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quarta-feira, maio 07, 2025
quarta-feira, abril 30, 2025
Os Anos Dourados da Habitação a Custos Controlados (HCC) apoiada pelo INH/IHRU – nova edição, revista, com Editorial sobre a importância das Cooperativas de Habitação Económica – infohabitar # 937
Os Anos Dourados da Habitação a Custos Controlados (HCC) apoiada pelo INH/IHRU – nova edição, revista, com Editorial sobre a importância das Cooperativas de Habitação Económica – infohabitar # 937
https://drive.google.com/file/d/1vw4IDFnNdnc08KJ_In5yO58oPQYkCYX1/view?usp=sharing
Infohabitar, ano XXI,
n.º 937
Edição: quarta-feira 30 de abril de
2025
(1.ª edição do
presente artigo, sem editorial e com o
título ”Caracterização geral da promoção de Habitação a Custos Controlados
(HCC) apoiada pelo INH/IHRU – infohabitar # 767”, em 2 de março
de 2021 )
Fig. 1 Editorial: simbolizando as excelentes duas décadas de
promoção de Habitação de Interesse Social Portuguesa, entre 1984 e cerca de
2004: um pormenor de Arquitectura Urbana e de Arte Urbana do conjunto da
Cooperativa Norbiceta, integrando a Cooperativa As Sete Bicas, na Ponte da
Pedra, Matosinhos, com projecto do Arq.º António Carlos Coelho.
Editorial de introdução ao presente artigo sobre os “anos dourados” da Habitação a Custos Controlados (HCC) apoiada pelo INH/IHRU e sobre a vital importância das Cooperativas de Habitação Económica nesta promoção, entre cerca de 1984 e 2004
Na sequência do artigo que aqui se
editou, recentemente, sobre os chamados “Anos Dourados” das Cooperativas de
Habitação Económica em Portugal no decénio do pós 25 de Abril, matéria cuja importância
humana, urbana e mesmo “arquitectónica” merece um urgente e adequado
desenvolvimento, tendo-se em conta o relevo que tem sido dado,
recentemente, à promoção cooperativa habitacional, faz-se no presente artigo uma
caraterização do que se julga terem sido os principais aspetos positivos da a promoção
de Habitação a Custos Controlados (HCC) apoiada pelo INH/IHRU, desde a sua
criação em 1984 até à rarefação desta promoção nos anos que antecederam a crise
imobiliária de 2008.
Faz-se também neste artigo uma dupla
proposta:
(i) Passar a designar também de “Anos
Dourados” da promoção de Habitação a Custos Controlados (HCC), apoiada pelo
INH/IHRU, um período, ainda a redefinir, mas que se julga ter decorrido durante,
aproximadamente, 20 anos, entre 1984 (criação do INH) e cerca de 2004/8; período ao qual se seguiu a crescente
rarefação da promoção de HCC, até à sua quase total anulação. Esta proposta de
designação pretende fazer justiça a um muito positivo processo de ação iniciado
pelo INH em 1984, em tempos de Bloco Central, seguindo-se um verdadeiro período
de ouro para a habitação de interesse social portuguesa, com a participação
ativa de cooperativas, municípios e empresas, cada uma delas assegurando, de
certo modo, uma parte da estratégica diversificação da nova Habitação de Interesse
Social Portuguesa, desenvolvendo-se a sua qualidade, sustentabilidade e mesmo
valor cultural e salientando-se aqui a ação de amplo e constante apoio técnico e
mesmo de empenhada e eficaz parceria institucional do INH/IHRU, onde se salientou
a incontornável Escola do seu Prémio anual, que visitou e discutiu, em cada
local, ao longo de cerca de 25 anos cerca de 1/3 de toda a promoção financiada
pelo Instituto em mais de 700 reuniões locais de discussão e análise dos
conjuntos acabados; ação esta depois rematada por um também incontornável
conjunto de catálogos e ações anuais de divulgação.
(ii) Dirigir uma especial, bem
merecida e diversificada atenção para a promoção de HCC pelas Cooperativas de
Habitação Económica durante este período de, aproximadamente, 20 anos, entre
1984 (criação do INH) e cerca de 2004/8, incluindo a respetiva diversificação
com a promoção habitacional, dimensionalmente “majorada” no âmbito do designado
Estatuto Fiscal Cooperativo; considerando-se, entre outros, aspetos de desenho urbano,
criação de vizinhanças vivas, desenho pormenorizado do fogo, informação
pormenorizada e sequencial aos cooperantes, participação dos cooperantes,
gestão urbana, custos iniciais e de manutenção e valorização urbana dos conjuntos
e respetivos fogos. E, naturalmente, pretende-se com esta proposta de análise
pormenorizada e bem divulgada sublinhar a importância que pode ter, atualmente,
esta promoção habitacional cooperativa – no âmbito da FENACHE, Federação Nacional
das Cooperativas de Habitação Económica – na aproximação a uma sustentada
resolução do problema habitacional que hoje temos em Portugal.
O que se julga ser a utilidade deste
artigo decorre de uma aproximação a um modelar processo de apoio à promoção de
habitação de interesse social , assegurado eficazmente por um Instituto que
tinha caraterísticas básicas de grande eficácia e de resposta às solicitações,
não se limitando a uma função de financiamento, mas exercendo realmente uma
função de apoio técnico e de consultoria na promoção das melhores soluções,
sendo estas devidamente estudadas e divulgadas; no âmbito de uma “pequena
história” que deve ser urgentemente feita.
Podemos ter a noção de que a
referida “Escola do Prémio”, que levava aos conjuntos totalmente concluídos –
porque os que não tinham espaços exteriores acabados nem eram visitados – constituía
na prática o “remate” de uma forma de atuação do Instituto, iniciada pelo apoio
ao formato e dimensão mais adequados de cada conjunto residencial realizado por
uma dado promotor, continuada pelo acompanhamento das suas diversas fases de
obra – e os muitos milhares de quilómetros percorridos regularmente pelos colegas do Instituto falam por esta
realidade – e deoois, finalmente, rematada pelas candidaturas ao Prémio e pelas suas
respetivas análises LOCAIS, multidisciplinares e multi-institucionais , integrando visitas detalhadas detalhadas e reuniões de trabalho e avaliação realizadas entre o Júri do Prémio e os promotores, projetistas e
construtores de cada conjunto.
Um outro aspeto que convém salientar,
porque se considera vital no que se refere à promoção de habitação apoiada em
quantidade e com qualidade num prazo limitado, é que esta promoção foi
estrategicamente diversificada e “delegada” para cooperativas, municípios e empresas, mas cuidadosamente; e aqui entra
toda uma história que está já em algumas publicações , mas que merece desenvolvimento,
e que tem a ver, sinteticamente, com uma estratégica deslocalização e
desmultiplicação da promoção por municípios, cooperativas e empresas;
evitando-se a velha e “famigerada” promoção centralizada, tipificada e tantas
vezes desresponsabilizada e de má memória.
Fig. 2 Editorial: O excelente
conjunto da Cooperativa Mãos à Obra no Lugar do Forno, Gondomar, Arq.ª de A.
Costa Brandão e J. Carlos Sarabando, um exemplo de criação de um pequeno bairro
de vizinhanças agradavelmente diversificadas e estimulantes; uma criação habitacional
e urbana que melhorou com o passar dos anos, como é regra na promoção
cooperativa de habitação económica.
O presente artigo faz, apenas, uma
primeira aproximação a esta, julga-se, bem sucedida estratégia de diversificação
e delegação da promoção de HCC, que avançou, logo, com força em alianças bem
sucedidas com as Cooperativas de Habitação Económica que estavam, em força, na
promoção habitacional e que souberam “formatar-se”, muito bem, às novas regras dimensionais e qualitativas
constantes das Recomendações Técnicas para Habitação Social (RTHS) – e aliás boa
parte da inspiração das RTHS foi encontrada em excelentes promoções
cooperativas anteriores; e uma estratégia que procurou apoiar e incentivar as
melhores promoções municipais de habitação, aliás também exemplares em alguns
municípios, e que sequencialmente foram ganhando qualidade e presença quantitativa,
avolumando-se as excelentes promoções essencialmente no segundo decénio promocional
entre cerca de 1994 e 2004, altura em que, designadamente, alguns municípios tinham
já em prática adequados processos de projeto e obra de HCC; e uma estratégia institucional
e habitacional que também teve excelentes alianças com empresas, em regime de
Contratos de Desenvolvimento Habitacional, que asseguraram algumas interessantes
realizações por vezes em boa aliança com os respetivos municípios.
