quarta-feira, março 30, 2022

Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica – Infohabitar # 810

 Ligação direta (clicar) para:  listagem interactiva de 800 Artigos, edição revista em janeiro de 2022- 38 temas e mais de 100 autores

https://docs.google.com/document/d/1WzJ3LfAmy4a7FRWMw5jFYJ9tjsuR4ll8/edit?usp=sharing&ouid=105588198309185023560&rtpof=true&sd=true

Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810 

Infohabitar, Ano XVIII, n.º 810

Edição: quarta-feira, 30 de março de 2022

Nova série editorial sobre Habitação Intergeracional Adaptável e Cooperativa – iv 

 

Caros leitores da Infohabitar,

 A Infohabitar continua a desenvolver uma nova série de artigos, que avançam, exploratoriamente, na matéria da Habitação Intergeracional Adaptável e Cooperativa, na sequência de alguns artigos introdutórios e de base bibliográfica à temática de investigação intitulada Habitação Adaptável Intergeracional – Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C), já aqui editados há algum tempo; mas agora tratando-se de avançar no tema, numa perspetiva de trabalho de investigação em desenvolvimento – e daí o título do artigo “versão de trabalho” – , mas que dará, espera-se, para poder divulgar e discutir matérias tão interessantes como urgentes.

Lembra-se que serão muito bem-vindos os comentários e novas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar para abc.infohabitar@gmail.com , ao meu cuidado).

Despeço-me, até à próxima semana, enviando saudações calorosas e desejos de muita força e saúde para todos os caros leitores e seus familiares,    

 Lisboa, em 30 de março de 2022

António Baptista Coelho

Editor da Infohabitar

Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810

António Baptista Coelho

Com base direta nos textos, ideias e opiniões dos autores referidos ao longo dos documentos que integram a listagem bibliográfica registada no final do artigo.

 

Notas introdutórias ao novo conjunto de artigos sobre habitação integeracional

O presente artigo inclui-se numa série editorial dedicada a uma reflexão temática exploratória, que integra a fase preliminar e “de trabalho”, dedicada à preparação e estruturação de um amplo processo de investigação teórico-prático, intitulado Programa de Habitação Aadaptável Intergeracional Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C); programa/estudo este que está a ser desenvolvido, pelo autor destes artigos, no Departamento de Edifícios do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), e que integra o Programa de Investigação e Inovação (P2I) do LNEC, sublinhando-se que as opiniões expressas nestes artigos são, apenas, dos seus autores – o autor dos artigos e promotor do PHAI3C e os numerosos autores citados no texto.

Neste sentido salienta-se o papel visado para o presente artigo e para os que lhe darão continuidade, no sentido de se proporcionar uma divulgação que possa resultar numa desejável e construtiva discussão alargada sobre estas muito urgentes e exigentes matérias da habitação mais adequada para idosos e pessoas fragilizadas.

Nesta perspetiva e tendo-se em conta a fase preliminar e de trabalho da referida investigação, salienta-se que a forma e a extensão do texto que é apresentado no artigo reflete uma assumida apresentação comentada, minimamente estruturada, de opiniões e resultados de múltiplas pesquisas, de muitos autores, escolhidos pela sua perspetiva temática focada e por corresponderem a estudos razoavelmente recentes; forma esta que fica patente no significativo número de citações – salientadas em itálico –, algumas delas longas e incluídas na língua original.

Julga-se que não se poderia atuar de forma diversa quando se pretende, como é o caso, chegar, cuidadosamente, a resultados teórico-práticos funcionais e aplicáveis na prática, e não apenas a uma reflexão pessoal sobre uma matéria bem complexa como é a habitação intergeracional adaptável desenvolvida por uma cooperativa a custos controlados e em parte dedicada a pessoas fragilizadas.

 

Nota introdutória à temática do Programa de Habitação Adaptável Intergeracional – Cooperativa a Custos Controlados (PHAI3C)

Considerando-se o atual quadro demográfico e habitacional muito crítico, no que se refere ao crescimento do número das pessoas idosas e muito idosas, a viverem sozinhas e com frequentes necessidades de apoio, a actual diversificação dos modos de vida e dos desejos habitacionais, e a quase-ausência de oferta habitacional e urbana adequada a tais necessidades e desejos, foi ponderada o que se julga ser a oportunidade do estudo e da caracterização de um Programa de Habitação Adaptável Intergeracional (PHAI), adequado a tais necessidades e a uma proposta residencial naturalmente convivial, eficazmente gerida e participada e financeiramente sustentável, resultando daqui a proposta de uma Cooperativa a Custos Controlados (3C).

O PHAI3C visa o estudo e a proposta de soluções urbanas e residenciais vocacionadas para a convivência intergeracional, adaptáveis a diversos modos de vida, adequadas para pessoas com eventuais fragilidade físicas e mentais, mas sem qualquer tipo de estigma institucional e de idadismo, funcionalmente mistas e com presença urbana estimulante. O PHAI3C irá procurar identificar e caracterizar tipos de soluções adequadas e sensíveis a uma integração habitacional e intergeracional dos mais frágeis num quadro urbano claramente positivo e em soluções edificadas que possam dar resposta, também, a outras novas e urgentes necessidades habitacionais (ex., jovens e pessoas sós), num quadro residencial marcado por uma gestão participada e eficaz, pela convivialidade espontânea e social e financeiramente sustentável.

