terça-feira, dezembro 10, 2019

Continuar uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 712

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Infohabitar, Ano XV, n.º 712

Continuar uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 712

Por António Baptista Coelho (imagens e textos)

A Série “Habitar e Viver Melhor”, assim como outras temáticas teórico-práticas nas áreas específicas da “arquitectura do habitar”, com destaque para os assuntos associados a uma habitação intergeracional bem integrada  - matérias atualmente “centrais” na edição da Infohabitar - serão retomadas em 2020, salientando-se que, por agora, a nossa revista continuará a dedicar-se a uma edição comentada de esquissos/desenhos, seja numa perspectiva da própria prática do desenho livre, seja considerando, especificamente, os aspectos de arquitectura e de habitar que estejam, eventualmente, associados a cada tema desenhado.
O editor da Infohabitar
António Baptista Coelho

Continuar uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos  – Infohabitar 712

Por António Baptista Coelho (imagens e textos)

Nota prévia
O presente artigo procura assegurar a continuidade da reflexão sobre o que podemos considerar como os “velhos/novos espaços urbanos”, desenvolvida no artigo Infohabitar n.º 711, neste caso através de alguns comentários informais a propósito de alguns desenhos realizados tendo por base enquadramentos de bairros históricos lisboetas e outros esboços mais livres (5 desenhos coloridos).
Os comentários abordam essencialmente as matérias da Arquitetura do habitar, numa perspetiva de arquitetura urbana de vizinhanças e paisagens de proximidade; não se descurando, em alguns casos, alguns brevíssimos comentários relativos ao desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Salienta-se, ainda, a título de nota prévia e justificativa, que as ideias que são seguidamente apontadas correspondem a uma reflexão estritamente pessoal sobre a matéria e que, por vezes, os esboços não contemplam necessidades hoje em dia estruturantes de novos conjuntos urbanos, como é, designadamente, a matéria das acessibilidades; mas sublinha-se que estes esboços não foram realizados para ilustrar as ideias que os acompanham, mas sim, pelo contrário, as ideias escritas que os acompanham decorrem da leitura de alguns aspetos neles ilustrados (ex., escala geral, perspetiva, humanização, etc.).
Introdução explicativa
Como referência prática de apoio à leitura, lembra-se que no referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado “Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, se procurou desenvolver, esquematicamente, a ideia de que, nos tempos de hoje, quando se pretende imprimir ao espaço urbano uma renovada marca pedonal e de meios “suaves” de deslocação, facilitados, designadamente, pelas novas tecnologias de informação e comunicação e pelo crescimento do uso dos veículos pouco poluentes, será talvez altura de podermos reavaliar e reintroduzir soluções de Arquitetura urbana, que integrem, e profundamente – portanto, no “pleno uso” dos respetivos e muito amplos leques de tipologias de espaços e aspetos de pormenor – morfologias de edifícios e de espaços públicos, sendo ambas, expressivamente, marcadas pela escala humana, e pela diversidade e mutação de agradáveis e atraentes sequências de imagens, verdadeiramente catalizadoras do movimento e da permanência.
No referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado “Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, desenvolveu-se uma abordagem de Enquadramento da temática dos velhos/novos espaços urbanos, seguindo-se o apontamento de  alguns desenvolvimentos recentes e de referência, que apoiam estas ideias, desenvolvendo-se, em seguida a matéria do que se considera poder ser uma estratégica variabilidade urbana, que se julga poder ser até facilitada pelas novas ferramentas de projeto.
Alguns desenhos comentados
Em seguida e tendo-se por base a apresentação de alguns desenhos à mão livre ( 5 desenhos coloridos), comentam-se as matérias da Arquitetura do habitar, associáveis às temáticas que acabaram de ser referidas, mas não se descurando alguns brevíssimos comentários relativos ao desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Fig. 01: um enquadramento "sintetizado/inventado", com base em múltiplas memórias de passeios em zonas históricas, acentua os aspetos de perspetiva e de graduada surpresa, que dinamizam a deslocação e a antecipam, mas apenas em parte.; há aqui aspetos de segurança a considerar, embora a grande proximidade de vãos de porta e de janela seja importante elemento inibidor de atentados à segurança e elemento de acompanhamento natural do passeio. Criticável, naturalmente, a ausência de rampas, mas o esboço foi feito com grande liberdade de expressão; e falando-se do esboço uma breve nota para se ter procurado alguma simplificação no apontamento formal dos volumes edificados, fazendo-se sobressair o conjunto edificado e cromático de paredes e janelas, que, de certa forma, quase se sobrepõem atenuando até um pouco a perspetiva numa dualidade entre a referida indicação de perspetiva e a criação de um quadro/imagem daquele local específico.


