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terça-feira, dezembro 24, 2019
terça-feira, dezembro 17, 2019
Ainda uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 713
Ligação direta (clicar) para: 700 Artigos Interactivos, edição revista, ilustrada e
comentada - Infohabitar 705 (36 temas e mais de 100 autores)
Infohabitar,
Ano XV, n.º 713
Ainda uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 713
Por António Baptista Coelho (imagens e textos)
A Série “Habitar e Viver Melhor”, assim como outras temáticas teórico-práticas nas áreas específicas da “arquitectura do habitar”, com destaque para os assuntos associados a uma habitação intergeracional bem integrada - matérias, como sabemos, “centrais” na edição da Infohabitar - serão retomadas em 2020, salientando-se que, por agora, a nossa revista continuará a dedicar-se a uma edição comentada de esquissos/desenhos, seja numa perspectiva da própria prática do desenho livre, seja considerando, especificamente, os aspectos de arquitectura e de habitar que estejam, eventualmente, associados a cada tema desenhado.
O editor da Infohabitar
António
Baptista Coelho
Ainda uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 713
Por António Baptista Coelho (imagens e textos)
Nota prévia
O presente artigo procura assegurar a continuidade
da reflexão sobre o que podemos considerar como os “velhos/novos espaços
urbanos”, desenvolvida no artigo Infohabitar n.º 711 e
continuada no n.º 712, através de alguns comentários informais a propósito de
alguns desenhos realizados tendo por base enquadramentos de bairros históricos
lisboetas e outros esboços mais livres ( 5 desenhos coloridos).
Os comentários abordam essencialmente as matérias da
Arquitetura do habitar, numa perspetiva de arquitetura urbana de vizinhanças e
paisagens de proximidade; não se descurando, em alguns casos, alguns
brevíssimos comentários relativos ao desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Salienta-se, ainda, a título de nota prévia e
justificativa, que as ideias que
são seguidamente apontadas correspondem a uma reflexão estritamente pessoal
sobre a matéria.
Introdução explicativa
Como referência prática de apoio à leitura,
lembra-se que no referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado “Uma primeira
reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, se procurou desenvolver,
esquematicamente, a ideia de que, nos tempos de hoje, quando se pretende
imprimir ao espaço urbano uma renovada marca pedonal e de meios “suaves” de
deslocação, facilitados, designadamente, pelas novas tecnologias de informação
e comunicação e pelo crescimento do uso dos veículos pouco poluentes, será
talvez altura de podermos reavaliar e reintroduzir soluções de Arquitetura
urbana, que integrem, e profundamente – portanto, no “pleno uso” dos respetivos
e muito amplos leques de tipologias de espaços e aspetos de pormenor –
morfologias de edifícios e de espaços públicos, sendo ambas, expressivamente,
marcadas pela escala humana, e pela diversidade e mutação de agradáveis e
atraentes sequências de imagens, verdadeiramente catalizadoras do movimento e
da permanência.
No referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado
“Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, desenvolveu-se uma
abordagem de Enquadramento da temática dos velhos/novos espaços urbanos,
seguindo-se o apontamento de alguns
desenvolvimentos recentes e de referência, que apoiam estas ideias, desenvolvendo-se,
em seguida a matéria do que se considera poder ser uma estratégica
variabilidade urbana, que se julga poder ser até facilitada pelas novas
ferramentas de projeto.
No artigo Infohabitar n.º 712 deu-se continuidade à
referida reflexão, a partir da apresentação de alguns desenhos urbanos, taraefa que se continua no presente artigo.
Alguns desenhos comentados
Em seguida e tendo-se por base a apresentação de
alguns desenhos à mão livre ( 5 desenhos coloridos), comentam-se as matérias da
Arquitetura do habitar, associáveis às temáticas que acabaram de ser referidas,
mas não se descurando alguns brevíssimos comentários relativos ao
desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Fig. 01: a rua que se alarga e se transforma, com naturalidade, numa praceta, que é tanto espaço de convívio como de habitação e de outros usos urbanos associados - como lojas e pequenas oficinas (não poluentes); o sentido cénico de tudo isto, seja pela mistura tipológica, formal e funcional que aí é/pode ser, habitual e naturalmente, proporcionada, seja pela organicidade de planos/ideias de atividade (mais de circulação ou mais de estadia) que também aí são, habitualmente, desenvolvidos (fluxos de passagem e de observação e bolsas "de vagar", que podem motivar a permanência). No que se refere, especificamente, ao desenho trata-se de um esboço livre com formato A3 e com alguma elaboração, sendo a técnica usada também muito livre e espontânea: tinta esboçada de início, lápis de cor e aguadas, reforço do traço negro sequencial, etc.
Fig. 02: este enquadramento de certa forma dá continuidade aos comentários desenhados e escritos da anterior figura, tentando-se expressar, mais claramente, aquela ideia de praceta ou largo que resulta (ou partece resultar com naturalidade) de uma situação de alargamento da rua, espaço em que os percursos acabam por definir diversos e motivadores planos de vista (profundidade estimulnte) e sequências marcadas mais pela paragem (mais ou menos prolongada) nas "margens" um pouco coleantes da movimentação pedonal e pelo prolongamento dos mesmos percursos,que é acentuado e servido pelas "fugas" de perspetiva, que devem antecipar, mas não revelar inteiramente, deixando sempre algo à surpresa e podemos mesmo dizê-lo ao recreio pedonal de quem passeia; mas proporcionando-se sempre, e pelo menos, razoáveis condições de antecipação de vistas e portanto de segurança; e em tudo isto a mistura formal e funcional é motivo de dinamização visual e de uso dos espaços. Quanto ao desenho propriamente dito, aplicam-se os comentários da figura 1, mais uma nota especial pela tentativa de um reforço mais cuidado das sombras, acentuando-se a marcação de volumes, mas não se tapando excessivamente os conteúdos ilustrados.
Fig. 03: um desenho que relembra alguns dos comentários que integram o artigo anterior, designadamente, os referidos às imagens globais da cidade tradicional, marcadas pela relativa unidade de uma enorme diversidade de telhados (unidade na diversidade), sendo que o efeito global se refere ao de uma imagem bastante "una" de um assinalável espaço urbano, que neste caso é em boa parte o bairro de Alfama em Lisboa; outro aspeto interessante de considerar é o papel de paragem orientadora e de estímulo à visita e à continuidade dos percursos que é proporcionado por este tipo de vistas paisagísticas mais gerais, que podem marcar momentos significativos dos percursos pedonais mais estruturantes.
Fig. 04: novamente se abordam as temáticas urbanas e residenciais apontadas nas legendas das primeiras duas figuras deste artigo e designadamente: as sequências de vistas, sincopadas, marcando percursos; os planos de vistas definindo e repartindo estrategicamente percursos (tornando-os mais passeáveis e referenciáveis); e os alargamentos das ruas em "largos" ou pracetas naturalmente mais "de estar" e de uso mais intenso e portanto mais atraentes para outros usos para além da habitação, mas que constituem também outras formas de habitar a cidade, os seus bairros e as suas vizinhanças. Quanto a aspetos mais ligados ao desenho, propriamente dito, procurou-se uma formalização talvez mais clarificada das variadas superfícies e elementos constituintes, numa opção talvez mais "gráfica", em comparação com os desenhos das figuras 1 e 2.
Fig. 05: aqui a legenda remete-se, basicamente, a ser este desenho livre, para além de um desenho específico, uma fase pré-final do desenho anterior, apresentdo na figura 4; tratando-se de uma fase apenas a preto, branco e azuis/sombras; depois as aguadas de cor caíram sobre ele e definiram uma outra versão formal - fica ao leitor e observador a escolha do que considere mais interessante; afinal o desenho livre é/deve ser, essencialmente, um gozo/recreio controlado, em primeiro lugar para quem o realiza, "brincando" com misturas de "técnicas" e com faseamentos eles próprios originando novos desenhos, como é o caso, e, depois, o possível refcreio e gozo para quem o irá observar/apreciar.
Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar
seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar
assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e
científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o
pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e
comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos
autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos
mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é,
igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que
deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível
técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar, Ano XV, n.º 713
Ainda uma reflexão
ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 713
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor
em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto,
Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC) –,
em Lisboa
Revista do GHabitar (GH) Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).