Falta, sem dúvida, fazer “a prova dos nove” relativa aos respetivos êxitos verdadeiros do conjunto das três promoções, tendo-se em conta, basicamente, a “mais-valia” habitacional, urbana e cultural dos referidos três tipos de promoção de HCC – cooperativa, municipal e privada – ao longo dos referidos cerca de 20 “Anos de Ouro” desta promoção; revisitando um conjunto amplo e bem apurado de promoções dos três referidos tipos e daí retirando as devidas conclusões, considerando as condições que foram proporcionadas inicialmente e que são conhecidas e as condições hoje existentes nos conjuntos e bairros, após cinco, dez, vinte e mais anos de habitados: um trabalho urgente e de enorme utilidade, atualmente, quando estamos prestes a promover novamente um muito elevado numero de novas habitações de interesse social, em Portugal.
Considera-se que entre 2021, ano de
edição da primeira versão deste artigo, e a atualidade, muito pouco mudou no
que se refere à urgência com que devemos abordar a falta de habitação de
interesse social em Portugal; pelo que as considerações então feitas, em termos
prospetivos, manterão idêntica utilidade.
Muito especificamente sobre a
importância das Cooperativas de Habitação Económica, porque sobre esta
realidade o autor destas linhas tem tido a oportunidade de manter um
conhecimento continuado da respetiva realidade, julga-se que elas foram e serão capazes de
fazer um número muito elevado de habitações e de vizinhanças urbanas
resilientes e vitalizadas, que satisfazem realmente os seus habitantes e que os
integram socialmente com naturalidade e a custos e com qualidades bem
controlados; sendo que tudo isto terá de ser feito, como o foi, com apoio
oficial, do Estado e Municipal, designadamente na obtenção de terrenos
adequados – em localização e em custos – e na regulação geral do processo,
anulando-se eventuais situações consideradas pouco sustentáveis (ex., promoções
pouco adequadas por a dimensão proposta ser excessiva tendo em conta a
experiência da respetiva entidade promotora) mas será feito, como o foi, com
uma excelente e estratégica autonomia e radicação local em termos de caraterização,
promoção e gestão, desmultiplicando-se, sabiamente o esforço público de
promoção de habitação com Qualidades e Custos Controlados.
Finalmente, salienta-se que os trabalhos teórico-práticos que sustentam este artigo, e outros de minha autoria, foram realizados na sua grande maioria maioria LNEC, quando ainda existia o excelente e saudoso Núcleo de Arquitectura e Urbanismo (NAU) do Laboratório - chefiado sequencialmente por Nuno Portas, Reis Cabrita e por mim -, e no âmbito de uma cooperação entre o LNEC e o INH/IHRU; para além disto houve uma participação continuada que assegurei praticamente desde o início até ao "fim" do "verdadeiro" Prémio INH/IHRU, que visitava e discutia, localmente, praticamente todos os candidatos e que proporcionou uma verdadeira “escola” de aprendizagens nas amplas e ricas áreas do habitar, talvez em cerca de 700 reuniões onde provavelmente participou boa parte do corpo técnico, promocional e de política local então associado à realização de habitação de interesse social em Portugal.
Avisam-se os estimados leitores para
a significativa extensão do artigo, cujo editorial também acabou por ficar
bastante longo, mas pensa-se que ter este conjunto de reflexões concentrado num
único “texto” terá também alguma utilidade.
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Lisboa, Encarnação, em 30 de abril de
2025
Os Anos Dourados da Habitação a Custos Controlados (HCC) apoiada pelo INH/IHRU – nova edição, revista, com Editorial sobre a importância das Cooperativas de Habitação Económica – infohabitar # 937
António Baptista Coelho
(texto e fotografias)
Resumo
Neste artigo, que integra, originalmente (na
sua primeira edição), uma série
editorial de oito artigos, intitulada “Desenvolver a qualidade
arquitectónica e a satisfação residencial na nova habitação de interesse
social portuguesa”, faz-se uma síntese, essencialmente qualitativa, do que
se julga ter sido o processo de apoio à promoção de Habitação a Custos
Controlados (HCC), indiretamente pelo INH/IHRU e diretamente por municípios,
cooperativas e empresas.
Em primeiro lugar faz-se, naturalmente, uma
introdução um pouco contextualizadora da abordagem que se segue à caraterização
da promoção de HCC pelo INH/IHRU nas suas três modalidades de promoção –
cooperativa, municipal e privada – ao longo de cerca de 20 anos.
Depois e sequencialmente: (i) apontam-se
algumas das problemáticas/questões globais levantadas pela promoção de HCC;
(ii) apresentam-se as principais características da HCC e suas principais
tendências, primeiro numa perspectiva dos diversos níveis físicos residenciais
e, depois, no âmbito dos três tipos de promoção de HCC – cooperativa, municipal
e privada; e (iii) finalmente apontam-se as facetas mais significativas do
desenvolvimento dos conjuntos residenciais de HCC, desde a fase de obtenção do
terreno à ocupação das habitações.
Uma reflexão mais global e conclusiva sobre tudo
isto fica para outros artigos, embora ela já se tenha integrado, um pouco, no
editorial atrás desenvolvido.
1. Introdução à temática/problemática da Habitação a Custos Controlados
No presente artigo desenvolve-se uma
caracterização sintética e global do que foi Habitação de Interesse Social
(HIS), oficialmente designada por “Habitação a Custos Controlados” (HCC),
desenvolvida em Portugal a partir de cerca de 1984, e designadamente nas
décadas de 1980, 1990 e parte da de 2000, associada à atividade do
referido INH/IHRU, numa perspectiva que engloba a apreciação do conjunto
habitacional, com os seus espaços exteriores, edifícios e fogos, bem como
alguns dos aspectos práticos mais significativos do respectivo processo de
promoção, e visando-se, a ponderação destes factores na satisfação dos
respectivos habitantes.
As matérias abordadas no presente artigo foram
baseadas em estudos teórico-práticos e visitas técnicas e multidisciplinares a
um grande número e a todo o leque promocional de conjuntos de HCC (cooperativa,
municipal e privada), desenvolvendo-se, sequencialmente, uma reflexão integrada
e discutida entre um leque variado de especialistas, visando as características
do desenvolvimento do processo de promoção de HCC, e considerando a evolução
das obras, as bases de orientação do projecto urbano e arquitectónico e os
níveis de qualidade geral e de satisfação dos seus habitantes – níveis estes
ponderados através de muitas visitas e análises técnicas multidisciplinares
(que tiveram diferentes desenvolvimentos), entrevistas a interlocutores
privilegiados (ex, projetistas, promotores e gestores) e mesmo por alguns
inquéritos directos aos habitantes.
O relevo que é aqui dirigido à promoção de HCC
como base de referência, relativamente próxima, ao desenvolvimento da nova HISP
(Habitação de Interesse Social Portuguesa), resulta de essa promoção de HCC ter
sido ela própria especificamente enquadrada, em termos recomendativos oficiais
– Recomendações Técnicas para Habitação Social, RTHS – e em termos técnicos –
enquadramento direto pelos técnicos do INH/IHRU de Lisboa e do Porto – no
sentido de se obter um expressivo acréscimo qualitativo relativamente à
produção de HISP que a antecedeu nos anos mais próximos; o partido aqui tomado
é, assim, o de uma tentativa de sequencial acréscimo qualitativo nas diversas
facetas da satisfação habitacional e urbana associada aos conjuntos de HISP,
retirando ensinamentos e registando aspetos e casos de referência na promoção
de HISP já desenvolvida e, consequentemente, procurando reduzir e anular os
respetivos aspetos menos positivos e potenciar aqueles mais
positivos identificados através de análises técnicas que incluem, naturalmente,
a opinião dos respetivos moradores.
