Ligação direta a documento pdf com links para 888 artigos e 39 temas do Infohabitar :
https://drive.google.com/file/d/1zUJ1nEuWwaaA6KEXQ9XXdWMwFE3C8cJY/view?usp=sharing
Sugestão de aspetos operacionais para a urgente promoção, em Portugal, de habitação de interesse social com qualidade e custo controlados – Infohabitar # 903
Infohabitar, Ano XX, n.º 903
Edição: quarta-feira, 29 de maio de 2024
Nota: o cartaz do 5.º CIHEL será em breve atualizado
com o conjunto das entidades que apoiam o Congresso.
Atualidades: Notícias
do 5.º CIHEL
Caros futuros congressistas:
Depois de concluída a fase de receção de
resumos com propostas de artigos a submeter ao 5.º CIHEL e da comunicação aos
respetivos autores da respetiva apreciação por parte da Comissão Científica
(CC) do congresso, estamos, agora, numa fase plena de elaboração dos referidos
artigos, salientando-se que haverá todo o interesse na receção “adiantada” dos
trabalhos, o que permitirá um trabalho eficaz por parte da CC.
Salienta-se, ainda, que devido a questões logísticas incontornáveis o prazo de recepção das comunicações, não será prolongado.
Chama-se a atenção dos autores e
potenciais inscritos para a recente e sensível redução dos custos de inscrição
no 5.º CIHEL, possibilitada por apoios obtidos para o
congresso e que está já divulgada no site do congresso.
Nesta perspetiva está em consideração
pela organização a possibilidade, bastante provável, de existir um número
limite de apresentação de comunicações pelo mesmo autor; obrigando-se a uma
inscrição reforçada caso seja ultrapassado esse limite, condição esta que
também decorre da opção feita pela redução maximizada do custo das inscrições.
Aproveita-se, desde já, para salientar aos
autores que na fase, agora iniciada, de elaboração das comunicações deverão ser
cumpridas com rigor as indicações relativas ao respetivo template – disponível
no site do 5CIHEL – sendo que o próprio resumo deverá ser adequadamente revisto
tendo-se em conta o cumprimento rigoroso do respetivo template em termos
formais/de apresentação, de legibilidade da temática abordada e de
representatividade do texto do resumo relativamente à respetiva comunicação, tendo-se em conta que ele integrará a prevista edição em papel das atas –
prevendo-se que os respetivos textos completos serão disponibilizados em outro
suporte, a considerar (ex., drive ou na WWW); será, portanto o resumo revisto e
complementado na fase de entrega da comunicação que irá sintetizar e
representar o trabalho de cada autor e portanto deverá ser adequadamente
elaborado.
A Comissão Científica do 5CIHEL, em 29 de maio de 2024
Fernando Pinho
António Baptista Coelho
Editorial
Caros leitores da Infohabitar,
Com o presente artigo continuámos uma pequena secção
de “atualidades”, que nos irá acompanhar semanalmente e que, com frequência,
divulgará matérias ligadas ao desenvolvimento do 5.º Congresso Internacional da
Habitaçao no Espaço Lusófono – 5.º CIHEL – que decorrerá em Lisboa entre 2 e 4
de outubro de 2024; e que também irá focar aspetos ligados à atual reativação
das atividades da GHabitar-APPQH.
Salienta-se que a Infohabitar está a abordar um
conjunto de reflexões sobre a problemática habitacional e designadamente da
habitação de interesse social, numa altura em que esta temática está bem viva
até na comunicação social e foi há poucos dias objeto de um plano específico do
Governo que visa desenvolver um elevado número de fogos num reduzido número de
anos.
Nesta perspetiva e no presente artigo incidimos a
atenção na sugestão de um conjunto de aspetos operacionais que favoreçam a urgente
promoção, em Portugal, de habitação de interesse social com qualidade e custo controlados
Recorda-se que serão sempre muito bem-vindas eventuais
ideias comentadas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos
(a enviar, ao meu cuidado, para abc.infohabitar@gmail.com ).
Finalmente refere-se que iremos, em breve, voltar,
aqui na nossa revista, à abordagem do estudo da habitação intergeracional
participada e numa fase que se julga muito interessante e de divulgação de
bases editoriais e de referência de soluções e casos habitacionais
intergeracionais.
Com as melhores saudações a todos os caros
leitores,
Olivais Norte, Encarnação, Lisboa, em 29 de maio de
2024
António Baptista Coelho, Editor da Infohabitar
Sugestão de aspetos operacionais para a urgente
promoção, em Portugal, de habitação de interesse social com qualidade e custo controlados
– Infohabitar # 903
António Baptista Coelho
Neste artigo não se irá aqui elencar o conjunto de aspetos de
projeto de Habitação de Interesse Social (HIS) que marcaram e bem as duas
“escolas” ( cada uma ao longo de cerca de 25 anos) que melhor HIS fizeram em
Portugal, a das Habitações Económicas entre cerca de 1940 e 1965 e a da
Habitação a Custos Controlados, entre cerca de 1983 e 2008; existem documentos
e livros que sintetizam como fazer bem a HIS (tais matérias constam de documentos
registados na bibliografia): em seguida apenas se irá apontar um conjunto de
aspetos operacionais julgados necessários e incontornáveis para podermos
avançar, em Portugal, com uma nova e significativa tranche de HIS.
E assim se defende que para se assegurar uma habitação e um
habitar, e uma arquitetura habitacional e urbana com qualidade patrimonial e
bem direcionada para satisfação habitacional e para a construção de uma melhor
cidade mais estimulante e realmente “urbana” , designadamente, quando em
Portugal está em causa a promoção de um importante número de habitações de
interesse social, há que desenvolver
e/ou ter bem presentes os seguintes aspetos operacionais, que são, em seguida,
sintetizados, e depois um pouco mais desenvolvidos, um a um:
- De forma geral no que se refere a toda a promoção habitacional,
mas obrigatória e especificamente no que se refere à habitação apoiada pelo
Estado tTem de haver e em continuidade, investigação habitacional aplicada,
portanto tanto ligada à técnica e à reflexão mais teórica, como à melhor
prática passada, presente e potencialmente futura
- O enquadramento da promoção habitacional em geral e da habitação
apoiada pelo Estado, em particular, tem de contar com investigação aplicada e
muito dinamizada na área das tecnologias construtivas – construção nova e
reabilitação - e da sua relação com as novas tecnologias de projecto
- O enquadramento da promoção habitacional apoiada pelo Estado tem
de se basear numa investigação aplicada e muito dinamizada no âmbito da relação
entre os aspetos construtivos – construção nova e reabilitação – e os
respetivos custos finais e de gestão, tendo-se em conta, designadamente, a
vertente ambiental e a relação com os tipos de promoção habitacional
- O desenvolvimento da promoção habitacional apoiada pelo Estado
tem de ser continuamente enquadrado, de forma global e bem direcionada, por um
organismo com participação pública maioritária, adequadamente equipado, que não
apenas dinamize a respetiva promoção, como a apoie em termos da gestão global
da respetiva investigação técnica e científica, como assegure os seus
essenciais aspetos qualitativos e quantitativos e seja capaz de lhe garantir
uma objetiva, ampla, clarificada e eficaz divulgação no que se refere a todos
estes aspetos
- Tem de haver um cuidado tão urgente, como eficaz, no apoio
estatal à promoção municipal dos muitos milhares de fogos que estão previstos
- Cada potencial interveniente na promoção de Habitação de
Interesse Social (HIS) deverá participar nesta nova e grande tranche
promocional realizando as tarefas para as quais está melhor vocacionado e nas
quais melhores provas já deu
- No enquadramento global da promoção habitacional, por parte do
Estado, têm de ser ciclicamente redefinidos objetivos reais de qualidade
habitacional, urbana e humana; este processo de redefinição de objetivos de
qualidade habitacional deve ser desenvolvido
em continuidade e com base no
cíclico conhecimento dos resultados anteriormente obtidos, em termos da
satisfação habitacional e de uma adequada construção de cidade, mas privilegiando-se
sempre os aspetos operacionais e de efetiva aplicação e constatação desses
objetivos
- Um dos caminhos a privilegiar numa simultânea obtenção de dois
tipos fundamentais de resultados habitacionais e urbanos, quer em termos do
cerzir malhas urbanas atualmente desconexas, descontínuas, desequipadas e por
vezes mesmo “guetizadas”, quer em termos da disponibilização de novos terrenos
bem localizados em termos urbanos e disponíveis para a construção de um número
muito significativo de novos fogos com apoio do Estado, parece ser o da
redensificação urbana localizada e estratégica, colocada também e
sistematicamente ao serviço da diversificação social e do melhor equipamento
das vizinhanças; como antítese deste tipo de ação, considerada igualmente vital
em termos de sustentabilidade social e de vitalização urbana das vizinhanças,
defende-se a total anulação de eventuais novas concentrações sociais homogéneas
e a possível rarefação das existentes
- No atual e adequado enquadramento global da promoção habitacional
apoiada pelo Estado considera-se vital privilegiar aplicação de um amplo, bem
sedimentado e muito adequado leque de tipologias habitacionais e urbanas em
termos de tipos de fogos, edifícios e vizinhanças
- Um aspeto que poderia não estar aqui apontado se optássemos pela
facilidade, mas que se julga essencial no sentido da melhor promoção de
habitação apoiada pelo Estado é, evidentemente, o da essencial qualidade
arquitectónica das novas ou renovadas soluções desenvolvidas.