Etiquetas:
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pracetas
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velhos bairros de lisboa
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viver a rua
terça-feira, dezembro 10, 2019
Continuar uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 712
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comentada - Infohabitar 705 (36 temas e mais de 100 autores)
Infohabitar,
Ano XV, n.º 712
Continuar uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 712
Por António Baptista Coelho (imagens e textos)
A Série “Habitar e Viver Melhor”,
assim como outras temáticas teórico-práticas nas áreas específicas da
“arquitectura do habitar”, com destaque para os assuntos associados a uma
habitação intergeracional bem integrada
- matérias atualmente “centrais” na edição da Infohabitar - serão
retomadas em 2020, salientando-se que, por agora, a nossa revista continuará
a dedicar-se a uma edição comentada de esquissos/desenhos, seja numa
perspectiva da própria prática do desenho livre, seja considerando,
especificamente, os aspectos de arquitectura e de habitar que estejam,
eventualmente, associados a cada tema desenhado.
O editor da Infohabitar
António
Baptista Coelho
Continuar uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 712
Por António Baptista Coelho (imagens e textos)
Nota prévia
O presente artigo procura assegurar a continuidade
da reflexão sobre o que podemos considerar como os “velhos/novos espaços
urbanos”, desenvolvida no artigo Infohabitar n.º 711, neste
caso através de alguns comentários informais a propósito de alguns desenhos
realizados tendo por base enquadramentos de bairros históricos lisboetas e
outros esboços mais livres (5 desenhos coloridos).
Os comentários abordam essencialmente as matérias da
Arquitetura do habitar, numa perspetiva de arquitetura urbana de vizinhanças e
paisagens de proximidade; não se descurando, em alguns casos, alguns
brevíssimos comentários relativos ao desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Salienta-se, ainda, a título de nota prévia e
justificativa, que as ideias que
são seguidamente apontadas correspondem a uma reflexão estritamente pessoal
sobre a matéria e que, por vezes, os esboços não contemplam necessidades hoje em dia estruturantes de novos conjuntos urbanos, como é, designadamente, a matéria das acessibilidades; mas sublinha-se que estes esboços não foram
realizados para ilustrar as ideias que os acompanham, mas sim, pelo contrário,
as ideias escritas que os acompanham decorrem da leitura de alguns aspetos
neles ilustrados (ex., escala geral, perspetiva, humanização, etc.).
Introdução explicativa
Como referência prática de apoio à leitura,
lembra-se que no referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado “Uma primeira
reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, se procurou desenvolver,
esquematicamente, a ideia de que, nos tempos de hoje, quando se pretende
imprimir ao espaço urbano uma renovada marca pedonal e de meios “suaves” de
deslocação, facilitados, designadamente, pelas novas tecnologias de informação
e comunicação e pelo crescimento do uso dos veículos pouco poluentes, será
talvez altura de podermos reavaliar e reintroduzir soluções de Arquitetura
urbana, que integrem, e profundamente – portanto, no “pleno uso” dos respetivos
e muito amplos leques de tipologias de espaços e aspetos de pormenor –
morfologias de edifícios e de espaços públicos, sendo ambas, expressivamente,
marcadas pela escala humana, e pela diversidade e mutação de agradáveis e
atraentes sequências de imagens, verdadeiramente catalizadoras do movimento e
da permanência.
No referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado
“Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, desenvolveu-se uma
abordagem de Enquadramento da temática dos velhos/novos espaços urbanos,
seguindo-se o apontamento de alguns
desenvolvimentos recentes e de referência, que apoiam estas ideias,
desenvolvendo-se, em seguida a matéria do que se considera poder ser uma
estratégica variabilidade urbana, que se julga poder ser até facilitada pelas
novas ferramentas de projeto.
Alguns desenhos comentados
Em seguida e tendo-se por base a apresentação de
alguns desenhos à mão livre ( 5 desenhos coloridos), comentam-se as matérias da
Arquitetura do habitar, associáveis às temáticas que acabaram de ser referidas,
mas não se descurando alguns brevíssimos comentários relativos ao
desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Fig. 01: um enquadramento "sintetizado/inventado", com base em múltiplas memórias de passeios em zonas históricas, acentua os aspetos de perspetiva e de graduada surpresa, que dinamizam a deslocação e a antecipam, mas apenas em parte.; há aqui aspetos de segurança a considerar, embora a grande proximidade de vãos de porta e de janela seja importante elemento inibidor de atentados à segurança e elemento de acompanhamento natural do passeio. Criticável, naturalmente, a ausência de rampas, mas o esboço foi feito com grande liberdade de expressão; e falando-se do esboço uma breve nota para se ter procurado alguma simplificação no apontamento formal dos volumes edificados, fazendo-se sobressair o conjunto edificado e cromático de paredes e janelas, que, de certa forma, quase se sobrepõem atenuando até um pouco a perspetiva numa dualidade entre a referida indicação de perspetiva e a criação de um quadro/imagem daquele local específico.
Fig. 02: tal como no desenho anterior há neste e de forma mais acentuada, um certo sentido de "cena" urbana, sendo que aqui as mesmas ferramentas de perspetiva, de alguma controlada (em parte antecipável) surpresa (lá mais para o fundo da rua) e de uma evidenciada expressão da topografia, contribuem todas (ferramentas) para a criação de uma cenografia de cidade, ou de pequena cidade, mas que integra muitos dos seus elementos simbólicos (ex., a torre da Igreja); numa outra leitura é evidenciada essa cidade como feita por inúmeras pequenas células (edifícios/casas), cada um deles relativamente pequeno, mas no seu conjunto criando uma clara unidade, neste caso em ligação com a acentuada topografia; uma nota, novamente, para ser uma imagem em que não há uma atenção completa e adequada relativamente à movimentação pedonal e de modos "suaves" de deslocação, que, naturalmente, exigiriam rampas. Apenas como referência, aponta-se que se trata, também, de um enquadramento "sintetizado/inventado", com base em múltiplas memórias de passeios em zonas históricas; isto num desenho/esboço também marcado pela simplificação no apontamento formal dos volumes edificados, fazendo-se sobressair a "colina edificada".
Fig. 03: um enquadramento da margem ribeirinha de Lisboa vista das suas colinas, evidenciando-se a relativa amálgama de telhados, uns maiores e outros menores, uns mais evidenciados e em planos próximos, outros muitos visualmente mais pequenos, porque afastados, mas todos criando uma expressiva unidade de paisagem urbana, em que parte desses mesmos telhados estão/são habitados por trapeiras, chaminés e lanternins de escadas. E é interessante atentar nesta duplicidade da paisagem urbana que se vive, quando se sobe ou quando se desce a cidade velha a pé, e com vagar: vistas relativamente curtas sincopadas e sequenciais, e vistas talvez menos sincopadas, mas igualmente sequenciais e entremeadas por pontos de vista e eixos/enfiamentos paisagísticos, por vezes, muito amplos e longos.
Fig. 04: novamente um enquadramento "inventado", com base em múltiplas memórias de passeios em zonas históricas, neste caso uma vista descendente em que se evidenciam variadas tipologias urbanas e habitacionais, desde o que poderão ser agregados de unifamiliares em bandas densas e orgânicas a soluções mistas de pequenos multifamiliares em que alguns dos fogos (os que podem) têm acesso direto e privado à rua; a escala geral é toda ela fortemente aproximada à escala humana; outro aspeto que se salienta é a forte expressão que se consegue das continuidades superiores dos edifícios - as linhas de limite entre as paredes e o céu, cujos recortes dinâmicos acentuam tais limites, desenvolvendo-se mais uma expressiva marca urbana.
Fig. 05: um enquadramento que teve por base uma imagem de um "recanto" de um bairro histórico lisboeta, marcado pelos usos pedonais e, expressivamente, pelos vãos habitacionais que envolvem e povoam a continuidade de um espaço público no qual e quase em primeiro plano se evidencia uma árvore urbana bem protagonista e que ajuda, ainda mais, a tornar o espaço público exterior abrigado, conformado, confinado e variadamente caraterizado; afinal com um sentido que terá sido quase natural de funcionar como verdadeira extensão dos espaços domésticos com o qual confina.
Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar
seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar
assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e
científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o
pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e
comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos
autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos
mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é,
igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que
deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível
técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar, Ano XV, n.º 712
Continuar uma
reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 712
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor
em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto,
Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC)
–, em Lisboa
Revista do GHabitar (GH) Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).