Fig. 1: em 1990 foi concluído um dos melhores conjuntos em mais de duas décadas de Habitação de Interesse Social Portuguesa (HISP) apoiada pelo INH/IHRU, trata-se de um dos melhores conjuntos urbanos e residenciais da Cooperativa As Sete Bicas, gerida pelo ex-líder da FENACHE Guilherme Vilaverde, que nos ofereceu um exemplo de bem fazer espaços urbanos e habitação nas Azenhas de Cima, Matosinhos, com projecto dos Arq.s Pedro Ramalho e Luís Ramalho. Integração de elementos verdes, pólos de equipamento estrategicamente encadeados em eixos dominantemente pedonais, arranjos exteriores duráveis, extrema racionalidade construtiva e económica aliada a uma excelente imagem arquitectónica, espaços domésticos inovadores e uma muito eficaz gestão de bairro, são todas suas qualidade
Fig. 2: depois de em 1991 ter sido
concretizado o que se julga ser uma das melhores promoções municipais
portuguesas do século XX, o conjunto urbano e residencial de realojamento da
Câmara de Oeiras, em Laveiras/Caxias (cerca de 400 fogos), por Nuno
Teotónio Pereira e Pedro Botelho, em 1993, no Alto da Loba em Paço de
Arcos (ilustrado nas imagens), numa nova promoção municipal de Oeiras, com
330 fogos, concebida também por Pedro Botelho e Nuno Teotónio Pereira, é
aplicada uma solução com o mesmo tipo de edifícios (pequenos multifamiliares),
num conjunto também marcado por um projecto muito cuidado e pormenorizado,
desde o preenchimento bem apropriado e com agradável imagem urbana de pequenos
quarteirões urbanos com excelentes quintais privados e murados, às ruas e
pracetas com excelentes imagens à escala humana; percebe-se, aqui, a enorme
importância de uma concepção realmente global e muito qualificada e do levar à
prática, realmente, a ideia de fazer cidade com habitação.
2. Problemáticas/questões globais da promoção de HCC
Relativamente ao "habitar",
considerado como uma temática que deve integrar os diversos níveis físicos
arquitectónicos, desde o bairro à habitação, e as suas relações com aspectos
fundamentais da promoção, da adequação aos moradores e da própria
construção/manutenção, destacaram-se, designadamente, os seguintes aspectos
como problemas/questões globais a atender no âmbito da promoção da recente
HISP/HCC (em ordem alfabética):
. Ambiguidades no conhecimento e na aplicação
do conhecimento sobre as funções e a formalização do espaço público
residencial.
. (Relativa) Ausência de acções
multidisciplinares como peças-chave dos processos de promoção.
. (relativa) Ausência de estudos que esclareçam
os principais factores de satisfação residencial e, quando estes são
realizados, dificuldades críticas na relação entre os respectivos resultados e
a concepção dos novos empreendimentos.
. Continuidade de aplicação de soluções de
espaços domésticos consideradas menos satisfatórias ou geradoras de
insatisfação.
. Deficiente articulação entre um adequado
acabamento de espaços públicos e edifícios; embora haja uma evolução positiva
desta problemática ao longo do período estudado.
. Deficiente conhecimento sobre os aspectos
fundamentais a ter em conta na implementação da essencial integração social e
residencial.
. Deficiente controlo da qualidade das
arquitecturas urbana e edificada a desenvolver.
. Deficiente preparação do projecto por
reduzido conhecimento das condições locais.
. Problemas frequentes de implantação e de
rendibilização nos terrenos disponíveis.
. Problemas na condução/controlo da obra e na
pontual inadequação de acabamentos aos gostos e modos de vida.
. Problemas na promoção de conjuntos com grande
dimensão, realizados com deficiências críticas, tanto ao nível da qualificação
geral do projecto, como do adequado equipamento público e social.
. Reduzida adequação entre tipologias de
edifícios e modos de vida/habitar.
. Reduzida articulação entre promoção e
gestão/manutenção futura.
. Reduzida articulação entre promoção
habitacional e restantes equipamentos e arranjos residenciais.
. Reduzida consideração de aspectos de
durabilidade e de facilidade de manutenção na escolha das soluções
construtivas.
. Reduzida consideração dos aspectos de
conforto ambiental nos espaços domésticos e nos espaços comuns (ex.,
ventilação).
. Reduzida disponibilidade de terrenos em
condições financeiras adequadas para a promoção de HCC.
Nos "itens" que se seguem
desenvolvem-se e clarificam-se alguns dos aspetos que acabaram de ser
referidos, entre outros que lhes estão associados.
3. Síntese das principais características da HCC e suas principais tendências
A partir dos estudos e análises já
referidos desenvolve-se, em seguida, uma reflexão informal, sintética e
comentada sobre as características da promoção de Habitação de Interesse Social
(HIS) ou de Habitação a Custos Controlados (HCC) portuguesa, desenvolvida a
partir da criação do INH, em 1984, até aos anos de acentuada desaceleração da
nova construção habitacional apoiada pelo Estado em meados da década de 2000,
que remataram com uma quase inexistência deste tipo de promoção; portanto num
período de cerca de 20 anos; rematando esta reflexão apontam-se o que se julgam
ser as principais tendências qualitativas detectáveis nos diversos tipos de
promoção de HCC (cooperativa, municipal e privada) durante o mesmo período
temporal.
Fig. 3: Um dos melhores quarteirões habitacionais realizados desde
há décadas em Portugal ( e nem precisamos ir até às galerias comuns e aos
excelentes fogos duplex, com áreas controladas mas excelentes); o belíssimo
interior pedonalizado da cooperativa Coobital, no Alto de Santo António, em
Faro (1991), projectado pelo Arq. José Lopes da Costa e pelo Arq. Paisagista
José Brito, um exemplo de referência do que é um espaço residencial e urbano
marcando uma expressiva vizinhança abrigada e harmonizadamente doméstica e
urbana, por uma inserção cuidadosa e atraente de equipamentos coletivos (de
apoio à infância) e conviviais (restauração e esplanadas), numa solução urbana
que faz as habitações envolventes, que são tipologicamente muito
diversificadas, viverem quase diretamente esse espaço tão vicinal como público.
3.1. Análise global dos diversos aspetos que caraterizaram a promoção de HCC
Em termos mais gerais podem salientar-se os
seguintes aspetos caraterizadores do que foi a promoção de HCC:
As soluções de arquitectura urbana com
preocupações na constituição de espaços de vizinhança parecem ser,
habitualmente, bem aceites, podendo assegurar alguma compensação relativamente
a uma eventual e mais frequente menor satisfação com a habitação e o edifício.
As melhores intervenções foram desenvolvidas a
partir de projectos globais que visam a constituição de espaços de vizinhança
afirmados, ainda que, em alguns casos, com funções relativamente limitadas, por
exemplo, ao recreio livre.
A situação que caracteriza a promoção global de
HCC é menos exemplar ao nível da dinamização da vizinhança e do convívio,
havendo que trabalhar, no futuro, com este tipo fundamental de objectivos, que
estão já bem marcados nas promoções cooperativas, contribuindo para a
satisfação dos respetivos habitantes.
Destaca-se, ainda, a necessidade de favorecer e
apoiar os processos de organização, gestão e manutenção dos condomínios e dos
próprios conjuntos residenciais, designadamente, na promoção municipal e em
regime de CDH, visto que no que se refere à promoção cooperativa estas matérias
estão, por regra, bem programadas, havendo mesmo situações exemplares e
desejavelmente replicáveis.
Vizinhança Próxima de HCC
Relativamente ao conjunto
residencial, que integra a Vizinhança
Próxima e os respetivos edifícios, os aspectos positivos mais
frequentemente referidos e obsservados na promoção de HCC foram:
· a
funcionalidade do estacionamento;
· a
localização do empreendimento;
· e as suas
estruturação e identificação urbanas.
Em termos negativos destacaram-se:
· a falta de
segurança contra roubos (portanto segurança pública);
· a falta de
estacionamento;
· a falta de
animação e de espaços de recreio;
· a falta de
protecção contra os ventos (razoavelmente generalizável a aspectos globais de
conforto ambiental ao nível urbano);
· e a
deficiente oferta de serviços e equipamentos de uso diário.
