Ligação direta (clicar no link seguinte ou copiar para site de busca) para aceder à listagem interativa de 840 Artigos editados na Infohabitar – edição de janeiro de 2022 com links revistos em junho de 2022 (38 temas e mais de 100 autores):
Intergeracionalidade e convívio na habitação – versão de
trabalho e base documental # 875 Infohabitar
António Baptista Coelho – com base direta nos textos,
ideias e opiniões dos autores referidos ao longo do artigo
Artigo XLIII da série editorial da
Infohabitar – “Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através
de uma Cooperativa a Custo Controlado” “PHAI3C”
Infohabitar, Ano XIX, n.º 875
Edição: quarta-feira, 6 de setembro de
2023
Caros
leitores da Infohabitar,
Com
o presente artigo, sobre a habitação intergeracional prolongamos, ainda, o
intervalo editorial, que irá até meados deste mês de setembro, relativamente
à divulgação da série editorial dedicada à temática geral da “Segregação
sócio-espacial em contexto urbano”, da autoria do
Professor Anselmo Belém Machado.
O presente artigo é o último da presente
série sobre habitação intergeracional no âmbito da
proposta de um Programa de Habitação Adaptável Intergeracional no âmbito de uma
Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C), que visa oferecer soluções urbanas e
residenciais que promovam a convivência entre diferentes gerações, que sejam
adaptáveis a diferentes modos de vida e adequadas para pessoas com fragilidades
físicas e mentais, sem estigmatização; e que, simultaneamente, e no referido
âmbito intergeracional, ofereça soluções habitacionais para outras necessidades
urgentes, como jovens e pessoas solteiras; e tudo isto com uma abordagem de
gestão participativa, socialmente estimulante e financeiramente sustentável,
que, naturalmente, terá sempre muito a ver com uma promoção cooperativa marcada
por claras preocupações sociais e económicas.
Prevemos terminar esta série editorial sobre
habitação intergeracional daqui a duas ou três semanas, depois de se editarem o que
julgamos serem importantes listagens bibliográficas e de casos de referência,
bem como, por último um catálogo interativo de acesso a toda esta série
editorial.
Recorda-se,
como sempre, que serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas
sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar, ao meu
cuidado, para abc.infohabitar@gmail.com).
Com
as melhores saudações a todos os caros leitores,
Lisboa,
em 6 de setembro de 2023
António
Baptista Coelho
Editor
da Infohabitar
Intergeracionalidade e convívio na habitação – versão de
trabalho e base documental # 875 Infohabitar
António Baptista Coelho – com base direta nos textos, ideias e opiniões dos autores referidos ao longo do artigo
Resumo
Em primeiro lugar faz-se uma
introdução ao presente conjunto de artigos sobre habitação intergeracional.
Depois de uma breve introdução à
posição da temática abordada no artigo no contexto do estudo do PHAI3C;
correspondendo ao remate geral da matéria, desenvolvem-se, sequencialmente, os
seguintes temas: caraterização do habitar intergeracional, seus limites e
aspetos de futuro, designadamente, para pessoas idosas e fragilizadas; a
habitação intergeracional considerada como serviço humano e urbano, em termos
de luta contra o isolamento e de apoio à vitalização local; a importância das
misturas sociais e funcionais nas renovadas soluções habitacionais e urbanas; e
aspetos tipológicos, funcionais e sociais específicos bem relacionados com a
habitação intergeracional.
Notas
introdutórias ao presente conjunto de artigos sobre habitação intergeracional
O presente conjunto de artigos
inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão temática exploratória,
que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada à preparação e
estruturação de um amplo processo de investigação teórico-prático, intitulado
Programa de Habitação Adaptável Intergeracional Cooperativa a Custos
Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser desenvolvido, pelo
autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de Investigação e Inovação
(P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas nestes artigos são, apenas,
dos seus autores – o autor dos artigos e promotor do PHAI3C e os numerosos
autores neles amplamente citados.
Neste sentido salienta-se o papel
visado para o presente conjunto de artigos, no sentido de se proporcionar uma
divulgação que possa resultar numa desejável e construtiva discussão alargada
sobre as muito urgentes e exigentes matérias da habitação mais adequada para
idosos e pessoas fragilizadas, visando-se, não apenas as suas necessidades e
gostos específicos, mas também o papel e a valia que têm numa sociedade ativa e
integrada.
Nesta perspetiva e tendo-se em conta a
fase preliminar e de trabalho da referida investigação, salienta-se que a forma
e a extensão dos artigos agora listados reflete uma assumida apresentação
comentada, minimamente estruturada, de opiniões e resultados de múltiplas
pesquisas, de muitos autores, escolhidos pela sua perspetiva temática focada e
por corresponderem a estudos razoavelmente recentes; forma esta que fica
patente no significativo número de citações – salientadas em itálico –, algumas
delas longas e quase todas incluídas na língua original.
Julga-se que não se poderia atuar de
forma diversa quando se pretende, como é o caso, chegar, cuidadosamente, a
resultados teórico-práticos funcionais e aplicáveis na prática, e não apenas a
uma reflexão pessoal sobre uma matéria tão sensível e complexa como é a
habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma cooperativa a custos
controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.
Intergeracionalidade
e convívio na habitação – versão de trabalho e base documental # 875
Infohabitar
Índice geral
Breve introdução,
1. Sobre a habitação intergeracional,
1.1. A habitação intergeracional:
caraterização global,
1.2. Limites da partilha habitacional: um
quarto bem privatizado mais espaços comuns conviviais,
1.3. Intergeracionalidade global e
coabitação: caminhos recentes,
1.4. A intergeracionalidade como futuro
próximo da habitação para pessoas idosas e fragilizadas ,
2. Habitação intergeracional: serviço humano
e urbano,
2.1. Intergeracionalidade residencial como
processo de luta contra o isolamento e a solidão dos mais idosos ,
2.2. Da intergeracionalidade aos conjuntos
habitacionais exclusivamente para pessoas idosas ,
2.3. A intergeracionalidade como um serviço
prestado em troca de habitação,
3. Misturas sociais e funcionais no habitar,
3.1. Sobre alguns aspetos a ter em conta a
partir do uso atual dos apartamentos,
3.2. Apartamentos com serviços domésticos
coletivos (a propósito do caso histórico de Nova Iorque) ,
3.3. Mistura social e intergeracional,
3.4. Usos mistos e integeracionalidade ,
4. Habitação intergeracional: soluções e
tipologias,
4.1. Intergeracionalidade e habitação cooperativa,
4.2. Habitação para os mais jovens num quadro
intergeracional,
4.3. Vantagens mútuas na convivência entre
idosos e crianças pequenas,
4.4. Tipologias de vizinhanças
intergeracionais e funcionalmente mistas,
Bibliografia (referências práticas),
Nota específica relativa às
citações: tal
como foi acima sublinhado nas “Notas introdutórias”, e tendo-se em conta a fase
preliminar e de trabalho do presente estudo, ele inclui numerosas citações,
todas salientadas em texto a itálico, reentrante e em tipo de letra “Arial
Narrow”, algumas delas longas e quase todas apresentadas na respetiva língua
original; em termos formais e tendo-se em conta essa grande frequência de
citações, optou-se, por regra, pela respetiva indicação da fonte documental,
respetivo título e autoria, no corpo de texto e em nota de pé de página ou de
final de artigo (conforme a edição), seguindo-se a(s) respetiva(s) citação(ões)
com a indicação, posterior, do(s) respetivo(s) número(s) de página(s) entre
parêntesis – ex: (pg. 26) –, e, em alguns casos, mas não por regra,
repetindo-se a indicação específica ao documento que “está a ser referido” e/ou
à sua respetiva autoria.
Specific note regarding
citations: as highlighted above in the
“Introductory Notes”, and taking into account the preliminary and working phase
of the present study, it includes numerous citations, all highlighted in
italicized text, reentrant and in font type. letter “Arial Narrow”, some of
them long and almost all presented in their original language; in formal terms
and taking into account this high frequency of citations, we opted, as a rule, for
the respective indication of the documentary source, respective title and
authorship, in the body of the text and in a footnote or at the end of the
article (according to the edition), followed by the respective citation(s) with
the subsequent indication of the respective page number(s) in parentheses – ex:
( pg. 26) – and, in some cases, but not as a rule, repeating the specific
indication of the document that “is being referred to” and/or its respective
authorship
Breve
introdução
Com a presente temática,
que incide especificamente, no que consideramos ser o âmago do estudo
desenvolvido sob o título Programa de Habitação Adaptável Intergeracional
Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C), concluímos, na prática, a
principal parte do que designámos “versão de trabalho e base documental” do
PHAI3C – uma designação que se procurou explicitar nas Notas Introdutórias
acima incluídas.
Nos últimos textos
procurou-se avançar do mais geral para o mais particular, numa área temática especificamente dedicada
às questões tipológicas de uma habitação sensivelmente intergeracional,
adaptável e participada e também já numa área que podemos designar de “ponte”
para o registo e indicação de casos de referência e de exemplos práticos –
matéria esta que se prevê venha a integrar, ainda, o presente estudo, provavelmente,
na próxima edição, com alguma dimensão e à qual esperamos poder editar, a
seguir, um Catálogo interativo que integra todos os xx artigos desta série
editorial dedicada ao PHAI3C.
1.
Sobre a habitação intergeracional
1.1. A habitação intergeracional: caraterização global
Naturalmente que a
intergeracionalidade pode e deve ser aplicada no âmbito da própria habitação e
ao serviço da evolução familiar, apoiando o crescimento e autonomização de
elementos da família e acolhendo os mais idosos, também numa perspetiva de
grande autonomia de uso de uma parte da habitação.
Estas possibilidades serão mais
facilitadas quando a habitação é um edifício unifamiliar, mas também serão possíveis
em habitações integradas em multifamiliares desde que caraterizadas por aspetos
específicos como dois acessos alternativos aos espaços comuns e estruturações
interiores da habitação proporcionando a sua subdivisão parcial.
Num documento oficial francês relativo
ao “habitat intergeracional”, referido no Portail National d’Information pour l’Autonomie des
Personnes Âgées et l’Accompagnement de leurs Proches, este é definido como “um conjunto de habitações concebido
para acolher diferentes gerações … que não partilham a mesma habitação, mas
vivem num mesmo conjunto residencial”, e acrescenta-se que são habitualmente
promotores de habitação de interesse social em parceria com associações ou
investidores privados que iniciam este tipo de projetos”; e cita-se, em
seguida, o referido Portail:[1]
(negrito nosso)
Par définition,
l’habitat générationnel s’adresse à tout le monde et à tous les âges. Les
personnes âgées peuvent y trouver un environnement plus sécurisant et vivant.
… Un immeuble
intergénérationnel peut, par exemple, être composé d’1/3 d’appartements
conçus pour des étudiants, 1/3 pour des familles et 1/3 pour des personnes
âgées.
Les surfaces des logements
sont pensées en cohérence avec les besoins des différents habitants : plusieurs
chambres pour les familles, studios pour les étudiants, 3 pièces pour les
personnes âgées.
No mesmo documento, que acabou de ser
citado, salienta-se que os objetivos fundamentais do habitat intergeracional
são “ (i) valores de solidariedade entre gerações, entre vizinhos; (ii) vontade
de lutar contra o isolamento dos estudantes e das pessoas idosas; vontade de
melhorar a qualidade de vida dos habitantes”. Acrescenta-se, ainda, que a
intergeracionalidade habitacional quando promovida por entidades ligadas à
habitação de interesse social tem também uma vocação de interesse social, sendo que “deve ser adequada a
pessoas aposentadas com poucos rendimentos.”
E assim, mais uma vez, a
intergeracionalidade se liga à habitação de interesse social em termos de
promotores e potenciais moradores.
1.2. Limites da partilha habitacional: um quarto/fogo bem privatizados mais
espaços comuns conviviais
As residências de estudantes
constituem, provavelmente, uma solução residencial onde a convivência e a
entreajuda intergeracionais poderão ir buscar (pistas de) soluções de
harmonização entre vivências individuais, pois uma formação superior, associada a um claro sentido
de necessidade de alojamento, que são aspetos caraterizadores do estudante universitário
à procura de um apartamento compartilhado, poderão ter facetas, em parte,
similares, a idosos que procurem manter uma boa parte da sua privacidade
individual, juntando aspetos práticos de poupanças nos custos da vida diária,
com aspetos estratégicos em termos de
apoios pessoais diversos (ex., de saúde e sociais), que aí se possam concentrar
mais facilmente, e ainda aspetos potenciais de algum convívio natural e mesmo
de entreajuda.
