terça-feira, abril 21, 2020

Pequenas e grandes paisagens (II) – Infohabitar # 727


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Infohabitar, Ano XVI, n.º 727

Pequenas e grandes paisagens (II)  – Infohabitar # 727

Por António Baptista Coelho (imagens e textos)

Notas prévias:
Caros leitores da Infohabitar, estimados amigos,
continuamos a “batalha” contra o inimigo invisível, julgo, agora um pouco mais habituados ao teletrabalho e ao confinamento doméstico e talvez com um sentido de esperança e de confiança no futuro próximo, gradualmente, mais afirmado, tendo-se em conta a continuidade da evolução dos dados da pandemia em Portugal.
Mas não tenhamos dúvida de que continua a ser altura de manter a força e procurar reforçar o cumprimento das indicações para “estar em casa” e manter a distância social (por afastamento e por máscara); só assim poderemos proteger-nos e proteger os outros.
E lembremo-nos de que quem sai de casa sem ser por razões plenamente justificadas está, realmente, a  colocar em risco o esforço de confinamento que todos estamos a fazer e, no mínimo, a contribuir para o prolongamento desta situação.
Realmente, nestes tempos tão difíceis para todos e verdadeiramente inacreditáveis (até para velhos amadores de ficção, como é o meu caso e, por favor, não considerem este último comentário menos respeitoso, pois trata-se, apenas, de colocar, por escrito, um pensamento que, provavelmente, tem ocorrido, a muitos de nós, nestas últimas semanas), é fundamental, por um lado, e tal como acima se referiu, atender e cumprir, fielmente, entre outros aspetos, as indicações de confinamento doméstico – e não tenhamos quaisquer dúvidas de que “ficar em casa” é a única forma de nos protegermos, de protegermos os outros e de facilitarmos o heroico esforço dos profissionais de saúde e de tantos outros que não podem estar em teletrabalho (e são muitos e importantes os testemunhos que destacam a importância vital do isolamento doméstico no combate ao vírus) – e, por outro lado, procurar construir, gradual, mas seguramente, uma fundamental rotina de atividades, entre as quais : (i) os cuidados de higienização própria e do espaço doméstico, (ii) os cuidados de distância social no espaço de uso público (distância física e máscara) e mesmo, sempre que possível, no próprio espaço doméstico, (iii)a prática das mais variadas atividades complementares e de lazer adequadas ao espaço doméstico e (iv) o desenvolvimento de uma razoável e bem saudável disciplina de teletrabalho doméstico.
E é com este sentido que estamos a assegurar a continuidade das edições semanais da Infohabitar, tanto com novos artigos sobre aspetos teórico práticos que se poderão, talvez, designar como mais “consistentes” – por exemplo, o retomar da Série “Habitar e Viver Melhor” e o desenvolvimento de uma nova Série editorial dedicada à “Habitação Colaborativa Intergeracional” –, como através da reedição, eventualmente comentada, de artigos editados nos primeiros anos da Infohabitar, e ainda através da continuidade de uma edição comentada de esquissos/desenhos e, no caso pfresente, de fotografias, seja numa perspectiva da própria prática do desenho livre, seja considerando, especificamente, os aspectos de arquitectura e de habitar que estejam, eventualmente, associados a cada tema desenhado; quando seja o caso disso, naturalmente.
Esta semana há, de certa forma, uma novidade editorial, através da edição, muito pouco ou nada comentada (consoante os casos), de um conjunto de imagens muito próximas de elementos naturais e de esquissos/desenhos coloridos sobre temas idênticos.
Finalmente, faz-se um apelo sincero:
. a novos artigos que nos possam ser enviados com o objetivo da respetiva edição, que poderão ser de variada índole, desde que referidos ao grande tema do habitat humano  - ex., desde temas estruturados e/ou inovadores, a reflexões específicas sobre determinada matérias (e o confinamento doméstico proporciona sem dúvida muita matéria de reflexão teórico-prática sobre o que são e o que poderiam ser os nossos “mundos” domésticos);
. a recensões sobre livros ou filmes, conjuntos de imagens, pelo menos, minimamente apresentadas e/ou comentadas, como fotos e esboços (cuidado com a autoria), etc.
. e a “simples” comentários relativos a determinados artigos, comentários estes que deverão ser acompanhados pela referência de autorização para divulgação editorial (caso assim o desejem).
E tais submissões de propostas de artigos poerão ser feitas para o mail: abc.infohabitar@gmail.com ao meu cuidado.
Para já é tudo, desejos de boas leituras e na próxima semana voltaremos.