Edifício
Relativamente ao Edifício destacou-se,
positivamente:
· a
satisfação com o próprio aspecto exterior do edifício, o que é importante do
ponto de vista da não estigmatização da sua imagem.
E em termos negativos:
· aspectos
de âmbito construtivo.
Habitação
No que se refere ao espaço doméstico,
a Habitação, as condições positivas consideradas, frequentemente,
mais importantes são:
· aspectos
associados à iluminação natural;
· e
condições de privacidade nos quartos.
Enquanto em termos negativos há a
destacar:
· condições dimensionais
negativas em quartos, cozinha e casas de banho;
· condições funcionais
negativas em termos de número de casas de banho, áreas de serviço
doméstico, capacidade de arrumação, relações com zona de vestíbulo de entrada
e privacidade da sala;
· condições de falta de
segurança contra quedas (janelas e varandas);
· problemas com aspectos
construtivos e de equipamento (designadamente: materiais e acabamentos de menor
qualidade e deficiências no isolamento acústico e térmico e na ventilação
natural);
· problemas com anomalias
frequentes, de âmbito construtivo e mecânico (designadamente: fendilhação,
humidades localizadas, problemas com as instalações e avarias no funcionamento
de vãos e equipamentos).
Nota: a bold/negrito sublinham-se os aspetos
mais críticos e mais frequentemente referidos e/ou observados.
Fig. 4: em 2002 destacou-se um dos
mais interessantes conjuntos de habitação de interesse social já desenvolvidos
entre nós; de certa forma como que num reinventar de velhas escalas humanas
“perdidas” através de um conjunto de bandas unifamiliares densificadas e de
preenchimento urbano pedonalmente estruturadas: o Bairro ou Conjunto do
Telheiro, em S. Mamede de Infesta, Matosinhos (44 fogos), uma promoção
municipal projectada por Manuel Correia Fernandes com extrema sensibilidade
geral e de atenção ao pormenor e à própria e estratégica afetividade dos
espaços de vizinhança e domésticos. Aqui o realojamento foi feito em grande
adequação com as características dos modos de vida/uso da casa, e foi motivo de
claro preenchimento físico, funcional e de imagem urbana em termos de uma clara
melhoria da situação urbana local preexistente e de um excelente e
pormenorizado/variado desenho de arquitectura.
3.2. Aspetos positivos e negativos a salientar nos diversos tipos de promoção de HCC
Tendências globais na HCC
Globalmente, as tipologias dominantes são as de baixa altura, as torres só
aparecem pontualmente e as soluções com galerias comuns são pouco numerosas,
sendo ainda sensível a presença do edifício unifamiliar em banda.
Os agrupamentos são dimensionalmente reduzidos,
integrando, frequentemente, até cerca de 100 fogos, e até muitas vezes em menor
número, constituídos por edifícios baixos e em bandas criando, bastantes vezes,
um “mínimo” de espaços públicos, que são, no entanto, frequentemente escassas
ou minimamente equipados.
As melhores soluções integram:
· espaços
públicos formalmente positivos;
· concebidos
tendo em conta a sua posterior manutenção;
· e a
vitalização das vizinhanças de proximidade que integram.
As soluções mais negativas
apresentam, habitualmente:
· bandas
edificadas visualmente monótonas e/ou descaracterizadas;
· condições
delimitadas de inacabamento crítico ou de falta de manutenção do espaço
exterior;
· espaços
públicos, que, quanto maiores e/ou menos definidos, mais complexos e difíceis
se tornam para a sua desejável vitalização num quadro de adequado arranjo e
manutenção.
· condições
de localização fortemente desintegradas do respectivo contexto paisagístico e
urbano – mais nas promoções privadas e municipais.
Promoção cooperativa de HCC
No que se refere à promoção
cooperativa:
· a
qualidade das bandas e dos conjuntos cooperativos destaca-se da das restantes
promoções, concretizada, por vezes, em exemplares vizinhanças desenvolvidas
muito positivamente em todos ou em boa parte dos níveis físicos da arquitectura
urbana;
· excelentes
cuidados de adequação e qualidade do projecto global (urbano e arquitectónico),
ainda mais evidenciado porque frequentemente aplicado a espaços difíceis e
retalhados;
· desenvolvimento
de algumas soluções em altura e a existência de soluções debatendo-se com
espaços de implantação muito complicados (os terrenos adequados começavam já a
faltar).
· a promoção
cooperativa rapidamente atingiu e manteve um apreciável patamar qualitativo,
tendo, nos últimos anos, decrescido fortemente em quantidade, o que terá a ver
com a redução da sua promoção de HCC e mesmo, em bastantes casos, com o recurso
a outras fontes de financiamento, sem ser o INH, embora mantendo as
características técnicas de HCC.
· uma
qualificação acrescida caracteriza, quase sistematicamente, as promoções
cooperativas com maior dimensão e desenvolvidas por uma única Cooperativa ou
União de Cooperativas; de certa forma parece aqui acontecer uma situação oposta
à que caracteriza a promoção municipal e mesmo algumas promoções privadas (em
Contratos de Desenvolvimento de Habitação, CDH), em que a maior dimensão se
associa, frequentemente, à menor qualidade; salienta-se, no entanto, que uma
tal associação entre grandes promoções cooperativas e excelência qualitativa,
nos diversos níveis físicos e sociais, está sempre ligada à qualificação do projecto
geral e de pormenor, bem como à sua adequada e controlada execução e à sua
posterior gestão e manutenção bem programadas.
· Importa,
ainda, salientar que a promoção de HCC cooperativa ligada à Federação Nacional
de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) é a modalidade de
desenvolvimento de HCC que parece manter de forma mais evidente a sua
caracterização global positiva, quando passamos de casos de referência para a
generalidade da respectiva promoção.
Promoção municipal de HCC
Quanto à promoção municipal:
· desenvolvimento
de interessantes promoções municipais, de pequena dimensão (ex., preenchimento
urbano), cuidando objectivamente da criação de espaços públicos e da
continuidade urbana;
· casos
muito diversos de promoção municipal, oscilando entre a fortíssima adequação
social, baseada numa edificação humanizada, e o mega-edifício para meia centena
de fogos;
· ao longo
do tempo, as promoções municipais aproximaram-se qualitativamente das promoções
em CDH, embora mantendo-se, ainda, frequentes problemas construtivos ou de
qualificação do projecto e significativas flutuações qualitativas,
designadamente, entre municípios;
· quanto
à promoção municipal, há que destacar, primeiro, a sua
significativa evolução qualitativa, chegando a desenvolverem-se empreendimentos
extremamente meritórios sob diversos pontos de vista (arquitectura urbana e
edificada, adequação aos habitantes e mesmo, embora em casos mais raros,
qualidade construtiva);
· no
entanto, considera-se que a promoção municipal tem ainda um
percurso a percorrer no sentido de assegurar, com maior continuidade, a
presença conjunta dessas qualidades, bem como a ausência de desvios críticos e
graves, como são conjuntos com números excessivos de fogos e muito isolados,
aplicação de técnicas construtivas eventualmente pouco adequadas aos usos
das/nas habitações e tipologias edificadas muito pouco relacionadas com os
modos de vida dos seus habitantes e, por vezes, muito marcadas por uma inovação
tipológica e ao nível da pormenorização, talvez pouco fundamentada e/ou ligada
aos modos e gostos de habitar.
Promoção privada de HCC – em Contratos de Desenvolvimento de Habitação (CDH)
No que se refere à promoção privada
em CDH:
· forte
dinamização da promoção em CDH, desenvolvida por variadas empresas e
projectistas e com variados efeitos finais, mais positivos ou mais negativos,
consoante a qualidade do projeto e o maior ou menor controlo municipal da
respetiva concepção e execução (há obras bem diferentes realizadas pela mesma
empresa em diferentes municípios);
· ao lonho
do tempo é sensível um gradual acentuar da qualidade dos CDH, apostando no
desenvolvimento de espaços públicos de vizinhança e de verdadeiras soluções
urbanas (ex., pequenos e médios quarteirões);
· a promoção
privada em CDH foi-se aproximando do "standard" qualitativo da
promoção cooperativa atingindo-o, sensivelmente, cerca de meados da década de
1990, embora em termos de pormenorização e de global adequação (ex. vitalização
e manutenção) as diferenças entre os dois tipos de promoção continuem ainda
geralmente claras e com um sinal muito positivo para as Cooperativas; isto
talvez decorrendo das relações entre projetistas e empresas (situações frequentes
em que projetistas são funcionários da empresa promotora) e das naturais
dificuldades que as empresas têm em assegurar a continuidade das ações de
gestão e manutenção, pois não se baseia numa interação tão direta com os
habitantes como acontece na promoção cooperativa.