Neste sentido e usando algumas
das reflexões que integram um estudo desenvolvido no âmbito do sempre excelente
PUCA, intitulado Architecture et logements des jeunes : comment réinventer ? [2],
podemos considerar que para evitar ou suavizar o designado “efeito de
massificação” (effet de masse) que tende a ser produzido por um elevado
número de células privadas servidas por uma mesma circulação comum, há que
transformar esta circulação em mais do que isso, apenas, atribuindo-lhe aspetos
conviviais e mesmo de alguma “pontual” estadia, sendo que, tal como se defende
no referido estudo do PUCA, muito provavelmente, um equipamento muito
desenvolvido de cada uma dessas células privadas limita sensivelmente os
aspetos de socialização potencialmente exercidos nos referidos espaços comuns e
designadamente naqueles mais próximos do espaço privado (avançamos nós com esta
última ideia).
Há no entanto que avançar nestes
paralelismos com muito cuidado, sendo que o que provavelmente será bem verdade
para uma residência com quartos privados e espaços comuns, dedicados a jovens
em formação superior, não o será, pelo menos inteiramente, para uma solução com
apartamentos privados e também com espaços comuns, não apenas circulatórios,
mas dedicados a um elenco habitacional interegracional.
Aspetos a reter, sem dúvida, são a
importância da existência de um quarto bem privatizado como reduto último da
nossa privacidade, apropriação e identidade – uma condição da qual podemos
retirar variadas ideias práticas para diversas soluções tipológicas
residenciais –, o interesse de existirem espaços comuns conviviais em grande
proximidade aos referidos quartos bem privatizados – provavelmente uma condição
cuja importância tende a subir consoante a menor mobilidade dos residentes – e,
ainda, que num âmbito residencial intergeracional aplicado a uma conjugação de
apartamentos privados e espaços comuns habilitadores de uma convivialidade
natural, a questão de um maior ou menor desenvolvimento e equipamento das
cozinhas privadas poderá ser, eventualmente, matéria opcional e até evolutiva,
pois provavelmente vamos tender a cozinhar menos vezes e menos tempo à medida
que envelhecemos e a possibilidade de se tomarem refeições em espaços comuns
constitui, claramente, o principal motivo naturalmente potenciador do convívio
entre residentes; uma condição que se julga, não deve ser aceite de forma
“única”, mas sim acompanhada pela possibilidade de se ter, “em casa” uma
cozinha desafogada e bem equipada onde até a preparação de refeições e o
cozinhar possam ser passatempo e atividade criativa a aprofundar.
Também se pode retirar de uma reflexão
sistemática e sabemos muito frequente sobre a importância da disponibilização
de um quarto privado, ainda que pequeno e muito dirigido simplesmente para o
dormir e o repouso, como “mínimo” de condição de privacidade e identidade, que
esta condição também se liga a uma possível predisposição para o convívio nos
espaços comuns próximos, pois como temos logo ali o nosso último recurso em
termos de privacidade e isolamento, talvez estejamos mais abertos à
socialização, o que provavelmente não acontecerá se não existir esse último
reduto, gerando-se, provavelmente, reações negativas e de rejeição do conjunto
dessa solução, verdadeiramente, de alojamento.
Continuando esta reflexão e por
idêntica razão, julga-se que tais condições reforçadas e agradáveis de
privacidade e identidade devem marcar os quartos dos apartamentos integrados em
soluções residenciais intergeracionais, propiciando que neles o convívio
“social” aconteça de forma ativa nos respetivos espaços de entrada e
essencialmente de estar do fogo, condição esta que, provavelmente, e
traçando-se aqui mais um paralelismo, poderá levar a um convívio mais alargado
nos espaços comuns do edifício, convívio este que também ganhará com a
possibilidade de um convívio mais privado, limitado e agradavelmente doméstico
e íntimo nos referidos apartamentos privados e, alternativamente, com um
convívio mais aberto, espacialmente mais desafogado, mais equipado até,
pontualmente, relacionado com o exterior de uso público contíguo ou próximo,
que se poderá desenrolar de uma forma plenamente premeditada ou
estimulantemente casual nos espaços comuns da intervenção residencial
intergeracional.
E atente-se, já agora, na importância
de uma tal caraterização intergeracional dos respetivos residentes e seus
visitantes, no que se refere a um potencial dinamizador específico desse
convívio mais aberto nos referidos espaços comuns, que tenderão a refletir uma
natural mistura de gerações e não uma antinatural “monotonia” geracional que
inclua apenas pessoas idosas e muito idosas.
No que se refere mesmo à questão da
“partilha habitacional” (em francês referida, interessantemente, como
colocation) ela pode ser uma solução para os mais jovens, designadamente, numa
fase inicial de autonomização, até devido a limitações financeiras, mas não
parece ser aceitável para as pessoas idosas conscientes; voltando a poder ser
uma opção eficaz no caso de pessoas acamadas e já muito dependentes – o que se
refere a soluções residenciais que não são as visadas com o PHAI3C.
Mas atente-se à possibilidade de no
âmbito de uma intervenção residencial intergeracional adaptável e participada
poderem existir habitações partilhadas por pessoas mais jovens e, até,
eventualmente alguns quartos essencialmente destinados a arrendamento durante
períodos curtos, tal como se aponta no referido estudo intitulado Architecture et logements des jeunes : comment réinventer ?: [3]
Malgré la tendance contemporaine
à l’individualisme, les jeunes, demandeurs de convivialité, ne sont pas contre
le partage de leur logement; il existe une réelle demande pour un type
d’habitat réunissant autour de certains usages (salon, cuisine, salles de
travail) un nombre relativement restreint de personnes. Face à la demande
croissante de vie communautaire, la colocation à travers l’expérience du vivre
ensemble entre pairs, permet de favoriser diverses formes de sociabilité et
d’intégration des jeunes. (pg.
4)
No estudo que acabou de ser
citado apontam-se, também, e são já em seguida citados, vários aspetos
considerados bem importantes, tanto na sua aplicação direta aos apartamentos
compartilhados, que é a
razão específica do estudo, como também numa reflexão mais ampla e essencial
sobre a natureza dos espaços privados e comuns que integram uma solução
residencial composta de apartamentos diversificados e intergeracionais,
referindo-se aspetos vitais de adaptabilidade, espaciosidade, definição de
agradáveis microespaços e caraterização ambiental e residencial: (negrito
nosso)
Comment créer un lieu de
résidence et d’étude pour une durée limitée qui soit en même temps un réel lieu
de vie ? Quel est le meilleur équilibre entre les parties communes et les
cellules d’habitations ?
Qu’il s’agisse d’agencement, d’équipements, de mobiliers, quelles solutions les
concepteurs peuvent-ils apporter à l’intérieur des logements pour optimiser ces
petites surfaces ? Quels services collectifs adaptés aux besoins des
populations juvéniles peut-on proposer ? Il n’existe pas de réponse unique et
il semble primordial de penser une diversification de l’offre et de prévoir
l’adaptation possible pour une population en constante évolution. (pg. 4)
… Quel partage des
espaces ? Comment aménager l’intérieur des logements pour éviter les
contraintes de la promiscuité ? Selon Madeleine Pastinelli, Professeur de sociologie de
l’Université de Laval à Québec, les appartements qui se prêtent le mieux à la
colocation sont ceux qui permettent de concilier la distance et le vivre
ensemble. Ce sont des appartements dans lesquels chacun a une chambre à
coucher, celleci demeurant une chambre à coucher et non un lieu à vivre.
… L’espace idéal, en colocation,
est aussi un appartement dans lequel on trouve un salon et une cuisine, suffisamment grands pour
qu’on ait envie d’y passer du temps, qu’on puisse y recevoir des invités, qu’il
y ait des espaces assez distincts les uns des autres pour qu’un colocataire puisse
regarder un film au salon pendant qu’un autre reçoit des amis dans la cuisine.
Il faut que la configuration de l’espace permette à chacun de s’isoler un
minimum et contribue, en même temps, à rendre le contact et la coprésence inévitable
à certains moments. (pg. 5)
1.3. Intergeracionalidade global e coabitação: caminhos recentes
Agora que estamos já na área dos
aspetos mais práticos que devem caraterizar um espaço residencial
expressivamente amigo das pessoas mais idosas e fragilizadas e,
consequentemente, sensível a aspetos específicos e críticos do envelhecimento
humano, vamos pontuar as nossas reflexões com alguns aspetos de pormenor que
decorreram já de intervenções concretas desenvolvidas, designadamente, em
países em que a “revolução grisalha” se faz sentir já há mais tempo e onde as
preocupações com as alterações que tais mudanças demográficas provocam na
estrutura familiar e nas respetivas tensões multigeracionais e intergeracionais,
tal como se regista no estudo do International Longevity Center (ILC),
intitulado Global
perspectives on multigeracional households and intergerational relations , que é, em seguida, referido e
citado. [4]
(negrito nosso)
Em França o estudo referido aponta
existir uma tendência no sentido do reforço das relações intergeracionais,
devido, essencialmente, ao aumento da espectativa de vida em boas condições de
saúde; o que evidencia a importância de uma “nova” e grande geração de “novos
idosos”, designados por “avós ativos” e que desempenham um amplo leque de
tarefas no âmbito da respetiva família alargada; (pg. 17) assim as suas
condições residenciais o facilitem, por exemplo, em termos de localização e
proximidade aos restantes membros da família.
A questão da autonomia residencial dos
“avós ativos” é também um aspeto importante e que atualmente está cada vez
melhor servido em termos de apoios tecnológicos (ex., TIC) e serviços
domiciliares diversificados; “sobra”, no entanto, a faixa etária dos “grandes
idosos” com reduzida, ou mesmo sem, autonomia, que apesar de tudo estará cada
vez mais apoiada através desses apoios e serviços, sendo essencial, para isso,
que se desenvolvam ações de integração e facilitação do acesso a tais
dispositivos e serviços e tendo em conta os frequentes problemas de iliteracia
tecnológica e de uma frequente reduzida capacidade de dialogo e de interação,
que se torna mais crítica quando envelhecemos.
E julga-se que tais aspetos que foram,
aqui apontados para a atual sociedade francesa, serão bastante generalizáveis a
toda a Europa, tal como aponta no referido estudo do ILC:
There exists significant
innovation in the different forms of support available to help older people
maintain their independence in their own home, including specialist equipment
within the home, social assistance, assistive technologies, meals-on-wheels, and
nursing care. Nevertheless, family members still shoulder a large burden of
care in many cases, although some respite care can be provided to the care
giver. In contrast to the oldest old, the youngest elderly have higher incomes,
and are often in a situation to support their children financially. (pg. 19)
No Japão cuja sociedade sofre, desde
há bastante tempo, os impactos da “revolução grisalha” associada a ambientes
urbanos, frequentemente, densificados, o estudo que está a ser referido, aponta
como problemas críticos a existência de muitas pessoas idosas a viverem
sozinhas, e ainda o problema de muitas situações de idosos a cuidarem de
idosos, sejam ou não casais; a língua japonesa tem mesmo um termo específico
para os “cuidados entre idosos” (“Rou-Rou
Kaigo” ), tal como se indica no estudo que está a a ser referido. (pg. 22)
Relativamente a estas problemáticas –
idosos a viverem sozinhos e casais de idosos ou idosos a cuidarem de idosos –
há que salientar que elas são, também, já muito sentidas na Europa e
designadamente em Portugal; sendo que acabam por constituir razões importantes
para o desenvolvimento do PHAI3C, tal como já várias vezes apontámos neste
estudo – seja pelos contributos de convivialidade natural que os espaços comuns
residenciais poderão oferecer, seja pelos serviços domiciliares que poderão ter
apoio facilitado no âmbito dos respetivos condomínios.