- E, finalmente, a questão do tempo: do tempo passado e dos
ensinamentos que dele podemos retirar no âmbito da HISP e essencialmente do
tempo atual de que precisamos para fazer esta nova fase de promoção
habitacional com apoio do Estado e dos quadros organizativos que podem apoiar e
agilizar esta promoção com destaque para a criação de uma “estrutura de missão”.
Em seguida os aspetos
operacionais, acima apontados, considerados necessários para a satisfação habitacional e para a construção
de uma melhor cidade mais estimulante e realmente “urbana”, designadamente,
quando em Portugal está em causa a promoção de um importante número de
habitações de interesse social, são um pouco mais desenvolvidos, um a um.
Continuidade na investigação habitacional aplicada
a) De forma geral no que se refere a toda a promoção habitacional, mas obrigatória e especificamente no que se refere à habitação apoiada pelo Estado tem de haver e em continuidade, investigação habitacional aplicada, portanto tanto ligada à técnica e à reflexão mais teórica, como à melhor prática passada, presente e potencialmente futura
De
forma geral no que se refere a toda a promoção habitacional, mas obrigatória e
especificamente no que se refere à habitação apoiada pelo Estado tem de haver e
em continuidade, investigação habitacional aplicada, portanto tanto ligada à técnica
e à reflexão mais teórica, como à melhor prática passada, presente e
potencialmente futura – e reconhece-se que, atualmente, esta investigação
está muito enfraquecida e pouco ou nada direcionada, designadamente, nos
aspetos socialmente mais urgentes como os de uma habitação e cidade de
interesse social, numa sociedade informatizada e sustentável: (i) neste campo
certas entidades oficiais, como o LNEC, tradicionalmente empenhadas nesta
investigação e numa continuada aliança com os institutos estatais responsáveis,
tiveram os seus meios humanos rarefeitos e passaram a assegurar,
essencialmente, aspetos de apoio regulamentar, que são evidentemente
importantes, mas que não asseguram, de todo, a diversidade e o direcionamento
dessa investigação, e bastará consultar o perfil de produção técnica e
científica na área para se ter a prova desta situação; (ii) e ainda neste campo
a investigação universitária não parece ter conseguido assegurar esta temática
num “corpo disciplinar” adequadamente estruturado e evidenciado,
disseminando-se e rarefazendo-se em inúmeras pequenas frentes e temas
pormenorizados dificilmente integrados em verdadeiros “blocos” de informação e
de avanço nas áreas de um habitar quantitativa e qualitativamente adequado –
diria mesmo que existem excelentes trabalhos de investigação habitacional em
diversas frentes úteis na atualidade habitacional, mas tais trabalhos não são
devidamente conhecidos pelo meio universitário, e ainda muito menos pelo meio
técnico, tarefa esta de divulgação estruturada e ampla que poderia e deveria
ser realizada no âmbito de um renovado “Instituto da Habitação”.
Ainda
nesta matéria mereceria bem a pena fazer-se, com toda a rapidez, uma súmula dos
principais estudos teórico-práticos realizados nos últimos decénios, e
potencialmente caraterizados por uma adequada utilidade ou capacidade de
aplicação na atualidade. E nestes estudos talvez fosse de salientar a
importância dos dedicados a reflexões prospetivas sobre habitação de interesse
social, estudos de caso, casos de referência e análises de pós-ocupação
habitacional.
E já
agora realizar, urgente e rapidamente, um conjunto bem selecionado de análises práticas
(no sentido de apontarem conclusões claras) multidisciplinaraes, retrospectivas
ou de pós-ocupação de conjuntos e edifícios habitacionais; e havendo como há
listagens adequadas, julga-se que num semestre seria possível ter bons
resultados, ou até em menos tempo optando-se por analises mais sumárias e muito
direcionadas.
Notas breves sobre a aplicação prática deste aspeto: a investigação habitacional referida existe e está devidamente relatada em documentos recentes, importa assegurar-lhe estruturação temática, rápida adequada e diversificada divulgação (desde os projectistas aos próprios habitantes), apoio presente e futuro e sistemática retroação com a prática.
Investigação aplicada sobre tecnologias construtivas habitacionais
b) O enquadramento da promoção habitacional em geral e da habitação apoiada pelo Estado, em particular, tem de contar com investigação aplicada e muito dinamizada na área das tecnologias construtivas – construção nova e reabilitação - e da sua relação com as novas tecnologias de projecto
Integrada
ou não na referida investigação habitacional aplicada (referida atrás na alínea
“a”), mas provavelmente marcada por uma natural autonomia, teremos de ter
investigação aplicada e muito dinamizada na área da construção e
especificamente na construção habitacional, integrando
construção nova e reabilitação, investigação esta que deverá estar
estrategicamente ligada ao desenvolvimento e à retroação com as novas práticas
informatizadas de projecto de arquitectura, com evidente destaque para o BIM.
Nesta
matéria que muitos outros melhor dominam não irei aqui avançar muito, mas julgo
que teremos de estar bem alerta nestas áreas: por um lado, para as melhores
práticas aplicadas ao binómio projecto/obra pelas empresas mais experientes na
produção de edifícios de habitação, pois não é só o projecto que influi na
obra, a relação é também inversa; por outro lado há aqui que ter em conta as
formas como será exercido o controlo de qualidade no desenvolvimento desse
binómio projecto/obra e do seu reflexo na gestão da obra acabada (por exemplo,
como um promotor municipal pode assegurar um dado nível de qualidade); ainda
por outro lado há que ter em boa conta as diversidades regionais que
influenciam diretamente a construção; ainda um outro e “velho” ou sempre renascido
aspeto ligado aos modos como a prefabricação de elementos da construção e a
própria industrialização da construção se pode e deve relacionar com uma
adequada qualidade habitacional e com resultados finais sem quaisquer
resquícios ligados aos velhos “estigmas
da habitação dita social”, que são sempre um risco quando se opta pela
repetição; e, para já, um último aspeto nestas matérias liga-se à também
cíclica revisitação de “novas” tecnologias construtivas mais “limpas”, mais
controláveis e provavelmente mais exigentes na respetiva mão-de-obra.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: a investigação sobre
construção habitacional existe, em parte (noutra parte estará talvez
excessivamente integrada na matéria geral da construção), e está razoavelmente
relatada em alguns documentos, mas importa assegurar o seu rápido e adequado
desenvolvimento, designadamente no que se refere à relação entre construção,
custos e manutenção/gestão posterior, e, em seguida, uma adequada divulgação e
discussão no meio técnico e uma expressiva e constante retroação com a prática.
Investigação aplicada da relação entre os aspetos construtivos e os respetivos custos finais e de gestão da habitação
c) O enquadramento da promoção habitacional apoiada pelo Estado tem de se basear numa investigação aplicada e muito dinamizada no âmbito da relação entre os aspetos construtivos – construção nova e reabilitação – e os respetivos custos finais e de gestão, tendo-se em conta, designadamente, a vertente ambiental e a relação com os tipos de promoção habitacional
Ligada a estes aspetos de investigação e especificamente de
investigação prática na área da construção tem de haver uma reflexão e uma
opção política tecnicamente bem consistente em termos de se conseguir fazer
Habitação de Interesse Social com qualidade mas com custos significativamente
baixos; opção esta que muito provavelmente terá de incluir escolhas
regulamentares e eventualmente “excepcionalizações” regulamentares no sentido
de se conseguirem reduzir esses custos de construção e também os respetivos
custos de manutenção e de gestão corrente, por exemplo associados a determinado
tipo de edifícios em altura. Sabemos ser esta uma questão sensível, mas será
provavelmente incontornável e em nada pode influir na qualidade da imagem final
dos edifícios, na ausência de eventuais estigmas, e, em primeiro lugar, na
qualidade de vida aí oferecida aos habitantes.