· assistiu-se
à aplicação da promoção privada em CDH como promoção municipal indireta,
designadamente no âmbito do Programa Especial de Realojamento (PER, destinado a
pessoas que viviam em alojamentos improvisados e/ou com muito más condições de
habitabilidade), verificando-se, nesta situação, casos de menor qualidade das
promoções, designadamente associados a conjuntos com dimensões excessivas e a
situações caracterizadas por menor qualidade e/ou excessiva repetição de
projectos-tipo;
· considerando-se
o que foi referido julga-se haver grande interesse em se manter e reforçar uma
linha de promoção em CDH dirigida para grupos sociais mais favorecidos do que
aqueles que podem recorrer a programas do tipo PER, activando-se uma
diversificação da promoção que parece ser muito rica e reguladora do mercado.
Fig. 5: o conjunto de 91 fogos
de realojamento da Câmara Municipal de Lisboa na Travessa do Sargento Abílio,
Benfica (2001), com projecto de Paulo Tormenta Pinto, é um excelente exemplo de
humanização e urbanidade, que ainda contribuiu com o seu desenho urbano para a
estruturação da zona onde se implantou. A solução do edificado, “simplesmente”,
produz uma imagem urbana global, simultaneamente unificada e diversificada,
associada a uma pormenorização dos espaços públicos, que é, simultaneamente, uma
pormenorização dos acessos aos edifícios, mas, depois o edifício apaga-se
agradavelmente no quarteirão e podemos, logo, antecipar os espaços domésticos
inovadores onde se associam sala e cozinha e onde a marcação da cozinha na
fachada é estrategicamente diluída.
4. Facetas a destacar no desenvolvimento dos conjuntos residenciais de HCC: do terreno à pós-ocupação
As problemáticas da obtenção dos terrenos, dos
processos de desenvolvimento de projetos e licenciamentos, e da qualificação do
projeto urbano conjugam-se com o acabamento da infraestruturação e dos espaços
exteriores, ligando-se, sempre, ao que deveria ser o adequado desenvolvimento e
a cuidadosa execução do projecto global de cada conjunto residencial de HCC.
(Nota prática: as listagens
seguintes estão em ordem alfabética)
Sobre a obtenção do terreno para HCC
· Estão
esgotadas as pequenas bolsas de terrenos na posse de Cooperativas e Promotores
Privados, adquiridas por valores que permitiam um bom equilíbrio financeiro
global da promoção.
· Salienta-se
o papel municipal, quer na promoção directa, por vezes baseada em processos de
expropriação, quer no apoio diversificado às outras promoções de HCC.
Sobre o projecto de HCC e respetivo
licenciamento
· A
intervenção do INH/IHRU no processo global de aprovação dos projectos e mesmo
de incentivo técnico à promoção de HCC é considerada condição claramente
positiva, designadamente no caso dos pequenos promotores.
· A
qualidade final depende da estreita aliança entre um projecto adequado, bem
integrado em termos de implantação, e de um eficaz acompanhamento da obra.
· Flutuações
na sempre desejável conjugação de esforços entre os diversos promotores de HCC,
designadamente no que se refere aos apoios municipais.
· Morosidade
dos prazos da aprovação municipal, sempre associada a uma forte burocratização
do processo; situação esta tanto mais significativa quanto maior o município.
· Parcerias
com municípios baseadas no desenvolvimento municipal de espaços públicos não
parecem ser, por regra, eficazes, considerando-se os exemplos de inacabamento
ou de grandes demoras na respectiva realização.
Fig. 6: a muito interessante e
bem acabada vizinhança de proximidade do Contrato de Desenvolvimento de
Habitação de interesse social da empresa Sedengil em Milheirós, Maia (2001),
projecto do Arq. João Carlos Santos; uma promoção marcada por aspetos
pormenorizados de qualidade de projeto de Arquitectura e de construção
previamente definidos com o município e que chegaram a aspetos muito
específicos, por exemplo, de Arquitectura paisagista. Neste conjunto é evidente
o interesse básico de se desenvolver integradamente com o espaço de habitação
um espaço de vizinhança e uma tipologia edificada que consiga fazer bem a
ligação entre aqueles dois níveis físicos.
Sobre o projecto urbano da
vizinhança de HCC
· A dimensão
do empreendimento tem privilegiado, positivamente, os pequenos agrupamentos,
favorecendo-se a integração física e social e a variação do aspecto; os grandes
conjuntos, quando não desenvolvidos com um projeto urbano de excelência, têm
problemas de monotonia de imagem, reduzida identidade e caracterização, e falta
de estímulo à essencial curiosidade urbana.
· A
harmonização de tráfegos de peões e veículos serve, positivamente, tráfegos de
passagem e locais, detectando-se uma vitalizadora vizinhança entre pólos de
equipamento e tráfego de veículos.
· Casos de
opções meritórias de anulação de soluções urbanas que estavam predefinidas e
que pareciam pouco qualificadas e de opção pelo desenvolvimento de novas
soluções de projeto.
· Importa
ter cuidado com excessos de segregação funcional, que estão normalmente
associados a excessos de espaciosidade pública.
· Qualquer
menor atenção a qualquer espaço ou situação local é, muito frequentemente,
responsável por deficiências urbanísticas localizadas, ou mesmo relativamente
generalizadas (ex., inadequação da implantação à topografia).
· Situações
de aparente excesso de ocupação e de aplicação de tipologias edificadas
"massificadas" (ex., grande número de habitantes concentrados em
edifícios com grande escala física e espaços comuns muito encerrados).
· Tendência
gradual e sensível para o desenvolvimento de um projeto urbano integrador de
edifícios e espaços públicos; mesmo quando a dimensão do conjunto é bastante
reduzida esse projeto urbano é, em boa parte, responsável pela respectiva
integração com a sua envolvente específica.
Sobre a infraestruturação de HCC
· Mesmo numa
fase de forte apoio dos municípios à globalidade da promoção de HCC, foram
numerosos os casos de atrasos significativos em trabalhos pontuais de
infraestruturação, ultrapassados, designadamente, pelo forte empenhamento das
Cooperativas na infraestruturação dos seus empreendimentos.
· O nível de
acabamento atingido é frequentemente positivo, mas considera-se essencial
passar para um processo de acabamento total, expedito e bem programado das
diversas redes de infraestruturas urbanas, evitando-se fases de obra muito
prolongadas em espaços públicos, habitualmente associadas a trabalhos
sequencialmente repetidos e ligados a significativos desperdícios e despesas
suplementares, porque não devidamente programados.
Sobre a fase de construção,
alterações e acabamentod de HCC
· Boas obras
associam-se ao desenvolvimento de adequados projectos de execução, à sua
adequação ao melhor desenvolvimento em obra e a um eficaz acompanhamento
técnico, que parece nunca ser excessivo; nota-se que em casos de promotores
tecnicamente pouco equipados foi essencial a contratação exterior da
fiscalização da obra e, por vezes, o acompanhamento suplementar por técnicos do
INH/IHRU.
· De uma
forma geral a opção por diversos tipos de acabamento é bem aceite, evita
desperdícios em obras posteriores realizadas pelos habitantes e corresponde a
uma escolha entre um leque bem definido de opções, que são discutidas
previamente com os futuros habitantes, no caso das Cooperativas, ou previamente
ponderadas – em termos de custos, durabilidade e aspecto – no caso dos CDH e
mesmo em algumas Promoções Municipais.
· Não parece
haver, geralmente, uma dinâmica geral e negativa de alterações posteriores à
ocupação das habitações, facto este que provavelmente decorrerá de projetos
razoavelmente desenvolvidos e discutidos (em fases de programa e de início do
projeto) com os promotores e até, por vezes, com os habitantes (no caso das
Cooperativas); situação esta que é menos frequente na Promoção Municipal.
