo XIV da série editorial da Infohabitar “Segregação sócio-espacial em contexto urbano. Um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”. A presente série editorial integra uma sequência de capítulos da tese de doutorado de Anselmo Belém Machado intitulada “Segregação sócio-espacial em contexto urbano, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”, adaptada, pelo respetivo autor, especificamente, para esta iniciativa editorial na Infohabitar.


Atualidades: Notícias do 5.º CIHEL

 

Editorial

Caros leitores da Infohabitar,

Com o presente artigo iniciamos uma pequena secção de “atualidades”, que nos irá acompanhar semanalmente e que, com frequência, divulgará matérias ligadas ao desenvolvimento do 5.º Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono – 5.º CIHEL – que decorrerá em Lisboa entre 2 e 4 de outubro de 2024; e que também irá focar aspetos ligados à atual reativação das atividades da GHabitar-APPQH.

No que se refere ao 5.º CIHEL chama-se a atenção para o alargamento do prazo para envio de resumos com propostas de comunicações, essencialmente, devido a solicitações que nos foram chegando por parte de muitos colegas; e chama-se, ainda, a atenção para a eventual redução dos custos de inscrição no Congresso, associada a apoios que vão sendo obtidos.



Também com o presente artigo retomamos a série editorial dedicada à temática geral da “Segregação sócio-espacial em contexto urbano”, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil e que agora, e nas próximas semanas, abordará mais especificamente,um conjunto de subtemas ligados ao tema da Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil.

Informa-se que a matéria editorial ligada ao estudo da habitação intergeracional participada está agora suspensa, em princípio, até ao início de 2024, altura em que a retomaremos numa fase que se julga muito interessante e de divulgação de bases editoriais e de referência de soluções e casos habitacionais intergeracionais.

O presente conjunto de artigos sobre Segregação sócio-espacial em contexto urbano”, que agora continuamos a editar, abordando especificamente a temática da morfologia urbana, foi desenvolvido pelo Professor Anselmo Belém Machado um dos mais assíduos articulistas da nossa Infohabitar, e que, assim, e com base na adaptação da sua tese de doutoramento a uma sequência de artigos, nos tem já acompanhado, ao longo de algumas semanas.

Saudamos, então, o colega Anselmo Belém Machado, por esta excelente e substancial contribuição editorial para a Infohabitar.

Recorda-se que serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar, ao meu cuidado, para abc.infohabitar@gmail.com).

Com as melhores saudações a todos os caros leitores,     

Lisboa, Encarnação, Olivais Norte, em 20 de março de 2024

António Baptista Coelho

Editor da Infohabitar

 

Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil; Portugal: desigualdades e morfologia urbana – Infohabitar # 894

Anselmo Belém Machado

 

Resumo curricular de Anselmo Belém Machado

Doutor em geografia Humana pela Universidade do Minho (Portugal). Com mestrado em Organização do Espaço Rural no Mundo Subdesenvolvido, licenciado e bacharel em geografia na Universidade Federal de Sergipe (Brasil). O autor tem experiência profissional em ensino, pesquisa e extensão nas seguintes Universidades: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente é professor associado no Departamento de Geografia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O autor tem as seguintes áreas de interesse: Geografia Humana, Geografia Urbana e em Estudos de Segregação Sócio Espacial (Portugal e Brasil). 

 

Série Editorial sobre Segregação Sócio-espacial em Contexto Urbano: Texto de apresentação

Face ao contexto actual de urbanização acelerada, são vários os desafios que se colocam ao desenvolvimento das cidades contemporâneas, de entre os quais aqueles que se relacionam com a urgência de novas políticas de gestão urbana, capazes de promover um urbanismo inclusivo que contribua para o surgimento de cidades socialmente mais coesas, integradas e justas. Assim, importa reforçar o conhecimento existente em torno das dinâmicas urbanas de segregação sócio- espacial. Este trabalho contribui para esta reflexão a partir de uma investigação que se singulariza por uma abordagem comparativa desenvolvida a dois níveis. Por um lado, trata-se de um estudo de geografia urbana que privilegia a comparação entre duas cidades (Braga em Portugal e Aracaju no Brasil), que embora se enquadrem em países diferentes e com culturas e realidades sócio- econômicas específicas, enfrentam ambas processos de segregação sócio-espacial no interior das suas malhas urbanas. Por outro lado, trata-se de um estudo que confronta simultaneamente a análise de dinâmicas espaciais distintas, quer a concentração de cidadãos de baixo nível sócio- económico (segregação imposta), quer a realidade oposta onde a homogeneidade sócio- económica de algumas bolsas territoriais se faz sentir pela presença exclusiva de cidadãos de altos rendimentos (auto-segregação).

 

Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil; Portugal: desigualdades e morfologia urbana – Infohabitar # 894

Anselmo Belém Machado


Nota editorial: a presente temática da Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil é aqui apresentada em cinco partes/artigos, editados em semanas subsequentes na Infohabitar, e correspondentes aos cinco subtemas em seguida apontados, estando marcada a negrito/bold a subtemática desenvolvida no artigo atual:

(i) Portugal: desigualdades e morfologia urbana

(ii) Braga: morfologia urbana e integração no sistema urbano português

(iii) Brasil: desigualdades e morfologia urbana

(iv) Aracaju: morfologia urbana e integração no sistema urbano brasileiro

(v) Breve análise comparada de Braga e Aracaju e dos espaços de segregação sócio- espacial analisados no estudo empírico

 

Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil – Portugal: desigualdades e morfologia urbana

A morfologia urbana é um domínio de análise relevante neste estudo, pelo modo como a compreensão da evolução do processo de configuração geográfica das cidades nos ajuda a compreender a existência de bolsas de pobreza, assim como de concentração de cidadãos de mais elevado nível sócio-económico. 

No âmbito dos estudos de morfologia urbana tem sido sublinhada a importância de abordagens multidisciplinares para a compreensão do modo como se organizam e estruturam as cidades. A este respeito Geddes (1994) apud Miyazaki (2013, p. 27) refere quão importante é:

“contemplar a visão interdisciplinar para se compreender as diferentes dinâmicas da cidade e do urbano. Uma análise da morfologia urbana, limitada apenas à contribuição da biologia, não pode trazer grandes avanços, uma vez que restringiria a análise às formas, sem um aprofundamento dos processos. Além disso, preocupar-se demasiadamente com a análise da forma a partir de fenômenos biológicos pode reduzir a ideia de morfologia apenas à forma em si, excluindo-se os processos históricos, sociais, políticos e económicos.”

Assim, Miyazaki (2013) salienta que no âmbito da morfologia urbana, além de uma abordagem centrada na paisagem urbana é necessário realizar análises das questões económicas e sociais que estão subjacentes às dinâmicas e processos que nos ajudam a compreender a configuração da forma urbana.

“O estudo das formas na Geografia parece ter suas bases na análise da paisagem que, mesmo se restringindo apenas à descrição do visível num primeiro momento, mostrou ser necessário buscar compreender, posteriormente, as dinâmicas e processos que levaram à configuração da forma em questão. (Miyazaki, 2013, p.29)

Por sua vez Bettencourt (2010), citando Lamas (2004), salienta que a análise da forma urbana não só depende da sociedade que a produz e das condições históricas, sociais, económicas e políticas em que a sociedade gera o seu espaço e o habitat. Este autor defende que a morfologia urbana resulta “também de teorias e posições culturais e estéticas de quem as idealiza e constrói” (Bettencourt, 2010, p.26).

A morfologia urbana surge assim como ciência que estuda as formas e as interliga com os fenómenos que lhes deram origem, assim como estuda os aspectos exteriores do meio urbano e o modo como as suas relações recíprocas, ajudam a definir e a explicar a paisagem urbana e a sua estrutura.

“um estudo morfológico não se ocupa do processo de urbanização, quer dizer, do conjunto de fenómenos sociais, económicos e outros motores da urbanização. Estes convergem na morfologia como explicação da produção da forma, mas não como objecto de estudo”. Esse estudo deve no entanto ocupar-se dos elementos morfológicos da cidade e da sua articulação entre si e com os lugares que constituem o espaço urbano” (Bettencourt, 2010, p.28)

Como vimos anteriormente as manifestações diferenciadas de segregação sócio-espacial têm uma expressão visível também diferenciada na cidade, pelas tipologias construtivas distintas a que estão associadas, o que afecta de modo directo a sua morfologia. Até porque, segundo Rossi Op cit Amorim e Tangari (2006), a paisagem da cidade está em muito dependente dos formatos da sua construção, onde a:

“tipologia construtiva e morfologia urbana têm uma relação dialética, onde a forma urbana é interdependente da forma construtiva e trabalhar a forma urbana é determinar tipologias. A cidade portando é o princípio ordenador no qual se desenvolvem e estruturam os tipos construtivos que integrarão a forma urbana. Fazendo-se necessário, portanto, o estudo dos tipos construtivos e da morfologia urbana para o entendimento da paisagem urbana.” (Amorim e Tangari 2006, p.62

Metodologicamente nas análises de morfologia urbana a cartografia assume uma importância decisiva mas deve ser complementada com uma análise de maior envolvimento e proximidade. A este respeito e ainda citando Bettencourt (2010), existem duas importantes maneiras de “olhar” a cidade, uma por terra e outra de cima, visto que:

“Só quando olhamos a cidade “de cima” é que temos uma noção do todo, e por conseguinte da continuidade do espaço, daí a utilidade da cartografia urbana no estudo da cidade. O urbanista ao intervir na cidade tem necessariamente que ter estas duas perspectivas – a do cidadão que percorre a cidade a pé ou de carro e a do especialista que observa a cidade através da cartografia ou dos planos. A cidade é o resultado de um conjunto de fragmentos os quais só têm coerência se forem pensados e integrados num espaço maior que é a própria cidade.” (Bettencourt, 2010, p.36).

Enquadrando a importância dos estudos de morfologia urbana nas reflexões acerca das dinâmicas urbanas, é importante destacar o contributo de Oliveira (2016) que apresenta as origens, características e desenvolvimentos fundamentais de quatro abordagens dominantes no debate internacional em morfologia urbana: a abordagem histórico geográfica promovida pela Escola Conzeniana (Cozen, 1960); a abordagem tipológica projetual promovida pela Escola Muratoriana (Muratori, 1959; Caniggia e Maffei 1979); a sintaxe espacial (Hillier e Hanson, 1984; Hillier,1996; e Hanson, 1998); e as várias formas de análise espacial (Tobler,1979; Batty e Longley 1994; Batty, 2005). Oliveira (2016) destaca as principais forças e fragilidades de cada uma dessas abordagens, sintetiza os seus elementos fundamentais, evidenciando o modo como cada abordagem lida com os elementos de forma urbana, os níveis de resolução e o tempo; e ilustra o potencial de cada abordagem com aplicações na prática profissional do planeamento urbano.

Transversalmente a essas diferentes abordagens está o reconhecimento do modo como a cidade historicamente foi tomando inúmeras formas como modo de ampliar seu poder de influência na organização da sociedade. Sendo que recentemente grande parte das alterações na morfologia urbana são sobretudo condicionadas pelo facto da cidade ter passado a ser utilizada como mercadoria e produto de consumo pelos “agentes produtores do espaço urbano” (Corrêa, 1995). Isso pode ser exemplificado com as reformas urbanas ocorridas mais recentemente, nos últimos 15 anos, em áreas antigas da cidade, que têm vindo a assumir os reflexos de uma urbanização banalizada por efeito de novas facetas de consumo.

“Nas cidades do século XXI, a banalização do espaço urbano tem se tornado cada vez mais efetiva. Referimo-nos a uma forma específica e terrível de banalização, materializada em uma urbanização banalizada, pois a produção do espaço urbano tem-se realizado ultimamente, em grande parte das cidades, centrada em “modelos de sucesso internacional”, que visam a “revitalizar” as áreas centrais e portuárias, transformando-as em residências e negócios para as classes média e alta, e, além disso, que investem em políticas de atração da atividade turística. Para tanto, são idealizadas feiras, exposições, shows; cria-se toda uma infraestrutura voltada para o turismo, com bares, restaurantes lojas etc. Uma total reprodução do mesmo, formas que se repetem independentemente de cada cidade.” (Kropotkin op. cit. Ferreira, 2011p.29).

A materialização desta urbanização banalizada, que em muitos casos é promotora de segregação sócio-espacial, é resultado de toda uma gama de articulações, planos e opções feitas anteriormente. A cidade está sempre sendo transformada, tanto na sua aparência, quanto na sua “essência”, ou seja, por trás da paisagem urbana, da sua morfologia e das contradições dos seus espaços construídos, existe todo um complexo de ações coordenadas por quem domina a cidade e a determina. Seguindo esse raciocínio iremos realizar, a seguir, uma análise geral e breve, sobre a evolução da morfologia urbana em Portugal e na cidade de Braga, assim como uma mesma análise geral e resumida sobre a morfologia urbana do Brasil e de Aracaju. Para tal recorreu-se ao contributo de vários autores que estudaram a problemática da morfologia urbana nestes contextos territoriais, valorizando abordagens com uma análise crítica em relação à hipervalorização do espaço urbano, que hoje é mais um produto de consumo que um contexto promotor da diversidade, encontro e interacção.

 

(i) Portugal: desigualdades e morfologia urbana

Embora Portugal tenha nas últimas décadas vindo a resolver vários problemas, de ordem económica e social, sobretudo após a sua integração na União Europeia, o país ainda enfrenta vários problemas resultantes da manifestação de preocupantes desigualdades económicas e sociais. Segundo Santos (2011, p. 60 ) “uma política da igualdade passa pela diminuição dos exagerados hiatos salariais existentes em Portugal e diminuição das diferenças materiais, remuneratórias e simbólicas entre os vários lugares do campo profissional em Portugal”.

São várias as estatísticas que demonstram como as desigualdades social e económica se assumem como um grave problema em Portugal. 

“dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC) referentes a 2009 revelam que Portugal se encontra entre os países com índices mais altos de desigualdade social da União Europeia (Eurostat, 2011; INE,2010). A Letônia é o país com mais desigualdade na distribuição de rendimentos, seguido da Romênia e da Lituânia. Logo a seguir vêm, ex-aequo, Espanha, Portugal e Bulgária.” (Santos 2011, p.58).

Para além dos problemas na distribuição de rendimentos, vários outros indicadores sinalizam o risco do carácter estrutural desta desigualdade social e económica, nomeadamente a baixa escolaridade, o desemprego, a monoparentalidade, o número elevado de filhos e os idosos a viver só (Renato Miguel do Carmo et al., 2010). Contudo são visíveis avanços em alguns domínios. Segundo o Censo de 2011 realizado pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), a qualificação da população de Portugal progrediu entre os anos de 2001 e 2011. “Na educação, Portugal progrediu muito nas últimas décadas. A proporção da população com ensino superior é de 15% e pela 1ª vez atingimos os 50% na proporção da população com pelo menos o 9º ano de escolaridade”. (INE, 2011).

 A questão da morfologia urbana está intrinsecamente ligada com a das desigualdades socais e económicas, em grande medida pelo modo como essa se reflecte em manifestações de segregação sócio-espacial nas cidades. Pois a estrutura urbana e a paisagem da cidade são não apenas os resultados dos projetos arquitetónicos e de engenharia, mas também da estrutura de classes sociais inerente ao sistema económico dominante.

No âmbito desta relação entre morfologia urbana e desigualdades socio-económicas, em Portugal, segundo Martins (2017) é sobretudo a partir dos anos 1960 que as carências habitacionais nas grandes cidades, sobretudo Lisboa e Porto, se começaram a fazer sentir de um modo mais expressivo, acompanhadas pela ausência de infra-estruturas e equipamentos adequados. Tal deveu-se a um processo tardio de industrialização e ao consequente deslocamento da população rural para os espaços urbanos, que foi depois acompanhado por uma forte migração das ex- colónias para as áreas urbanas a partir da metade de 1970, mais precisamente para as cidades de maior dimensão. Estes processos associados às carências na oferta habitacional agravaram em muito a situação, assistindo-se como resposta práticas de coabitação e a promoção da construção clandestina e de bairros de barracas. Foi assim sobretudo pós Revolução de 1974, também de acordo com Martins (2017), que em Portugal passou a ser mais expressivo o investimento na habitação social. Todavia esses investimentos nem sempre foram eficazes no combate à exclusão social das populações que residiam nessas áreas de génese ilegal, pois em muitos desses novos bairros sociais reside cidadãos que “ficam dependentes dos mecanismos da proteção social, que são muitas vezes insuficientes para responder às necessidades básicas”. Santos (2015), Op. cit. Martins (2017, p.05).

Assim, nesse processo de desenvolvimento urbano, a quantidade de habitação social cresceu e o problema da segregação urbana acompanhou esse crescimento. Em Portugal a bicefalia populacional em torno das regiões de Lisboa e de Porto (Salgueiro, 1999, Op. cit. Rodrigues, 2009) determina também a concentração das populações com maiores carências económicas nessas regiões metropolitanas, assim a maior quantidade de bairros sociais foi promovida nessas metrópoles portuguesas, muitos dos quais criados com apoio de fundos provenientes da União Europeia (pós-1986, data da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia), os quais se revelaram determinantes na concretização da política de habitação social desenvolvida em Portugal. Sendo que a maioria desses investimentos foram canalizados para a região metropolitana de Lisboa e implementados em áreas periféricas e menos valorizadas. Segundo Carreiras (2018) existiam 237 bairros de habitação social identificados na Área Metropolitana de

Lisboa. Alguns deles considerados áreas problemáticas onde se concentra população em situação de forte exclusão social, por vezes alvo de programas integrados de regeneração urbana embora com resultados nem sempre tão positivos como esperado. Pois ainda hoje em Portugal muitos bairros sociais “aparecem como espaços excluídos e estigmatizados, áreas de concentração de situações sociais desfavoráveis e de grupos étnicos minoritários, potencialmente geradoras de elevado risco social” (Carreiras, 2018, p.69). Muitos deles, especialmente na região de Lisboa, são vistos como áreas segregadas, tanto do ponto de vista social quanto económico, uma vez que são áreas onde se encontra uma considerável quantidade de pessoas que na grande maioria não tiveram condições de escolher onde residir, e portanto alvo de uma segregação imposta.

Quanto à presença de processos de auto-segregação em Portugal com soluções habitacionais que promovem a concentração física de famílias de nível sócio-económico mais elevado, estas são pontuais e menos expressivas na morfologia urbana portuguesa que os processos de segregação imposta, devendo referir-se que no caso concreto dos condomínios fechados estes têm maior expressão na cidade de Lisboa. Sendo que em Lisboa os condomínios fechados se localizam tanto em áreas tradicionais da cidade “recém-nobilitadas”, quanto em áreas mais novas sem tradição residencial, que foram objecto de reconversão funcional e social (como o Parque das Nações em Lisboa). 

“Seguindo a mesma lógica, em Lisboa os CFs localizam-se preferencialmente em: áreas antigas da cidade tradicionalmente prestigiadas ou recém-nobilitadas; em velhas áreas industriais, entretanto objecto de reconversão funcional e social (o caso da zona da Expo); em áreas novas e em expansão, cuja imagem social se encontra ainda em construção. Fica claro que, quer na AML, quer em Lisboa, os CFs se situam preferencialmente em zonas mais afluentes, caras e prestigiadas, o que é consistente com o objectivo de atrair elementos dos segmentos de mercado médio, médio-alto e alto.” (Raposo, 2008, p.125).

A uma outra escala de análise e numa leitura mais global do sistema urbano português, importa destacar que as populações em Portugal se concentram mais fortemente nas áreas litorâneas. “Com efeito, os fenómenos da litoralização e da metropolização têm contribuído para a formação de uma rede de cidades mais densa e pujante na faixa litoral, e mais rarefeita e débil no território interior.” (Mendes, 2014, p.107). Por outro lado, existe uma discrepância também em Portugal em relação às maiores e menores cidades, uma vez que em 2014, o autor citado descreve que o quantitativo populacional de Portugal é reduzido e existe muitas cidades pequenas, com até dois mil habitantes. 

“Existem, à data de 2011, 158 cidades, onde habitavam um pouco mais de quatro milhões e meio de pessoas, o que correspondia a uma média de quase trinta mil habitantes por cidades. Este valor, para além de modesto, esconde ainda uma grande heterogeneidade. A cidade capital, a maior, ultrapassava ligeiramente o meio milhão, enquanto a cidade menor ficava, imagine-se, pelos dois mil habitantes! […] Os números mostram que, logo após Lisboa, vem o Porto com cerca de 240 mil habitantes, seguido de apenas nove cidades com mais de 100 mil e de oito cidades com mais de 50 mil. As restantes 139 cidades têm menos de 50 mil pessoas” (Mendes, 2014, p.107-108)

Se em termos europeus se considera que uma cidade média tem entre 50 e 500 mil habitantes, no caso específico de Portugal Mendes (2014) considera que as cidades acima de 100 mil habitantes possuem já alguma massa crítica para aspirar a alguma influência e relevância nacional, sendo que para conjugar “uma forte relevância nacional e a alguma relevância internacional, serão necessários pelo menos 200 mil habitantes, a que acresce uma base económica com expressão e uma universidade de investigação de qualidade.” (Mendes, 2014, p.109).

Como já foi exposto, em Portugal existe uma grande concentração populacional nas suas áreas mais litorais e especialmente em torno das áreas metropolitanas de Lisboa e de Porto. O processo de urbanização de Portugal, após a década de 60 do século XX, reforçou a continuidade da sua bipolarização económica e social, em que segundo Moreira et al. (2009), a partir desse período, até o final do século passado, foi sendo confirmada a bicefalia do sistema urbano português, em torno dos seus dois grandes centros urbanos (Lisboa e Porto). Por outro lado, em uma situação contrária, o interior de Portugal, segundo Moreira et all (2009), vem enfrentando a não existência de centros urbanos de média e grande dimensão. Outro aspecto a ser considerado é que historicamente as cidades do interior de Portugal vêm perdendo população ao longo das décadas.

Só como registo, pode ser destacado que “entre 1950 e 1970, alguns concelhos perderam mais de 50% da população, tendo-se registado, por outro lado, um aumento nas principais áreas urbanas, com destaque para a cidade de Lisboa”. (Rodrigues, 2009, p.34).

Uma leitura mais detalhada do sistema urbano de Portugal permite verificar que este se encontra organizado com o confronto de modelos distintos: mais monocêntrico em torno da região urbana de Lisboa onde a capital domina claramente a rede urbana regional como o centro económico, social e cultural; e mais polinucleado em torno da região urbana do Porto onde a urbanização é mais dispersa e o sistema urbano mais policêntrico, sendo que para além do Porto a rede urbana regional é complementada por outras cidades de tamanho médio mas de grande importância na estruturação do tecido económico, social e cultural do Norte Litoral. Sendo esta uma conurbação urbana composta por várias cidades que são interligadas por uma malha urbana que a torna policêntrica e com alta concentração populacional. Sendo a cidade de Braga um desses principais núcleos estruturadores do desenvolvimento urbano policêntrico do Norte Litoral. Uma cidade que tem uma população superior a 180 mil habitantes (12), com um setor industrial muito dinâmico e que continua crescendo e onde se localiza o campus de Gualtar da Universidade do Minho, um pólo de inovação que qualifica milhares de profissionais anualmente e que tem uma grande influência de dinamização regional, para além de gerar muitos empregos de grande qualificação. Havendo ainda a acrescentar o Centro Regional de Braga da Universidade Católica e o Pólo do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.

 

Notas:

(12) A população de Braga é de 181,2 mil habitantes, com base na estimativa de 2016, realizado pelo INE.

 

 

BIBLIOGRAFIA GERAL DA TESE DE DOUTORADO DE ANSELMO BELÉM MACHADO

Nota: a base bibliográfica deste conjunto de artigos, por ser muito extensa, é repartida em quatro partes, sequencialmente editadas, ao longo dos diversos artigos que integram a série editorial .

 

(A a C)

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Notas editoriais gerais:

(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.

(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações. 

(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

 

Morfologia urbana em Braga-Portugal e em Aracaju-Brasil; Portugal: desigualdades e morfologia urbana – Infohabitar # 894

Infohabitar, Ano XX, n.º 894

Edição: quarta-feira, 20 de março de 2024

Infohabitar

Editor:

António Baptista Coelho, Arquitecto (ESBAL), doutor em Arquitectura (FAUP), Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo (LNEC)

abc.infohabitar@gmail.com

Edição:

Olivais Norte,  Encarnação, Lisboa;  e Casa das Vinte, Casais de Baixo, Azambuja.

A Infohabitar é uma Revista da GHabitar Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação atualmente com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) e anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC.

Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa.


 

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