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terça-feira, dezembro 03, 2019
Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 711
Ligação direta (clicar) para: 700 Artigos
Interactivos, edição revista, ilustrada e comentada - Infohabitar 705 (36 temas e mais de 100 autores)
Infohabitar,
Ano XV, n.º 711
Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 711
Por António Baptista Coelho (imagens e textos)
Nota prévia:
A Série “Habitar e Viver Melhor”,
assim como outras temáticas teórico-práticas nas áreas específicas da
“arquitectura do habitar”, com destaque para os assuntos associados a uma
habitação intergeracional bem integrada
- matérias, como sabemos, “centrais” na edição da Infohabitar - serão
retomadas em 2020, salientando-se que, por agora, a nossa revista
continuará a dedicar-se a uma edição comentada de esquissos/desenhos, seja
numa perspectiva da própria prática do desenho livre, seja considerando,
especificamente, os aspectos de arquitectura e de habitar que estejam,
eventualmente, associados a cada tema desenhado.
O editor da Infohabitar
António
Baptista Coelho
Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 711
Por António Baptista Coelho (imagens e textos)
Introdução e nota prévia
Alerta-se o leitor para um artigo que se inicia com
uma reflexão textual, que se procurou não fosse excessivamente longa, seguida
de uma reflexão informalmente ilustrada, em que alguns desenhos ( 6 desenhos
coloridos) são apresentados e minimamente comentados, salientando-se matérias
da Arquitetura do habitar, associáveis às matérias tratadas no artigo, mas não
se descurando alguns brevíssimos comentários relativos ao desenvolvimento dos
respetivos desenhos.
Salienta-se, ainda, a título de nota prévia e
justificativa, eventualmente desnecessária mas cuidadosa, que as ideias que
são seguidamente apontadas correspondem a uma reflexão estritamente pessoal
sobre a matéria.
Enquadramento da temática dos velhos/novos espaços urbanos
A temática referida no título do presente artigo,
através da frase “velhos/novos espaços urbanos”, refere-se, essencialmente, à
ideia de que, nos tempos de hoje, numa época (desejavelmente) marcada pelo uso
pedonal e “suave” (modos suaves de movimentação: em bicicletas; em transportes
públicos eléctricos; em veículos partilhados, etc.) do espaço público urbano,
será talvez altura de podermos reavaliar e reintroduzir soluções de Arquitetura
urbana, que integrem, e profundamente – portanto, no “pleno uso” dos respetivos
e muito amplos leques de tipologias de espaços e aspetos de pormenor –
morfologias de edifícios e de espaços públicos, sendo ambas, expressivamente,
marcadas pela escala humana, e pela diversidade e mutação de agradáveis e
atraentes sequências de imagens, verdadeiramente catalizadoras do movimento e
da permanência.
Cabe aqui atentar em que uma tal integração profunda
e morfológica de edifícios e de espaços públicos, levará a projetos globais e
bem conjugados, em que, verdadeiramente, os alçados do edificado sejam, também,
alçados de ruas e pracetas, e em que os pisos térreos, por exemplo,
eventualmente utilizados para equipamentos coletivos, possuam um projeto, e uma
previsão de arranjo, uso e manutenção que, verdadeiramente, associe cuidados
privados, comuns e públicos, prevendo-se e procurando-se influenciar o que ali
irá acontecer nos espaços de “rua” contíguos.
Uma perspetiva de reflexão projetual que será,
portanto, associável, globalmente, a soluções urbanas, habitacionais e funcionalmente mistas,
formalmente variadas, multipontualmente marcadas pela escala e pelo uso humanos
e que apresentarão, com naturalidade, alguma similitude com as soluções que
marcaram boa parte das nossas povoações e bairros “históricos”.
Uma nota importante a considerar
Importa, no entanto, dizer, desde já, que esta
possibilidade não encerra em si qualquer tipo de criticável saudosismo
arquitetónico, mas sim, basicamente, a ideia de podermos usar um léxico amplo e
extremamente variado de soluções de arquitetura urbana, reinterpretadas,
naturalmente, à luz de novas e atuais exigências funcionais e de novos modos de
habitar, e não continuarmos a usar o catálogo, comparativamente, muito limitado
e pobre de soluções que poderemos designar de “funcionalistas”, ainda por cima,
tantas vezes empobrecidas, nos seus aspetos estruturantes e numa frequente
ausência de adequada pormenorização, por projetos de Arquitetura que não
souberam e/ou “puderam” usar esse “funcionalismo” de forma expressivamente
adequada e marcante, e que, tantas vezes se limitaram a repetir, sem verdadeira
racionalidade, receitas funcionais, habitacionais e de equipamentos que foram
espartilhando a cidade em zonas e microzonas funcionalmente quase estanques,
frequentemente bloqueadoras da natural acessibilidade mútua, e, ainda por cima,
tantas vezes vazias de qualquer marca de arte urbana ou de coerente e
motivadora paisagem urbana.
Alguns desenvolvimentos recentes e de referência
Chegados aqui, regista-se que num recente estágio
orientado pelo autor destas linhas (de um mestrando do Instituto de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade de São Paulo), dedicado, globalmente, às matérias
associadas ao uso do espaço público e à respetiva satisfação com o espaço
público em conjuntos de habitação de interesse social brasileiros, e no âmbito
das visitas práticas realizadas a diversos conjuntos urbanos e residenciais,
aconteceu uma natural vontade de visitar também um dos principais bairros
históricos de Lisboa, Alfama (considerado um dos mais antigos bairros da
Europa), exatamente porque há, hoje em dia, a ideia, naqueles que ocuparam boa
parte das suas vidas a estudarem o espaço urbano, que as “doutrinas”
racionalistas não têm, frequentemente, o necessário “suplemento de alma” que
faz de um bairro o “nosso bairro”, de uma rua a “nossa rua” e de um edifício e
de uma habitação a “nossa casa”.
Considerando tudo isto, precisamos de exigir mais
dos nossos espaços urbanos e de vida e há que procurar, designadamente, onde
tais espaços de vida parecem “invadir”, positivamente, um relativo conjunto de
estimulantes e curiosas sequências urbanas – sequências estas integradas por
espaços bem pormenorizados e mais de “andar” ou mais de “estar”.
Atente-se que a crítica aqui colocada à doutrina
urbana modernista ou racionalista é no sentido de ela não incluir “frequentemente”
esse suplemento de alma urbano e habitacional, porque quando tais conjuntos
urbanos são bem projetados eles têm essa qualidade; mas tais casos muito
positivos são, infelizmente, raros e entre os quais, em Portugal, sobressai o
excelente bairro de Olivais Norte em Lisboa.
E a propósito de toda esta temática sugere-se a
leitura de um recente artigo do arquiteto e gestor David Galbraith, intitulado “A New Approach to Designing Smart Cities”,
que está disponível na WWW e que se inicia com a seguinte frase, que é bem
clara e sintética: “One day, I’d like to
design a truly modern, functional city with the character of a medieval hill
town”.
Sobre uma estratégica variabilidade urbana
Por fim, para rematar a parte de texto deste artigo,
salienta-se nesta temática que designámos dos “velhos/novos espaços urbanos”,
um aspeto ligado à organicidade urbana, e a uma designável “taxa de
variabilidade da paisagem urbana e da
paisagem edificada” – uma ideia que aqui se avança – e sublinham-se os
resultados que poderão ser obtidos com uma tal estratégia:
(i) Seja em termos de diversidade e associada
adequabilidade de espaços privados disponibilizados – por exemplo dos pequenos aos grandes fogos; das habitações
com acesso directo à rua, àquelas com acesso através de galerias comuns ou
semi-públicas; das grandes lojas e oficinas não poluentes aos muito pequenos
estabelecimentos “boutique” com temáticas e/ou finalidades muito específicas e
estimulantes da curiosidade pública (ex., pequena olaria artística com venda
direta).
(2) Seja em termos de estimulante organicidade,
global e pormenorizada, do tecido urbano que assim se desenvolve, marcado por
inúmeros potenciais percursos tão funcionais como verdadeiramente lúdicos,
através de “camadas” de preocupações de projeto de Arquitetura Urbana em que os
aspetos se segurança e de funcionalidade dos serviços urbanos serão devidamente
salvaguardados, mas sobrepostos com os, já referidos, aspetos de uso pedonal –
funcional e lúdico/passeios (o flanar) – e com o adequado planeamento de meios
de deslocação, ditos, “suaves” no espaço público (incluído transportes públicos
“suaves”); ainda sobrepostos com aspetos estruturantes do uso da zona em
relação com transportes públicos estruturadores ao nível do bairro e da cidade
e com “bolsas” e “pontos” estratégicos de estacionamento de veículos privados.