Trata-se, tal como se aponta no título do artigo, de uma “versão de trabalho e base bibliográfica ” e, portanto, de um artigo cujos conteúdos serão, ainda, substancialmente revistos até se atingir uma versão estabilizada da temática referida no título; no entanto, em virtude da metodologia usada, que se considera bastante sólida, marcada pelo recurso a abundantes referências de fontes, devidamente apontadas e sistematicamente comentadas no sentido da respetiva aplicação ao PHAI3C, e tendo-se em conta a utilidade de se poder colocar à discussão os muitos aspetos registados no sentido da sua possível aplicação prática no PHAI3C, considerou-se ser interessante a divulgação desta temática/problemática nesta fase de “versão de trabalho”, que, no entanto, foi já razoavelmente clarificada – como exemplo do posterior tratamento para passagem a uma versão mais estável teremos, provavelmente, referências bibliográficas mais reduzidas e boa parte delas em português, assim como comentários mais desenvolvidos; mas mesmo este desenvolvimento irá sendo influenciado pelo(s) caminho(s) concreto(s) tomado(s) pelos diversos temas e artigos que integram, desde já, a estrutura pensada para o designado documento-base do PHAI3C, que surgirá, em boa parte, da ligação razoavelmente sequencial entre os diversos temas abordados em variados artigos.

Ainda um outro aspeto que se sublinha marcar, desde o início, o teor do referido documento-base do PHAI3C (a partir do qual serão gerados vários documentos específicos: mais de enquadramento e mais práticos) é o sentido teórico-prático que privilegia uma abordagem mais integrada e exemplificada da temática global da habitação intergeracional adaptável e cooperativa, apontando-se exemplos e ideias concretas logo desde as partes mais de enquadramento da abordagem da temática como as que se desenvolvem neste artigo.

Finalmente, solicita-se a compreensão dos leitores para lapsos e problemas de edição que, sem dúvida, acontecem no texto que se segue, mas a opção era prolongar, excessivamente, o período de elaboração de um texto que, afinal, se pretende seja essencialmente prático; as próximas edições serão complementarmente revistas e melhoradas.

Regista-se, também, que foram, pontualmente, retiradas, em alguns dos textos citados as numerações relativas a notas bibliográficas específicas desses textos.

Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810

Considerando-se a extensão do tema este é apresentado, aqui na Infohabitar, em dois artigos a editar em semanas consecutivas, sendo as matérias de cada semana realçadas a negrito na listagem que se segue; os itens (iii) a (v) serão, portanto, editados na próxima semana.

 

Subtemáticas do presente item :

(i) Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos: reflexão geral

(ii) Capacidade de escolha e de participação na habitação adequada aos idosos

(iii) Possibilidade de uma revolução na qualidade de vida dos idosos

(iv) Habitação com prestação de cuidados

(v) Sustentabilidade ambiental e novas soluções habitacionais

Avança-se, em seguida, para uma reflexão global sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos, tentando-se tratá-las numa perspetiva que nunca esquece o que as condições habitacionais especialmente habilitadoras de uma vida diária funcional, agradável e segura para os habitantes idosos são, também, globalmente, condições que aprofundam os mesmos aspetos de qualidade residencial aplicados a todos os habitantes.

Estas matérias ligam-se muito aos aspetos associados ao conceito designado por « habitação para a vida », que deverão influenciar tanto a nova promoção, como aspetos específicos da reabilitação habitacional; podendo, neste caso, apurarem-se « pacotes » de intervenções hierarquizados em termos de condições e qualidades consideradas como mais importantes e mais urgentes.

Tal como se constata na listagem acima apresentada, onde se incluem as subtemáticas abordadas neste item, iremos em primeiro lugar avançar para uma reflexão global, mas sintética, sobre esta matéria, passando, depois, para uma prospetiva do que poderá ser, ou deverá ser, a nossa vida residencial e urbana quando idosos, avançando-se, depois, primeiro, para a consideração de aspetos importantes associados à previsão de uma habitação que possa integrar e facilitar cuidados de bem-estar e de saúde aos seus habitantes e, por fim, para a referência à importância de se respeitarem os aspetos associados à sustentabilidade nas referidas intervenções.

(i) Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos: reflexão geral

No sentido específico do PHAI3C e no âmbito de uma identificação dos mais sólidos caminhos a seguir para  responder, positiva e sensivelmente, às necessidades habitacionais de uma população envelhecida vários documentos e estudos são de grande interesse, salientando-se, aqui, o estudo editado por Margaret Edwards, intitulado Meeting the housing needs of an an ageing population e que é, em seguida, citado e comentado. (1) 

A título de comentários gerais com importância para a estruturação do PHAI3C juntam-se, em seguida, excertos do documento, devidamente referidos à respetiva página: (negrito e sublinhado nossos)

. The oldest age groups and particularly those reporting poor health are the most likely to need adaptations.(pg. 7)

The evidence from research shows that as people age their homes become more significant in defining their identity and shaping their lives. Not only are people less willing and likely to move home in older age but they also spend proportionately more time within the home.