Os
aspetos de custo do metro quadrado habitacional apoiado pelo Estado, que são
aqui apontados devem integrar, quer as matérias consideradas essenciais no
âmbito do sustentabilidade humana e ambiental, quer as matérias ligadas aos
custos correntes de manutenção (ex., com ascensores), de pronta intervenção em
casos de avarias e ações de vandalismo e, globalmente, os custos associados a
uma gestão de proximidade eficaz e participada.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: a investigação sobre
construção habitacional e os seus custos iniciais e de manutenção/gestão é
atualmente bastante deficiente, num seu essencial desenvolvimento adequado e
prático, e aliás até os próprios custos de construção globais (construção nova
e então o que dizer da reabilitação habitacional) não têm ainda uma suficiente
abordagem, adequada divulgação e discussão no meio técnico e no âmbito geral dos
habitantes, evidentemente não especialistas, nem têm um adequado aprofundamento
dos respetivos e atuais aspetos de sustentabilidade ambiental, nem uma adequada
retroação com a prática do habitar, no sentido da harmonização entre custos
globais (iniciais e de manutenção), essa referida sustentabilidade e aspetos de
satisfação no uso diário. Existem, no entanto, alguns especialistas com vocação
para a disseminação dos aspetos essenciais desta problemática e será possível
editar e divulgar rapidamente alguns dos seus aspetos fundamentais.
Promoção habitacional apoiada pelo Estado bem enquadrada por um Instituto público eficaz e bem equipado
d) O enquadramento da promoção habitacional apoiada pelo Estado tem de ser continuamente enquadrado, de forma global e bem direcionada, por um organismo com participação pública maioritária, adequadamente equipado, que não apenas dinamize a respetiva promoção, como a apoie em termos da gestão global da respetiva investigação técnica e científica, como assegure os seus essenciais aspetos qualitativos e quantitativos e seja capaz de lhe garantir uma objetiva, ampla, clarificada e eficaz divulgação no que se refere a todos estes aspetos
Tem
de existir ou voltar a existir um verdadeiro “Instituto da Habitação”; e
aqui não posso deixar de comentar que pouco interessa o nome mas que, no
entanto, quando falamos de habitação falamos de habitação nova e reabilitada, e
habitar é provavelmente o que temos de mais humano, a seguir à família, mas
quando falamos de reabilitação (designação que foi associada na criação do
IHRU), falamos de uma dada ação de uma dada “técnica”, não falamos diretamente
de pessoas (desculpem o desabafo, e além disso talvez já baste de mudar nomes
ainda por cima quando o INH, Instituto Nacional de Habitação tinha um nome
firmado e associado a uma verdadeira “escola” de habitação de interesse
social. Portanto, tem de existir ou voltar a existir um verdadeiro
“Instituto da Habitação”com verdadeiras capacidades e responsabilidades na
dinamização da promoção de habitação de interesse social, e no direcionamento
estratégico e na divulgação ampla e diversificada da referida investigação
habitacional, capacidades essas que se devem prolongar nos aspetos
essenciais de informação/ formação técnica especializada, de apoio continuado à
atividade municipal no domínio habitacional e mesmo numa vital e urgente
divulgação geral das inegáveis virtudes de uma adequada qualidade habitacional
e urbana.
Nesta
perspetiva reconhece-se que o antigo INH – Instituto Nacional da Habitação,
criado cerca de 1984 e que em 2007 deu lugar ao IHRU, cumpriu de forma muito
adequada boa parte dos aspetos aqui apontados, designadamente, em ligação com
antigos e sapientes Grupos de Estudos Ministeriais (depois extintos) e
essencialmente com o Departamento do Edifícios e com o Núcleo de Arquitectura e
Urbanismo (de boa memória) do LNEC, forjando-se uma aliança técnica e
científica que acabou por estar na base e acompanhar cerca de 25 anos de
promoção de habitação de interesse social portuguesa, fazendo-se, primeiro o
seu quadro recomendativo e acompanhando-se o seu desenvolvimento, por exemplo
em mais de 400 ações práticas de análise de conjuntos residenciais concluídos,
no âmbito da verdadeira “escola” que foi o Prémio INH; e se olharmos para o
presente temos de testemunhar que nenhum destes atores hoje existe, isto no
sentido prático que então era desempenhado, porquê? Talvez porque os tempos
mudaram, as pessoas mudaram, alguns grupos de investigação desapareceram ou não
tiveram verdadeira continuidade temática nas áreas habitacionais como, é minha
opinião, aconteceu no LNEC (dedicado e bem a aspetos regulamentares), mas, essencialmente porque o INH/IHRU parece
ter hoje em dia um outro perfil funcional e de objetivos no âmbito da promoção
da habitação de interesse social – aliás durante bastantes anos era quase
“pecado” falar de construção nova e a reabilitação aplicada à habitação
económica não parece ter potencial.
E
para que exista um melhor “instituto da habitação”, ele tem de estar devidamente
equipado, designadamente, em termos humanos e claramente mobilizado para
uma atuação de grande eficácia, de grande abrangência e sempre marcada pelo
essencial apoio à expressiva diversificação dos tipos de promoção habitacional –
municipal, cooperativa e privada – e a uma muito expressiva disseminação de
pequenas intervenções residenciais e urbanas bem desenhadas, muito bem
integradas em termos sociais e físicos e eficazmente geridas localmente e com sensibilidade
social; e salienta-se estes aspetos porque, sinceramente, se tem muito
receio dos malefícios que podem tender a voltar, quando se ouve falar de
promoção centralizada no IHRU, malefícios estes que provavelmente poderão estar
ligados ao reviver de estigmas marcando “bairros socias” com dimensão excessiva
e mal integrados, à aplicação inconsequente de tipologias, à ausência de um
enquadramento da gestão local, à reduzida ou nula comunicação entre promotores
e habitantes e outros aspetos muito negativos que a “escola” do INH procurou
combater ao longo de mais de 25 anos.
Muito
sincera e sinteticamente fazer de forma centralizada muitos milhares de fogos
não parece ser mesmo uma opção possível no sentido prático da sua realização em
tempo útil e no sentido social da sua adequação aos respetivos habitantes e da
sua gestão sustentada.
Considerando
tudo isto de uma forma “macro” e sempre deficiente, pois a minha formação é
essencialmente arquitectónica e habitacional, poderia sugerir que, tendo-se
em conta que a promoção municipal de habitação estará muito centrada na nova
tranche habitacional associada ao PRR (referida mais, em seguida, na alínea
“c”), a outra tranche quantitativamente similar que parece estar a ser
considerada, e na minha opinião negativamente, poder ser feita por iniciativa
estatal centralizada, não deveria seguir este perigoso caminho e ser, sim,
muito dedicada às promoções habitacionais cooperativa (designadamente através
de protocolos com as cooperativas de habitação económica associadas na FENACHE)
e privada (esta última provavelmente na linha dos anteriores Contratos de
Desenvolvimento de Habitação).
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: existe um Instituto oficial
dedicado à habitação e especificamente à habitação de interesse social (o IHRU –
Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana), mas julga-se que está
insuficientemente dedicado de forma específica a esse assunto que é atualmente tão
importante e urgente, partilhando inúmeras outras preocupações e obrigações
técnicas e burocráticas; sugerindo-se uma sua refundação na dedicação específica
ao tema habitacional global e da habitação de interesse social, naturalmente
numa perspetiva de total integração urbana e social, provavelmente atribuindo-se
outras das suas atuais tarefas (do IHRU) a outras entidades (como será o caso
da reabilitação urbana), e, simultaneamente, alargando-se de modo muito significativo
a sua capacidade de intervenção técnica, tendo em conta os aspetos acima
apontados, mas SEMPRE numa essencial perspetiva de máxima eficácia de gestão,
desburocratização e de maximizada relação com a prática local da promoção
habitacional e dos seus essenciais agentes e promotores diretos de habitação de
interesse social, que foram e sempre deverão ser os municípios, as cooperativas
e as empresas privadas; e afastando-se, portanto, e totalmente (com eventuais
exceções ligadas por exemplo ao ensaio de tipologias epecíficas e mesmo assim
devendo haver parcerias com entidades não oficiais), qualquer “fantasma” do
regresso da velha e quase sempre nefasta promoção estatal centralizada - quase
sempre negativamente homogeneizada , estigmatizada e alheia aos aspetos
essenciais da caraterização local e da integração urbana.