(3) Seja, também, em termos de uma estimulante
organicidade global da relativa “continuidade”, ou no mínimo, sequencialidade
edificada, garante de cenários que acompanham e vão motivando o peão ao longo
dos seus diversificados percursos: mais funcionais ou mais lúdicos; mais
conviviais ou mais pessoais.
(4) Seja, ainda, em termos da estratégica e ampla
diversidade de organizações e dimensões habitacionais que, assim, poderão ser
disponibilizadas, destacando-se nesta matéria a diversidade de opções de acesso
e relação com o espaço público, a diversidade de localizações e a adequação a
variadíssimos modos, gostos e necessidades habitacionais; numa opção bem
distinta daquela que se liga a um parque habitacional com quase globais
características de uniformidade associada a um regulamento com muitas dezenas
de anos e a opções de planeamento rígidas e pouco ligadas à evolução da
realidade urbana.
Ferramentas de projeto
Confessando que o meu perfil actual não é de
projetista, mas que o foi há algumas décadas, julga-se que as atuais
ferramentas de apoio informatizado ao projeto permitem uma gestão e um
“manuseamento” dessa referida desejada globalidade e diversidade de Arquitetura
Urbana – visando-se esses objetivos de visão simultânea de verdadeiros
“complexos” de espaços edificados, públicos e semi-públicos, e a sua
estratégica, respetiva e relativa continuidade de variação – muito mais
adequada e potente do que aquela que havia há algumas dezenas de anos, quando
tudo se fazia “a lápis e tinta” sobre folhas de papel vegetal, em que qualquer
pequena alteração levava a muito complexas e dimensionalmente sensíveis
operações (ex., raspar, cortar, colar) ou ao redesenhar de muitas peças de
projeto; e o que poderemos dizer das atuais ferramentas de apoio ao rigoroso
levantamento dos espaços a intervencionar?
Tudo, julga-se, ferramentas que, desde que bem
usadas e nunca substituindo a vital fase de esquisso das ideias e de verdadeira
reflexão gráfica (sempre muito pessoal) sobre as mesmas, serão excelentes para
se ir obtendo uma nova ou renovada paisagem urbana , vibrantemente construída
por espaços cheios e vazios, sem monotonia e sem anonimato, capazes de nos
proporcionarem os sítios próprios de vida que qualificam a nossa identidade e
que nos orientam e sugerem comportamentos positivos nas nossas movimentações.
Alguns desenhos minimamente comentados
Conclui-se, aqui, a parte mais textual do artigo e
avança-se, tal como foi apontado, logo de início, para a apresentação de alguns
desenhos ( 6 desenhos coloridos), que são minimamente comentados,
salientando-se matérias da Arquitetura do habitar, associáveis às temáticas
abordadas no artigo, mas não se descurando alguns brevíssimos comentários
relativos ao desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Fig. 01: A propósito de
um “recanto urbano” que esboça uma situação caraterística de um bairro
histórico lisboeta, evidencia-se a proximidade entre os vãos habitacionais e a
potencial vivência do espaço público contíguo, uma proximidade que marca a
continuidade perspetivada desse espaço público (vista em perspetiva e
minimamente antecipada) e que “pontua” a diversidade orgânica de volumes edificados
visíveis. Em termos de desenho trata-se de um esboço a tinta, que foi depois
aguarelado e tratado com sombras azuis.
Fig. 02: Um “quadro” urbano que marca uma potencial
sequência de deslocação ou passeio com o “objetivo”
(“inantigível”) de uma linha
de horizonte marítima, bem enquadrada pelas edificações que vão assinalando,
expressivamente, a descida da rua; um tecido urbano “micro” que sublinha esses
aspetos de denteado que apontam a descida e que, com os seus aspetos de
pormenor – vãos de porta e de janela – acentuam a escala humana que invade todo
o “quadro”; e um potencial de escolha entre duas ruas que se juntam em primeiro
plano, proporciona estimulantes alternativas e escolhas. Em termos de desenho,
trata-se de um assinalar da própria importância do esboço no desenho final, com
traços de lápis, ainda bem visíveis e que, praticamente, “saltam” para as
aguadas de cor, que evidenciam ocres alaranjados num adequado equilíbrio com os
azuis do rio/mar e do céu.
Fig. 03: A esquematização
de um “complexo” edificado norte-africano que evoca a forma de geração e de
consolidação das primeiras povoações, quando edifícios/habitações
multifuncionais se juntavam a outras habitações multifuncionais, quase sem
ruas; os tons de ocre também se referem ao sentido primordial da terra como
elementos de geração desta “colina habitada”; e é esta conjugação de formas
edificadas, interligadas, continuadas ao longo das “frestas/ruas”, que se
evidencia numa qualidade bem distinta dos modernistas e isolados edifícios
racionalistas, bem separados uns dos outros e, afinal, nada solidários. O lápis
de cor aguarelável é sempre um meio “sereno”, simples de manobrar, dependendo o
efeito final do tempo que lhe dedicamos e que pode dar-nos, logo, um dado
efeito, ou, com uns borrifos de água (bem controlados: atenção, pois há que dar
tempo à água para se misturar na tinta), ser uma agradável surpresa (em textura
e tonalidades).
Fig. 04: Um pouco a mesma
lógica, apontada na figura 3, quando edifícios/habitações multifuncionais se
juntavam a outras habitações multifuncionais, neste caso já com algumas ruas
que se percebem existir pelas sombras que as ocupam; e em vez do ocre a
tendência para o branco da cal e para o branco azulado das sombras; e o pontuar
dos telhados alaranjados; um sentido de conjunto urbano que carateriza os
bairros históricos, que ao perto se penetram em curiosas sequências e que, ao
longe, são “presépios”. Um desenho a lápis de cor muito aguarelado.
Fig. 05: Ainda a mesma
ideia de uma parte de bairro urbano que se mostra com um assinalável efeito de
conjunto, como se cada edifício/”casa” pouco importasse por si próprio, mas sim
como peça de um puzzle, mas um puzzle que não é um quebra-cabeças, mas sim uma
entidade conjunta e afirmativa, em que as unidades de cada edifico se articulam
com unidades de outros edifícios contíguos ou próximos e com parcelas unitárias
do respetivo espaço público intersticial. Um desenho direto a tinta (sem
preparação de lápis) onde os vãos de janela adquirem assinalável protagonismo,
habitando tudo; e assim se volta à temática urbana com a grande família de vãos
de janela humanizadores e de relação com o espaço público.
Fig. 06: E, por fim,
neste artigo, a chegada à margem, ao final do percurso, vista, neste caso, do
lado do mar, e sublinhando-se formalmente os variados edifícios esboçados nos
mesmos tons, com idêntica escala geral, mas formalmente bem identificáveis;
numa opção em que a unidade formal do bairro ou conjunto urbano significativo,
pode conviver com a identidade de cada elemento/ edifício. E, novamente, o
simples lápis aguarelado.
Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar
seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar
assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e
científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o
pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e
comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos
autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos
mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é,
igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que
deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível
técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade
muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm
a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e
pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos
comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar, Ano XV, n.º 711
Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 711
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor
em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto,
Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC)
–, em Lisboa
Revista do GHabitar (GH) Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).
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terça-feira, novembro 26, 2019
Nota da edição da Infohabitar
Caros leitores,
Na presente semana e considerando a qualidade e extensão do último artigo editado, este mantém-se em primeira linha editorial.
O Editor da Infohabitar
António Baptista Coelho
Na presente semana e considerando a qualidade e extensão do último artigo editado, este mantém-se em primeira linha editorial.
O Editor da Infohabitar
António Baptista Coelho
terça-feira, novembro 19, 2019
DEGRADAÇÃO E MODOS DE HABITAR EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS ANTIGOS DO PORTO - Infohabitar 710
Ligação direta (clicar) para: 700 Artigos Interactivos, edição revista, ilustrada e comentada - Infohabitar 705 (36 temas e mais de 100 autores)
Infohabitar,
Ano XV, n.º 710
DEGRADAÇÃO E MODOS DE HABITAR EM EDIFÍCIOS
RESIDENCIAIS ANTIGOS DO PORTO: avaliação da satisfação e perceção dos
residentes – Infohabitar 710
Por: Cilísia Ornelas, Isabel
Breda-Vázquez e João Miranda Guedes
Notas prévias
A Infohabitar retoma com este artigo de uma sua
“velha” e essencial tradição de edição
de artigos de diversos autores, que nos enviam os seus trabalhos, no sentido da
referida publicação, lembrando-se que são já mais de 100 os autores que
editaram na Infohabitar.