Uma questão que tem estado na ordem do
dia no Japão e que podemos também partilhar, aqui na Europa, é a noção
crescente que se tem apurado relativamente à importância dos laços familiares e
comunitários no acompanhamento de eventuais situações de crise e designadamente
do processo de envelhecimento humano; aspeto este sublinhado no estudo do ILC
que está a ser referido:
In the field of elder care
specifically, “Comprehensive Community
Care System” has been under development so that older people themselves, family
members, and the whole community, can play a more active caring role, thereby
encouraging the participation of every generation in providing care. (pg. 22)
No caso dos Países-Baixos, outra
sociedade bastante envelhecida e sempre na primeira linha da investigação
prática sobre novos modos de habitar e de renovadas soluções residenciais
conviviais e participadas, o estudo referido indica existir uma tendência no
sentido dos mais idosos procurarem soluções residenciais independentes dos seus
descendentes, e , portanto, evitando casos de coabitação entre pais idosos e
filhos, condição esta que se torna mais evidenciada nos casos de famílias com
graus educacionais mais elevados (pg. 27, 28), tal como se salienta no estudo
que está a ser referido; uma situação que se julga abarcar duas subsituações
“formalmente” distintas, que correspondem ao caso dos filhos que vivem na
habitação dos pais ou ao caso dos pais que vivem na habitação dos filhos.
Claramente considera-se que tais
condições são também sentidas em Portugal, colocando-se, talvez, de forma mais
crítica, quando existem níveis culturais distintos, quando a relação familiar é
menos coesa e quando os idosos são menos autónomos e exigem mais cuidados
pessoais.
Naturalmente que tais soluções de
coabitação são alternativas ao desenvolvimento de uma oferta residencial
intergeracional ligada a espaços e serviços comuns; mas considera-se que faria
todo o sentido que integrassem um amplo leque de ofertas residenciais amigas
dos idosos e fragilizados e sendo que tanto a coabitação como
intergeracionalidade residencial muito ganham com o desenvolvimento dos
serviços pessoais domiciliares – ganhando estes com as concentrações
residenciais intergeracionais.
1.4. A intergeracionalidade como futuro próximo da habitação para pessoas
idosas e fragilizadas
Tal como se refere no próprio título
de um estudo da European Federation for Living (EFL) - Accessible and
Intergenerational Living – a
habitação intergeracional deverá estar na primeira linha das recentes
preocupações com a inadequação habitacional na Europa, tendo-se em conta o
atual e futuro quadro demográfico e visando-se a inovação habitacional no
sentido da autonomia dos residentes.[5]
O referido estudo ligou-se ao
projeto Interreg NWE, intitulado IStay@Home, onde se apontaram diversos níveis de automação
doméstica, capazes de suportarem pessoas idosas com variados graus de autonomia
em termos de vida diária e, portanto, associáveis em termos de um agrupamento
residencial intergeracional ou de uma opção de continuidade na própria
habitação; níveis esses de automação que
são em seguida citados: (negrito nosso)
… 5 levels of home automation,
where, within the scope of home automation, we mention these levels: (negrito
nosso)
. Homes which contain intelligent,
communicating objects
. Homes contain appliances and objects
which function intelligently in their own right and which also exchange information
between one another to increase functionality.
. Connected homes – homes have internal and
external networks, allowing interactive and remote control of systems, as well
as access to services and information, both within and beyond the home.
. Learning homes – patterns of activity in the
homes are recorded and the accumulated data are used to anticipate users’ needs
and to control the technology accordingly.
. Attentive homes – the activity and location of
people and objects within the homes are constantly registered, and this
information is used to control technology in anticipation of the occupants’
needs. (pg. 7)
No mesmo estudo, intitulado Accessible and
Intergenerational Living, salienta-se
que a existência de uma separação entre apoios habitacionais e apoios pessoais
torna essencial o desenvolvimento de uma plataforma integradora dos serviços
prestados por diversas entidades e pessoas, de modo a que o residente e,
designadamente, o residente idoso, fragilizado e (dizemos nós) frequentemente
ainda infoexcluído, não tenha de dialogar com muitas e diferentes interfaces.
(pg. 8)
Depois o referido estudo aborda o
importante objetivo de uma integração entre os cuidados sociais e os cuidados
pessoais de bem-estar e de saúde, considerada estratégica no que se refere à
qualidade de vida das pessoas idosas e, dizemos nós, numa perspetiva de
habitação intergeracional na qual os mais idosos e fragilizados possam contar
com tais cuidados prestados, em grande parte dos casos, ao domicílio, de certa
forma separando-se a vertente residencial à dos cuidados pessoais, uma condição
que é a base de uma positiva intergeracionalidade. (pg. 9)
Salienta-se
a importância que se julga terem estes aspetos mais tecnológicos e que possam
ser aplicados e/ou preparados em termos de instalação com antecedência,
ficando, assim, potencialmente mais económicos e melhor instalados.
E generaliza-se no que se refere à
aplicação destas medidas tecnológicas de adequação e de amigabilidade da
habitação relativamente aos mais idosos e fragilizados, registando-se que estes
aspetos aliados aos aspetos de adaptabilidade passiva dos diversos espaços da
habitação a diversas necessidades e formas de vida, são ambos responsáveis pela
conversão do espaço habitacional privado potencialmente intergeracional num
espaço habitacional específica e adequadamente intergeracional e mesmo com
adaptações e versões especialmente adequadas, por exemplo, às necessidades e
formas de vida diária de um dado habitante com determinados condicionamentos e
gostos.
Uma outra questão, mais pormenorizada,
mas também muito importante refere-se à necessária integração dos diversos
meios tecnológicos domésticos disponíveis no sentido do apoio a necessidades e
formas de vida específicas dos habitantes e designadamente daqueles mais
fragilizados; isto, evidentemente, no sentido de se obter a máxima eficácia na
resposta de tais meios tecnológicos, designadamente, face a situações de emergência,
nas quais qualquer pessoa e designadamente pessoas com iliteracias informáticas
e fragilidades várias não irão poder, com certeza, lembrar-se, por exemplo,
qual a plataforma a chamar para ações de emergência e qual o meio para a ativar.
E a título de exemplo julgado
significativo e com base ainda no mesmo estudo da European
Federation for Living (EFL) , que tem estado a ser referido, salienta-se a importância que tem a
consideração e o adequado combate ao risco de quedas domésticas como aspeto
essencial em soluções residenciais intergeracionais e, portanto, adequadas aos
habitantes mais idosos – as quedas domésticas são, de longe, o principal
acidente doméstico associado a idosos –, salientando-se nesta área específica,
a importância que têm as condições de adequada iluminação, referidas a
exigências gerais de adaptabilidade e conforto ambiental que também terão
aspetos tecnológicos a considerar (ex., centralização de controlos, sensores de
movimento, rotinas de iluminação) – e as condições tecnológicas de pedido de
apoio (ex., reconhecimento de voz para pedido de apoio, alarme de queda, e até
câmeras com rotinas de mergência) (pg. 10)
2.
Habitação intergeracional: serviço humano e urbano
2.1. Intergeracionalidade residencial como processo de luta contra o
isolamento e a solidão dos mais idosos
A propósito de um dos casos de
intergeracionalidade residencial mais recentes e conhecidos em Espanha,
localizado em Alicante – e são ainda poucos os casos, diga-se – registam-se, em seguida,
algumas considerações retiradas de uma entrevista de Losa Garridos a Mayte
Fernández Sarrión, técnica do respetivo município, que foi um dos promotores da
iniciativa. [6]
A título de nota prévia destaca-se que
o tema e título da entrevista sublinha a importância da intergeracionalidade
residencial na luta contra a solidão e o isolamento, que são verdadeiras “doenças”
graves e frequentes nos idosos.
E ficamos com partes da
referida entrevista de Losa Garridos a Mayte Fernández Sarrión:
Al final se hizo un proyecto
en el que estaba incluido el centro de salud, un centro de día para mayores y
viviendas en la parte de arriba de estos dos centros. Aparte de un parking
público en la parte de abajo. (pg. 1)
… Todo proyecto que incluye a
personas va a tener cosas que no esperas. Si no tuviera esos problemas el
proyecto moriría. Las base de nuestra idea está en la proporción
de jóvenes y mayores. En Barcelona se hizo un proyecto de mitad jóvenes y
mitad mayores y fue un absoluto desastre.
… Los
mayores tienen que valerse por sí mismos, es la definición del requisito, o si
tienen a alguien que les ayuda a valerse por sí mismos. Es decir, que no
requieran un tratamiento especializado.
Los jóvenes tienen que tener
entre 18 y 35 años, unos ingresos mínimos para pagar el alquiler y tener en
currículum algún tipo de habilidad relacionada con el trato con las personas.
Que luego sepan hacer algo es un plus.
Y luego están las condiciones
del Patronato de Vivienda, como llevar empadronados dos años en Alicante los
jóvenes, y cinco en el caso de los mayores.
…¿Qué tienen que hacer los
jóvenes para estar allí?
… No están para hacer
trabajos pagados. No queremos que sean los trabajadores sociales que ayudan a
los mayores. Los más mayores lo entienden como “el buen vecino”. Ese personaje
que era habitual en la sociedad pero que en las grandes ciudades se ha perdido.
Lo que se pretende es que si en un día y medio no has visto a tu vecino, te
preocupes por él y sepas si está bien. Si está bien, perfecto, si no, da la voz
de alarma. Además, los jóvenes se comprometen en la parte social del contrato a
dedicar dos o tres horas semanales a algún tipo de actividad.
Normalmente esas horas son
los talleres y las reuniones de planificación y coordinación que tenemos cada
15 días.
… ¿Hay algo que cambiar?
… Sí, por ejemplo, que los
jóvenes no se tengan que marchar a los 35 años. Para mí está siendo bastante
dramático tener que decirles a los chicos que se vayan, porque ninguno quiere
irse. También cambiaría el
servicio al edificio. (pg. 2)
Podemos retirar da leitura destes
aspetos de análise que a intergeracionalidade não deve ter baias estanques em
termos de gerações.
2.2. Da intergeracionalidade aos conjuntos habitacionais exclusivamente
para pessoas idosas
A visada adequação residencial e
urbana às pessoas mais idosas e fragilizadas é mais simples de resolver, pelo
menos aparentemente, através da promoção de conjuntos habitacionais a ocupar
exclusivamente por idosos, que têm surgido procurando substituir os antigos
“Lares” e “Casas de Saúde” por uma oferta tendencialmente muito mais
residencial do que de assistência institucional.
Assim aconteceu em Portugal através de
promoções realizadas por grupos financeiros ligados à banca e ao sector
hospitalar, desenvolvendo-se uma oferta com custos muito elevados e assim
também aconteceu em Espanha, tal
como aponta Fernando Barciela no artigo sugestivamente intitulado Ciudades
para la tercera edad, onde é possível identificar um conjunto de empresas
que têm trabalhado nesta área em Espanha e que é, em seguida, extensamente citado: [7]
(negrito nosso)
Las primeras
iniciativas llegaron de la mano de empresas asociadas a los grupos
residenciales, entre ellas inmobiliarias que vieron una oportunidad en el alto
envejecimiento de la población y en el rechazo de las personas mayores a perder
autonomía. Más
tarde llegaron las firmas especializadas del sector — Ballesol,
SARquavitae, Caser Residencial, Sanyres—, que construyeron edificios
y urbanizaciones para jubilados. SARquavitae, con tres de estos complejos, fue
pionera; abrió su primer centro en 2000 y tiene una ocupación en sus centros de
entre el 60% y el 70%. Sanyres, también con tres complejos, se lanzó al
segmento en 2002…
"Puedes hacer tu comida
o bajar al restaurante", explica Ramón Berra de Unamuno, director general
de Sanyres. "Entras y sales, recibes las visitas, es tu
casa. Es una gran diferencia con la residencia tradicional, en la que tienes
que aceptar una cierta disciplina horaria para que el centro sea manejable".
Eso sí, con una serie de servicios y atenciones sanitarias que mejoran la
calidad de vida (al eliminar, por ejemplo, la ansiedad ante posibles problemas
de salud).
Los
edificios combinan las ventajas de una vida independiente y las garantías de
asistencia médica y técnica
En Adorea, de
SARquavitae, ofrecen por el precio básico del apartamento un servicio de
asistencia médica y enfermería, acceso gratuito a Internet, pulsadores de
alarma en los apartamentos y el uso de las zonas comunes; restaurante,
salas de estar con TV, biblioteca y sala de prensa, gimnasio, sala de juegos…
Servicios como el aparcamiento, la limpieza, la consulta médica o la
fisioterapia y rehabilitación, hay que pagarlos aparte.