The implications for planners are that as people get older they:

. Are less likely to perceive their homes as principally a financial resource (e.g. to release equity) and more as part of their identity and security.

. Will experience proportionately greater costs associated with occupying the home for longer periods e.g. heating and light.

. Will be most acutely aware of the immediate environment around their homes and changes over time.

. Are often highly motivated to stay at home but may require greater access to information about the help/support available and perhaps incentives to encourage pre-emptive action. (pg. 16)

Research suggests that the number of people who plan and act (moving to sheltered housing, adapting homes, housing maintenance, moving to better designed home) in advance to avoid housing difficulties is currently low.

factors influencing decisions to move people identified the following in decreasing importance: (pg. 17)

. Feeling unable to look after one self

. Being isolated

. Unable to get out & about

. Having an accident and nobody to help

. Safety in home & neighbourhood ...

Entre os aspetos que Margaret Edwards salienta como importantes na « mudança » dos idosos sublinham-se os seguintes :

. Fear of accidents in the home or neighbourhood changes can encourage people to move when they would prefer to stay in the area (Counsel & Care, Lancaster University 2003).

. Space is a significant factor influencing choices

There is a largely erroneous assumption that people automatically require less living space as they age, particularly as they become frailer or are living alone or as a couple.


. Sheltered housing units (particularly in the public sector) are experienced as too small and not allowing people to live normally, have visitors & friends to stay, maintain privacy and move around safely (CPA 2002).

. There is a growing role for grandparents as informal care providers to grandchildren ... This trend will continue and the need for adequate space for grandchildren to be accommodated full time in the home, visit or stay overnight will increase.

. Ensure that new build and adaptations to property designed for older people allow sufficient space to live an active life and remain connected to family & friends i.e. two bedrooms, living space large enough for hobbies to be undertaken as well as dining, watching TV, living space large enough to accommodate furniture you would find in a family home. (pg. 18)

. The percentage of people driving in old age will increase. Planners should assume that people will continue to need space to park and manoeuvre their cars close to their homes into old age.

Então como será? O velho pode ser reequipado e mantido em termos espaciais, e ou reconvertido com espaços mais folgados; o novo tem de ser espaçoso. No entanto há aqui uma ambiguidade importante entre mais espaço e mais compartimentos

Deve haver grande cuidado na programação rodoviária e pedonal da vizinhança próxima ; e a propósito lembram-se os acidentes, seja com idosos como vítimas, seja com idosos como causadores, quando inseridos num ambiente hostil ao peão.

E continuando com citações do referido estudo de Margaret Edwards :

. Research suggests that the majority of older people have no preference to live in communities exclusively for people of the same age. … (Joseph Rowntree Foundation 2002).

Responses to the housing needs of older people usually occur only when an individual faces a crisis or is in considerable difficulty and comes to the attention of agencies. Solutions at this stage tend to be one of the following:

. Arranging a move from their home into residential care, sheltered or very sheltered/extra care accomodation

. Enabling someone to stay at home through services like personal care, meals, providing equipment and adaptations, and day care.

. Care & Repair or handyperson services to help people deal with backlog of maintenance and access problems.

In the housing field there is little or no strategic planning in response to the fact that there will be an increasing number of people living into old age in owner occupied homes that are themselves old. This approach will become increasingly untenable given the trends outlined in this report. (pg. 24) 

Salienta-se, assim, que a mudança de habitação na velhice acontece, quase sempre, em resposta a um problema, inesperado ou gradualmente agudizado, de autonomia que atinge o morador ; acontecendo, também, frequentemente que tal mudança se revela difícil ou mesmo impossível, por diversas razões entre as quais as financeiras, arrastando-se situações por vezes críticas de falta de cuidados pessoais afetando pessoas idosas que vivem em habitações também idosas e muito pouco amigáveis relativamente a um uso por pessoas condicionadas em termos físicos e sensoriais.

Esse adiamento sine die da mudança residencial resulta também da crítica ausência de respostas válidas em (i) termos financeiros sustentáveis - duplamente: em termos de funcionamento e de acesso às novas soluções residenciais para idosos - e (ii) de qualidade de vida proporcionada po restas novas soluções, qualidade de vida esta que, para ser viável terá de responder, atualmente, a exigências e gostos habitacionais apurados e diversificados por parte dos idosos à procura de nova habitação ; afinal, hoje em dia e cada vez mais, nos próximos decénios, há um crescente e extremamente numeroso grupo de seniores que não tem dinheiro para envelhecer nos « clubes » para idosos promovidos para ricos, nem tem qualquer vontade de ir « morrer » antecipadamente para « casas de saúde » mais ou menos camufladas e institucionalizadas.

E sobre estas matérias salienta-se que não se trata aqui de dar a entender que o que servia para os nossos avós não serve para os nossos pais e não servirá para nós, mas sim de constatar que as necessidades e os gostos reais dos idosos mudaram e estão a mudar e a diversificar-se, expressivamente ; e para além disto importa ter presente  que, para além dos essenciais aspetos éticos aplicáveis e de respeito natural pelos idosos, será muito difícil, para não dizer impossível, continuar a avançar numa estratégia de institucionalização sistemática, copiando os velhos modelos assistenciais e para-hospitalares, dos cuidados pessoais de um grupo populacional que será, em breve, criticamente numeroso.