Naturalmente que a temática deverá referir-se, sempre,
ao habitat humano e que a qualidade do artigo deve ser adequada a uma sua ampla
divulgação, condição esta bem cumprida, pelo artigo que aqui se edita e que foi
positivamente avaliado para apresentação e edição nas Actas do 4.º Congresso
Internacional da Habitação no Espaço Lusófono (4.º CIHEL).
O editor da Infohabitar
António Baptista Coelho
DEGRADAÇÃO E MODOS DE HABITAR EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS ANTIGOS DO
PORTO: avaliação da satisfação e perceção dos residentes
Cilísia Ornelas (a); Isabel Breda-Vázquez; (b);
João Miranda Guedes (c)
a
Doutora
em Engenharia Civil, CITTA/CONSTRUCT-FEUP, cilisia@fe.up.pt
b
Professora
Doutora em Engenharia Civil, CITTA-FEUP, ivazquez@fe.up.pt
c
Professor
Doutor em Engenharia Civil, CONSTRUCT-FEUP, jguedes@fe.up.pt
Resumo:
Este
artigo debruça-se sobre a avaliação da satisfação e perceção residencial dos
residentes de edifícios antigos de matriz unifamiliar burguesa (séculos
XVII-XX) degradados, localizados no centro histórico do Porto e áreas
envolventes e habitados por uma população socioeconomicamente desfavorecida.
Nesse sentido, recorre-se à aplicação da Metodologia de Avaliação do Património
Edificado Habitacional (MAPEH) [1] que compreende a análise do edificado nas
dimensões patrimonial, técnica e social. A aplicação desta metodologia é feita
através de uma Ficha de Avaliação (FA) que, suportada por recolha de informação
detalhada e atualizada [2], especifica os critérios gerais da MAPEH,
direcionando-os para o contexto particular do edificado a avaliar.
No
contexto da MAPEH, a avaliação da satisfação e perceção residencial dos
habitantes tem por base um questionário específico dirigido aos residentes dos
edifícios a analisar. Esse questionário permite identificar os diferentes
perfis socioeconómicos dos residentes e aferir a sua perceção em relação às
características da unidade habitacional (compartimentos mais usados, tamanho e
tipo de uso, privacidade e facilidade de acesso à e na habitação e conforto
térmico e acústico…) e da área de residência (segurança, relação com os vizinhos,
equipamentos, serviços, instalações existentes...). Em particular, identifica
as características que os residentes mais apreciam nos edifícios/ área de
residência e as suas expetativas relativamente a eventuais melhorias a efetuar
na habitação que contribuam para a melhoria percecionada da sua qualidade de
vida, assim como critérios que distinguem diferentes perfis de residentes
relacionados com necessidades básicas e expetativas em relação à sua habitação
e área envolvente.
Na
aplicação ao caso de estudo, esta análise aferiu lacunas na intervenção e
conservação do património edificado em análise, bem como na colmatação das
necessidades básicas percecionadas pelos residentes em diferentes contextos,
permitindo concluir sobre a importância de se promoverem condições
diferenciadas de intervenção no património edificado capazes de integrar (e de
combinar), não só exigências patrimoniais, de segurança e de habitabilidade,
mas também as necessidades básicas percecionadas pelos residentes.
Palavras-chave:
património edificado, reabilitação, degradação, satisfação residencial, modos de habitar
1. Introdução
A degradação do património edificado em centros
históricos e áreas urbanas centrais é um tema de relevo nos contextos
diversificados nacionais e internacionais. A falta de condições de segurança e
de habitabilidade dos edifícios está associada à degradação material dos
edifícios, resultado da falta de incentivos e estratégias por parte das
entidades públicas e privadas locais, regionais e nacionais que promovam a
reabilitação do parque edificado.
É de notar que o património edificado antigo, a sua
preservação e a forma como é ocupado por residentes, tem sido tema de discussão
por inúmeros investigadores e especialistas que apontam a necessidade de
estudar a adaptação dos edifícios antigos aos estilos de vida atuais [3-7]. No
entanto, a literatura aponta a necessidade de rever o conceito de
habitabilidade, devendo a normativa encarar os compartimentos da habitação como
áreas de descanso, higiene e alimentação ligados às necessidades básicas da
habitação, distanciando-se da conceção de espaços, como dormitórios,
instalações sanitárias e cozinhas que remetem para uma conceção técnica e
materialista dos códigos de construção atuais em que está associada à construção
nova [4-8].
Também associado a este debate, surgem estudos que
analisam o perfil dos residentes e a sua satisfação residencial na habitação e
área de residência [9-11], aspetos relacionados com as expectativas e
necessidades básicas dos residentes [8, 12]. Neste âmbito, vários estudos
sublinham soluções que apontam para uma maior flexibilidade no uso dos
edifícios habitacionais existentes, visando a melhoria da qualidade de vida dos
diferentes perfis de residentes [13-17].
Simultaneamente assiste-se à necessidade de avaliar a
situação do edificado existente. A discussão em torno desta temática aponta
metodologias que se dirigem para a avaliação do estado de conservação [18-20] e
do valor patrimonial dos edifícios [21], descurando os aspetos sociais, nomeadamente
a avaliação das condições e perceção dos seus residentes. Esta lacuna resultou
na criação da Metodologia de Avaliação do Património Edificado Habitado (MAPEH)
[1] que engloba a análise das dimensões patrimoniais, técnicas e sociais do
património edificado habitado. Esta metodologia implementa critérios gerais de
avaliação que, quando dirigida para um determinado contexto de património
edificado, permitem recolher informação detalhada e realizar o diagnóstico
integrado e atualizado desse património [2].
No desenvolvimento deste artigo mostra-se os
resultados da aplicação da MAPEH aos edifícios antigos de matriz unifamiliar
burguesa (séculos XVII-XX) degradados, localizados no centro histórico do Porto
e áreas envolventes e habitados por uma população socioeconomicamente
desfavorecida. O artigo focaliza-se na avaliação da dimensão social deste
património edificado, analisando os resultados dos dados recolhidos sobre o
perfil socioeconómico dos residentes e da sua perceção sobre as características
da habitação e área de residência, bem como evidencia as suas necessidades
básicas percecionadas e expetativas. Esta análise mostra que a ocupação e modos
de habitar os edifícios pelos diferentes perfis de residentes fazem emergir
diferentes expetativas e necessidades em relação à habitação e área de
residência, que por sua vez exigem ações de intervenção diferenciadas no
património edificado.
Assim, nos seguintes pontos descreve-se de forma
sucinta a MAPEH e salienta-se a importância da dimensão social na avaliação do
património edificado. Mostram-se resultados dos dados recolhidos e faz-se uma
reflexão sobre os contributos destes resultados para uma maior eficácia nos
procedimentos e medidas de intervenção a efetuar no edificado, justificando-se
a necessidade de introdução de critérios de flexibilidade e proporcionalidade
na normativa vigente [4, 3, 8].
2. Metodologia Integrada de Avaliação do Património Edificado
2.1 MAPEH
O estudo comparativo do referencial normativo de
Itália e Espanha, e a posterior contextualização da normativa portuguesa,
sublinham a necessidade de se criarem procedimentos de inventariação e
catalogação do património edificado que permitam melhor sustentar medidas de
intervenção adequadas [22]. Esse estudo resultou na criação da Metodologia de
Avaliação do Património Edificado Habitado (MAPEH) cujas linhas conceptuais se
sustentam nos critérios gerais do referencial normativo dos três países
referidos e nas contribuições resultantes dos diferentes debates e estudos
internacionais que interessam ao património edificado, e que justificam a
integração das dimensões patrimoniais, técnicas e sociais na avaliação do
edificado, nomeadamente do valor patrimonial, das condições de segurança e
habitabilidade dos edifícios, bem como da satisfação residencial dos
habitantes.
A MAPEH constitui, por isso, um procedimento de
avaliação holística, integrada e multidisciplinar do património edificado [23].
Incorpora critérios adaptáveis a diferentes contextos de análise e
especificidades do edificado habitacional existente, permitindo construir bases
de dados a integrar em procedimentos de inventariação e catalogação do
edificado que permitam, nomeadamente, apoiar níveis de intervenção
diferenciados em património edificado.