Las firmas del sector
alquilan estos apartamentos por semanas, meses o años a un
precio que, limitándose a lo básico, no es muy elevado. "En Madrid, el
alquiler y el paquete básico", apunta Berra, "asciende a unos 1.200
euros al mes. En León está sobre los 800"…
… Luego hay que añadir
a este precio los servicios más específicos, que se contratan solo en función
del uso. De ahí
que el promedio de precio total en el centro de Caser en La Moraleja (Madrid)
"esté sobre los 1.800 euros, lo que incluye atención médica 24 horas,
equipo de enfermería y el uso de las zonas comunes", apunta Valentín
García, director general de Caser Residencial, que añade que la luz y el
servicio de limpieza van aparte. Y aun cuando las compañías están publicitando
estos centros para personas a partir de los 50 o 55 años, lo habitual es que
los usuarios tengan edades más avanzadas. "En nuestros centros",
señala Berra, de Sanyres, "la media de edad está sobre los 83 o 84 años.
Se trata de gente que está bien físicamente".
Como era de esperar, en
muchos lugares de España están surgiendo este tipo de complejos al margen de la
oferta de las grandes empresas residenciales. Cooperativas de
mayores, pequeños grupos empresariales y hasta firmas inmobiliarias y de la
construcción han visto un nicho interesante. Uno de estos complejos es el
de Profuturo, en Valladolid: tres edificios con 127 apartamentos que se
autocalifica como uno de los más vanguardistas de España.
… También hay cooperativas
como Vitápolis, en Toledo,
Uma das formas encontradas para se
reduzirem e otimizarem os custos de funcionamento dos conjuntos residenciais
exclusivos para pessoas idosas é realizá-los na vizinhança muito próxima ou na
contiguidade de instituições dedicadas à habitação assistida para idosos; o
que, na prática, pode vir a anular parte do seu interesse em termos de ambiente
não institucional e a tornar muito difícil a sua escolha por pessoas que não
sejam idosas ou mesmo muito idosas, anulando-se, assim, o seu potencial
intergeracional, tal como refere Fernando Barciela no artigo que está a ser citado:
… con el fin de conseguir
precios más competitivos, instalando el centro junto a una residencia
tradicional pero con accesos diferentes. García, de Caser, reconoce que la
razón de que muchas empresas implanten el complejo al lado de la residencia
convencional es económica y de gestión. "Hacer un edificio en
otro lugar, con sus propios servicios sanitarios y de asistencia tendría un
precio prohibitivo".
É interessante salientar que neste
artigo, que está a ser referido, se identificam como fatores que reduzem a
vontade dos idosos mudarem de habitação a existência de cuidados pessoais
domiciliares e o desenvolvimento dos meios tecnológicos de apoio e comunicação
na habitação; aspetos que, mais uma vez , apontam para a “divisão das águas” no
que se refere à habitação amiga dos idosos entre soluções intergeracionais
plenamente residenciais e vitalizadamente urbanas onde sejam perfeitamente
possíveis e até facilitados cuidados pessoais domiciliares com variadas
naturezas (estruturação passiva e instalações prévias dos fogos), e soluções
para-hospitalares muito dirigidaspara pessoas sem autonomia ou muito
condicionadas.
2.3. A intergeracionalidade como um serviço prestado em troca de habitação
Esta mesma estratégia de
intergeracionalidade desenvolvida como um serviço diversificado e bem definido
que os habitantes mais novos prestam aos habitantes mais idosos e fragilizados
de uma dada vizinhança de proximidade, que é, sem dúvida, uma das dimensões da
mesma intergeracionalidade residencial, e que inclusivamente poderá ser
integrada no âmbito de uma intergeracionalidade relativamente natural entre
diversas gerações nessa vizinhança, é aplicada nos Países Baixos, tal como
aponta Carey Reed no seu artigo intitulado
Dutch retirement home offers rent-free housing to students, que é em seguida citado e comentado:
[8]
Neste caso e tal como é referido no
artigo, seis estudantes universitários
de escolas próximas são vizinhos de edifício de cerca de 160 pessoas idosas,
tendo contratualizado atividades de convívio e companhia a estes idosos no
mínimo 30 horas/mês, atuando
como “bons vizinhos”, e, em
troca, habitam pequenos apartamentos sem pagar renda, sendo que a única regra para os
estudantes é não perturbarem os idosos – caso da
“habitação assistida para aposentados” (“nursing home”) em Deventer, que
integra a organização Humanitas; mas atenção que os jovens estudantes não são
“cuidadores”, quando muito serão “visitantes”.
E citam-se algumas interessantes
considerações do referido artigo de Carey Reed:
Humanitas head Gea Sijpkes
said in an email to PBS NewsHour.
Officials at the nursing home say students do a variety of activities with the older residents, including watching
sports, celebrating birthdays and, perhaps most importantly, offering company when
seniors fall ill, which helps stave off feelings of disconnectedness.
Both social isolation and
loneliness in older men and women are associated with increased mortality,
according to a 2012 report by the National Academy of Sciences of the United
States of America. “The students bring the
outside world in, there is lots of warmth in the contact.”
… Similar intergenerational programs exist in Lyons, France and Cleveland,
Ohio, according to the International Association of Homes and Services for the
Ageing. One program that began in Barcelona, Spain in the late 1990s has been
replicated in more than 20 cities throughout the country. (pg. 2)
Numa mesma perspetiva de
intergeracionalidade residencial prestada como um serviço poderemos considerar
as tarefas de convívio e apoio formativo que os idosos podem prestar a crianças
pequenas, por exemplo, no âmbito de uma intervenção urbana funcionalmente
mista, que integre diversas valências, entre as quais habitação amiga de idosos
e equipamentos de apoio à infância, tal como acontece já em alguns casos,
designadamente no Reino Unido e no Japão, país este que se debate com uma das
maiores taxas de envelhecimento residencial a nível mundial.
Ainda numa perspetiva de
intergeracionalidade prestada um pouco como um serviço e também pelos
habitantes mais idosos, salienta-se, ainda, a conjugação de intervenções de
habitação amiga dos mais idosos em granes equipamentos urbanos centrais, que,
desta forma, ganham uma vida mais intensa, etariamente diversificada e
continuada (ex., conjunto de habitação para idosos integrado num novo grande
mercado de Barcelona).
E julga-se que qualquer uma destas
opções tem muito a explorar, positivamente, para os idosos que nelas participam
e para os respetivos bairros e cidades.
Desta forma chegamos ao que
parece ser mais um dos “mandamentos” da
intergeracionalidade que, ou é
o mais possível natural, mimetizando a mistura geracional que devemos ou
deveríamos encontrar nas nossas vizinhanças e nos nossos edifícios, ou, quando
se refere a uma qualquer “troca” ou compensação por determinados serviços ou
ações, realizados aos idosos ou pelos idosos, deve resultar num ganho mútuo de
todos os envolvidos, tal como se defende no Programa de Alojamiento Alternativo: Convivencia
Intergeracional y Ayuda Mutua, desenvolvido por diversos autores da Universidad de
Deusto, Bilbao, Bizkaia e de um amplo conjunto de outras entidades (abaixo
apontadas): [9]
Principio de mutualidad. No
concebir el programa de cohabitación ni los programas intergeneracionales como
iniciativas en las que una parte ofrece un servicio de proveedor y otra de receptor
sino como un ejercicio de ganar-ganar donde opera el principio de mutualidad y
donde ambas partes reconocen su contribución y su responsabilidad ante la otra
parte.
Programa este - Programa de
Alojamiento Alternativo: Convivencia Intergeracional y Ayuda Mutua - onde
se identificam dois outros importantes aspectos que devem ser garantidos em
qualquer intervenção intergeracional; relativos ao seu adequado acompanhamento e aos cuidados a
ter com os participantes:
Integración de otras personas
en los procesos de seguimiento. Es muy importante poder
integrar a otras personas en los procesos de seguimiento y control como pueden
ser, … las propias familias de las personas mayores o de las y los estudiantes
para poder identificar posibles riesgos en la cohabitación.
Atención a los riesgos
para las personas participantes. Un programa de convivencia
intergeneracional puede suponer unos riesgos para las personas participantes
que los equipos promotores de la iniciativa y coordinación deben conocer y
atender. En el proceso de evaluación y adaptación se ha de asegurar que las
personas participantes puedan identificar estos riesgos y poder tomar
decisiones adecuadas en cada caso.
Refere-se ainda que a Universidad de
Deusto promove este programa, na prática, no âmbito dos seus próprios alunos e
no fomento de um conjunto amplo de valores de respeito, reciprocidade e
solidariedade, considerados essenciais para a vida universitária, e apoiando um
amplo conjunto de pessoas e agregados familiares fragilizados em termos de
“coabitação” e no respeito dos princípios da rede Homeshare International.
Temos então, aqui, a
intergeracionalidade aplicada em termos de coabitação.
3.
Misturas sociais e funcionais no habitar
3.1. Sobre alguns aspetos a ter em conta a partir do uso atual dos
apartamentos
A referência específica, ainda que
muito sintetizada, a esta matéria do uso atual específico dos apartamentos e,
cumulativamente, de apartamentos integrados em grande condomínios verticais da
grande São Paulo, neste estudo sobre intergeracionalidade e habitação amiga dos
idosos e fragilizados, justifica-se pois considera-se que de certa forma estes
grandes condomínios verticais configuram uma espécie de edifício de habitação
“coletiva”, um pouco aproximada do que se visa, no presente estudo, com os
conjuntos residenciais intergeracionais com espaços e serviços comuns (PHAI3C),
isto considerando a grande variedade de espaços e equipamentos comuns existente
em muitos desses condomínios de São Paulo, variedade essa que, de certa forma,
tenta até, por vezes, compensar a relativa exiguidade de alguns apartamentos.
Neste sentido iremos procurar registar
e comentar, a propósito deste relativo paralelismo com o PHAI3C, alguns aspetos
constantes na excelente tese de mestrado da Prof. Arq.ª Simone Barbosa Villa intitulada Apartamento
metropolitano habitações e modos de vida na cidade de São Paulo. [10]
Já aqui se sublinhou diversas vezes
que somos cada vez mais os que vivemos sozinhos e, por vezes até sozinhos em
diversas habitações, o que levaria a colocar mais uma vez em causa os incríveis
números de habitações ditas vazias em Portugal; mas adiante e centrando-nos em
alguns dos interessantes resultados do referido estudo de Simone Villa:
Nos países
ocidentalizados, morar só parece estar sendo a opção de uma parcela crescente
da população: 25% dos ingleses, 30% dos suíços, mais de 30% dos alemães e dos
suecos, na segunda metade de 1980, já na França, os 20,3% de pessoas sós em
1968 são 26,7 em 1989, em Paris de 1982, quase metade dos domicílios são habitados por uma só
pessoa. (pg. 168)
… O crescimento recente do número de famílias
monoparentais é atribuído,
principalmente, aos divórcios e às rupturas de uniões livres, em número menor,
aos casos de viuvez, e ao crescente número de mães solteiras, … (pg. 168)
… Outra variação desta tendência de distanciamento do
modelo convencional de família são os DINKs – Double Income No Kids (duplo
rendimento, sem filhos), que se aproximam do modelo “pessoas sós” , baseiam-se no desejo de levar uma vida confortável,
garantida pela remuneração de ambos os componentes, mantendo a liberdade e a
sensação de uma vida de solteiro… (pg. 171)
Muitos de nós vivem sozinhos mas
sempre e cada vez mais com vontade de viver desafogadamente em espaços
diversificados e bem apropriados, tal como refere Simone Villa no estudo que
está a ser referido:
Uma diferenciação ocorreu nos apartamentos de
um dormitório, que passaram a ser dotados, ao longo dos anos 1980, de uma
sofisticação visando descaracterizar sua
habitual imagem de moradia para pobres.