Provavelmente se houver uma renovada disponibilidade de habitação adequada para os idosos, mas estamos a dizer « habitação », incluindo os inseparáveis aspetos de convívio natural e urbanidade, boa parte dos cuidados mais necessários com os idosos serão assegurados de uma forma eficaz e estimulante, melhorando-se o bem-estar e a saúde na velhice e, complementarmente, delimitando-se, estrategicamente, os apoios em termos de cuidados pessoais e de saúde especializados : entre os que são possíveis e mesmo desejáveis em meio residencial ; e aqueles que exigem, realmente, condições específicas em termos de equipamentos de saúde e de cuidados intensivos.

Fig. 01 : uma imagem do programa intitulado « Vila dos Idosos », em São Paulo, Brasil ; uma intervenção do programa Morar no Centro da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB), que integra 145 unidades para pessoas idosas, realizado em 2003-2007, com projeto de Arquitetura de VIGLIECCA&ASSOC – Arq.º Hector Vigliecca e Associados. Mais imagens deste conjunto acompanharão os próximos artigos desta série, tendo sido recolhidas no âmbito do 3.º Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono (3.º CIHEL) promovido pelas FAU- Mack, FAU-USP e IAU-USP.

(ii) Capacidade de escolha e de participação na habitação adequada aos idosos

No sentido específico do PHAI3C o estudo de Nigel Appleton intitulado More Choice, Greater Voice a toolkit for producing a strategy for accommodation with care for older people aborda uma matéria que além de importante, pois refere-se à vital capacidade de escolha e de participação dos idosos em termos das suas condições e soluções habitacionais, está operacionalmente estruturada em recomendações de boa prática para a instalação de habitação associada a cuidados de bem-estar e saúde para idosos. (2)

Em termos de objetivos estratégicos que devem basear e estruturar o desenvolvimento do edificado, Nigel Appleton, no mesmo estudo (pg. 13), defende um interessante conjunto de caminhos de liberdade de escolha e de participação ativa, entre as quais se sublinha, entre outros aspetos, a consideração : da idade avançada como « um tempo de crescimento »ativo ; da oferta de soluções residenciais que integrem uma resposta adequada para « estilos de vida completos » e não apenas para pernoita e apoio médico ; de uma proposta de verdadeiras escolhas e opções; e de uma oferta residencial que acolha cuidados e não uma oferta residencial constrangida por tipos de cuidados.

No mesmo estudo de Nigel Appleton este autor sublinha um conjunto de « fatores-chave » considerados influenciadores das escolhas e das soluções de habitação apoiada para idosos, aspetos estes com diversas naturezas, grande interesse e sentido prático, e que em seguida são citados (pg. 13 e 14) : (negrito nosso)

• the majority of older people will live until the very end of their lives in general housing and may need adaptations and other forms of help and advice to cope with their homes.

• an increasing proportion of older people are homeowners (around 75-80% in most places) and they will be reluctant to transfer into rented accommodation in old age and see the value of the equity in their homes eroded.

 • much specialised accommodation is in sheltered housing, some of which is now quite old and lacks the space standards and facilities now accepted as normal.

• the average age of those living in such accommodation has moved upwards very rapidly in the last two decades, bringing higher levels of need for support that the design of these buildings does not always allow.

 • some sheltered schemes have seen the retreat of amenities, such as shops, access to doctors and pharmacy and proximity to public transport – making independent life for their residents more difficult.

• new models of enhanced and extra care housing have emerged, offering not only the possibility of supporting higher levels of dependency but also an environment for a lively and active old age.

 • local authority residential care provision is generally housed in buildings that are now showing the limitations of their design concepts, ….

 • in the private sector the provision of traditional residential care in relatively small units is financially precarious and many providers continue to leave the market.

while the nursing home sector continues to provide a context for the care of the more physically dependent and mentally confused older people, the steadily rising cost makes it imperative that other solutions are explored.

the significant growth of the oldest section of the older population brings with it marked increases in the number of those with dementia and other forms of cognitive impairment. For them there is a desire to provide something more than the alternative of being cared for at home or going straight into a nursing home. while the support of older people with such conditions in sheltered housing is sometimes difficult, there are housing based models – often involving the use of new technology to manage risk – where a good quality of life can be achieved.

• expectations among older people will continue to increase, in relation to their physical surroundings and access to facilities – but also in their right to be consulted and to participate in decisions that affect their lives.

 traditionally, the attention of the local authority has been focused almost exclusively on identifying and meeting the accommodation and care needs of those who met the eligibility criteria for statutory funding. An increasing proportion of older people have the financial resources to fund their access to accommodation and care but do require information, advice and assistance in making sound decisions...