2.2 Dimensões de Avaliação
A MAPEH é composta por três partes (ver figura 1) que
podem ser aplicadas de forma conjunta ou separada. A parte I afere o interesse
patrimonial dos edifícios através de critérios que avaliam o edificado nas
vertentes físicas, técnico-construtiva e cultural. A parte II dirige-se à
dimensão técnica do edificado e inclui critérios que advêm do referencial
normativo e do debate teórico, orientados para avaliar as condições de segurança
e de habitabilidade dos edifícios. A parte III avalia a dimensão social,
baseando-se em critérios e parâmetros recolhidos a partir do debate teórico em
torno da satisfação residencial, nomeadamente: no reconhecimento da importância
do perfil e do contexto socioeconómico dos residentes e da sua perceção sobre
as características físicas da habitação/edifício e área residencial [24].
Fig. 1: Proposta da Metodologia de Avaliação do
Património Edificado Habitado (MAPEH)
É de referir que o estabelecimento de critérios
gerais de avaliação no âmbito da MAPEH torna-se essencial para garantir a
eficácia desta estratégia na persecução dos seus objetivos. A
multidimensionalidade da MAPEH visa potenciar dinâmicas diferenciadas de
salvaguarda do património edificado, melhor adaptadas às características
físicas, de utilização e dos utilizadores do património edificado.
2.3 Ficha de Avaliação
A operacionalização da MAPEH conduz à construção de
um instrumento de avaliação - Ficha de Avaliação (FA). Este instrumento
apoia-se nos critérios gerais da MAPEH e particulariza-os, orientando a
avaliação dos aspetos patrimoniais, de segurança, habitabilidade e satisfação
residencial dos residentes (ver figura 2).
Fig. 2: FA como instrumento de operacionalização da
MAPEH
Tendo em conta que este artigo analisa e discute os
resultados da aplicação da MAPEH a um caso de estudo, apenas nos aspetos
relativos à parte III, no ponto 2.3.1 detalha-se a construção da FA
relativamente a essa parte.
2.3.1 Satisfação residencial
A dimensão social da MAPEH refere diretrizes que
conduzem à identificação do perfil dos residentes e sua satisfação residencial,
bem como permitam averiguar as necessidades básicas, expetativas e problemas
percecionados pelos residentes, aferindo também o seu nível de satisfação
global na habitação e área de residência (ver figura 3).
Fig. 3: Parâmetros da MAPEH para a avaliação da
dimensão social
A dimensão social da MAPEH é desenvolvida na FA,
parte III, através de critérios específicos agrupados em duas subpartes que se
materializam num inquérito aos residentes, entendidos neste contexto como os responsáveis
pelos agregados familiares.
A primeira subparte é dirigida à avaliação
socioeconómica do perfil dos residentes e sua perceção sobre as características
da habitação, a segunda parte orientada para a avaliação da perceção dos
residentes em relação à área de residência. Assim, na avaliação do perfil
socioeconómico dos residentes são incluídos os seguintes indicadores: perfil do
agregado familiar (profissão, escolaridade, rendimento mensal, valor da renda,
duração de vivência na habitação, estado civil, composição do agregado
familiar, limitações e doenças); ocupação no edifício (tipo de utilizadores,
tipo de permanência, sobrelotação nas zonas de dormir); utilização que os
residentes fazem da unidade de habitação (tamanho da habitação, compartimentos
mais usados, tipo de uso, privacidade nos quartos de dormir e instalações
sanitárias, acessibilidade no edifício e nas caixas-de-escadas); perceção do
conforto térmico (tipo de aquecimento usado na habitação, temperatura ambiente
da habitação nas estações de Verão e de Inverno); perceção do conforto acústico
através da perceção dos ruídos aos sons de percussão na habitação, e dos sons
de condução aérea tanto na habitação como vindos do exterior (comércio e
tráfego rodoviário); perceção da necessidade da realização de obras de
manutenção na habitação/ edifício; identificação dos problemas dos residentes
(qual o tipo de melhorias que os residentes gostariam de ter nas suas
habitações; qual o tipo de apoio a que recorrem para satisfazer as suas
necessidades básicas); perceção dos residentes sobre o valor patrimonial dos
edifícios; perceção da vontade e ou possibilidade dos residentes mudarem de
habitação.
Na segunda subparte, o inquérito engloba a avaliação
da satisfação residencial na área de residência/ vizinhança, e incide na
aferição da perceção dos residentes sobre: a segurança na área de residência;
contacto e empatia com outros residentes da área de vizinhança e residência;
equipamentos, instalações e serviços mais usados; tipo de acessibilidade na área
de residência; fatores mais apreciados pelos residentes na área de residência e
vizinhança (e.g. centralidade, segurança, transportes e serviços, vizinhos,
atividades sociais e culturais, proximidade de emprego, escola dos filhos, familiares
e vizinhos). No fim do inquérito são colocadas duas questões que sintetizam as
questões anteriores, e que incidem sobre a satisfação residencial dos
residentes em relação à habitação e área de residência. Ambas assentam em
respostas de escolha múltipla com as opções: insatisfeito, pouco satisfeito,
satisfeito e muito satisfeito.
Realça-se que este inquérito, de cariz social,
constitui um contributo importante para a tomada de decisão na intervenção nos
edifícios, nomeadamente contribui para justificar ações de intervenção
diferenciadas, ou seja, melhor adaptadas aos diferentes perfis de residentes
encontrados.
3. Avaliação da Satisfação Residencial
3.1 Perfil dos residentes
Neste artigo apresentam-se e analisam-se os
resultados obtidos na aplicação da avaliação da Parte III da FA - Satisfação
Residencial - ao caso de estudo: 42 edifícios residenciais históricos de matriz
unifamiliar burguesa (séculos XVII-XX) degradados, localizados no centro
histórico do Porto e áreas envolventes e habitados por uma população socioeconomicamente
desfavorecida.
O inquérito social é aplicado a 61 residentes dos 42
edifícios inspecionados, dos quais 20 residentes são adultos (idades entre os
25 e 64 anos) e 41 idosos (idade igual ou superior a 65 anos).
Na avaliação socioeconómica dos residentes
apresenta-se os resultados mais significativos para esta discussão (ver figura
4), traçando o perfil da amostra. Desta análise verifica-se que a maioria dos
residentes apresenta baixo nível de escolaridade, ou seja, escolaridade
inferior ou igual ao 4.º ano (77%), tem rendimentos baixos (56%) e recebem
menos do que 500 euros mensais. Os agregados familiares identificados são
compostos por residentes isolados (41%), na sua maioria idosos que vivem
sozinhos e ocupam os últimos pisos dos edifícios, e por casais: famílias
clássicas, famílias monoparentais, famílias alargadas e grupo coabitante (59%)
[01]. É de acrescentar que a quase totalidade dos residentes são inquilinos
(95%), pagando rendas baixas (51%) entre 0 a 50 euros. Para além disso, a maior
parte dos moradores habitam há mais de 30 anos nestes edifícios (67%).
Desta avaliação constata-se que estamos perante uma
população residente maioritariamente idosa, que aluga parcelas destes
edifícios, designadas por “unidades habitacionais” [02]. Verifica-se que os
residentes inquilinos, devido aos seus fracos rendimentos não realizam obras de
manutenção regulares, nem os proprietários realizam obras de intervenção para
melhorar as condições de segurança e de habitabilidade nos edifícios,
constatando-se que a maioria dos residentes vive há mais de 30 anos nestes
edifícios (67%). Neste sentido, torna-se importante avaliar a perceção dos diferentes
residentes em relação às características e condições de habitabilidade e segurança
da sua unidade de habitação e edifício.
Fig. 4: Identificação do perfil dos residentes
inquiridos do caso de estudo
3.2 Perceção dos residentes em relação às características da unidade de habitação e edifícios
Como já referido, os edifícios escolhidos para
análise são edifícios com valor patrimonial, degradados e ocupados por
diferentes agregados que habitam e coabitam em diferentes pisos, apesar da
matriz dos edifícios ser unifamiliar. Tendo em conta este tipo de ocupação,
pretende-se identificar a perceção dos diferentes residentes em relação às
características da sua unidade de habitação, nomeadamente sobre o seu tamanho,
tipo de ocupação e uso, grau de privacidade e acessibilidade, e perceção de
conforto térmico e acústico. Também se afere as expetativas dos residentes
sobre o seu desejo de melhoria das condições de habitabilidade e/ou de outros
apoios para melhorar a sua qualidade de vida e colmatar as suas necessidades
básicas. Pretende-se ainda neste ponto estudar a relação entre a escolaridade
dos residentes e o valor que dão ao seu edifício.
3.2.1 Tamanho
da unidade de habitação
É de referir que os edifícios residenciais do Porto
analisados, apesar da sua matriz base ser unifamiliar, sofreram adaptações e
alterações ao longo do tempo, albergando atualmente mais do que um agregado
familiar.