… A maioria destes empreendimentos oferecia a seus
moradores uma variada gama de
serviços e entretenimentos, (pg. 177)
Isto parece ter muito a ver na prática
com o PHAI: um bom quarto, uma excelente sala, uma “casa de banho” com janela e
potencialmente com banheira sob a janela e uma grande cozinha que poderá ser um
misto de espaço convivial e gastronómico; e uma sub zona da sala repartível e
que pode ser escritório e/ou pequeno espaço de “quarto” de recurso; e uma
varanda/balcão de estar razoável; tudo isto pode ser muito importante na
configuração de um mundo doméstico que não sendo espacialmente muito amplo
acaba por ser espacialmente muito rico; até porque, suplementarmente, estão, “ali”,
logo para lá da porta, uma série de excelentes espaços e serviços comuns. E
julga-se que desta forma se entende o relativo paralelismo que aqui se
pretendeu estabelecer entre as habitações do PHAI3C e alguns apartamentos de
São Paulo.
Num processo que acabou por
proporcionar descidas de áreas nos apartamentos (multiplicadas pelo respetivo
número de unidades), com a muito relativa compensação em espaços comuns que,
provavelmente, terão usos pouco intensos, tal como é interessantementeregistado
no estudo de Simone Villa que está a ser referido:
Para compensar as perdas de área das unidades,
verificamos que, a partir dos anos 1970, os empreendimentos, principalmente de
alto luxo, iniciam um processo que se desenvolve com toda a força nos dias
atuais, de valorização da
esfera coletiva dos edifícios de apartamentos, caracterizado pelo surgimento de
equipamentos de uso coletivo.
… Piscina com deck, sauna e salão de jogos (snooker),
sala de repouso, salão de ginástica equipado, salão de recepção decorado, bar,
quadra de esportes, lavanderia, seriam, entre outros, os atrativos (pg. 178)
Segundo Tramontano, “em 1975, surgiu o primeiro
edifício de flats de São Paulo, trombeteado por campanhas publicitárias que
desafiavam o público a conhecer o ‘jeito moderno de morar’ e vendiam o
apart-hotel como ‘casa do futuro’, lembra a jornalista Maria Edicy Moreira”.274
Entretanto foi nas décadas seguintes que esta modalidade habitacional teve
maior repercussão, consolidando-se como mais uma opção verticalizada de morar. Com área útil média de 30m², os flats
representam uma mistura de habitação e hotel, oferecendo aos moradores, ou locatários, a condição
de possuir um espaço individualizado e privado, servido por facilidades de um
hotel, além de representar uma
forma de investimento e renda…Outro segmento do mercado foram os flats que
tinham como público alvo profissionais liberais em início de carreira, que não
possuíam condições financeiras para montar seu próprio escritório. Tais
apartamentos foram dotados de serviços como fax, computadores com acesso à
internet, atendimento, salas de reunião, secretárias em pool, office-boy, etc.
Atualmente, entre moradores permanentes e
hóspedes, encontram-se desde executivos de passagem até idosos solitários,
casais jovens sem filhos, solteiros começando a vida, descasados recomeçando, e
até famílias formadas por pai, mãe e
filhos. (pg. 182)
Um verdadeiro espaço
intergeracional, comenta-se!
E os espaços e serviços de uso comum
foram-se diversificando e enriquecendo, ao longo dos anos, com todo um leque de
potenciais atividades, apontadas por Simone Villa no estudo que estamos a
referir:
Entre eles estão o lounge – descrito em alguns panfletos como um espaço para
receber pessoas, trocar informações, ver e ser visto –, o espaço gourmet – local dotado de cozinha, sala de jantar e
equipamentos destinados a reuniões gastronômicas dos moradores e seus
convidados –, o space grill – local próprio para se grelhar alimentos,
diretamente ligado ao espaço gourmet, entretanto, com sistemas talvez mais
eficientes de exaustão. (pg. 196)
Enquanto no próprio espaço do fogo
novos conceitos foram surgindo, por vezes muito associados a novos e elaborados
serviços comuns, desenvolvidos, provavelmente, na senda dos conceitos do tipo
“boutique”, “charme”, etc., e associados a variados tipos de estadias; o que
acaba por ser positivo e com potencial inspirador, se retirarmos os aspetos de
marketing e atentarmos nas influências produzidas numa “arejada” diversificação
espacial e funcional dos respetivos fogos; gerando-se, por vezes, soluções tão
espacialmente condensadas como multilateralmente relacionadas e proporcionando
uma adequada adaptabilidade num mosaico de microespaços, tratados, por vezes,
com grande sensibilidade, mas outras vezes negativamente dimensionados e
excessivamente sobrepostos em termos de usos e apropriações; novidades estas
bem salientadas por Simone Villa no estudo que está a ser referido:
Os novos equipamentos sugerem o suprimento de algumas
demandas típicas da metrópole contemporânea. Uma delas pode estar associada à importância que o uso do tempo passa a ter na
vida das pessoas, daí a crescente oferta de empreendimentos dotados de serviços
típicos de hotelaria, como o long stay, um tipo de flat, destinado a grupos
familiares pequenos,
normalmente composto por dois ou três dormitórios. No caso dos apartamentos
convencionais, também tem sido notado o aumento da quantidade de serviços oferecidos
pelo condomínio, desde serviços domésticos,
como lavar, passar e cozinhar, até atividades externas como pequenas compras e
pagamentos.
Há casos em que esses serviços se estendem à
vigilância dos filhos, à disposição de motorista, personal trainer, massagista
e entertainer. (pg. 197)
Finalmente, nesta extensa, mas
julga-se bem merecida, útil e muito dirigida referência ao excelente estudo de
Simone Barbosa Villa [11],
sobre a evolução recente do apartamento metropolitano em São Paulo, retiramos
um aspeto que se julga muito interessante para o desenvolvimento do PHAI3C que
é o aprofundamento das
condições de privacidade e apropriação individual que tem marcado mais recentemente aquela evolução;
condição esta de grande intimidade e identidade que se julga deve ser marcante
nas habitações que integram um conjunto intergeracional com espaços e serviços
comuns, proporcionando-se um nível de intimidade e de proteção da
individualidade extremamente apurado e que irá, assim, tender a equilibrar as
próximas condições de interação social nos respetivos espaços comuns:
… outra tendência clara nos últimos anos, a do
incremento da privacidade dentro do espaço doméstico, principalmente burguês.
Cada indivíduo possui, via de regra, um espaço de isolamento dentro do
apartamento. (pg. 200)
3.2. Apartamentos com serviços domésticos coletivos (a propósito do caso
histórico de Nova Iorque)
Sobre a história da
intergeracionalidade apoiada por espaços e serviços comuns registam-se e
comentam-se, em seguida, alguns aspetos da excelente tese de doutoramento de Anna Puigjaner, significativamente intitulada
El Waldorf Astoria Apartamentos con Servicios Domésticos Colectivos en Nueva
York 1871–1929, que muito
se recomenda.[12]
Afinal a história parece fazer,
sempre, grandes ciclos, e de certa forma parte das ideias presentes no
desenvolvimento de uma habitação intergeracional participada e apoiada por
espaços e serviços comuns surgiram perto do final do Século XIX nos EUA e aí
proliferaram de forma muito expressiva, mas assim como surgiram acabaram por
desaparecer quando da grande crise financeira cerca de 1930.
Considerando-se esta temática de
especial interesse iremos apontar,
em seguida, de forma bastante extensa, porque se julga muito oportuna, alguns
aspetos do referido estudo de Anna Puigjaner, intitulado El Waldorf Astoria
Apartamentos con Servicios Domésticos Colectivos en Nueva York 1871–1929, que
queremos salientar tendo em conta os evidentes paralelismos com o PHAI3C, numa
espécie de listagem de conceitos práticos e quase sem comentários nossos: (negrito nosso)
(Em seguida a esta longa, porque
importante, listagem, juntamos uma síntese de nossas considerações que julgamos
mais oportunas)
El presente texto es el
resultado de una investigación acerca de una tipología de edificio
de viviendas sin cocina dotada con servicios domésticos colectivos que apareció
en Nueva York a finales del siglo XIX. (pg. 19)
… el
edificio había sido algo más que una residencia. Formaba parte de la cultura de la ciudad: “The hotel has held a
place in the lives of many people who regarded it as something more than a mere
lodging.” … (pg.
19)
Por ejemplo, el
Hotel Plaza abrió en 1907 con sus habitaciones ocupadas mayoritariamente por
residentes estables. Todas sus habitaciones disponían de tres accesos: uno de
ellos conectaba la habitación con el pasillo colectivo, mientras las otras dos
puertas conectaban las habitaciones contiguas, permitiendo de ese modo formar
apartamentos cuya composición dependía de la demanda.
Cuando el hotel abrió sus puertas, el periódico New York Times publicó un
diagrama del edificio revelando sus residentes, entre los que se encontraban
destacadas personalidades de la sociedad neoyorquina como George J. Gould,
Alfred G. Vanderbilt, u Oliver Harriman. (pg. 23)
Años antes de la
construcción del hotel Waldorf Astoria, existían aproximadamente 54.931 hoteles
en todo el país…, y gran parte de estos albergaban a residentes
permanentes. Por aquel entonces el hotel se había establecido
como una tipología residencial más, hasta
tal punto que en medio del proceso de experimentación de nuevas
tipologías arquitectónicas de finales del s. XIX y principios de XX, surgieron
diversos ejemplos de edificios de vivienda que, influidos por esta tradición de
vivir en los hoteles, disponían de servicios domésticos colectivos. Estas
tipologías, a medio camino entre el edificio de apartamentos y el hotel,
empezaron a surgir después de la Guerra Civil (1860–65) y fueron evolucionando
sustancialmente hasta finales de la década de 1920 (pg. 23)
Para algunos, la vida
en el apartment hotel suponía por tanto una alternativa que tenía más que ver
con el confort que con el ahorro económico, especialmente en el caso de
familias con un nivel adquisitivo alto que simplemente buscaban dejar atrás las
preocupaciones y molestias que conllevaba la gestión de una casa. (pg. 50)
… las
viviendas en los apartment hotel, comprendiendo desde aquellas que disponían de
un salón, una habitación y un baño, hasta viviendas de grandes dimensiones con
múltiples estancias. (pg. 50)
A excepción de la
falta de la cocina y otras estancias de servicio, las viviendas seguían una distribución
muy similar a la de las viviendas unifamiliares existentes (pg.
52)
El Grosvenor fue
también el primero en abrir al público sus servicios comunes, la cocina y los
comedores. Su
restaurante no únicamente servía a los residentes sino que también estaba
abierto al público (pg. 54)
De nuevo volvía el debate. Si
por un lado los posibles beneficios económicos eran valorados positivamente,
por otro se consideraba que la pérdida de intimidad respecto al interior del
edificio y el hecho de que se asemejase más a un establecimiento hotelero, lo
teñían de connotaciones negativas de cara a algunos usuarios. (pg. 55)
Durante estos primeros
años, otra de las propuestas que surgió con el objetivo de abaratar la
vivienda, fue el sistema multipropiedad para los edificios de apartamentos,
comúnmente denominados apartamentos cooperativos (cooperative apartments).
El elevado precio de
los alquileres llevó a Philip G. Hubert93 a proponer el sistema de
multipropiedad, en el que, por primera vez, los futuros residentes se
organizaban para construir su propio edificio de viviendas, reduciéndose así
los costes… (pg.
57)
Los Hubert Home Clubs
estaban dirigidos a la clase adinerada. De hecho Hubert podía
suponer perfectamente que la gente con ingresos limitados jamás podría correr
el riesgo de una inversión de esas características. Aún
así, el sistema de copropiedad permitía reducir notablemente los costes de la
vivienda y los hacía asequibles para una creciente clase media, lo
que garantizó que el sistema disfrutara de cierto éxito y proliferara
notablemente durante la década de 1880. (pg. 58)
Se consideraba más
conveniente compartir el edificio con vecinos que tuvieran el mismo estatus
social e incluso los mismos intereses (pg. 60)
Los promotores
escogían la localización, el tipo de acabados, la renta, la organización
interior y todo tipo de pormenores en función del público al que querían
dirigirse. (pg.
60)
Entre los distintos tipos
habitacionales que surgieron, quizás los casos más ejemplares de esta tendencia
a la especialización son los edificios de viviendas dirigidos
exclusivamente a solteros.
En 1870 había 125.000
solteros en Manhattan una proporción bastante « considerable si tenemos en
cuenta que la población total de la isla era, en esa fecha, de 940.000
ciudadanos, a lo que había que añadir que formaban un grupo social muy activo, además
de ser unos de los principales consumidores de todo tipo de ocio,… (pg.