Apoio técnico estatal à promoção municipal dos fogos do PRR
e) Tem de haver um cuidado tão urgente, como eficaz, no apoio estatal à promoção municipal dos muitos milhares de fogos que estão previstos
Tem
de haver um cuidado tão urgente, como eficaz, no apoio estatal à promoção
municipal de muitos milhares de fogos. Sabemos não estar já na década de
1980 existindo muitos municípios adequadamente equipados em termos técnicos,
mas outros não o estarão, e muitos não o estarão no que se refere a um apoio
específico ao projeto, à promoção e à gestão de números significativos de
edifícios de habitação de interesse social.
Lembramos,
por exemplo, que quando as Recomendações Técnicas para Habitação Social foram
elaboradas, cerca de 1984, elas foram devidamente divulgadas, explicadas e
debatidas em sessões técnicas por todo o País, sessões estas que reuniram
promotores e técnicos municipais, cooperativos e privados; e não tenhamos
qualquer dúvida que passados todos estes anos e depois do “apagão” havido entre
cerca de 2008 e a atualidade no que toca à promoção de habitação de interesse
social, o conhecimento técnico sedimentado que existia antes sobre o assunto
está muito atenuado e pouco acessível, com muitas pessoas já afastadas da
prática e muitos novos técnicos pouco ou nada sensibilizados para a
problemática, até na sequência de curricula universitária praticamente inexistente
nessa área.
Será,
portanto, essencial um informação/formação prática na área, ainda que
estrategicamente estruturada e compactada, presencial e por via informática,
assim como será vital encontrarmos ferramentas simplificadas que garantam, pelo
menos, um mínimo de acompanhamento desta nova grande tranche de promoção
habitacional essencialmente municipal, que marca as candidaturas ao PRR.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: este aspeto de desenvolvimento
de um um cuidado tão urgente, como eficaz, no apoio e enquadramento estatal à
promoção municipal de muitos milhares de fogos de interesse social, é muito
crítico pois evidentemente já deveria estar a ser concretizado e talvez assim
aconteça, espera-se, ainda que de uma forma provavelmente pouco efectiva. No
passado recente do INH foi este instituto quem garantiu este acompanhamento,
seja de uma forma corrente, associada ao financiamento das respetivas fases de
obra, com visitas sequenciais de técnicos do Instituto às obras – numa disciplina
que tinha diversos níveis de exigência consoante as estruturas e os
coordenadores envolvidos – seja através
da ação anual do Júri do Prémio INH/(IHRU), quando este tinha uma atividade
local sistemática e exigente, levando aos conjuntos residenciais acabados e
desejavelmente recém-habitados, uma equipa interdisciplinar e multi-institucional,
que integrava, entre outros, representantes dos três sectores de promoção
habitacional a custo controlado (municípios, cooperativas e empresas privadas),
e visitando-se, assim, em cada ano, cerca de um terço do que em cada ano era concluído
em Portugal no âmbito desse tipo de promoção – e note-se que em cada visita
eram realizadas sistematicamente reuniões de apresentação do conjunto pelos
seus promotores e projectistas e, depois das visitas às vizinhanças, edifícios
e fogos, reuniões finais de análise e
debate entre o júri e os referidos representantes, onde se abordavam as caraterísticas
qualitativas do conjunto visitado; foi a Escola do Prémio que funcionou durante
um quarto de século tendo-se realizado cerca de 500 visitas deste tipo, e que
complementavam a análise aos respetivos aspetos essenciais de projeto.
Referiu-se
a experiência passada, que provavelmente ainda sobrevive, pelo menos
parcialmente, mas cuja sistematização parece ter sido muito reduzida; sendo
que, pelo contrário, poderia e deveria ser acrescida designadamente no apoio ao
muito significativo número de fogos municipais a realizar no âmbito do PRR e
baseada, naturalmente, num Instituto da Habitação adequadamente refundado e
enriquecido em termos técnicos, tal como foi apontado acima. E julga-se que,
tendo-se em conta, a experiência havida e a permanência de um número interessante
de técnicos a ela associada seria razoavelmente possível que esta dinamização fosse
rapidamente concretizada.
Tirar todo o partido do potencial habitacional dos parceiros municipais, cooperativos e privados
f) Cada potencial interveniente na promoção de Habitação de Interesse Social (HIS) deverá participar nesta nova e grande tranche promocional realizando as tarefas para as quais está melhor vocacionado e nas quais melhores provas já deu
Dá agora
vontade de usar, com todo o respeito, evidentemente, a frase popular “cada
macaco no seu galho” para se defender que cada potencial interveniente na
promoção de Habitação de Interesse Social (HIS) deverá participar nesta nova e
grande tranche promocional realizando as tarefas para as quais está melhor
vocacionado e nas quais melhores provas já deu.
Neste sentido podemos apurar que serão os municípios as entidades que melhor conhecem as
carências locais e as disponibilidades de terrenos e provavelmente quem pode
enquadrar qualitativamente os projetos e a obra, serão as cooperativas de
habitação económica quem melhor dialoga com os futuros habitantes antes e
durante a obra e quem melhor faz a sua gestão diária de proximidade na
pós-ocupação, sendo igualmente as cooperativas quem melhor consegue assegurar
sustentavelmente e com autonomia o desenvolvimento de grandes conjuntos
residenciais ou pequenos bairros, e serão as empresas construtoras quem estará
naturalmente melhor vocacionado para a construção dos respectivos edifícios e
conjuntos residenciais. Mas também podemos e devemos comentar que há municípios
sem capacidade técnica, muitas cooperativas não suportaram a crise de 2008 e
muitas empresas também se extinguiram.
Um
outro aspeto associado a esta verdadeira estratégia desejável no sentido de
podermos fazer muita habitação de interesse social com qualidade e em pouco
tempo e que se liga a esta proposta organizativa, é a possibilidade de
existência de uma “estrutura de missão”, tão capaz como ágil e dedicada
inteiramente a este objetivo.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: este é um aspeto que deveria
decorrer de uma urgente consulta e debate técnicos a representantes da promoção
habitacional municipal (ANP), cooperativa (FENACHE) e privada (provavelmente AICCOPN),
visando-se, entre outros aspetos um rápido levantamento das suas capacidades promocionais,
construtivas e de gestão posterior da habitação, e a averiguação das respetivas
opiniões no que se refere a vários aspetos aqui apontados, entre os quais as
matérias de custo de construção habitacional “para o maior número” (usando a
expressão de Nuno Teotónio Pereira) , qualidade arquitetónica e de satisfação
atingida e melhores prazos possíveis para conclusão das obras; considera-se que
é muito difícil para não dizer impossível um comprometimento com prazos de
construção de grande número de fogos “condicionados” em termos de custos e de
qualidade, sem um adequado diálogo com estes promotores e evidentemente apoiado
por técnicos e especialistas de organismos oficiais muito ligados à prática.
Redefinir, oficial e ciclicamente, objetivos de qualidade habitacional, urbana e humana
g) No enquadramento global da promoção habitacional, por parte do Estado, têm de ser ciclicamente redefinidos objetivos reais de qualidade habitacional, urbana e humana; este processo de redefinição de objetivos de qualidade habitacional deve ser desenvolvido em continuidade e com base no cíclico conhecimento dos resultados anteriormente obtidos, em termos da satisfação habitacional e de uma adequada construção de cidade, mas privilegiando-se sempre os aspetos operacionais e de efectiva aplicação e constatação desses objetivos
Tal
como muito bem tem sido defendido pelo Arquitecto António Reis Cabrita, importa
sublinhar que no enquadramento global da promoção habitacional, por parte do
Estado, e especificamente no enquadramento e nos apoios à promoção habitacional
oficialmente apoiada pelo Estado, têm de ser ciclicamente redefinidos, com
continuidade e conhecimento dos resultados anteriormente obtidos, mas de forma
operacional e efectiva, objetivos reais de qualidade habitacional, urbana e
humana, sendo alguns deles mais práticos outros mais amplos e
disciplinarmente múltiplos, e sendo todos eles desejavelmente diversificados e
adequados às diversas necessidades e potencialidades dos variados promotores
directos de habitação apoiada pelo Estado (municípios, cooperativas e empresas).
Nesta
periódica (re)definição de objectivos de qualidade no habitar, que é essencial
em termos de uma verdadeira política pública habitacional, tem de haver sensibilidade e com resultados
práticos relativamente às atuais carências e às novas e iminentes carências
habitacionais e num adequado habitar uma cidade de vizinhanças, assim como
àquelas carências de âmbito habitacional e urbano, que existindo hoje de formas
ainda não prioritárias ou até um pouco encobertas, e/ou mal amalgamadas com
outros tipos de carências sociais serão críticas dentro de alguns anos.
Nestas
últimas carências habitacionais hoje sentidas mas que serão verdadeiramente
críticas dentro de poucos anos, e basta atentar na evolução etária que tem
caraterizado Portugal, há que incluir urgentemente a necessidade de se
promoverem diversas formas de apoio ao habitar dos mais idosos,
com destaque quer para apoios ao domicílio, quer no desenvolvimento de uma nova
tranche/grupo de tipologias habitacionais e urbanas intergeracionais e participadas/conviviais,
capazes de oferecer verdadeiramente um “serviço” integrado e mutuamente
dinamizado em termos habitacionais, sociais e de apoio à saúde e ao bem-estar,
em conjuntos residenciais associados a diversos serviços de apoio pessoal e
doméstico, que terão efeitos diretos na dinamização de um adequado e estratégico
downsizing ou rightszing habitacional que servirá quem mude de
uma casa maior para uma tendencialmente mais pequena, mas funcionalmente
apoiada e bem integrada em termos urbanos, enquanto também irá “libertar” os
fogos de maior tipologia que são assim desocupados.
Para
rematar esta reflexão sobre a necessidade e a atual quase ausência de objetivos
reais de qualidade habitacional, urbana e humana, fica, julga-se, evidente que
não faz qualquer sentido que o Estado e as entidades representativas da
sociedade “falem”, e finalmente, das carências habitacionais quantitativas e
pouco ou nada de preocupação dediquem às carências e aos objetivos qualitativos
que devem ser considerados e continuamente avaliados quando se concretizam
essas “quantidades de fogos”; dá vontade de comentar que se não é o Estado a
promover e a prover a essa reflexão prática sobre qualidade habitacional quem o
fará, de uma forma, essencialmente continuada e retroalimentada por análises
multidisciplinares ao que vais sendo feito?
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto:
considera-se que esta periódica redefinição de objetivos de qualidade
habitacional a custo controlado é já possível, na atualidade, como “plataforma
inicial” qualitativa, tendo por base um amplo conjunto de aspetos que foram apurados
durante algumas dezenas de anos no acompanhamento da promoção de HCC pelo
INH/IHRU e no desenvolvimento de estudos específicos sobre a matéria
concretizados no âmbito de protocolos entre esse Instituto o LNEC e
Universidades; os documentos existem, as conclusões existem e a realidade de
então, cerca de 2000, no âmbito deste tipo de promoção pouco ou nada mudou até
à atualidade e aliás pouca ou nenhuma promoção desse tipo foi concretizada.
Naturalmente
essa sequência e revisão de objetivos habitacionais deverá ser garantida para o
futuro próximo, mas existem elementos de base para uma adequada e atual
divulgação qualitativa.
Privilegiar a redensificação e revitalização urbana localizada e estratégica
h) Um dos caminhos a privilegiar numa simultânea obtenção de dois tipos fundamentais de resultados habitacionais e urbanos, quer em termos do cerzir malhas urbanas atualmente desconexas, descontínuas, desequipadas e por vezes mesmo “guetizadas”, quer em termos da disponibilização de novos terrenos bem localizados em termos urbanos e disponíveis para a construção de um número muito significativo de novos fogos com apoio do Estado, parece ser o da redensificação urbana localizada e estratégica, colocada também e sistematicamente ao serviço da diversificação social e do melhor equipamento das vizinhanças; como antítese deste tipo de ação, considerada igualmente vital em termos de sustentabilidade social e de vitalização urbana das vizinhanças, defende-se a total anulação de eventuais novas concentrações sociais homogéneas e a possível rarefação das existentes
Um
aspeto que na prática pode e deve constituir um objetivo de qualidade
habitacional, mas que se julga ter importância própria e operacional, refere-se
ao que podemos designar o privilegiar das ações de densificação ou
redensificação urbana de pequena escala com introdução de novos e pequenos
conjuntos habitacionais e funcionalmente
mistos, pois, por um lado, uma tal opção parece ter grandes
potencialidades no que se refere à disponibilização de terrenos públicos
infraestruturados e bem localizados, para introdução de novas operações
habitacionais, por outro lado exatamente a ideia aqui apontada da “pequena
escala” remete para condições potencialmente excelentes em termos de integração
social e urbana de novos pequenos conjuntos de habitações, e, ainda por outro
lado, permitirá introduzir nesses locais equipamentos construídos e exteriores
que aí estejam em falta, enquanto e simultaneamente dá solução a zonas até aqui
muitas vezes ao abandono e/ou com usos negativos.
Assim
se avança na melhoria da continuidade urbana, no rematar e preencher de
descontinuidades funcionais e de imagem nas vizinhanças e entre estas e as
principais ligações urbanas, reduzindo-se os efeitos de “gueto”, podendo
diversificar-se socialmente zonas hoje em dia negativamente integradas por
grupos sociais com semelhanças em termos de reduzida disponibilidade financeira
e poderá e deverá avançar-se numa clara melhoria das condições urbanas
preexistentes nesses “pontos” de intervenção, de modo a que a população
preexistente possa acolher positivamente as novas intervenções.
E na
prática podemos aumentar a eficácia/cobertura dos meios de transporte coletivo
existentes e tendencialmente procurar incentivar um uso mais sustentável das
respetivas vizinhanças e das ligações à cidade.
O
objetivo que aqui se pretende atingir é o de uma mais adequada continuidade
urbana física, socialmente variada e bem equipada: uma verdadeira procura do
fazer-se cidade positivamente corrente e dinâmica com habitação; e neste
sentido e de certa forma numa positiva antítese à defendida redensificação em
zonas dela carentes e em “juntas” frouxas de uma desejada continuidade urbana, defende-se
a total anulação de eventuais novas concentrações sociais homogéneas e o
desenvolvimento de todas as medidas que influenciem numa potencial rarefação
das existentes grandes concentrações socialmente homogéneas – e afinal a
referida redensificação urbana e habitacional com diversidade de grupos sociais
e equipamentos localmente em falta são aspetos vitais na atenuação desses
excessos de concentração socialmente homogéneos e preexistentes.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: julga-se que a tarefa de
procura de zonas e “sítios” verdadeiramente “oportunos” em termos de um
preenchimento habitacional e urbano, tal como acabou de se defender, poderá ser
concretizada, designadamente, em duas frentes e qualquer delas com forte
protagonismo público: identificação de terrenos e edifícios com essas
caraterísticas, desocupados e pertencentes a entidades públicas que possam ser
rapidamente mobilizados para esse fim; e procura de espaços públicos “vazios”,
desocupados, abandonados, sem uso ou com mau uso – sumariamente definíveis como
“vazios urbanos” –, ou até ocupados por infraestruturas rodoviárias, mas urbanisticamente
negativos porque dedicados a uma predominância automobilística pouco coerente
com uma animada vida urbana, e que possam ser positiva, “pontual” e
adequadamente preenchidos com intervenções habitacionais e de equipamentos
locais considerados em falta.
Privilegiar a aplicação de um amplo e adequado leque de tipologias habitacionais e urbanas
(i) No atual e adequado enquadramento global da promoção habitacional apoiada pelo Estado considera-se vital privilegiar aplicação de um amplo, bem sedimentado e muito adequado leque de tipologias habitacionais e urbanas em termos de tipos de fogos, edifícios e vizinhanças
Embora
a questão tipológica habitacional e urbana seja uma matéria com uma expressiva
natureza arquitectónica considera-se que é um aspeto atualmente vital no que se
refere à nova e significativa tranche de promoção de habitação apoiada pelo
Estado e por isso ela é aqui especificamente considerada no conjunto das
preocupações que se julgam urgentes e incontornáveis com esta promoção.
A
questão tipológica residencial liga-se diretamente às questões da investigação
aplicada acima apontadas e à questão da qualidade arquitectónica do projecto,
que irá ser abordada já de seguida, sendo um aspeto que pode por si próprio
garantir boa parte da satisfação habitacional, sendo, “simetricamente”, um
importante aspeto de anulação de aspetos de rejeição, ações de vandalismo e
hábitos menos positivos no uso corrente dos espaços privados e comuns, sendo,
igualmente, fundamental no que se refere a uma boa apropriação das soluções
residenciais e de vizinhança, e uma boa adequação a modos de vida e desejos
habitacionais específicos (ex., mais rurais ou de maior ligação com o exterior
privado); e assegurando, ainda, tendencialmente, uma mais harmonizada
integração urbana e paisagística.