Na análise da perceção dos residentes em relação ao
tamanho da sua unidade de habitação, constata-se que as famílias alargadas,
grupos coabitantes e famílias monoparentais são os agregados familiares que
mais percecionam que a sua unidade de habitação é pequena, apresentando,
respetivamente, 80%, 67% e 57% das respostas. Os casais têm uma perceção
diversa sobre o tamanho da sua unidade de habitação, referindo que é média ou
grande. Já a maioria das famílias clássicas (63%) considera que a sua unidade
de habitação é média (ver figura 5).
Fig. 5: Perceção do tipo de agregado familiar com o
tamanho da habitação
3.2.2 Ocupação
e uso da habitação
Na inspeção aos edifícios e no inquérito aos
residentes verifica-se que a ocupação e uso que os residentes fazem das suas
unidades de habitação é tradicional, procurando adaptar os compartimentos
existentes nos pisos (antigos quartos, salas e arrecadações) em casas de banho,
salas de estar e jantar, cozinhas, espaços de trabalho, entre outros.
No que se refere à ocupação e uso da habitação,
conclui-se que as unidades de habitação são ocupadas pelos residentes de forma
convencional, ou seja, cada agregado familiar transforma os compartimentos
existentes (e.g. quartos de dormir e salas, arrumos) em compartimentos da
habitação tradicional em falta (e.g. instalações sanitárias, cozinha, sala
jantar, lavandaria…) ver tabela 1.
Desta análise verifica-se que a maioria dos
residentes usa a unidade de habitação para satisfazer as necessidades básicas
como dormir, tomar banho, cozinhar, descansar, sendo estas funções as que mais
influenciam as respostas dos inquiridos, tal como se apresenta na tabela 2. Os
inquiridos também respondem que fazem o tratamento da roupa na sua própria
unidade de habitação, mesmo não estando preparadas com lavandarias
convencionais, ou apresentando as condições básicas desejáveis ou necessárias.
Embora com menor incidência, a unidade de habitação também é referida por
alguns residentes como espaço para trabalhar, ou realizar outras atividades.
Tabela 1: Tipo de ocupação
Tabela 2: Tipo de uso
Na avaliação dos dados do inquérito verifica-se ainda
que as famílias clássicas e as famílias monoparentais, isto é, os agregados
constituídos por residentes adultos, jovens e crianças, são as que expressam
maior necessidade de dar usos diferentes à unidade de habitação, como criar
locais de trabalho para tarefas domésticas e prestação de serviços a terceiros
(lavar a roupa e passar a ferro, costurar, espaços de cabeleireiro, etc.). No
item outro inclui-se as atividades estudar e brincar. Estes resultados apontam
para que diferentes agregados familiares demonstrem diferentes necessidades, ou
atribuam diferentes usos ao seu espaço habitacional (ver figura 6).
Fig. 6: Relação entre o agregado
familiar e o uso da habitação para trabalho e outras atividades que não as
necessárias para satisfazer as necessidades básicas
3.2.3 Privacidade
e acessibilidade
Na avaliação da privacidade na unidade habitacional
analisa-se a perceção dos residentes nos quartos de dormir e instalações
sanitárias por serem espaços, muitas vezes, improvisados e posicionados em
locais inadequados para as suas funções, não cumprindo também as normas mínimas
de habitabilidade requeridas pelo RGEU [25]. Desta análise afere-se que 60% dos
residentes idosos dizem sentir pouca privacidade nos quartos de dormir e
instalações sanitárias (ver figura 7). Este resultado advém do facto dos
quartos de dormir se encontrarem ligados a outros quartos de dormir, ou de se
localizarem em locais de passagem; das instalações sanitárias se localizaram em
locais de passagem dentro da unidade habitacional, em frente às salas de jantar
e/ou de estar, ou no exterior das habitações.
A figura 7 apresenta também a relação da
acessibilidade ao e no edifício com a faixa etária (adultos e idosos),
verificando-se que os idosos são aqueles que mais sentem dificuldades em aceder
à habitação através das caixas-de-escadas (76%). Isto acontece como resultado
das suas limitações físicas, agravadas pelo facto destes idosos morarem,
frequentemente, nos últimos pisos e em unidades habitacionais com corredores
estreitos e instalações sanitárias afastadas dos quartos de dormir.
Fig. 7 - Perceção de idosos e adultos
em relação à privacidade na unidade de habitação e acessibilidade nos edifícios
e caixas-de-escadas
A figura 8 mostra algumas imagens que ilustram e
justificam esta realidade nos edifícios analisados.
Fig. 8: Fotografias que revelam: (a)
falta de privacidade nas instalações sanitárias e (b) quartos de dormir, e (c,
d) difícil acessibilidade nos edifícios e caixas-de-escadas
3.2.4. Conforto térmico e acústico
A análise da perceção dos residentes sobre o conforto
térmico na habitação mostra que os residentes sentem menos desconforto térmico
na habitação de Verão do que de Inverno. Os residentes idosos percecionam em
maior percentagem a habitação fria de inferno (37%), enquanto os residentes
adultos percecionam em maior percentagem que a sua habitação é muito fria de
Inverno (45%), figura 9.
Na avaliação do conforto acústico, a maioria dos
residentes não perceciona desconforto acústico na habitação, sendo os
residentes idosos os que demonstram sentir menor desconforto acústico (ver
figura 9). Esta situação acontece como resultado dos idosos habitarem
preferencialmente os últimos pisos dos edifícios e de potencialmente apresentarem
uma menor capacidade auditiva.
Fig. 9: Perceção do conforto térmico e acústico dos
residentes
3.2.5. As necessidades básicas dos residentes e o
valor da habitação
Em relação às condições da unidade habitacional, de
um modo geral os inquilinos manifestam interesse em melhora-las, intervindo
espontaneamente com pequenas obras que consideram prioritárias, sem esperar
pela decisão do proprietário. Os residentes idosos manifestam maior vontade de
efetuar pequenas obras de manutenção na habitação. Apresentam-se algumas
opiniões (adaptadas) de residentes (ver quadro 1) relativamente às necessidades
básicas sentidas na sua unidade de habitação e edifício.
Quadro 1: Perceção dos residentes sobre as suas
necessidades básicas na habitação
Os resultados do inquérito permitiram também
constatar que os residentes com maior grau de escolaridade são aqueles que
expressam de forma mais clara as suas necessidades básicas, tendo maior
perceção sobre as diversas necessidades de intervenção nas suas unidades de
habitação. No entanto, o gráfico da figura 10 mostra que, independentemente da
escolaridade dos residentes, a larga maioria dos residentes reconhece que os
edifícios têm valor, gosta de morar no edifício, mas gostaria de melhorar as
condições da sua unidade habitacional.
Fig. 10: Relação entre a escolaridade dos residentes inquiridos e a perceção sobre o valor dos edifícios e desejo de melhorar as condições da unidade de habitação
Fig. 10: Relação entre a escolaridade dos residentes inquiridos e a perceção sobre o valor dos edifícios e desejo de melhorar as condições da unidade de habitação
3.3 Perceção dos residentes em relação à área de residência
O inquérito da FA questiona os residentes sobre a sua
perceção em relação à área de residência, nomeadamente à segurança, aos
vizinhos, aos equipamentos existentes e à acessibilidade. No que respeita aos
equipamentos, instalações e serviços mais usados na área de residência (ver
figura 11), conclui-se que o hospital (89%), o posto médico (87%), a mercearia
(77%), o supermercado (67%), a recolha de lixo (56%) e a junta de freguesia
(33%) são os mais usados.
Fig. 11: Equipamentos, instalações e serviços mais
usados pelos moradores
Os residentes questionados sobre a qualidade da
acessibilidade na área de residência (ver figura 12) percecionam a existência
de transportes públicos (78%), passeios em boas condições (69%) e ruas pedonais
(30%) como os fatores mais importantes.
Para além disso, os residentes são também inquiridos
sobre características/fatores que os mais satisfazem na área de residência
(e.g. centralidade, segurança, transportes e serviços, vizinhos, atividades
sociais e culturais…). Desta análise verifica-se que a centralidade (90%), a
segurança (85%), os transportes e serviços (82%), bem como os vizinhos (80%) são
os fatores que os residentes apresentaram como sendo os que mais apreciam na
sua área de residência e que contribuem para a sua vontade de permanecer na sua
unidade de habitação (ver figura 13).