Nigel Appleton avança depois para a defesa de um amplo leque de respostas residenciais e de apoios de bem-estar e saúde, baseados em novas soluções de habitação apoiada, marcadas pela personalização dos espaços e especialização de serviços, articulados por um conjunto de serviços de apoio aos idosos muito mais conjugados e clarificados e associados a um amplo leque de formas de uso das respetivas habitações (ex., posse, arrendamento, posse partilhada, etc.). (pg. 15)

O referido autor salienta, ainda, no texto que se segue, que « o futuro será caraterizado pelas aspirações da geração de idosos que está a despontar e não simplesmente pela análise/satisfação das suas necessidades » ; e nestas aspirações há que salientar « o desejo de ter controlo sobre as suas vidas » e um cuidado específico sobre a previsão de condições habitacionais adequadas para a integração de cuidados de apoio, se e quando este se tornarem necessários.

E concluímos estas extensas referências ao estudo de Nigel Appleton sublinhando o que ele considera poder constituir um dos aspetos conclusivos de uma adequada reflexão teórico-prática sobre as soluções mais adequadas para idosos: a muito ampla « qualidade física do espaço habitacional que ocupam »., tal como se cita em seguida:

long standing research from the Joseph Rowntree Foundation [ JRF ]established that the physical quality of the housing that they occupy is the most important factor in explaining the satisfaction of older people with their housing. the assumption that older people are happier in smaller houses was not borne out by the research.

more recent research from JRF concludes that the combination of independence and security offered by housing with care schemes is highly attractive to older people. (pg. 31)

 

Notas :

(1) - 2006 II Building our Futures Harding, Ed; Edwards, Margaret – Meeting the housing needs of an an ageing population. Londres: International Longevity Centre UK, Building Our Futures Steering Group Members 2006.

(2 )- Appleton, Nigel – More Choice, Greater Voice a toolkit for producing a strategy for accommodation with care for older people. Londres: Housing Learning & Improvement Network (Housing LIN),  2008. **

 

Notas editoriais gerais:

(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.

(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.

(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

 

Sobre as necessidades habitacionais mais específicas dos idosos “I” - versão de trabalho e base bibliográfica - Infohabitar # 810

Infohabitar, Ano XVIII, n.º 810

Edição: quarta-feira, 30 de março de 2022

 

Editor: António Baptista Coelho

Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa.

 

abc.infohabitar@gmail.com

abc@lnec.pt

 

Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).

quarta-feira, março 23, 2022

Notas de síntese sobre o passado e o futuro da GHabitar, da Infohabitar e do CIHEL – Infohabitar # 809

 Ligação direta (clicar) para:  listagem interactiva de 800 Artigos, edição revista em janeiro de 2022- 38 temas e mais de 100 autores

https://docs.google.com/document/d/1WzJ3LfAmy4a7FRWMw5jFYJ9tjsuR4ll8/edit?usp=sharing&ouid=105588198309185023560&rtpof=true&sd=true 

Notas de síntese sobre o passado e o futuro da GHabitar, da Infohabitar e do CIHEL – Infohabitar # 809

Infohabitar, Ano XVIII, n.º 809 

Edição: quarta-feira, 23 de março de 2022

 

Caros leitores da Infohabitar,

Com o presente artigo fazemos um intervalo nas edições sobre habitação intergeracional e iniciamos uma série editorial muito focada na atividade e na desejada redinamização da GHabitar Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional, associação esta à qual se liga a própria Infohabitar e o Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono (CIHEL).

E lembra-se , aqui, novamente e julga-se muito a propósito, que serão muito bem-vindas eventuais ideias comentadas sobre esta matéria específica, designadamente, da autoria de associados da GHabitar, membros do Secretariado do CIHEL, autores CIHEL e leitores assíduos desta nossa revista (textos a enviar para abc.infohabitar@gmail.com , ao meu cuidado).

Despeço-me, até à próxima semana, enviando saudações calorosas e desejos de força e de boa saúde para todos os caros leitores e seus familiares,    

 

Lisboa, em 23 de março de 2022

António Baptista Coelho

Editor da Infohabitar

Presidente da Direção da GHabitar APPQH

 

Notas de síntese sobre o passado e o futuro da GHabitar, da Infohabitar e do CIHEL – Infohabitar # 809

António Baptista Coelho

Há por vezes alturas que parecem ser, naturalmente, “ideais” para se fazerem pequenos e informais relatos de atividade que, mais do que fazer pensar no passado, procuram abrir “pontos de reflexão” sobre o que se fez, o que se está a fazer e sobretudo sobre eventuais e mais desejáveis linhas de ação para o futuro.

E é neste sentido que surge o presente artigo, escrito numa altura que parece ser de alguma (cuidadosa) libertação relativamente à pandemia, e que pretende estabelecer uma base de apoio e informação para a futura atividade da GHabitar – antigo Grupo Habitar Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional –, sintetizando o que esta associação fez, diretamente, nos seus mais de 18 anos de vida, e, indiretamente, na sua ativa participação, quer na revista/blog semanal Infohabitar, quer na promoção de 4 congressos CIHEL – Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono.

 

Fig. 01: o Secretariado do CIHEL quando do 2.º CIHEL no LNEC em 2015

 

Antes de passar à apresentação desse relato importa, desde já, fazer um apelo direto a todos os associados da GHabitar para uma participação renovada, ativa e dinâmica nas nossas atividades – para já através do envio de uma mensagem para o mail abc.infohabitar@gmail.com em que indiquem tal intenção,

e fazer, também, um outro “apelo” a todos os membros do Secretariado do CIHEL, e ainda a todos os autores CIHEL e, naturalmente, aos leitores frequentes desta Infohabitar, no sentido de os convidar a integrar a própria GHabitar, na perspetiva de avançarmos para uma sua redinamização – e tais intenções estão também, facilmente, à distância de um mail para abc.infohabitar@gmail.com. 

A GHabitar  (GHabitar Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional, fundada com a designação de Grupo Habitar em 1 de janeiro de 2004), vive atualmente um momento de reflexão e de desejável redinamização, para já através de tele-encontros, e também, logo que possível, através de encontros presenciais.

E desde já se avança com a possibilidade de promovermos algumas atividades mais alargadas, por exemplo, dedicadas a uma sequência de discussões – à distância e presenciais – sobre a nova urgência e os contornos desejáveis da nova habitação de baixo custo; assim como com a urgência de um enfoque específico no habitar para os mais idosos (tema aliás a que a GHabitar, em tempo, dedicou várias sessões públicas e ao qual a Infohabitar começou a dedicar uma série editorial sobre habitação intergeracional adaptável e cooperativa).

Importa ainda registar que, na sequência de uma primeira e essencial discussão destas matérias entre os corpos sociais da GHabitar e seus mais ativos participantes e apoiantes, realizada nos últimos meses, foram apontados alguns temas entre os quais se destacam os seguintes  aspetos, que foram referidos por diversos associados e que aqui se registam:

- Proposta de tele-encontros com temas específicos;

- Consideração da GHabitar como Património que tem de ser revitalizado.

- Ter em conta que se ao Património da GHabitar somarmos gente nova e entusiasmo para reforçar as ligações à atual realidade do Habitar, novas iniciativas surgirão e darão visibilidade e funcionalidade ao enorme conhecimento e experiência vertido no GHabitar.

- Recentrar a atividade da GHabitar numa nova realidade institucional e temática nas matérias da habitação e da habitação de interesse social em particular.

- Considerar que o tema da “habitação social” (HS tende) hoje a ser tratado mais na perspetiva da renovação da qualidade urbana mais residencial (ambiental, social, económica, física e serviços, etc.) e com certas novas prioridades (idosos, jovens, imigrantes, classe média, arrendamento), portanto a HS é uma parcela pouco autónoma das novas políticas gerais da cidade e dos territórios urbanos e onde a análise multidisciplinar, o municipalismo e a participação assumirão maior protagonismo.

- Ter em conta que há na GHabitar um património valioso, não só nas pessoas que se sentem ainda a ele ligadas, mas também pela importância da existência e espólio do Infohabitar; numa atividade editorial que parece ser urgente redinamizar, designadamente, em termos de participação de novos autores.

- Considerar que há que alargar o quadro de entidades que possam apoiar indiretamente a retoma/redinamização da GHabitar.

- Ter em conta que na redinamização da GHabitar poderá visar-se como que uma plataforma cívica de apresentação e debate de ideias e propostas de solução feitas numa perspetiva sectorial e principalmente de articulação interdisciplinar e de intercooperação operacional, algo que se julga muito importante e que praticamente não existe.

- Na redinamização da GHabitar será desejável conseguir reunir um renovado conjunto de pessoas relacionadas com diversas instituições ligadas à renovação do património urbano designadamente habitacional.

- A desejada redinamização da GHabitar poderá passar, também por iniciativas editoriais específicas, para as quais já existem sugestões em termos de “formato”/conteúdos.

Terminada esta parte mais ativa do artigo, direcionada para a desejada redinamização da GHabitar continuamos com um relato das atividades da Associação.

Fig. 02: logótipo da GHabitar APPQH


Breve registo das atividades do Grupo Habitar/GHabitar Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional, da Infohabitar e do CIHEL – Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono (lembrando-se que a Infohabitar e o CIHEL são, na prática, “extensões” da Infohabitar)

O Grupo Habitar iniciou informalmente as suas atividades em 2001, foi formalmente criado com a designação de Grupo Habitar – Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional em 1 de janeiro de 2004, e foi refundado (apenas devido a exigências burocráticas) com a designação de GHabitar – Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional em Junho de 2014; temos, portanto já mais de 20 anos de atividade, embora formalmente, contando com os anos do Grupo Habitar, possamos contar cerca de 18 anos de vida, que são, por sinal também os anos de vida da revista semanal da GHabitar na WWW, intitulada Infohabitar.

O Grupo Habitar/GHabitar APPQH surgiu a partir do interesse de pessoas com diversas formações e práticas profissionais, ligadas às temáticas da habitação, do urbanismo e da qualidade de vida. Trata-se de uma associação técnica e científica sem fins lucrativos e multidisciplinar que visa a melhoria da qualidade da habitação e do espaço urbano que todos habitamos, através de variadas atividades, entre as quais a visita e a análise de conjuntos habitacionais e o estudo, a discussão e a divulgação dos principais problemas e dos aspetos qualitativos que caracterizam as nossas habitações, os nossos bairros e as nossas cidades.

O Grupo Habitar/GHabitar APPQH tem abordado múltiplos aspetos da nossa qualidade de vida e entre os cerca de 22 temas objetivamente tratados faz-se um destaque especial para as matérias ligadas aos idosos nas nossas cidades envelhecidas, às amplas áreas da sustentabilidade e às fundamentais áreas da prática profissional e da história e prática da habitação e do habitar.

A sede do Grupo Habitar/GHabitar funcionou, oficialmente, no Núcleo de Arquitectura e Urbanismo (NAU) do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, até julho de 2014, em Lisboa, posteriormente e apenas por razões práticas associadas ao apoio à gestão corrente da associação e devido à deslocação do signatário para a UBI, passou a funcionar, oficialmente, na Sede Nacional da Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica – FENACHE; Federação esta que desde então tem sido essencial no apoio ao funcionamento da GHabitar.

Em mais de 18 anos de atividade desenvolveram-se mais de 70 eventos, distribuídos por todo o País e em articulação e com o apoio direto de muitas entidades, entre as quais se destacam: as Câmaras Municipais de Matosinhos, Lisboa, Porto, Faro, Santo Tirso, Vila Nova de Gaia, Paços de Ferreira, Évora, Coimbra, e Aveiro; o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC); o Instituto Nacional de Habitação (INH), hoje IHRU; e a Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE), que tal como se referiu tem proporcionado um vital apoio nos últimos anos de funcionamento da GHabitar.

Globalmente o Grupo Habitar/GHabitar desenvolveu 8 Reuniões de trabalho, 16  Assembleias-gerais, 20 Sessões Técnicas, 14 Visitas Técnicas, 3 Conferências Alargadas, 1 Visita Alargada, 4 Congressos Internacionais CIHEL e, bem recentemente, um primeiro tele-encontro. Nesta matéria importa destacar um dos últimos eventos presenciais realizados, em 9 de março de 2018, em Matosinhos, na Sede da Cooperativa de Habitação Económica As Sete Bicas, um encontro entre membros da GHabitar com o objetivo de discutir atividades futuras, seguindo-se com o apoio da FENACHE e da Câmara Municipal de Matosinhos um almoço de convívio e uma excelente e extensa visita à Casa da Arquitectura, acompanhada pelo seu Diretor.

Recentemente, em finais de 2021, o GHabitar fez-se representar num colóquio presencial promovido pela Ordem dos Arquitectos no Fundão e num fórum internacional  de discussão  sobre qualidade arquitectónica e habitacional brasileiro, neste caso a convite do IAU da Universidade de São Paulo; e a título pessoal, a coordenação do GHabitar, integrou a Comissão Técnica de Habitação da Ordem dos Arquitectos, após convite nesse sentido.

Regista-se ainda o essencial apoio do Grupo Habitar/GHabitar à sua revista/blog semanal na WWW a Infohabitar - http://infohabitar.blogspot.com/ - revista esta que já ultrapassou os 800 artigos e está no seu 18.º ano de edições contínuas, integrando textos de mais de 100 autores e com uma contagem real – iniciada a “0” há 18 anos – que está, atualmente, quase a ultrapassar as 1.400.000 consultas/page-views; com médias diárias de cerca de 300 consultas nos últimos meses.

Aproveita-se para salientar que a Infohabitar editou em 2021 mais de quatro dezenas de artigos, sendo 31 deles sobre aspetos específicos da qualidade do habitar e incluindo uma série de 8 extensos artigos sobre o passado recente e o futuro da habitação de interesse social portuguesa (artigos n.º 763 a 772 e seguintes) estando presentemente a avançar com extensos artigos de apresentação e reflexão sobre habitação para idosos e intergeracional adaptável e cooperativa – afinal um dos “velhos” temas do GHabitar.

Salienta-se, finalmente, que a GHabitar-APPQH foi um dos principais dinamizadores dos quatro congressos internacionais CIHEL que, em seguida, se sintetizam.

Há cerca de doze anos o Grupo Habitar/GHabitar foi um protagonista essencial na criação do CIHEL - Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono, considerando-se que sendo embora complexo apresentar e discutir, em português, as matérias de um habitar que no grande mundo da lusofonia tem inúmeras realidades específicas, seria sempre muito importante esta atividade. E foi assim que já por quatro vezes se realizaram Congressos CIHEL, com o apoio da GHabitar e de muitas outras entidades do mundo lusófono, desenvolvendo-se uma reflexão, rica e útil, na quinta língua mais falada no mundo, porque as questões associadas à diferenciação das problemáticas e meios disponíveis é real entre os diversos países da lusofonia, mas é real, também, dentro de cada um desses países, seja nos países com grande dimensão e diversidade regional, seja em países pequenos, mas caracterizados por zonas, problemas e meios locais muito distintos.

 

(Fig. 03) Logótipos dos quatro congressos internacionais CIHEL já realizados 

 


(fig. 04) Livros de atas dos quatro congressos internacionais CIHEL já realizados

 

Para além dos congressos, abaixo referidos, salienta-se, ainda, a edição de 5 Livros de Atas dos mesmos, em que se divulgaram quase todas as respetivas intervenções e artigos.