Mas
trabalhar com as tipologias residenciais e urbanas e simultaneamente com custos
bem controlados é matéria bem ligada à qualidade arquitectónica, a um projecto
bem baseado e bem elaborado e a preocupações de projecto densamente
fundamentadas na história da habitação e da habitação de interesse social em
particular; sabemos não ser simples, mas é possível, e existem muitos bons
exemplos de como se tem feito este trabalho tipológico residencial que, quando
bem desenvolvido, garante boa parte do potencial de apropriação do sítio onde
se vive, e importa ao Estado garantir que assim se avance na promoção de
habitação apoiada e não numa cíclica e por vezes doentia repetição de soluções
tipológicas nos mais diversos locais e para os mais diversos grupos
socioculturais.
No
âmbito dessa adequada diversificação tipológica residencial importa ter em
conta, designadamente, as soluções de transição entre o multi e o unifamiliar,
as soluções funcionalmente mistas e adaptáveis (ex., fogos transformáveis em
lojas e vice-versa), as novas soluções residenciais intergeracionais, equipadas
e participadas, e o adequado desenvolvimento de pequenas tipologias
habitacionais – essencialmente entre o T0+ e o T1+ (referindodo-se o “+” a um
espaço habitável multifuncional suplementa) – apoiadas por espaços e serviços
comuns ou de uso alargado na vizinhança.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: esta é uma matéria de forte
natureza arquitetónica e projetual, mas importa ser aqui considerada e “reservada”
porque deve também depender do lado que quem enquadra a promoção de Habitação
de Interesse Social que sejam avançadas propostas concretas de aplicação da
referida adequada diversificação tipológica, afastando-se, de vez, qualquer
ideia, ainda sobrevivente, de que a HIS está associada a “tipologias-tipo”,
perdoem a expressão, essencialmente por motivos, errados, de custos, mas também
por vezes por estranhas associações entre o que se deseja para si próprio como
espaço de habitação e aquilo que se considera ser “suficiente” para “os outros”,
e neste caso para pessoas com reduzidos meios financeiros; a prova de que assim
não é nem assim deve ser está nas muitas centenas de intervenções residenciais diversificadas
e individualmente caraterizadas promovidas pelo INH/IHRU durante cerca de meio
século após 1984; mas há que lembrar esta verdadeira e essencial possibilidade
não aconteça estarmos em risco de andar para trás e voltar a soluções tendencialmente
uniformizadas e pobres porque pouco atraentes.
Aprofundar os aspetos práticos da qualidade arquitectónica
(j) Um aspeto que poderia não estar aqui apontado se optássemos pela facilidade, mas que se julga essencial no sentido da melhor promoção de habitação apoiada pelo Estado é, evidentemente, o da essencial qualidade arquitectónica das novas ou renovadas soluções desenvolvidas.
Este
é um aspeto que será aqui pouco desenvolvido, pois a outra opção seria um
extenso desenvolvimento: não tenhamos qualquer dúvida sobre a complexidade da
conceção de uma habitação com qualidade e custo controlados, complexidade esta
que ao se associar com os aspetos da própria conceção arquitectónica leva à
conclusão sobre a necessidade de se aplicar uma Arquitectura bem qualificada a
este tipo de promoção habitacional; e os exemplos tanto pela positiva como pela
negativa são abundantes, em muitas soluções residenciais apoiadas pelo Estado
que têm já muitas décadas habitadas e que estão excelentes, enquanto outras há,
habitadas há poucos anos e já muito degradadas: sabemos que a influência do
edificado no habitar não é uma determinante exclusiva de se conseguir uma boa
adequação e satisfação residencial, mas que é um aspeto bem importante julgo
não haver qualquer dúvida.
Como
avançar nessa qualidade arquitectónica “maximizada” em termos da habitação
apoiada pelo Estado? Não há evidentemente uma resposta única nem simples, mas
há uma história de 100 anos de promoção em Portugal, há muitas experiências e
práticas estrangeiras aplicáveis, duas Escolas portuguesas de bem-fazer este
tipo de promoção cujos resultados são facilmente visitados e comprovados – 25
anos de Habitações Económicas e 25 anos de HCC do INH(IHRU) – múltiplos estudos
de caso editados e divulgados, excelentes concuros de projectos bem
participados pela OA e pelos respetivos promotores, e uma riquíssima
experiência do Prémio INH que durante mais de 20 anos realizou mais cerca de
500 ações locais de discussão e promoção
dessa qualidade arquitectónica residencial no seu sentido verdadeiro que
integra a Arquitectura, a Construção e a Apropriação pelos moradores: assim se
queira avançar desta forma, como se deve, querendo-se obter tendencial e
cumulativamente bons resultados.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: como acima se comentou esta
matéria da qualidade arquitectónica habitacional e urbana é matéria com natural
complexidade, mas que importa continuar a tratar, aprofundando-se, clarificando-se
e promovendo-se a aplicação prática dos seus aspetos mais “manejáveis”, como
são, designadamente, os aspetos de acessibilidade, durabilidade, convívio e
privacidade, conforto/agradabilidade, adaptabilidade, apropriação, integração e
atratividade; aspetos estes constantes em estudos publicados desde há anos
entre nós e designadamente no LNEC.
Por outro lado importa que esta faceta da qualidade arquitectónica residencial seja urgentemente debatida e posteriormente divulgada no âmbito específico dos Arquitectos e da própria OA , pois temos de ter presente que esta qualidade não é atributo “automático” da formação académica em Arquitectura e que ela deverá ser continuamente considerada no sentido de se procurar maximizar uma aliança entre qualidade projetual e de desenho com seus reflexos na cultura urbana e qualidade residencial associada a uma máxima satisfação dos habitantes; harmonização esta que já tem algumas aproximações mas que exige urgente atenção e considerando a boa retroação da prática e da pós-ocupação residencial e urbana.
Considerar os tempos próprios para o novo desenvolvimento habitacional e urbano, com as necessárias alianças políticas e aplicando adequados quadros organizativos como é o caso de uma “estrutura de missão”
(k) E, finalmente, a questão do tempo: do tempo passado e dos ensinamentos que dele podemos retirar no âmbito da HISP e essencialmente do tempo atual de que precisamos para fazer esta nova fase de promoção habitacional com apoio do Estado e dos quadros organizativos que podem apoiar e agilizar esta promoção com destaque para a criação de uma “estrutura de missão” específica
Mesmo
para “complementar” este conjunto, anteriormente apontado, de dez reflexões
sobre o que parece ser necessário fazer avança, com caráter de urgência, em
termos de ações e objetivos concretos no apoio à melhor concretização de uma
nova e significativa tranche de Habitação de Interesse Social Portuguesa
(HISP), temos a questão do tempo: do tempo passado e dos ensinamentos que dele
podemos retirar no âmbito da HISP e do tempo atual de que precisamos para fazer
esta nova fase de promoção habitacional com apoio do Estado.
De
uma forma prática e visando-se o “tempo passado”, é tempo de acabar de vez com
ridículas e socialmente desastrosas “tábuas rasas” sobre quais os aspetos
essenciais que devemos seguir na nova HISP, e já agora quais os aspetos de que
devemos fugir “como o Diabo da Cruz”; trata-se aqui portanto de ter respeito
pelo que de melhor se fez na HISP no passado mais recente (essencialmente
apoiado pelo INH) e no passado mais afastado (excelentes soluções de fogos, edifícios,
vizinhanças e bairros das Habitações Económicas); e não será preciso voltar a
fazer estudos, pois as conclusões já existem e estão disponíveis em relatórios,
livros e comunicações , listadas em bibliografias e “provadas” em simples
visitas que se fazem por exemplo “em quinze dias”.