No fim do inquérito são colocadas duas questões que
sintetizam as questões anteriores, e que incidem sobre a satisfação residencial
dos inquilinos em relação à habitação e área de residência. Ambas assentam em
respostas de escolha múltipla com as opções: insatisfeito, pouco satisfeito,
satisfeito e muito satisfeito (ver figura 14).
Desta análise verifica-se que os residentes estão na
sua maioria satisfeitos (61%) em viver na sua habitação. Por outro lado, a
satisfação na área de residência é maior, mostrando-se 54% dos residentes
satisfeitos em habitar na área de residência e 41% muito satisfeitos.
4. Conclusões
Desta análise conclui-se que os residentes que ocupam
os edifícios analisados são na sua maioria idosos, com rendimentos e rendas
baixas e que vivem há muito tempo na sua unidade habitacional, querendo aí
permanecer, ou seja que demonstram ter criado um sentido de pertença com o
local. A baixa escolaridade, muitas vezes associada a rendimentos baixos,
contribuem para expressarem algum sentimento de acomodação [10, 11]; embora
reconheçam as condições precárias em que vivem, identificam valor patrimonial
nos seus edifícios. Por outro lado, percecionam desconforto térmico no Inverno,
situação que resulta em parte da ausência de equipamentos e instalações de
aquecimento, fator que se atribui, de um modo geral, aos baixos recursos
económicos dos residentes inquiridos. Os residentes idosos também confirmam a
falta de privacidade nas instalações sanitárias e quartos de dormir, bem como
dificuldades em se movimentarem na habitação, nomeadamente em subir escadas
devido às suas dimensões reduzidas. Neste sentido, as más condições de
habitabilidade e falta de segurança relatadas justificam, em parte, as
necessidades básicas expressas pelos mesmos.
O inquérito mostra ainda que, em geral, os residentes
fazem um uso convencional da habitação, embora os agregados correspondentes às
famílias clássicas e alargadas mostrarem necessidade de incluir outros usos
(e.g. trabalhar, estudar e brincar) na satisfação das suas necessidades. Isto
é, o tamanho da habitação e sua usabilidade é um fator determinante na
satisfação dos residentes. Este estudo revela que a ocupação, uso e
necessidades básicas dos residentes na habitação estão relacionados com os seus
diferentes perfis.
No que respeita ao estudo sobre a perceção dos
residentes na área de residência, verifica-se que os moradores idosos têm
tendência a demonstrar maior insegurança, embora sejam os que criam maior
empatia e laços com a vizinhança.
Deste modo, a análise da dimensão social é uma
importante ferramenta de apoio aos técnicos, porque possibilita aferir lacunas
na conservação do património edificado, ou seja, necessidades básicas e expetativas
a colmatar. Para além disso, sublinha a necessidade de definir ações de
intervenção bem sustentadas que proporcionem uma real melhoria da qualidade de
vida aos seus residentes. Por outro lado, permite promover condições
diferenciadas de intervenção no património edificado capazes de integrar (e de
combinar) exigências patrimoniais, de segurança e de habitabilidade, tendo por
base as necessidades básicas dos residentes que, como demonstrado, variam de
acordo com o seu perfil e modo de vida na habitação e área de residência.
O debate em torno da satisfação residencial mostra
ainda que nem sempre as necessidades básicas conseguem ser satisfeitas na sua
totalidade dentro da unidade habitacional; muitos edifícios não possuem
compartimentos para satisfazer algumas dessas necessidades (lavar a roupa,
cozinhar) que, no entanto, podem ser satisfeitas fora da habitação [4,8].
Constata-se, por isso, ser necessário uma visão mais alargada da habitação,
podendo a área de residência colmatar as necessidades básicas que eventualmente
não possam ser colmatadas no interior da habitação. Em particular, estes
estudos mostram que os requisitos normativos em torno das condições de
habitabilidade são restritivos, não contemplando novas formas de habitar.
Por último, é de sublinhar que o estudo da satisfação
residencial dos residentes, quando conjugado com a avaliação patrimonial e
técnica dos edifícios, constitui um contributo importante na criação de manuais
de manutenção e reabilitação dos edifícios existentes que suportem intervenções
diferenciadas, adaptadas a diferentes e mais flexíveis modos de habitar/ ocupar
estes edifícios, e garantam, para além das condições de valorização patrimonial
e de segurança e uso adequadas, a satisfação das necessidades dos residentes.
5. Agradecimentos
Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) por
todo o apoio prestado como entidade financiadora da Bolsa de Doutoramento com
referência SFRH/BD/43755/2008, bem como aos revisores anônimos pelas suas
sugestões.
Notas de
Rodapé
[01] Entende-se por casal um conjunto de duas
pessoas, dentro de uma família clássica, com uma relação marital, sem filhos,
ocupando a totalidade ou parte do alojamento; família clássica um conjunto de
mais do que uma pessoa que reside no mesmo alojamento e que tem relações de
parentesco (de direito ou de facto) entre si, constituída exclusivamente por
duas gerações, país e filhos, ocupando a totalidade ou parte do alojamento;
família alargada por um conjunto de pessoas aparentadas através de laços de
família ou pelo casamento, ou de outros relacionamentos reconhecidos pela
cultura como parentes, não incluídos em família clássica ou família
monoparental, tais como tios, sobrinhos e avós, podendo ocupar a totalidade ou
parte do alojamento; por família monoparental um conjunto de pessoas dentro de
uma família clássica, que tem a presença de apenas um dos progenitores, pai ou
mãe com filho(s), ou avó ou avô com neto(s) não casado(s), podendo ocupar a
totalidade ou parte do alojamento; por último, os grupos coabitantes são um
conjunto de pessoas sem ligação de parentesco que coabitam, ocupando a
totalidade ou parte do alojamento.
[02] Nesta investigação “unidade habitacional”
designa o conjunto de compartimentos do edifício que é utilizada por um agregado
familiar, e que pode corresponder, no caso específico do Porto, à ocupação de
parte de um piso, um piso, dois piso, etc., dependendo da área que é ocupada
por cada inquilino. Esta definição advém do termo “unidade” usada nos métodos
do MAEC e MANR quando se refere a parte dos edifícios a avaliar [26].
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"Memorando - Definições de espaços e de áreas utlizados na Ficha Técnica
da Habitação". Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações,
Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Notas biográficas
Cilísia Ornelasa: Licenciada (2003) e Mestre (2007) em Arquitetura pela
Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto; Doutora em Engenharia Civil
(2016) pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) na área da
Reabilitação do Património Edificado; Investigadora dos centros de investigação
CONSTRUCT e CITTA, desenvolvendo investigação sobre reabilitação urbana e
património construído; Autora e Co-autora de publicações em revistas, capítulos
de livros e trabalhos de conferências nacionais e internacionais.
Isabel Breda-Vázquezb: Doutora em Engenharia Civil pela FEUP; Professora
associada da FEUP; Diretora do Programa Doutoral em Planeamento do Território
(PDPT) e presidente da comissão científica e de acompanhamento do PDPT; Membro
da comissão científica do Mestrado em Planeamento e Projeto Urbano (MPPU), e
Membro integrado do CITTA; possui um vasto curriculum no ensino e na
investigação científica desde longa data o que considero ser uma mais-valia no
suporte deste trabalho de investigação.
João Miranda Guedesc: Doutor em Engenharia Civil pela FEUP; Professor auxiliar da
FEUP; Membro da comissão científica do Mestrado em Estudos Avançados em Reabilitação
do Património Edificado (MEARPE); Membro integrado do CONSTRUCT; possui um
vasto curriculum no ensino e na investigação, possui uma extensa prática profissional
na reabilitação do edificado através do Instituto da Construção (IC) da FEUP e
no Núcleo de Conservação e Reabilitação do Património Edificado, Lda (NCREP) do
qual é sócio-gerente. É ainda Vice-presidente da direção da Associação
Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património (APRUPP) e
possui um vasto curriculum no ensino e na investigação científica.
Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar
seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar
assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e
científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o
pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e
comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos
autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos
mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é,
igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão
referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível
técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma
quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou
que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na
Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição
dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se
circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é
pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser
de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado
tal e qual foi recebido na edição.
Infohabitar, Ano XV, n.º 710
DEGRADAÇÃO E MODOS DE HABITAR EM EDIFÍCIOS
RESIDENCIAIS ANTIGOS DO PORTO: avaliação da satisfação e perceção dos
residentes – Infohabitar 710
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor
em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto,
Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC) –, em Lisboa
Revista do GHabitar (GH) Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE)
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