Fig. 02: tal como no desenho anterior há neste e de forma mais acentuada, um certo sentido de "cena" urbana, sendo que aqui as mesmas ferramentas de perspetiva, de alguma controlada (em parte antecipável) surpresa (lá mais para o fundo da rua) e de uma evidenciada expressão da topografia, contribuem todas (ferramentas) para a criação de uma cenografia de cidade, ou de pequena cidade, mas que integra muitos dos seus elementos simbólicos (ex., a torre da Igreja); numa outra leitura é evidenciada essa cidade como feita por inúmeras pequenas células (edifícios/casas), cada um deles relativamente pequeno, mas no seu conjunto criando uma clara unidade, neste caso em ligação com a acentuada topografia; uma nota, novamente, para ser uma imagem em que não há uma atenção completa e adequada relativamente à movimentação pedonal e de modos "suaves" de deslocação, que, naturalmente, exigiriam rampas. Apenas como referência, aponta-se que se trata, também, de um enquadramento "sintetizado/inventado", com base em múltiplas memórias de passeios em zonas históricas; isto num desenho/esboço também marcado pela simplificação no apontamento formal dos volumes edificados, fazendo-se sobressair a "colina edificada". 


Fig. 03: um enquadramento da margem ribeirinha de Lisboa vista das suas colinas, evidenciando-se a relativa amálgama de telhados, uns maiores e outros menores, uns mais evidenciados e em planos próximos, outros muitos visualmente mais pequenos, porque afastados, mas todos criando uma expressiva unidade de paisagem urbana, em que parte desses mesmos telhados estão/são habitados por trapeiras, chaminés e lanternins de escadas. E é interessante atentar nesta duplicidade da paisagem urbana que se vive, quando se sobe ou quando se desce a cidade velha a pé, e com vagar: vistas relativamente curtas sincopadas e sequenciais, e vistas talvez menos sincopadas, mas igualmente sequenciais e entremeadas por pontos de vista e eixos/enfiamentos paisagísticos, por vezes, muito amplos e longos.


Fig. 04: novamente um enquadramento "inventado", com base em múltiplas memórias de passeios em zonas históricas, neste caso uma vista descendente em que se evidenciam variadas tipologias urbanas e habitacionais, desde o que poderão ser agregados de unifamiliares em bandas densas e orgânicas a soluções mistas de pequenos multifamiliares em que alguns dos fogos (os que podem) têm acesso direto e privado à rua; a escala geral é toda ela fortemente aproximada à escala humana; outro aspeto que se salienta é a forte expressão que se consegue das continuidades superiores dos edifícios - as linhas de limite entre as paredes e o céu, cujos recortes dinâmicos acentuam tais limites, desenvolvendo-se mais uma expressiva marca urbana.


Fig. 05: um enquadramento que teve por base uma imagem de um "recanto" de um bairro histórico lisboeta, marcado pelos usos pedonais e, expressivamente, pelos vãos habitacionais que envolvem e povoam a continuidade de um espaço público no qual e quase em primeiro plano se evidencia uma árvore urbana bem protagonista e que ajuda, ainda mais, a tornar o espaço público exterior abrigado, conformado, confinado e variadamente caraterizado; afinal com um sentido que terá sido quase natural de funcionar como verdadeira extensão dos espaços domésticos com o qual confina.


Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.


Infohabitar, Ano XV, n.º 712

Continuar uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 712

Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) –, em Lisboa




Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

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