60)
Este tipo de
domesticidad, basada en una cocina compuesta por unos mínimos elementos y, en
cierto modo, precaria, acabó denominándose popularmente “Light housekeeping”,
término que comprendía también el régimen “hotelero”, mucho más amplio y
flexible en la medida que, aparte de disponer kitchenettes en los apartamentos,
mantenía el servicio de restaurante y otros servicios domésticos colectivos,
proponiendo un modus vivendi que combinaba la libertad de prescindir de las
ocupaciones domésticas y a la vez mantenía la opción de poder disfrutar de
ellas a conveniencia. (pg.
252)
Seguem-se os nossos comentários
de trabalho ao referido e importante estudo de Anna Puigjaner (tese
dout., dir. Xavier Monteys), intitulado El Waldorf Astoria Apartamentos con
Servicios Domésticos Colectivos en Nueva York 1871–1929, que muito se recomenda; sendo estes
comentários realizados a propósito de uma análise das soluções habitacionais
com serviços que foram atrás sintetizadas mediante citações ao referido estudo:
. É sempre um “fogo” sem cozinha, mas com um ou dois quartos
e uma sala/parlor, mais uma casa de banho com banheira; interessante a
separação forte da cozinha, que pode influenciar um espaço com kitchenette
apenas e eventualmente embutida.
. No rc: grande hall, grande sala jantar, “café” e gabinetes
médicos com acessos independentes.
. Há sequências alternativas (com acesso ao corredor comum)
com q, s, q, s, q, s, entremeadas de casas de banho, prmitindo portanto uma
alocação adaptável de espaços.
. O “café” no piso térreo pode ser uma sequência de espaços
muito apropriáveis por pequenos grupos conviviais.
. Entre quarto e estar pode haver uma grande porta de correr.
. Antes, havia pequeno quarto de criada de apoio ao quarto
principal e depois a saleta; hoje podemos voltar a faze-lo sendo o pequeno
quarto para estudio e/ou visitas .
. Restaurante pode ter espaço mais pequeno multifuncional e
café pode ter um espaço pequeno do tipo bar.
. Uma unidade residencial pode dar duas, seja em escolha inicial,
seja em escolha posterior.
. Há unidades T1 com pequenas kitchenettes de canto abertas
para a sala mas com recanto e mesa, junto da porta de entrada.
. Já então as extremidades eram usadas para tipologias
maiores.
. E pode haver kitchenete com despensa anexa para vinhos etc.
Todo este universo de edifícios
residenciais com apartamentos sem cozinhas e com espaços e serviços comuns
entrou em colapso com a crise financeira dos anos de 1930, tendo sido
convertidos, quase na globalidade, em apartamentos sem serviços coletivos.
Salienta ainda Anna Puigjaner,
no estudo que está a ser referido [13]
, que os poucos “hotéis de apartamentos” que sobreviveram a essa crise
financeira, o deveram aos seus residentes permanentes e, imagine-se, a fortes
ocupações temporárias ligadas a grandes eventos citadinos.
Um aspeto muito interessante também
apontado nas conclusões deste estudo de Anna Puigjaner é a influência que a ausência ou
menorização da importância da cozinha privativa teve, tanto na criação de uma forte
dependência entre o espaço doméstico e o espaço urbano próximo, como na
profissionalização das atividades domésticas.
3.3. Mistura social e intergeracional
Sobre a importância de uma mistura
social e intergeracional regista-se, muito pontualmente, o interessante trabalho do centro de estudos Récipro-Cité, intitulado Mixité
sociale et mixité intergénérationnelle . [14]
Trata-se de um estudo que abre portas
de investigação e que se situa no sempre recorrente e, infelizmente, sempre
muito pouco aprofundado estudo das relações diretas e indiretas, mas concretas,
entre espaços físicos e comportamentos humanos e sociais; sublinhando-se algo muito
importante que se refere às bem possíveis e nefastas influências de uma má
conceção arquitetónica de soluções residenciais marcadas pela forte proximidade
entre habitantes e com habitantes cujos comportamentos são muito diversificados
devido a serem de grupos etários e socioculturais distintos, tal como se salienta no estudo
referido: (negrito nosso)
La proximité spatiale n’est
pas gage de lien social, d’une baisse de l’exclusion, des inégalités, du
conflit, des préjugés et des discriminations, de la ghettoïsation. Au
contraire, mal mise en œuvre, elle peut même les renforcer et
finalement favoriser les attitudes de fermeture et de rejet.
… Facette longtemps
oubliée de la mixité sociale, la mixité générationnelle revient
sur le devant de la scène publique du fait du vieillissement en cours et à
venir de la
population française. De façon très complémentaire à la mixité
sociale, la diversité des générations est une richesse, et le
terreau sur lequel Récipro-Cité se base pour créer de la mixité
intergénérationnelle : créer du lien entre les générations sur un même
territoire (que ce territoire soit une commune rurale, un quartier de banlieue,
un immeuble ou un lotissement pavillonnaire…).
3.4. Usos mistos e integeracionalidade
A já anotada e importante relação, com
vantagens mútuas, entre soluções intergeracionais e funcionalmente mistas tem
sido apontado em frequentes estudos prático-teóricos, tal como é apontado no
trabalho do Senior
Housing News Resource Center, intitulado Strategies for Mixed-Use Development
in Senior Living, que em
seguida é citado e sumariamente comentado. [15]
A ideia básica sublinhada no documento
referido é que não devemos “encaixotar” os idosos em soluções de alojamento
essencialmente funcionais e estandardizadas e neste sentido há que promover
soluções residenciais duplamente mistas, quer em termos geracionais – portanto
intergeracionalmente dinamizadas -, quer em termos de funções residenciais e
urbanas integradas e mutuamente dinamizadas nessas soluções; isto porque, tal
como é registado no documento, “mais do que nunca anteriormente, os atuais
idosos procuram modelos residenciais inovadores para viverem os seus anos
dourados”; vivendo-os na cidade e em exteriores agradáveis, tal como é
sublinhado no referido estudo do Senior Housing News Resource Center: (negrito nosso)
They want walkable
access to retail, health care and entertainment. They want a connection to the outdoors and an intergenerational community.
They want to be near loved ones and
remain in or near the region they’ve always called home.
O enfoque que aqui se faz numa inovação
residencial que atraia os “recentes idosos” e mesmo, dizemos nós, os “jovens
idosos”, numa mistura etária que ajuda já muito ao referido objetivo de
vivência local intergeracional, corresponde de certa forma a uma vontade de se
ser positivamente surpreendido com um estimulante, diversificado e muito
adequado quadro residencial e urbano, exatamente, quando vamos ter tempo e
disposição para o gozar intensamente; e desta forma iremos conseguir optar pela
mudança residencial mesmo quando idosos; e uma mudança residencial também
funcionalmente inovadora e diversificada, tal como é sugerido no referido
estudo do Senior Housing News Resource Center:
Along with the
traditional retail and restaurants, developers are getting creative, tying
senior living to other property types, including hospitals, pharmacies, hotels,
preschools and libraries …
E atente-se, caso a caso, no interesse
que têm estas diversas possíveis variantes, funcionalmente mistas, de soluções
residenciais também etariamente mistas (intergeracionais).
O estudo que está a ser
referido aponta três interessantes caminhos da mistura ou mixagem funcional
integrando habitações para os mais idosos: um caminho verticalizado; um outro caminho
horizontalizado e volumetricamente marcado; e um terceiro mais ao nível do
ordenamento urbano – tal como se desenvolve em seguida através de citações do
mesmo estudo do Senior Housing News Resource Center:
The first is
“vertical mixed-use.” This is perhaps the most
traditional and what most people think of when they think of “mixed-use” — a
single structure, often a tower, with retail or dining on the ground floor. The
residential areas are above that, with a mix of care levels. These single
structures often come with below-ground parking, and are often located in city
centers, such as Chicago, Manhattan and Mexico City.
The second is
“horizontal mixed-use.” These are mall like sites with
multiple plots run by multiple operators, including an area for senior living.
These sites take the benefits of walkability and accessible shopping and build
out, rather than up.
The third are
master planned communities that situate senior living within vast acreage
designed to create an inclusive living experience…
Numa idêntica perspetiva e citando
agora um interessante artigo publicado pela BBC Scotland e em parte baseado em
textos de Stephen Burke, intitulado
The unexpected benefits of bringing care homes and nurseries together , registam-se algumas referências à
importância da convivência entre idosos e crianças, para ambos os grupos
etários, e a uma questão que, inacreditavelmente, até parece que tem vindo a
ser, quem sabe, talvez, oportunisticamente ignorada, que se refere aos críticos aspetos de segregação
etária – ou de uma caraterização funcional etária criticamente unidirecional –,
que marcam a nossa sociedade atual e que, evidentemente, afetam gravemente os
mais idosos, fragilizados e com menos “voz ativa”: [16]
For twenty years, Judith
Ish-Horowicz took children from her south London nursery school to visit the
elderly residents of a care home. Intergenerational activity is now at the
heart of the Nightingale House. ‘For children, it's
about their early learning, we see children growing socially and their language
developing.’
Why is the UK so age
segregated? ‘A lot of our activities are very segregated by
age,
whether it's care home and nurseries or the type of housing we live in.’ ‘A lot of our communities are very segregated by age, simply down to the
housing.’
‘And a lot of our social activities are very focused on one way age;
increasingly pubs are much more age segregated than they used to be.’
4.
Habitação intergeracional: soluções e tipologias
4.1. Intergeracionalidade e
habitação cooperativa
Uma hipótese interessante e que parece
ser socialmente sustentável é a aliança entre intergeracionalidade e promoção
habitacional cooperativa, pois para além de todo um conjunto de outros aspetos
de oportunidade, ambas as iniciativas têm um fundo comum de solidariedade,
convivialidade e mesmo ajuda mútua.
Assim indicam os responsáveis pela Intergenerational Living
Auckland no
seu artigo que é significativamente intitulado Intergenerational Living -
Co-housing for all age groups a better living solution.[17]
E arrancam com uma definição de
“vivência intergeracional” em que se sublinha a exploração de novas opções
habitacionais e vivenciais, por parte de pessoas com mais de 50 e 60 anos, no
sentido de “encontrarem uma «terceira via» que evitasse as desvantagens de
viverem sozinhas em habitações independentes ou viverem apenas e exclusivamente
entre outros idosos numa aldeia para aposentados”.
Considera-se esta uma excelente
definição de intergeracionalidade aplicada aos mais idosos.
No mesmo folheto de apresentação da Intergenerational
Living Auckland aponta-se um muito interessante conjunto de benefícios
sociais que resultam de uma vivência intergeracional e que são, em seguida,
citados: (negrito nosso)
. Seniors remain integrated into society and are able to continue
to contribute in meaningful ways. By maintaining independence and their own
decision-making, seniors enjoy improved physical and mental health. Loneliness
is prevented.
. Families can draw on different generations for child support.
. People without relatives living in the same city or country can draw on
the support of surrogate grandparents, aunts, uncles
etc.
. The children of solo parents or one-child families can benefit from a
wider sense of family.
. The willingness to co-operate means that people choose
to live alongside those who share the values of caring, support and respect for
others.
. An alternative model of living is demonstrated,
which benefits the wider society by encouraging others into different options.
. Government agencies save costs in social spending.
4.2. Habitação para os mais jovens num quadro intergeracional
Repensar a intergeracionalidade
residencial tem de ser (re)pensar também a habitação para os mais jovens e não
só os aspetos residenciais mais amigos dos idosos e mesmo do envelhecimento
humano, por isso aqui se faz uma referência e, apenas uma referência, a essa
outra matéria de investigação, de forma quase simbólica e utilizando/comentando,
brevemente, algumas palavras e excelentes ideias ligadas a um “atelier”
promovido pelo excelente Plan Urbanisme Construction Architecture (PUCA), intitulado
Atelier Modes de vie et logements des jeunes: [18]
A ideia do referido “atelier” foi
“repensar a conceção habitacional para melhor responder aos desafios da nossa
sociedade.” (pg. 4)
Uma matéria recorrente nestas
problemáticas habitacionais, em geral, e especificamente quando se abordam
tipologias potencialmente mais informais, funcionais e globalmente
minimalistas, como são habitualmente qualificadas as habitações dedicadas aos
habitantes, é, naturalmente, a questão dimensional e muito e, negativamente,
dirigida para as áreas mínimas.