Isto
evidentemente não quer dizer que não se aposte numa inovação bem fundamentada e
numa adequação a renovadas necessidades, exigências e formas e atente-se à
referência a “renovadas” e não a “novas”, porque quem anda nestas áreas há
algum tempo e procura ter uma perspectiva válida e ampla e não cegamente
funcionalista, muitos caminhos foram já seguidos no habitar. Quer, no entanto,
dizer que para além daquelas pequeninas reflexões funcionalistas e com alcance
muito limitado, há que tentar inovar de forma socialmente válida, provavelmente
usando a criatividade dos bons projetistas como caminho privilegiado para no
apoio à conceção residencial de habitações com qualidade e baixo custou – e até
dá vontade de dizer que quem conhece a história na nossa HISP conhece muitos
casos de soluções que embora com áreas relativamente diminutas
conseguem/conseguiram excelentes soluções de fogo, edifício e vizinhança, a
provadas já por diversas gerações de habitantes e portanto por diversos modos e
exigências pessoais, culturais e familiares, o que é, julga-se, talvez uma das
melhores qualidades habitacionais – mas atenção que aqui não se “leia” qualquer
defesa de áreas “mínimas”, mas sim um sentido qualitativo arquitectónico mais
verdadeiro, mais amplo, mais complexo, mas mais útil em termos de habitação de
baixo custo.
Começámos
então pelos ensinamentos habitacionais e urbanos do “tempo passado” e das duas
Escolas de HISP, a das Habitações Económicas (25 anos) e a do INH(IHRU) (25
anos), mas começámos já a abordar qualitativamente como os aspetos essenciais
que se retiram dessas duas Escolas podem e devem informar a nova fase da HISP;
e atenção que toda esta reflexão não será necessária para aqueles projetistas
habitacionais que já interiorizaram esses dados do passado e que possuem uma
bem desenvolvida cultura e prática do projecto habitacional em geral e do
projeto de habitação de interesse social em particular; mas o que é
interessante é que, muito frequentemente, são estes projetistas aqueles que
embora bem dentro desses assuntos acolhem muito positivamente este tipo de
reflexões; pois afinal não haja dúvida que os mais sábios são aqueles que vão
sempre aprendendo, sempre refletindo sobre o que fizeram e sempre tentando
melhorar.
No
que se refere ao tempo presente julga-se, sinceramente, que não é preciso muito
tempo para se apurarem casos de referência, análises de pós-ocupação com
resultados fiáveis e claros, estudos com sínteses qualitativas, bibliografias
recomendadas, teses mais “curiosas” (no bom sentido do termo, etc); todos estes
elementos existem na WWW e nos bons e velhos “livros/documentos” e estão aí
para serem consultados, bastará talvez um adequado direcionamento e já agora
algumas sessões de reflexão conjunta e de divulgação.
No
que se refere ao tempo futuro e, portanto, ao tempo necessário para realizar,
mas com um máximo de qualidade em termos de custo/benefício a habitação que
falta e que é urgente fazer, pensa-se que, por um lado temos de ser práticos e
realistas, não devendo prometer o que dificilmente é possível, mas, por outro
lado, há que programar com o maior rigor o processo de promoção e construção
faseada e bem disseminada da habitação em falta e procurar seguir processos
muito eficazes, porque já provados ou muito garantidos e que abranjam, sempre
que possível, todas as fases da promoção desde o projeto, ao contato com os
futuros habitantes, à obra, e à gestão posterior do conjunto habitado; e tudo o
que tenda a afastar-se de processos que tendam a garantir um ciclo deste tipo e
o mais possível virtuoso, deve ser evitado e anulado.
Os
projetos levam tempo, a construção leva tempo, a procura de terrenos leva
tempo, mas talvez seja possível agilizar e conjugar pelo menos parcialmente
alguns processos; e aqui talvez uma reflexão prática entre projetistas e
empresas com grande experiência e provas dadas possa abrir caminhos que
encurtem os prazos globais de entrega das habitações a custos controlados e não
lhes reduzindo a qualidade global.
Notas
breves sobre a aplicação prática deste aspeto: esta matéria da aproximação ao
tempo necessário para se suprirem as principais e atuais carências
habitacionais é algo naturalmente difícil de apontar em termos práticos, no
entanto julga-se que ao longo dos 10 aspetos apontados antes deste último e
mesmo neste último, muitos aspetos pormenorizados e práticos foram apontados e
podem ser desenvolvidos com rapidez, embora devidamente estruturados em termos
de fases de conclusão.
E em tudo isto gostaríamos de apontar dois aspetos finais e
práticos: um deles de comentário a que fazer uma má habitação que em pouco
tempo fique com variados problemas e localizada segregada da cidade pouco contará
para um verdadeiro acréscimo da qualidade habitacional e de vida dos respetivos
habitantes, ainda que a disponibilização seja feita de forma muito rápida; e o
outro aspeto, que provavelmente, poderá associar-se à defendida refundação e
revitalização do Instituto público ligado à habitação, é o interesse prático e
estratégico que poderá ser proporcionado por uma estrutura agilizada e eficaz
do tipo “estrutura ou unidade de missão” específica, que possa ter como único
objetivo a maximização de uma promoção habitacional com qualidade e custo
controlado no mínimo tempo que seja possível – aspeto este que tem sido
defendido recentemente por vários arquitectos ligados à estrutura organizativa
da OA vigente até setembro último.
Conclui-se este texto de opinião salientando que todos estes aspetos refletem, provavelmente e em boa parte, muito do que o GHabitar como grupo pensa sobre estas matérias, tendo mesmo resultado, diretamente, de um texto que me foi facultado, há poucos dias, pelo amigo e mentor António Reis Cabrita e aprofundado, logo de seguida, numa excelente conversa – embora sublinhando-se ser este um texto pessoal e opinativo ainda não submetido aos colegas da associação GHabitar – , e tratando-se de, e julgo que tal como me referiu Reis Cabrita nessa conversa, aspetos que terão de ser desenvolvidos no âmbito da sociedade, das suas entidades e designadamente por iniciativa pública, uma iniciativa pública que tem de encontrar na habitação e na habitação de interesse social em particular, um campo de aliança política, pelo menos mínima em termos de objetivos e maximizada em termos partidários – por exemplo, tal como foi possível obter cerca de 1984 quando se fundou o INH –, de modo a que haja capacidade e até alguma calma estratégica e operacional para se poder avançar rapidamente, mas com um máximo de segurança atual e a prazo no âmbito do desenvolvimento e retroação estratégica das operações residenciais e urbanas a custos controlados e com um máximo de adequação no que se refere à boa satisfação dos respetivos habitantes e à construção de uma cidade claramente amigável e “urbana”; afinal importa ter sempre presente que o "tempo da cidade", o tempo de se procurar fazer "boa cidade e bem habitada" não é o tempo marcado pelos períodos de quatro anos das legislaturas.
Nota
final prática e importante: poderia ter ficado a amadurecer este texto, mas e
um pouco à minha maneira, preferi concluí-lo e divulgá-lo, rapidamente, e considerar ser esta uma “Versão A” deste
texto, que deverá ter, oportunamente evolução, revisão e complementos,
desejando, também, que ele possa ajudar a suscitar a apresentação de outras
opiniões práticas sobre o assunto da nova HISP (Habitação de Interesse Social
Portuguesa); e obrigado pela paciência na leitura.
Bibliografia sobre a atividade do GH e sobre as temáticas
habitacionais (Nota: os artigos infohabitar têm links diretos):
Sobre a atividade do GH
Sobre
o Grupo Habitar, hoje GHabitar APPQH (GH) e a sua renovação I – Infohabitar #
902. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XIX, n.º 902 –
Lisboa, quarta-feira, maio, 22, 2024. (11 p., 6 fig.)
COELHO, António Baptista – Infohabitar, Ano XI, n.º
524, domingo, março 15, 2015 - Atividades do GH - Grupo Habitar e
GHabitar - desde 2001 a 2014. http://infohabitar.blogspot.pt/2015/03/infohabitarano-xi-n_21.html (5 pp., 3 figg.)
Nuno Teotónio, Correia Fernandes e a 19.ª Sessão Técnica do Grupo Habitar
em Junho de 2010, entre outras matérias, no n.º 300 - I do Infohabitar - António
Baptista Coelho, Defensor de Castro e Maria Tavares (n.º 300 -I, 30 Mai. 10, 12
págs., 8 figs.).
Reportagem sobre a 13.ª Visita Técnica do Grupo Habitar GH em 26 de Março
2010, Vila Nova de Gaia -
António Baptista Coelho (n.º 293, 11 Abr. 10, 9 págs., 16 figs.).
1as Jornadas Técnicas do NAU e do GH - 31 Março 2009 LNEC - relato de António Baptista Coelho (n.º 242, 13 Abr.
09, 8 págs., 12 fig.).
O Grupo Habitar, os primeiros quatro anos e um pouco de futuro – II– artigo de António Baptista Coelho (n.º 175, 20 Dez
2007 13 págs, 10 figs.)
O Grupo Habitar, os primeiros quatro anos e um pouco de futuro - I – artigo de António Baptista Coelho (n.º 174, 13
Dezembro 2007, 20 págs., 15 figs.)
Sobre o Grupo Habitar, um pouco de passado e de futuro – António Baptista Coelho (n.º 131, 22 Mar. 07).
Sobre as temáticas habitacionais
António Baptista Coelho – INH, Instituto Nacional de Habitação 1984-2004 20 Anos a Promover a Construção de Habitação Social. INH, Lisboa, 456 pp. Ilustrado, ed. Bólingue, 2006 (edição institucional não disponível em livraria)
António Baptista Coelho, Pedro Baptista Coelho – Habitação de Interesse Social em Portugal 1988-2005 – Prefácios de Nuno Teotónio Pereira e Raúl Hestnes Ferreira. Livros Horizonte, Lisboa, 327 pp. ilustrado, 2009.
Contributos para a Nova Habitação de Interesse Social Portuguesa – Infohabitar # 904. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XIX, n.º 904 – Lisboa, quarta-feira, junho, 12, 2024. (14 p.)
Sugestão de aspetos operacionais para a urgente promoção, em Portugal, de habitação de interesse social com qualidade e custo controlados – Infohabitar # 903. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XIX, n.º 903 – Lisboa, quarta-feira, maio, 29, 2024. (15 p.)
Sobre o Grupo Habitar, hoje GHabitar APPQH (GH) e a sua renovação I – Infohabitar # 902. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XIX, n.º 902 – Lisboa, quarta-feira, maio, 22, 2024. (11 p.)
Uma opinião sobre como fazer “habitação para o maior número" – Infohabitar # 901. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XIX, n.º 901 – Lisboa, quarta-feira, maio, 15, 2024. (8 p., 2 fig.)
Habitação e Cidade de Interesse Social em Portugal; mais algumas opiniões – Infohabitar # 900. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XIX, n.º 900 – Lisboa, quarta-feira, maio, 8, 2024. (9 p., 4 fig.)
Sobre a Habitação de Interesse Social Portuguesa já feita e a que falta fazer, e a propósito dos 50 Anos do 25 de Abril – Infohabitar # 899. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XIX, n.º 899 – Lisboa, quarta-feira, abril, 24, 2024. (11 p., 8 fig.)
AAVV – Catálogo interativo Infohabitar em Janeiro de 2024 - https://drive.google.com/file/d/1zUJ1nEuWwaaA6KEXQ9XXdWMwFE3C8cJY/view
Comentários sobre a recente promoção de habitação de interesse social cooperativa em Portugal – infohabitar # 800. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 800 – Lisboa, quarta-feira, dezembro, 01, 2021. (5 p., 1 fig.)
Por uma nova “Habitação (de Interesse) Social” com boa Arquitectura – Infohabitar # 785. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 785 – Lisboa, terça-feira, julho, 27, 2021. (11 p., 6 fig.)
Das Vizinhanças à Habitação de Interesse Social em três artigos ilustrados – infohabitar # 776. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 785 – Lisboa, terça-feira, maio, 11, 2021. (4 p., 6 fig.)
A propósito dos fogos de Habitação de Interesse Social – infohabitar # 775. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 775 – Lisboa, terça-feira, maio, 04, 2021. (17 p., 21 fig.)
A propósito dos edifícios de Habitação de Interesse Social – infohabitar # 774. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 774 – Lisboa, terça-feira, abril, 27, 2021. (15 p., 16 fig.)
A propósito das vizinhanças de Habitação de Interesse Social – infohabitar # 773. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 7738 – Lisboa, terça-feira, abril, 20, 2021. (12 p., 12 fig.)
Habitação de Interesse Social Portuguesa: passado e futuro (série editorial de oito artigos) – infohabitar # 772. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 772 – Lisboa, terça-feira, abril, 06, 2021. (9 p., 4 fig.)
Nova Habitação de Interesse Social Portuguesa: aspetos a salientar – infohabitar # 771. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 771 – Lisboa, terça-feira, março, 30, 2021. (30 p., 25 fig.)
Nova Habitação de Interesse Social Portuguesa: do bairro à habitação – infohabitar # 770. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 770 – Lisboa, terça-feira, março, 23, 2021. (31 p., 24 fig.)
Contribuição para a melhoria da nova Habitação de Interesse Social Portuguesa - infohabitar # 769. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 769 – Lisboa, terça-feira, março, 16, 2021. (31 p., 18 fig.)
Pequena revisão crítica da última Habitação de Interesse Social Portuguesa; do pequeno bairro ao fogo - infohabitar # 768. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 768 – Lisboa, terça-feira, março, 09, 2021. (20 p., 8 fig.)
Caracterização geral da promoção de Habitação a Custos Controlados (HCC) apoiada pelo INH/IHRU – infohabitar # 767. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 767 – Lisboa, terça-feira, março, 02, 2021. (15 p., 8 fig.)
A propósito dos “anos dourados” das cooperativas de habitação económica, entre 1974 e 1984, ainda antes da criação do INH (série editorial: artigo 3/8) – infohabitar # 765. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 765 – Lisboa, terça-feira, fevereiro, 16, 2021. (20 p., 15 fig.)
Pequena viagem pelos cerca de 70 anos de Habitação de Interesse Social Portuguesa (HISP) antes do INH/IHRU (série editorial: artigo 2/8) – infohabitar # 764. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 764 – Lisboa, terça-feira, fevereiro, 09, 2021. (24 p., 14 fig.)
Desenvolver a qualidade arquitectónica e a satisfação residencial na nova habitação de interesse social portuguesa (série editorial: artigo 1/8) – infohabitar # 763. António Baptista Coelho – Infohabitar, Ano XVII, n.º 763 – Lisboa, terça-feira, fevereiro, 02, 2021. (11 p., 3 fig.)
COELHO, António Baptista – Infohabitar, Ano XIV, n.º 656, segunda -feira, setembro 17, 2018,O HABITAR DE INTERESSE SOCIAL E O HABITAR COOPERATIVO Conjunto de 13 artigos (3 pp.).
Notas editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na
Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se
tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico
e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o
pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e
comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural
responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos
de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos,
gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos
autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias
autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e
adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a
ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários
"automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos
conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição
da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos
editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à
verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da
revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de
eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.
Palavras chave:
habitação social em quantidade e qualidade
promover habitação em pouco tempo
grandes programas de habitação social
habitação social com qualidade
urgência e qualidade na habitação de interesse social
habitação de interesse social em Portugal
novo programa de habitação social em Portugal
nova habitação social
habitação social e PRR
Continuidade na investigação habitacional aplicada
Investigação aplicada sobre tecnologias construtivas habitacionais
Investigação aplicada da relação entre os aspetos construtivos e os respetivos custos finais e de gestão da habitação
Promoção habitacional apoiada pelo Estado bem enquadrada por um Instituto público eficaz e bem equipado
Apoio técnico estatal à promoção municipal dos fogos do PRR
Tirar todo o partido do potencial habitacional dos parceiros municipais, cooperativos e privados
Redefinir, oficial e ciclicamente, objetivos de qualidade habitacional, urbana e humana
Privilegiar a redensificação e revitalização urbana localizada e estratégica
Privilegiar a aplicação de um amplo e adequado leque de tipologias habitacionais e urbanas
Aprofundar os aspetos práticos da qualidade arquitectónica
Considerar os tempos próprios para o novo desenvolvimento habitacional e urbano, assegurando as necessárias alianças políticas e aplicando adequados quadros organizativos como é o caso de uma “estrutura de missão”
Ligação direta a documento pdf com links para 888 artigos e 39
temas do Infohabitar :
https://drive.google.com/file/d/1zUJ1nEuWwaaA6KEXQ9XXdWMwFE3C8cJY/view?usp=sharing
Sugestão de aspetos operacionais para a urgente
promoção, em Portugal, de habitação de interesse social com qualidade e custo controlados
– Infohabitar # 903
Infohabitar, Ano XX, n.º 903
Edição: quarta-feira, 29 de maio de 2024
Infohabitar
Editor:
António Baptista Coelho, Arquitecto
(ESBAL), doutor em Arquitectura (FAUP), Investigador Principal com Habilitação
em Arquitectura e Urbanismo (LNEC)
Edição:
Olivais Norte, Encarnação, Lisboa; e Casa das Vinte, Casais de
Baixo, Azambuja.
A Infohabitar é uma Revista da GHabitar Associação Portuguesa para a
Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação atualmente com sede
na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) e
anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC.
Apoio à Edição: José Baptista Coelho – Lisboa
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