Fig. 7: o interior e o exterior
podem e devem partilhar valências residenciais, visando-se a criação de toda
uma vizinhança próxima útil e humanizada em que interior e exterior se
complementem, até proporcionando espaciosidades complementares e ambientes bem
distintos, mas próximos e igualmente íntimos e abrigados; na imagem o excelente
conjunto cooperativo madeirense da cooperativa Coohafal na Madalena, Funchal
(1988), projecto do Arq. Guilherme António Barreiros Salvador.
Nota específica sobre os espaços
exteriores de HCC
· O acabamento global dos
espaços públicos ligados à HCC e os respectivos cuidados de manutenção, bem
como os casos de arranjos muito positivos (Cooperativas), não parecem ser,
ainda, infelizmente situações generalizadas, salientando-se casos de
demorado acabamento e de ausência de cuidados de manutenção, e outros casos
onde ainda são bastante evidentes deficiências no projeto e na execução de
arranjos exteriores, seu equipamento e manutenção.
Sobre o leque tipológico proporcionado e sobre a atribuição de fogos e tipologias de HCC
· A
constituição de listas de futuros habitantes é o processo habitual,
destacando-se apenas o que parece ser a menor eficácia da estrutura municipal
na atribuição de fogos em regime de CDH corrente.
· A correspondência entre
agregado e tipologia habitacional é um processo que tem vindo a ser
gradualmente menos usado, aumentando a procura de fogos com mais compartimentos
(T3 e mesmo T4) e continuando problemática a existência e atribuição de
tipologias T0 e T1 no âmbito dos promotores cooperativos e privados.
Fig. 8: em 1999,
na Rua do Chouso, em Santa Cruz, num conjunto residencial de realojamento da
Câmara Municipal de Matosinhos, projectado pelo Arq. Luís Miranda,
concretizou-se uma solução que integra escala humana e urbana, adequação a quem
aí habita e revitalização da zona onde se integra. O conjunto caracteriza-se
pela integração urbana e volumétrica na envolvente, com edifícios baixos e
regulares. Criam-se pequenas bolsas de estacionamento e acesso local,
arborizadas e com pavimentação e marcação pedonal, que servem também a
população envolvente, como atravessamentos pedonais ritmados por uma sóbria
marcação das entradas dos novos edifícios. O edifício-tipo caracteriza-se por
uma concepção cuidada, agregando 6 fogos e pela excelente iluminação natural
nas escadas comuns (óculo e lanternim), pela melhoria da privacidade do piso
térreo através de janelas de peito alto, e por acessos comuns e outros vãos
exteriores muito cuidados, salientados e portanto apropriáveis. No fogo há uma
cuidadosa mas afirmada inovação, designadamente, pela previsão de zonas de
lavandaria específicas, grandes espaços de arrumação, que são muito do agrado
dos moradores, por cozinhas com agradáveis bancadas de trabalho sob as janelas,
pela circulação alternativa através da cozinha, pelo interessante
desenvolvimento de espaços específicos para refeições bem ligados às cozinhas
(T3), e pelo desenvolvimento de amplas casas de banho com janelas; esta solução
doméstica proporciona interessantes aprofundamentos na matéria da
funcionalidade, da adequação aos modos de vida e da apropriação.
Notas breves sobre aspectos a salientar na satisfação e insatisfação dos moradores em HCC
Ao nível urbano:
· ausências
pontuais, mas críticas, de acessos urbanos e de equipamentos coletivos
conviviais;
· deficiências
no desenvolvimento do projecto global previsto;
· deficiente
visualização das soluções gerando-se surpresas menos agradáveis para os
habitantes (ex., novos edifícios densificando espaços deixados vagos durante
muito tempo);
· pobreza
e/ou falta de manutenção dos arranjos públicos.
Ao nível do edifício e da habitação:
· situações
relativamente frequentes de ausência de varandas (mesmo "de
assomar");
· condições
que favorecem a intrusão nos fogos térreos, sem que existam cuidados
específicos de protecção, devidamente concebidos em termos de projecto;
· ausência
e/ou deficiente aproveitamento de espaços para pátios ou quintais privados;
· situações,
ainda significativas, de deficiente conforto ambiental doméstico (ex., excessos
de ruído e insolação, deficiente ventilação natural);
· falta de
durabilidade e/ou de funcionalidade de revestimentos e elementos funcionais na
habitação;
· problemas
no funcionamento dos condomínios.
Fig. 9: Um pormenor de muitos do excelente novo bairro cooperativo do Vale Formoso
de Cima, promovido por um conjunto coeso de 23 cooperativas da FENACHE, em
Lisboa, 800 fogos e equipamentos que fazem cidade, cuja última fase está em
conclusão, e que se salienta pela global e evidente qualidade vivencial e
arquitectónica, bem marcada nos seus pequenos quarteirões interiormente
pedonais, teve projeto urbano realizado pelos arquitectos António Piano e
Eduardo Campelo e uma gestão cooperativa centralizada pelo atual presidente da FENACHE, Manuel Tereso; ao
nível dos quarteirões houve um conjunto de diversas intervenções de outras
equipas de Arquitectura,
devidamente harmonizadas, entre 2008 a 2024; com intervalos significativos nas
últimas fases, significativamente mais pequenas e localizadas nas extremidades
da área, não afetando portanto a respetiva coesão urbana.
Nota final:
Tal como ficou evidente no texto desenvolvido e
ficará sublinhado nos agradecimentos e bibliografia que se seguem, a presente
série editorial, intitulada "Desenvolver a qualidade arquitectónica e a
satisfação residencial na Nova Habitação de Interesse Social Portuguesa",
muito deve à atividade realizada, ao longo de muitos anos, no "velho" e bom Núcleo de
Arquitectura e Urbanismo (NAU) do LNEC, assim como à atividade do INH/IHRU e, muito
especialmente, ao apoio continuado da FENACHE.
Salienta-se e sublinha-se, que os aspetos
de análise apontados no artigo foram deixados praticamente “intocados” no que
se refere às suas respetivas fontes, não tendo havido atualizações e (re)interpretações,
pois considera-se que o que está explícito tem força e interesse bastantes.
Considerações posteriores ficarão
para outros textos/artigos.
Regista-se, finalmente, que os
eventuais lapsos, imprecisões e esquecimentos que, muito provavelmente, existem
no texto - e que serão corrigidos logo que identificados - são apenas da
responsabilidade do autor, assim como o são todas as opiniões aqui expressas.
Agradecimentos no âmbito dos
diversos estudos que basearam direta e indiretamente a presente série editorial
Agradece-se ao Instituto da Habitação e da
Reabilitação Urbana (IHRU), então Instituto Nacional de Habitação (INH), que
apoiou, sistematicamente, o desenvolvimento dos principais estudos que basearam
esta série de artigos e faz-se uma referência específica e alfabética à
constante disponibilidade de vários responsáveis do então INH, hoje IHRU, para
apoiar esses estudos, designadamente, o Arq.º Clemente Ricon, o
saudoso Eng.º Defensor de Castro, o Eng.º Hermano Vicente, o Arq.º Rogério
Pampulha, o Eng.º Teixeira Monteiro e o Arq.º Vasco Folha, bem como das
excelentes equipas técnicas do Instituto em Lisboa e no Porto, e agradece-se,
também, aos inúmeros responsáveis e projetistas dos muitos empreendimentos de
Habitação a Custo Controlado (HCC) – a nossa Habitação de Interesse Social (HIS
– que foram visitados e estudados no decurso dos estudos aprofundados de
análise urbana e habitacional retrospectiva e multidisciplinar, coordenados
pelo autor, e das metódicas visitas do Júri do Prémio INH/IHRU em que o autor
participou.