Esquecendo-nos, frequentemente, que um
pouco mais de área criteriosa e qualificadamente integrada nos “pontos” mais
estratégicos (exemplos: uma circulação mais folgada e que permite introduzir
mobiliário, uma zona de preparação de refeições mais polivalente no sentido de
aceitar uma pequena mesa escamoteável, uma pequena varanda que dá para estar
sentado), faz incrementar “exponencialmente” o que podemos considerar como o
“capital de habitabilidade” do respetivo estúdio ou apartamento, com as
consequências diretas na respetiva satisfação dos residentes e na direta
adaptabilidade a diversas necessidades e gostos vivenciais, que se efetivam num
melhor habitar desses espaços e numa melhor atitude para com os espaços comuns
contíguos e próximos – e provavelmente esse “suplemento de alma” em termos de
desafogo espacial é, até, feito, à custa de metros quadrados sem instalações especiais
(é só um pouco mais de “espaciosidade cega”, poderemos dizer); e assim podemos
sublinhar que não se devem aplicar “tamanhos críticos” (designação retirada do
estudo do PUCA que está a ser referido).
Para além de uma espaciosidade bem
distinta dos mínimos de áreas e dimensionais a habitação para os mais jovens
não deve ficar refém de tipologias únicas, grandes consumidoras de instalações
e que tendem a obrigar a exposições solares negativas e à multiplicação de
soluções monorientadas e sem ventilação cruzada; e aliás ao integrar-se em
soluções intergeracionais as habitações para os mais jovens deixam de ter de ser sistematicamente as mais pequenas,
pois pode haver, por exemplo, outros moradores que as prefiram; sendo que tudo
o que se possa aproximar de um processo de uniformização na atribuição
tipológica será de evitar pois tem conotações institucionais diretas; tal como
é salientado no referido estudo, intitulado Atelier Modes de vie et
logements des jeunes: (negrito nosso)
… des typologies
plus larges peuvent permettre des réalisations plus polyvalentes, dont
l’utilité serait plus pérenne. Le second, que le T1, considéré
généralement comme la cellule standard d’un logement pour jeunes, pose divers
problèmes, en particulier au niveau environnemental: par la multiplication des
équipements consommateurs d’énergie, mais aussi parce que la multiplication de
petites unités d’habitation complexifie forcément la recherche, pour chacune
d’entre elles, d’un optimum en termes d’exposition, de chauffage et de
ventilation. (pg. 7)
… En ce qui concerne la
typologie des logements, parce qu’une plus grande diversité au sein d’un même
bâtiment permettrait à la fois d’assurer une meilleure réponse (un étudiant en alternance est
plus dans une logique hôtelière qu’un doctorant étranger qui n’a pas les
ressources pour rentrer souvent dans sa famille, et dans son pays), mais aussi une plus
grande perméabilité avec d’éventuelles occupations ultérieures (on peut en effet se demander
si un ensemble de logements étudiants a forcément vocation à le demeurer sur
l’ensemble de son cycle de vie), ou même simultanées : en ce sens, on peut penser
qu’une trop grande spécialisation des logements nuit au développement de la
mixité. (pg. 7)
Se deverão existir soluções de
apartamentos compartilhados integrados num amplo quadro residencial
intergeracional, julga-se ela ser globalmente positiva, porque poderá
contribuir para uma ainda mais forte miscigenação etária e social, desde que
essa partilha de apartamentos seja especificamente
dirigida para faixas etárias muito jovens (ex., universitários) e com reduzida
capacidade financeira; em outras situações não se recomenda a integração de
soluções de partilha de fogos integradas em quadros intergeracionais pois ela
será muito provavelmente crítica, quer no caso da partilha de fogos ser feita
por adultos, em situações que no limite poderão associar-se a casos de
sobreocupação, quer quando a partilha é feita por idosos e neste caso
tendencialmente associados a situações de grande dependência – julga-se que
estes dois últimos casos de partilha habitacional obrigarão a um quadro de
gestão comum bastante rígido e não compaginável com o ambiente naturalmente
residencial e intergeracional que se pretende criar.
Um outro aspeto em que a prática da
partilha habitacional e os seus ensinamentos, designadamente, em termos de
zonas de transição e relação, têm grande interesse é na relativa transposição
dos seus principais aspetos de harmonização entre os diversos quadros de
privacidade e de “comunidade”, que se passam ao nível/escala de um apartamento
habitado por pessoas potencialmente estranhas, entre si:
- quer para uma conceção habitacional geral
que seja especialmente habilitadora dos “mundos” privados de cada habitante, das suas identidades e formas de
apropriação – ensinamentos estes sempre extremamente úteis para uma renovada
conceção habitacional mais amiga da individualidade e, consequentemente, da sua
relativa comunidade (nos seus espaços mais comuns); e ensinamentos estes extremamente
interessantes quando no âmbito de uma intervenção intergeracional bem
desenvolvida em termos de espaços e serviços comuns, queremos assegurar,
simultaneamente, uma afirmada e “enriquecida” defesa da intimidade, identidade
e caráter de cada fogo e, neste, de cada um dos seus conjuntos espaciais mais
íntimos;
- quer para uma conceção residencial que
harmonize, ao máximo, as vivências privadas e bem recatadas nos seus fogos e
estúdios, com as (con)vivências comuns nos espaços comuns contíguos e próximos, naturalmente, no
âmbito de uma intervenção residencial intergeracional significativamente
“equipada” com espaços e serviços comuns; tal como é apontado no referido
estudo, intitulado Atelier Modes de vie et logements des jeunes:
Parmi les caractéristiques
de la colocation [apartamento compartilhado], est
apparue également la limite d’une distribution des l’espaces collectifs et
privatifs : l’existence de zones intermédiaires entre les deux, et permettant
d’assurer une transition, est également souhaitable. En leur absence, le risque
d’un « tout-partagé » mal vécu ou, à l’inverse, d’une quasi absence de vie
collective, s’accroît, encore complexifié par le fait que l’analyse des
comportements des colocataires montre clairement qu’il existe en fait
deux vies sociales simultanées : celle de l’individu, qui reçoit dans sa
chambre, et celle du groupe, qui reçoit dans les parties communes du logement… (pg. 9)
4.3. Vantagens mútuas na convivência entre idosos e crianças pequenas
A já anotada excelente relação, com
vantagens mútuas, entre idosos e crianças muito pequenas é desde há algum tempo
evidenciado em diversos estudos, apontando-se e comentando-se, aqui,
brevemente, o artigo
de Walt Gardner intitulado Interaction benefits toddlers and elderly alike. [19]
Esta referência não serve para mais do
que deixar “uma porta aberta” à futura investigação teórico-prática nesta área
e em Portugal, havendo até entre nós alguns casos que se aproximam deste modelo
de ligação quase institucional entre equipamentos de apoio à infância e aos
idosos; e sendo que nunca devemos esquecer que as intervenções do PHAI3C não
são equipamentos coletivos nem instituições, mas sim habitação.
Fiquemos assim algumas interessantes
considerações constantes do artigo de Walt Gardner intitulado Interaction
benefits toddlers and elderly alike: (negrito nosso)
Although Kotoen was
originally just another nursery school, during a renovation it was coupled with
a senior center. By 1998, the concept had
spread to include 16 other similar facilities, according to the Health, Labor
and Welfare Ministry.
The benefits soon
became apparent. Seniors found a solution to the loneliness and boredom that
characterized so many nursing centers. According to a study in
2013, seniors began smiling and conversing more among themselves. Moreover, they exhibited delayed mental decline, lower blood pressure and
reduced risk of disease and death compared with seniors in nonparticipating
facilities.
But the program is not a
one-way street by any means. Toddlers developed
respect and empathy for the elderly, which enhanced their social and personal
development. For children who live far away from the homes of
their grandparents, the arrangement exposed them to a segment of society that
they otherwise would not know except as an abstraction.
E de certa forma julga-se ser esta a
versão mais apurada e evidenciada das virtudes da intergeracionalidade, tal
como também é referido no artigo que está a ser citado e comentado:
Japan and the U.S.
Geriatricians in particular are becoming increasingly interested in new ways of
making the final years of life more fulfilling. When they can achieve that
goal, while at the same time help those just beginning theirs develop socially
and emotionally, they will have done an invaluable service to society.
4.4. Tipologias de vizinhanças intergeracionais e funcionalmente mistas
Uma outra forma de
intergeracionalidade repousa em vizinhanças onde para além da habitação existam
outras funções urbanas onde os habitantes mais idosos possam cumprir tarefas,
que resultem em benefícios conviviais, de interação social e de reforço da
autoestima, por exemplo, pela prestação de apoio formativo e educativo para
eles próprios, mas também em benefícios formativos, educativos e de interação
social, por exemplo, para crianças jovens com as quais os idosos interajam,
naturalmente, num quadro formativo bem regrado.
E naturalmente que tais soluções
intergeracionais e funcionalmente mistas não se esgotam em iniciativas em que
se integram conjuntos residenciais e equipamentos coletivos para crianças.
É sobre estes aspetos de uma
intergeracionalidade residencial casada com outras funções urbanas, num quadro
funcionalmente misto, que incide o estudo de
Chris Phillipson,
intitulado Growing older in urban environments: perspectives from Japan and
the UK, que em seguida iremos citar e comentar.
[20]
Uma hipótese interessante é incentivar
intervenções urbanas integradas por habitações adequadas a diversos modos de
vida e, especificamente, a diversas fases da vida; proporcionando-se um
ambiente marcado por essas variadas formas de habitar e por esses variados
níveis geracionais, assim como uma natural opção por tais soluções específicas
à medida que vamos envelhecendo e ainda variadas e espontâneas relações
interpessoais e mesmo redes de entreajuda e partilha de tarefas entre os
habitantes, numa espécie de multigeracionalidade mais ativa, até porque
abarcando não só habitação, mas também espaços de trabalho amigos dos idosos –
em mais um reforço dos aspetos funcionais mistos; salientando-se e citando-se,
em seguida alguns desses tipos de aspetos apontados por Chris Phillipson no
referido estudo: (negrito nosso)
… barrier-free condominium blocks to ensure mobility.
The community will offer housing for people at various life stages, so that they can move to a place which meets their needs best throughout the life
course.
A 24-hour care system to support home-based
care has
also been mapped out as a key feature of service provision. One of the major objectives of the redesign is to improve networks among
residents and develop various opportunities for older people to take a role in
supporting their own community. A substantial population
of baby boomers who are working in Tokyo will soon retire and return to
suburban communities.
The project is
planning to create age-friendly work places and flexible schemes of employment
that will provide options for residents to work into their 70s and beyond. (pg.
10)The plan utilizes existing ICT [TCI, tecnologias de Informação e
Comunicação] to reach out for people to stay safe and connected,
and also tests the application of new technology in the community…
This is an ambitious
social experiment for agents in different sectors to work together to create a
community supportive of increasing numbers of people living into late old age. Key areas under development include:
Developing work
places for the second half of life (e.g. community farms;
after-school programmes supported by older people).
Developing housing
to suit different phases of the life course.
Developing
alternative means of transport (car sharing; community
buses; specially-adapted cars; reforms to road systems). (pg. 10)
Mas em tudo isto importa ter os pés
bem assentes na terra e considerar que tudo mexe com tudo e que o fazermos
ambientes amigos do envelhecimento humano e do seu adequado e natural
enquadramento intergeracional tem de ser devidamente harmonizado com uma
globalidade de outros objetivos igualmente importantes; entre os quais Chris
Phillipson salienta cinco, citando outro autor:
Professor Burton
identified five important challenges in achieving age-friendly designs:
First, built
environment interventions have to address a multitude of objectives,
not just those related to healthy ageing (e.g. an intervention to optimise
older people‘s well-being might have negative consequences for energy or
heritage conservation).
Second, built
environments are not tailor-made for individuals, they have to be suitable
for everyone i.e. all ages and abilities.
Third, built
environments have to be appropriate not just for current residents but future
ones as well.
Fourth, community
involvement in design is a challenge in terms of accessing a
cross-section of views – often only the loudest‘ voices are those that get
heard. (pg.
11)
Bibliografia (referências práticas)
AA. VV - Architecture et logements des jeunes : comment
réinventer ? Plan Urbanisme Construction
et Architecture (PUCA, Logement Design pour Tous,
«Atelier modes de vie et logements des jeunes». PUCA, Paris (SD).
AA. VV - Programa de Alojamiento Alternativo:
Convivencia Intergeracional y Ayuda Mutua, desenvolvido por diversos autores da Universidad
de Deusto, Bilbao, Bizkaia. PROMOTOR: Diputación Foral de Bizkaia. Departamento de Acción Social. AUTORÍA: Centro del Conocimiento de Fundación
EDE. EQUIPO MOTOR: Álvaro Mosquera (Fundación Aspaldiko), Iñaki Artaza (Zahartzaroa:
Asociación Vasca de Geriatría y Gerontología), Iñigo Vidaurrázaga (Gizardatz:
Asociación de Entidades de Iniciativa e Intervención Social de Bizkaia), Luis
Miguel Porto (Fundación para la promoción del Tiempo Libre
Educativo-Aisi-Hezi), Miren Maite Alonso (Consejo Escolar de Euskadi), Natxo
Arnaiz (Bolunta: Agencia para el Voluntariado y la Participación Social de
Bizkaia), Pilar Ardanza (Diputación Foral de Bizkaia), Sabin Ipiña (Consejo de
Personas Mayores de Bizkaia) y Sergio Murillo (Diputación Foral de Bizkaia).
AA.VV ; Governo francês - L’habitat intergénérationnel. Portail National d’Information pour l’Autonomie des
Personnes Âgées et l’Accompagnement de leurs Proches. 2015, atualizado em 2017. Sites indicados na publicação : https://www.pour-les-personnes-agees.gouv.fr/ https://www.pour-les-personnes-agees.gouv.fr/choisir-un-hebergement/vivre-dans-un-logement-independant-et-beneficier-de-services/lhabitat-0
BARCIELA, Fernando - Ciudades para la tercera edad. El País.
Economía. 30, dezembro, 2014. https://elpais.com/economia/2014/12/30/vivienda/1419960962_815700.html
BURKE, Stephen; BBC
Scotland (Stephen Burke from the think tank United for All
Ages) - The unexpected benefits of bringing care homes and
nurseries together. BBC Scotland. 2 de outubro, 2017.
https://www.bbc.co.uk/programmes/articles/4Pk7l8CZKzrLrGL5N0FQ7d3/the-unexpected-benefits-of-bringing-care-homes-and-nurseries-together
European Federation for Living (EFL) - Accessible and Intergenerational Living. EFL, Topic Group Accessible and
Integenerational Living. 2018. https://www.ef-l.eu/working-groups/accessible-housing/ O referido grupo iniciou então o projeto Interreg NWE de quatro anos,
intitulado IStay@Home.
GARDNER, Walt - Interaction benefits toddlers and elderly alike. Japan Times, Mar 13. 2016. Walt
Gardner writes the Reality Check blog for Education Week in the U.S.
GARRIDOS, Losa
- Las Viviendas
Intergeneracionales están pensadas para que la soledad no se coma a los mayores. Alicante, 13 octubre, 2015. https://www.reporterismoumh.org/las-viviendas-intergeneracionales-estan-pensadas-para-que-la-soledad-no-se-coma-a-los-mayores/ Entrevista a Mayte Fernández
Sarrión, Jefa del Departamento Social del Patronato de Vivienda de Alicante.
HASSENCAMP, Alfred (hcamp@ihug.co.nz); BUCKLAND, Mary; ELLIOT, Mike
(mikemary@nznet.gen.nz); BATTEN, Juliet (jbatten@pl.net) - Intergenerational Living - Co-housing for
all age groups a better living solution. Intergenerational
Living Auckland. Julho. 2010. https://johnboywallbanger.wordpress.com/2010/07/09/co-housing-for-all-ages-a-better-living-solution/
ILC-India and ILC-UK - Global
perspectives on multigeracional households and intergerational relations. International Longevity
Centre (ILC) Global Alliance. 2012
PHILIPSON, Chris - Growing older in urban environments: perspectives from Japan and the UK. The International Longevity
Centre - UK . 2011.
Plan Urbanisme Construction Architecture (PUCA) - Atelier Modes de
vie et logements des jeunes. programme Logement Design pour tous. Maison Internationale de la Cité Internationale
Universitaire de Paris. 6 julho 2009.
PUIGJANER,
Anna (tese dout., dir. Xavier Monteys) - El Waldorf Astoria Apartamentos con Servicios
Domésticos Colectivos en Nueva York 1871–1929. Universidad
Politecnica de Catalunya. 2014
Récipro-Cité (Centro de Estudos) - Mixité sociale et mixité intergénérationnelle. Récipro-Cité. 2017 a 2020. http://www.recipro-cite.com/mixite-sociale/
REED, Carey - Dutch retirement home
offers rent-free housing to students . PBS NEWSHOUR, 5 abril, 2015 .
Senior Housing News Resource Center - Strategies for Mixed-Use Development in Senior Living. Senior Housing News
Resource Center. 2018.
VILLA, Simone Barbosa (orientador prof. dr. Marcelo Tramontano) - Apartamento
metropolitano habitações e modos de vida na cidade de São Paulo. dissertação de mestrado,
Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo outubro 2002.
Notas
editoriais gerais:
(i)
Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a
caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição
marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas
nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições
individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo
portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No
mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a
utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por
exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva
responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas
fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii)
Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da
Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa
de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a
tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo
GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva
moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e
exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do
teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou
negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi
recebido na edição.
Etiquetas/palavras chave: habitação, habitação intergeracional, habitação para
idosos, intergeracionalidade, espaços residenciais, PHAI3C, Programa de
Habitação Adaptável e Intergeracional Cooperativa a Custos Controlados
Intergeracionalidade e convívio na habitação – versão de
trabalho e base documental # 875 Infohabitar
António Baptista Coelho – com base direta nos textos,
ideias e opiniões dos autores referidos ao longo do artigo
Artigo XLIII da série editorial da
Infohabitar – “Programa de Habitação Adaptável e Intergeracional através
de uma Cooperativa a Custo Controlado” “PHAI3C”
Infohabitar, Ano XIX, n.º 875
Edição: quarta-feira, 6 de setembro de 2023
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho,
Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo –
Departamento de Edifícios do Laboratório
Nacional de Engenharia Civil - LNEC
abc.infohabitar@gmail.com, abc@lnec.pt
A Infohabitar é uma Revista do GHabitar Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
atualmente com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação
Económica (FENACHE) e anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e
Urbanismo do LNEC.
Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa,
Encarnação - Olivais Norte.
Notas bibliográficas:
[1] AA.VV ; Governo francês - L’habitat intergénérationnel. Portail National d’Information pour l’Autonomie des Personnes Âgées et l’Accompagnement de leurs Proches. 2015, atualizado em 2017. Sites indicados na publicação :
https://www.pour-les-personnes-agees.gouv.fr/
[2] AA. VV - Architecture et logements des jeunes : comment réinventer ? Plan Urbanisme Construction et Architecture (PUCA, Logement Design pour Tous, «Atelier modes de vie et logements des jeunes». PUCA, Paris (SD).
[3] AA. VV - Architecture et logements des jeunes : comment réinventer ? Plan Urbanisme Construction et Architecture (PUCA, Logement Design pour Tous, «Atelier modes de vie et logements des jeunes». PUCA, Paris (SD).
[4] ILC-India and ILC-UK - Global perspectives on multigeracional households and intergerational relations. International Longevity Centre (ILC) Global Alliance. 2012
[5] European Federation for Living (EFL) - Accessible and Intergenerational Living. EFL, Topic Group Accessible and Integenerational Living. 2018.
https://www.ef-l.eu/working-groups/accessible-housing/ O referido grupo iniciou então o projeto Interreg NWE de quatro
anos, intitulado IStay@Home.
[6] Losa Garridos - Las Viviendas
Intergeneracionales están pensadas para que la soledad no se coma a los mayores. Alicante, 13 octubre, 2015.
https://www.reporterismoumh.org/las-viviendas-intergeneracionales-estan-pensadas-para-que-la-soledad-no-se-coma-a-los-mayores/ Entrevista a Mayte Fernández Sarrión, Jefa del Departamento Social del Patronato de Vivienda de Alicante.
[7] Fernando Barciela - Ciudades para la tercera edad. El País. Economía. 30, dezembro, 2014.
[8] Carey Reed - Dutch retirement
home offers rent-free housing to students . PBS NEWSHOUR, 5 abril,
2015 .
[9] AA. VV - Programa de
Alojamiento Alternativo: Convivencia Intergeracional y Ayuda Mutua, desenvolvido por diversos
autores da Universidad de Deusto, Bilbao, Bizkaia
PROMOTOR: Diputación Foral de Bizkaia. Departamento
de Acción Social.
AUTORÍA: Centro del Conocimiento de Fundación EDE.
EQUIPO MOTOR: Álvaro Mosquera (Fundación Aspaldiko),
Iñaki Artaza (Zahartzaroa: Asociación Vasca de Geriatría y Gerontología), Iñigo
Vidaurrázaga (Gizardatz: Asociación de Entidades de Iniciativa e Intervención
Social de Bizkaia), Luis Miguel Porto (Fundación para la promoción del Tiempo
Libre Educativo-Aisi-Hezi), Miren Maite Alonso (Consejo Escolar de Euskadi),
Natxo Arnaiz (Bolunta: Agencia para el Voluntariado y la Participación Social
de Bizkaia), Pilar Ardanza (Diputación Foral de Bizkaia), Sabin Ipiña (Consejo
de Personas Mayores de Bizkaia) y Sergio Murillo (Diputación Foral de Bizkaia).
[10] Simone Barbosa Villa (orientador prof. dr. Marcelo Tramontano) - Apartamento metropolitano habitações e modos de vida na cidade de São Paulo. dissertação de mestrado, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo outubro 2002.
[11]
Simone
Barbosa Villa (orientador prof. dr. Marcelo Tramontano) - Apartamento metropolitano habitações e modos de
vida na cidade de São Paulo. dissertação de mestrado, Departamento de
Arquitetura e Urbanismo, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo outubro 2002.
[12] Anna Puigjaner (tese dout., dir. Xavier Monteys) - El Waldorf Astoria Apartamentos con
Servicios Domésticos Colectivos en Nueva York 1871–1929. Universidad
Politecnica de Catalunya. 2014
[13] Anna Puigjaner (tese
dout., dir. Xavier Monteys) - El Waldorf Astoria Apartamentos con Servicios
Domésticos Colectivos en Nueva York 1871–1929. Universidad Politecnica de Catalunya. 2014
[14] Récipro-Cité
(Centro de Estudos) - Mixité sociale et mixité
intergénérationnelle. Récipro-Cité. 2017 a 2020. http://www.recipro-cite.com/mixite-sociale/
[15] Senior Housing News
Resource Center - Strategies for Mixed-Use Development in
Senior Living. Senior
Housing News Resource Center. 2018.
[16] BBC
Scotland e Stephen Burke from the think
tank United for All Ages - The unexpected benefits of bringing care homes and
nurseries together. BBC
Scotland. 2 de outubro, 2017. https://www.bbc.co.uk/programmes/articles/4Pk7l8CZKzrLrGL5N0FQ7d3/the-unexpected-benefits-of-bringing-care-homes-and-nurseries-together
[17] Alfred Hassencamp (hcamp@ihug.co.nz); Mary Buckland & Mike
Elliot ( mikemary@nznet.gen.nz); Juliet Batten (jbatten@pl.net) - Intergenerational Living - Co-housing for all age groups a better living
solution. Intergenerational Living
Auckland. Julho. 2010. https://johnboywallbanger.wordpress.com/2010/07/09/co-housing-for-all-ages-a-better-living-solution/
[18] Plan Urbanisme Construction Architecture (PUCA) - Atelier Modes de
vie et logements des jeunes. programme Logement Design pour tous. Maison
Internationale de la Cité Internationale Universitaire de Paris. 6 julho 2009.
[19] Walt Gardner - Interaction benefits toddlers and elderly alike. Japan Times, Mar 13. 2016.
Walt Gardner writes the Reality Check blog for Education Week in the U.S.
[20] Chris
Phillipson - Growing older in urban environments: perspectives from
Japan and the UK. The International Longevity Centre - UK . 2011.
Sem comentários :
Enviar um comentário