- O 1.º CIHEL foi organizado pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), com inciativa e apoio da GHabitar-APPQH, de 22 a 24 de Setembro de 2010.

O tema central do 1.º CIHEL foi o “Desenho e realização de bairros para populações com baixos rendimentos”, estruturado nos seguintes subtemas: políticas e programas; infraestruturas e equipamentos locais; soluções habitacionais e modos de vida; materiais e tecnologias.

Números do 1.º CIHEL: cerca de 200 participantes, 5 conferências e 60 comunicações, mais um workshop de projeto, que antecedeu o Congresso.

https://cihel01.wordpress.com/

 

(fig. 05) o 1.º CIHEL no ISCTE-IUL em Lisboa

 

- O 2.º CIHEL e 1.º CRSEEL, LNEC, Lisboa, 12 a 15 de março de 2013 - o Congresso foi organizado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa (FCT-UNL), com apoio e iniciativa da GHabitar-APPQH.

O Congresso desenvolveu uma abordagem ampla e multifacetada da temática “habitação, cidade, território e desenvolvimento”, estruturada nos seguintes subtemas: programas e políticas públicas em habitação; projetos habitacionais; informalidade e precariedade do habitat; tecnologia e custos; habitat, paisagem e ambiente

Números do 2.º CIHEL e 1.º CCRSEEL: cerca de 350 participantes, 16 conferências, 140 comunicações, dois workshops, visitas técnicas, 3 exposições, Feira do Livro Técnico e lançamento de livros.

http://2cihel.lnec.pt/2cihel.html


 (fig. 06) o 2.º CIHEL no LNEC em Lisboa


- O 3.º CIHEL foi organizado em São Paulo (Brasil), em setembro de 2015, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenkie (FAU-Mack) e pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo sediado em São Carlos (IAU-USP).

O 3.º CIHEL proporcionou o aprofundamento do tema geral “habitação: urbanismo, cultura e ecologia dos lugares”, estruturado nos seguintes cinco temas específicos: programas e políticas públicas em habitação; projetos habitacionais; informalidade e precariedade do habitat; tecnologia e custos no habitat; e habitat, paisagem e ambiente.

Números do 3.º CIHEL: cerca de 300 participantes, 12 conferências, 100 comunicações, 5 visitas técnicas, 2 Ateliers Tecnológicos, lançamento de livros e Feira do Livro Técnico.

http://labhab.fau.usp.br/3cihel/

 

(fig. 07) uma das visitas integradas no 3.º CIHEL no LNEC, na FAU-USP e na FAU-Mack em São Paulo

- O 4.º CIHEL  e a semana CIHEL2017, que integrou as 1as Conferências CIHEL, no Porto – Auditório Almeida Garrett – foram organizados pela Câmara Municipal do Porto e sua Domus Social e pela Universidade da Beira Interior, com apoio e iniciativa da GHabitar-APPQH e do Secretariado Permanente do CIHEL e com apoios estratégicos da Câmara Municipal do Fundão, das Aldeias Históricasde Portugal, das Aldeias do Xisto e da Câmara Municipal de Viseu.

O 4.º CIHEL e 1as Conferências CIHEL proporcionaram a discussão do tema/título geral “A CIDADE HABITADA”, estruturado nas seguintes seis matérias principais: assentamentos humanos, modos de habitar, modelos de urbanização nos espaços da lusofonia, novas territorialidades e áreas de alta e baixa densidade reabilitação urbana, resiliência na construção.

Números das 1.as Conferências CIHEL (Semana Cihel 2017): cerca de 200 participantes, 14 intervenções no âmbito de sessões temáticas, 2 conferências, visitas técnicas, feira do livro técnico.

Números do 4.º CIHEL: cerca de 250 participantes, 6 conferências no âmbito de duas Mesas Redondas com moderação, 176 comunicações, visitas técnicas, 2 exposições, feira do livro técnico e lançamento de 1 livro.

www.4cihel2017.ubi.pt 

 

(fig. 08) as 1as Conferências CIHEL no Porto (na imagem) e o 4.º CIHEL em Viseu, na UBI/Covilhã e no Fundão/visitas Aldeias de Chisto e Aldeias Históricas.

 

Caros leitores, feito este breve relato, parece ser de comentar, desde já, que a GHabitar, a Infohabitar e o CIHEL merecem uma redinamizada e integrada continuidade e está/estará na vontade de todos os leitores boa parte da viabilidade de um tal caminho, que se poderá cumprir em parte através de tele-iniciativas, cada vez mais práticas e eficazes, mas também pelo retomar de encontros e visitas presenciais entre outras ações a propor.

 

Notas editoriais gerais:

(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.

(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.

(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

 

Notas de síntese sobre o passado e o futuro da GHabitar, da Infohabitar e do CIHEL – Infohabitar # 809

Infohabitar, Ano XVIII, n.º 809

Edição: quarta-feira, 23 de março de 2022

 

Infohabitar

Editor: António Baptista Coelho

Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa.

abc.infohabitar@gmail.com

abc@lnec.pt

 

Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).