Agradece-se, muito especialmente, o inestimável
trabalho, no âmbito das referidas análises retrospectivas, dos técnicos que
integraram as respectivas equipas multidisciplinares e que pertenciam ao
Departamento de Edifícios (DED) do Laboratório Nacional de Engenharia Civil
(LNEC) e a vários Núcleos do DED, com destaque para os então Núcleo de
Arquitectura e Urbanismo (NAU), Núcleo de Ecologia Social (NESO) e Núcleo
de Tecnologia da Construção (NTC) do DED, e entre eles faz-se uma especial menção
(alfabética) à continuada e preciosa participação do Eng.º António Leça Coelho
(NAU), do Arq.º João Branco Pedro (NAU), da Eng.ª Fernanda Carvalho
(NTC), da saudosa Arq.ª Isabel Plácido (NAU) e da Dr.ª Marluci Menezes
(NESO); fazendo-se uma menção especial à participação pontual, mas muito
significativa, da Arq.ª Sheila Walbe Ornstein.
Agradece-se, ainda, no LNEC, todo o apoio no
âmbito das referidas análises retrospectivas, ao Eng.º José Vasconcelos Paiva,
então Diretor do DED do LNEC, à Técnica Superior Anabela Manteigas, e,
finalmente, mas nunca por último, ao Arq.º António Reis Cabrita, que numa
fase de passagem de testemunho da chefia do NAU, teve ainda a oportunidade de
apoiar de forma ampla a aprofundada as mesmas análises retrospectivas.
Novamente fora do LNEC importa aqui fazer um
agradecimento especial e muito bem justificado ao sempre importante e presente
apoio, no âmbito dos estudos que basearam a presente série editorial, de
um amplo e bem merecedor conjunto de responsáveis e companheiros da Federação
Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE), que o autor tem
também a honra de integrar, com um natural destaque para o saudoso Dr. José
Barreiros Mateus, e para os grandes Guilherme Vilaverde, Manuel Tereso
e Orlando Vargas, não esquecendo o também saudoso Carlos Coradinho.
Faz-se, em seguida, uma referência amiga e
muito agradecida ao constante apoio e incentivo nestas “lutas” da habitação e
do “habitar” aos associados da GHabitar Associação Portuguesa para a Promoção
da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH), anteriormente Grupo Habitar
APPQH e, muito especialmente, aos que foram, durante esses anos, responsáveis
pelo GHabitar APPQH, entre os quais se encontram alguns dos acima
designados, mas havendo que acrescentar (alfabeticamente) o Arq.º António
Carlos Coelho, o Arq.º Carlos Nuno Lacerda Lopes, o Dr. Dâmaso Silva, o saudoso
Arq.º Duarte Nuno Simões, o Dr. João Lutas Craveiro, o Arq.º Manuel Correia
Fernandes, e o Arq.º Paulo Tormenta Pinto.
Lembra-se, finalmente, e agradece-se a múltipla
participação nestas matérias habitacionais aos membros do Secretariado
Permanente do Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono
(Secretariado Permanente do CIHEL), e de outros responsáveis mais diretos pelo
desenvolvimento dos já cinco congressos internacionais CIHEL, abordando,
frequentemente, o habitar de interesse social no âmbito da lusofonia.
Bibliografia geral de enquadramento da temática da HCC
Apresenta-se em seguida, organizada
cronologicamente, e acompanhará os restantes artigos desta série editorial,
a bibliografia cronológica utilizada no presente estudo, sobre a matéria da
Habitação de Interesse Social Portuguesa (HIS) e sobre qualidade arquitectónica
residencial.
ONO,
R. (Org.) ; ORNSTEIN, Sheila Walbe (Org.) ; Villa, Simone Barbosa
(Org.) ; FRANÇA, ANA JUDITE GALBIATTI LIMONGI (Org.) ; LEITNER, A. D. (Org.) ;
BARBOSA, Maria Beatriz (Org.); SARAMAGO, R. C. P. (Org.) ; ABATE,
Tania Pietzschke (Org.) ; ROMÉRO,
Marcelo de Andrade (Org.) - Avaliação Pós-Ocupação na
arquitetura, no urbanismo e no design: da teoria à prática. 1. ed. São
Paulo: Oficina de Textos, 2018. v. 1. 302p .
TAVARES, Maria - Habitações Económicas.
Federação de Caixas de Previdência. Arquitectura e modos de actuação no
exercício do projecto, Porto: Faculdade de Arquitectura da Universidade do
Portoi, tese de doutoramento em Arquitectura, 2016.
National Crime Prevention Council – NCPC
(autoria); Direção Geral de Administração Interna – DGAI (edição); Ana Verónica
Neves e Filipe Teodorico (tradução) - CPTED – Prevenção Criminal
Através do Espaço Construído: Guia de boas práticas, Lisboa: DGAI, 2013,
66 p., ISBN: 978-989-8477-04-0; edição revista e adaptada para a versão
portuguesa por uma equipa que integrou o autor desta listagem - versão original
disponível em < http://www.veilig-ontwerp-beheer.nl/publicaties/cpted-prevencao-criminal-atraves-do-espaco-construido-guia-de-boas-praticas
MENDES, Maria Manuela; MAGANO, Olga - Ciganos
Portugueses: Olhares Plurais e Novos Desafios numa Sociedade em Transição.
Editora Mundos Sociais, Lisboa, 2013, 253 p., ISBN
978-989-8536-26-6. António Baptista Coelho redigiu o capítulo
intitulado "Habitação e vizinhança para famílias de etnia cigana:
algumas reflexões práticas" (9 p., 4 fig., pp. 239 a 247 do livro).
PORTAS, Nuno (coord. cient.) e AAVV
- Habitação para o Maior Número. Portugal, os Anos de
1950-1980. IHRU e CML, Lisboa, 2013 – lançamento
em 2014, 214 p., ISBN 978-972-98508-8-2; António Baptista Coelho
redigiu o capítulo ilustrado intitulado "Sobre os “anos dourados”
dos conjuntos cooperativos de habitação económica: 1974-1984" (20 p
ilustradas., 12 fig., pp. 133 a 153 do livro).
COELHO, António Baptista - Qualidade
Arquitectónica e Satisfação Residencial na Habitação de Interesse Social em
Portugal no final do Século XX”, Lisboa, LNEC, Relatório 176/2011-NAU,
Maio 2011, 93 pp., ilustrado
COELHO, A. Baptista; PEDRO, J. Branco; COELHO,
A. Leça – 2.ª Análise retrospectiva do parque financiado pelo Instituto
Nacional de Habitação nos anos de 1989-2005. Análise arquitectónica.
Lisboa : LNEC, 2011. (Relatório Confidencial 115/2011 – NAU).
DIAS, Jorge Miranda; LOPES, Grandão (coord.)
- Conservação e reabilitação de edifícios recentes. Cadernos
Edifícios N.º 5, LNEC, Lisboa, 2010, 218 p., ISBN
978-972-49-2197-6. António Baptista Coelho redigiu o capítulo intitulado
"Critérios a aplicar na requalificação arquitectónica do exterior
residencial" (25 p., 6 fig., pp. 37 a 62 do livro).
COELHO, António Baptista - Entre casa e
cidade, a humanização do habitar. dafne editora, opúsculos - Pequenas
Construções Literárias sobre Arquitectura, opúsculo 18, Porto, Julho 2009,
20 p., 4 fig., ISSN 1646–5253, www.dafne.com.pt/pdf_upload/opusculo_18.pdf
DGS e AAVV - Planos Locais de Ação em
Habitação e Saúde – Manual para projetos: Fichas Técnicas sobre Habitação e
Saúde . Direcção Geral da Saúde (DGS), Plano nacional de Ação Ambiente
e Saúde (PNAAS), Lisboa, Novembro de 2009, ISBN: 978-972-675-191-5;
António Baptista Coelho participou na organização do livro e elaborou os
seguintes quatro capítulos: (i) "Bem-estar na envolvente
residencial" (8 p., item 2.4); (ii) "Bem-estar e tipos de soluções
habitacionais (7 p., item 2.5)"; (iii) "Problemas sociais na
habitação" (7 p., item 2.6); e (iv) "Bem-estar e conforto ambiental
no interior habitacional" (7 p., item 3.3) download em:
http://www.dgs.pt/?cn=552055525576AAAAAAAAAAAA
COELHO, António Baptista - Habitação
Humanizada, Lisboa, LNEC, Tese e Programas de Investigação TPI n.º 46.