Com saudações calorosas e desejos de muita força e de boa saúde,
Lisboa, Encarnação, em 20 de abril de 2020
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar (em teletrabalho doméstico)

Alguns desenhos e fotografias (muito pouco) comentados
Em seguida apresentam-se 8 “peças” gráficas – desenhos coloridos e fotografias – praticamente sem comentários (há exceções), porque as imagens realmente falam e se estivermos atentos e sensíveis estamos, realmente, rodeados por um incrível e muito estimulante universo de grandes e pequenas paisagens.


Fig. 01: um tema simples, que vive de texturas, formas gerais contrastadas e cores igualmente contrastadas; o que parece ser o exemplo de como é sempre possível identificar enquadramentos pormenorizados cuja referida simplicidade temática deixa boa liberdade à experimentação gráfica.


Fig. 02: as colónias de cogumelos, quando fotografadas em proximidade sugerem sempre pequenos povoados, neste caso bem fundado numa “rocha” que é um velho tronco.


Fig. 03: o sempre apetecível tema dos jarros, com as suas flores e folhas fortemente “estilizadas”, aqui tratado num enquadramento pleno de verde, como se tratasse de uma “microselva” pontualmente marcada por sombras bem negras e espaços mais brancos do que a própria folha de papel.


Fig. 04: e aqui temos uma outra “microselva” composta por folhas de hera e folhas e vagens todas alongadas e num muito extenso leque de tons de verde, que vai praticamente até ao verde/negro, qualificando a imagem com um certo sentido de mistério; hera e glicínia ambas trepadeiras mutantes e lenhosas nas suas bases, aqui bem misturadas cobrindo um pequeno muro de suporte.


Fig. 05: novamente os jarros, umas das flores mais belas, também pela sua elegância e “simplicidade”, bem marcadas nas suas folhas e flores naturalmente estilizadas e no mundo de variação cromática que proporcionam com as suas transparências, sombras e efeitos variados de luz; trata-se de um tema de desenho/esquisso em que se pode comentar que o desenho já lá está, faltando “apenas” não o estragar muito quando o “fixamos” no papel – um excelente tema tanto para jovens como para seniores amadores.


Fig. 06: o exemplo da simplicidade que pode e deve ter uma casual e gozada recolha de imagens enquanto se passeia, por exemplo num jardim, nas diversas estações do ano; neste caso jogando-se com o contraste entre a vitalidade e a secura e entre os verdes e os sépias.


Fig. 07: o último esquisso/desenho deste artigo avança um pouco mais na cor, neste caso aproveitando um jogo de rosas e de vermelhos proporcionado por uma proximidade entre pequenas rosas e flores de glicínia; há um certo sentido gráfico, marcado pelos caules muito orgânicos e multiformes das plantas, que se quer fazer, de certa forma, acompanhar pelas fortes tonalidades cromáticas usadas.


Fig. 08: a última fotografia desta primeira viagem temática sobre pequenas/grandes paisagens retoma a ideia do “habitar” um fundo rochoso por pequenas colónias de plantas, cuja evidente fragilidade acaba por ser desmentida pela simbiose conseguida com a pedra, num contraste de fortes texturas e num equilibrado contraste cromático – reduzido pela própria colonização do musgo e outras micro plantas que marcam fortemente as faces das pedras.


Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.


Infohabitar, Ano XVI, n.º 727

Pequenas e grandes paisagens (II) – Infohabitar # 727


Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa.


Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

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