Lisboa: LNEC, Livraria do LNEC, 2007. 574 p., 121 fig., ISBN
978-972-49-2120-4
LOPES, Carlos Nuno Lacerda – Projecto e
modos de habitar. Dissertação de doutoramento, Porto: Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), 2007.
COELHO, António Baptista – Instituto
Nacional de Habitação, 1984 – 2004: 20 anos a promover a construção de
habitação social, Lisboa, INH, LNEC, 2006 (456 pp., muito
ilustrado) – disponível por consulta ao IHRU, Depósito Legal n.º 242704/06.
COELHO, António Baptista; COELHO, Pedro
Baptista - Habitação de Interesse Social em Portugal: 1988 – 2005.
Livros Horizonte, Horizonte Arquitectura Lisboa, 2009, 327 p.,
muito ilustrado, ISBN 978-972-24-1655-9 .
COELHO, António Baptista (coord.) – Humanização
e vitalização do espaço público. Cadernos Edifícios n.º 4, LNEC,
Lisboa, Livraria do LNEC, Outubro de 2005 (Março 2006), 268
p., muito ilustrado, ISBN 972-49-2058-5.
COELHO, António Baptista; COELHO, António Leça;
MENEZES, Marluci; CARVALHO, Fernanda Rodrigues; PLÁCIDO, Isabel – 3.ª
Análise Retrospetiva do Parque Habitacional Financiado pelo INH, Anos de 1995 a
1998. Lisboa: LNEC, 2004. Relatório Confidencial 239/04-NAU.
402 p. 178 fig. 10 quad., 8 gráf.
INSTITUTO NACIONAL DE HABITAÇÃO; PAMPULHA,
Rogério (Coord.) – Habitação a Custos Controlados, Projectos de
Referência n.º 1 a n.º 8. Lisboa: INH, Projecto de Referência, 2001
a 2004.
FERNANDES, Fátima; CANNATÀ, Michele – Guia
da Arquitectura Moderna, Porto, 1925-2002. Porto: ASA Editores, 2002, 335
p.
COELHO, António Baptista; CABRITA, António
Reis; PEDRO J. Branco – A Qualidade Arquitectónica e a Satisfação
Residencial – Qualité Architectonique et Satisfaction Résidentielle – Projeto
de Investigação Conjunta LNEC/CSTB sobre Qualidade Arquitectónica e a
Satisfação Residencial. Relato de sntese 1998-2000. Lisboa: LNEC, 2001.
Relatório 149/01-NA. 60 p.
HEITOR, Teresa Valsassina – A
vulnerabilidade do espaço em Chelas, uma abordagem sintáctica. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, Junta Nacional de Investigação Científica e
Tecnológica, Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas, 2001,
421 p.
CABRITA, António Reis; COELHO, António
Baptista; FREITAS, M. João – Gestão Integrada de Parques Habitacionais
de Arrendamento Público – guião recomendativo, MES - Secretaria de estado
da Habitação, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Intervenção Operacional
Renovação Urbana, Lisboa, Dezembro de 2000 (240 p.), ISBN
972-981133-6-1; António Baptista Coelho redigiu os Capítulos 4 (Enquadramento
global da gestão), 5 (Dimensões fundamentais da gestão), 6 (Métodos e
instrumentos de gestão do parque habitacional de arrendamento público), 7
(Requalificação urbana), 8 (Integração da requalificação e da gestão e notas
conclusivas), a Bibliografia e o Anexo III (Ação e estrutura organizativa dos
Zeladores).
CABRITA, António Reis (coord.), “A Futura
Habitação Apoiada”. Proc. 086/01/13758. Relatório Confidencial 75/00 – NA,
299 pp. 2000.
COELHO, A. Baptista – Qualidade
arquitectónica residencial. Rumos e factores de análise.
Lisboa: LNEC, Livraria do LNEC, 2000. 500 p.
(Informação Técnica de Arquitectura, ITA 8). ISBN 972-49-1857-2.
AAVV e MEPAT , “Habitat II, Plano Nacional
de Ação – Habitação”, MEPAT e Secretaria de Estado da Habitação e
Comunicações, MEPAT e SEHC, 1999, 76 p., Dep. Legal 141975/99.
BERNARDO, Jorge Almeida – INH 15 Anos a
Apoiar Quem Precisa. Lisboa: Instituto Nacional de Habitação, 1999,
124 p.
PEDRO, J. Branco – Programa
habitacional. Habitação. Lisboa : LNEC, 1999.
270 p. (Informação Técnica de Arquitectura, ITA 5).
COELHO, A. Baptista; PEDRO, J. Branco – Do
bairro e da vizinhança à habitação. Tipologias e caracterização dos
níveis físicos residenciais. Lisboa : LNEC, Livraria do LNEC, 1998.
546 p. (Informação Técnica de Arquitectura, ITA 2). ISBN
972-49-1756-8.
COELHO, António Baptista (colaboração de Nuno
Teotónio Pereira) – Alvalade de Faria da Costa uma cidade na cidade – o
mistério de Alvalade, Palestra proferida nos Encontros da Associação dos
Arquitetos Portugueses – Habitação, Construir Cidade com Habitação. Lisboa:
AAP, 1998, 30 p.
FERNANDES, Francisco Barata – As formas
da casa na forma da cidade, Palestra proferida nos Encontros da Associação
dos Arquitetos Portugueses – Habitação, Construir Cidade com Habitação. Lisboa:
AAP, 1998
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Matosinhos, Palestra proferida nos Encontros da Associação dos Arquitetos
Portugueses – Habitação, Construir Cidade com Habitação. Lisboa: AAP, 1998,
8 p.
PEREIRA, Nuno Teotónio (colaboração de António
Baptista Coelho) – Os Olivais – experiência colectiva de uma geração,
Palestra proferida nos Encontros da Associação dos Arquitetos Portugueses –
Habitação, Construir Cidade com Habitação. Lisboa: AAP, 1998, 8 p.
COELHO, António Baptista; PEDRO J. Branco;
CABRITA, A. Reis - Três Conjuntos Residenciais Meritórios de Habitação
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Cooperativas de Habitação, CHASA, Alverca, 1997.
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N.º 140/141, 7.ª Secção – problemas do nosso tempo n.º 26/27, 1948,
195 p.
Em termos práticos lembra-se que no
primeiro artigo desta série editorial são devidamente salientados os principais
documentos e publicações, de minha autoria, utilizados como fontes mais diretas
destes artigos, registando-se, ainda, a autoria própria de todas as imagens
utilizadas.
Notas editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos
editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no
sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo
nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários
apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores
desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos
mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural
responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer
elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias,
desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos
respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as
necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o
referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta
a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários
"automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos
conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição
da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos
editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à
verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da
revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de
eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.
(iv) Brevemente haverá novidades no
sentido do gradual, mas expressivo, incremento das exigências editoriais da
Infohabitar, da diversificação do seu corpo editorial e do aprofundamento da
sua utilidade no apoio à qualidade arquitectónica residencial, com especial
enfoque na habitação de baixo custo.
Os Anos Dourados da Habitação a Custos Controlados (HCC) apoiada pelo INH/IHRU – nova edição, revista, com Editorial sobre a importância das Cooperativas de Habitação Económica – infohabitar # 937
Informa-se
que para aceder (fazer download) do mais recente Catálogo Interativo da
Infohabitar, que está tematicamente organizado em mais de 20 temas e tem links
diretos para os 922 artigos da Infohabitar, existentes em janeiro de
2025 (documento pdf ilustrado e com mais de 80 pg), usar o link seguinte:
https://drive.google.com/file/d/1vw4IDFnNdnc08KJ_In5yO58oPQYkCYX1/view?usp=sharing
Infohabitar, ano XXI,
n.º 937
Edição: quarta-feira 30 de abril de
2025
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL – Escola Superior de Belas
Artes de Lisboa –, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto –, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura
e Urbanismo pelo LNEC.
Os aspetos técnicos do lançamento da
Infohabitar e o apoio continuado à sua edição foram proporcionados por diversas
pessoas, salientando-se, naturalmente, a constante disponibilidade e os
conhecimentos técnicos do doutor José Romana Baptista Coelho.
Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa
para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na
Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE).