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Vizinhanças Felizes (Happy Neighborhoods) – Infohabitar # 907
Infohabitar, Ano XX, n.º 907
Edição: quarta-feira, 3 de julho de 2024
Atualidades: Notícias
do 5.º CIHEL
Caros congressistas:
Como foi já divulgado é possível fazer chegar ainda as comunicações ao 5.º CIHEL até domingo dia 7 de julho de 2024.
Chama-se a atenção dos autores e
potenciais inscritos para a recente e sensível redução dos custos de inscrição
no 5.º CIHEL, possibilitada por apoios obtidos para o
congresso e que está já divulgada no site do congresso.
Aproveita-se para salientar aos autores
que na elaboração das comunicações deverão ser cumpridas com rigor as
indicações relativas ao respetivo template – disponível no site do 5CIHEL –
sendo que o próprio resumo deverá ser adequadamente revisto tendo-se em conta o
cumprimento rigoroso do respetivo template em termos formais/de apresentação,
de legibilidade da temática abordada e de representatividade do texto do resumo
relativamente à respetiva comunicação,
tendo-se em conta que ele integrará a prevista edição em papel das atas –
prevendo-se que os respetivos textos completos serão disponibilizados em outro
suporte, a considerar (ex., drive ou na WWW); será, portanto o resumo revisto e
complementado na fase de entrega da comunicação que irá sintetizar e
representar o trabalho de cada autor e portanto deverá ser adequadamente
elaborado.
A Comissão Científica do 5CIHEL
Fernando Pinho
António Baptista Coelho
Editorial dedicado às “Vizinhanças
Felizes”
Caros leitores da Infohabitar,
Com o presente artigo abordamos uma temática que nos foi sempre muito “central” nas preocupações da Infohabitar e do GHabitar que é questão da promoção de uma qualidade residencial e urbana bem alastrada pelas vizinhanças que habitamos, espaços etes que afinal tanto nos ligam às nossas casas, como, “por outros lados”, aos nossos bairros e às nossas cidades; constituindo-se assim em dimensões essenciais para a construção e vitalização contínua de um espaço de vizinhança que para além de funcional, seja bem caraterizado, atraente, único, agradavelmente doméstico e urbano, acolhedor e digno; devendo portanto constituir-se num importante fator de felicidade residencial, o que, consequentemente, nos levou à adopção do conceito de “vizinhanças felizes” – happy neighborhoods – uma ideia que afinal não será mais do que a evolução natural do conceito de “vizinhança próxima” ou de proximidade, que adotámos em muitas publicações editadas ao longo de cerca de trinta anos, e que, na altura, referimos ter ido identificar na “engenharia de trânsito”.
E foi assim, a partir da ideia de uma agradável e estimulante vizinhança de proximidade e um seu desenvolvimento especialmente humanizado – tema também desenvolvido em alguns livros – , que surgiu a ideia e o conceito das “vizinhanças felizes”, matéria esta que está adequadamente desenvolvida num pequeno livro, já bem acabado (ex., índice, bibliografia, etc.) talvez há cerca de dois anos, e que ainda não teve o empurrão final editorial. Neste sentido o presente artigo apresenta a temática e o referido livro de modo geral e sintético.
Recorda-se que serão sempre muito bem-vindas eventuais
ideias comentadas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos
(a enviar, ao meu cuidado, para abc.infohabitar@gmail.com).
Com as melhores saudações a todos os caros
leitores,
Casa das Vinte, Casais de Baixo, Azambuja, em 3 de julho
de 2024
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
Vizinhanças Felizes (Happy Neighborhoods) – Infohabitar # 907
António Baptista Coelho
Texto e desenhosPalavras-chave: vizinhanças
felizes, qualidade arquitectónica, satisfação dos habitantes, arquitectura
residencial
Fig. 0: ... seria grave esquecer o sentido lúdico, quase de jogo, que deve marcar
habitações e espaços urbanos contíguos ...; um sentido lúdico que corresponde,
naturalmente, a boa parte da ideia de podermos habitar sendo mais felizes.
1. Sobre o livro
e o seu tema de um habitar (mais) feliz,
com “Vizinhanças Felizes”
A ideia-base deste artigo e do livro que ele, de
certa forma, apresenta, é procurar os aspectos que nos fazem felizes quando
habitamos certas casas, em certos edifícios e, especificamente, em certas
vizinhanças. Um objectivo demasiado ambicioso? Julga-se que não, pois é real o efeito
de uma excelente vizinhança na felicidade habitacional de uma família e de uma
pessoa; e quem o sentiu, numa dada altura da sua vida, pode ser testemunha da
verdade desta afirmação.
Esta é a razão de ser básica deste artigo e do
livro que ele apresenta: dar testemunho de partes de cidade e de vizinhanças
que incutem felicidade nos seus habitantes; depois, em outros possíveis livros
sobre esta temática, iremos falar de “edifícios felizes” e, finalmente, de
“habitações felizes” ou de “casas felizes”.
Naturalmente, que quem é feliz é quem habita tais
vizinhanças, edifícios e casas/habitações, mas perdoem-me esta liberdade de
referir o próprio habitat humano como um quadro/ambiente “feliz”, talvez porque
nestes casos eles tendem a respirar e expressar esse estado de felicidade.
Outra ideia-base do livro aqui referido e
apresentado é não ser um trabalho para arquitectos, mas sim, essencialmente, um
livro para habitantes, pois, afinal, é mais do que tempo de todos nós,
habitantes, exigirmos, de quem nos faz as vizinhanças e os edifício que
habitamos, que, pelo mesmo dinheiro e com um mínimo de custos, nos proporcionem
o melhor habitat e aquele em que possamos ser o mais felizes que seja possível;
chega de “produtos habitacionais” mais ou menos sensíveis aos seus habitantes,
é tempo de tratar o habitat humano como algo muito sério, pois, realmente, ele
pode ajudar-nos, e significativamente, na nossa importante busca pela
felicidade de vida, sendo que esta condição não está directamente associada ao
seu custo, sendo possível fazer barato mas muito bem.
É, no entanto, um estudo feito dentro da matéria
da Arquitectura, embora com a intenção, que se procurará, sempre, manter, de
usar ideias e palavras que todos usam, falando-se da Arquitectura residencial
como matéria que é de todos, embora se “use” a Arquitectura como ferramenta de
interpretação de muitas das matérias aqui tratadas, mas esta é uma situação
natural, desde que se trate a Arquitectura com normalidade, como algo que se
vive e se habita na nossa casa e na nossa cidade. Poderíamos tratar dela de outra
forma, como arte e como técnicas, por exemplo, mas também a podemos chamar de
ciência humana e social e assim lhe chamaremos, e assim a usaremos, ao longo
das páginas que se seguem.
Este também não é um eestudo de repositório dos
aspectos funcionais domésticos, muitos livros e estudos têm andado nessas
áreas, mas é preciso que, não as enjeitando, referindo-as e registando-as nos
seus aspectos mais determinantes de uma ampla qualidade de vida, se possa
seguir em frente, de forma determinada e ousada para os outros também amplos
caminhos que são responsáveis por aquelas casas bem caracterizadas e
verdadeiramente satisfatórias, aquelas casas de que gostamos mais, por
vezes sem saber explicar por que razão, pois até por vezes são muito pouco
funcionais num sentido estrito do termo; mas são casas que nos marcam, mas são
pedaços pormenorizados de cidade habitada que nos marcam!
Falta dizer que, obviamente, não se tem a
ambição, nem até a vontade, de se irem esgotar as teias dos aspectos mais
responsáveis por um habitar feliz, mas tão somente fazer uma incursão
significativa em tal matéria.
A ideia é irmos pensando sobre os espaços entra a
cidade e a casa e entre a casa e a cidade, em abordagens mais específicas sobre
determinados níveis e cenários mais urbanos, mais de vizinhança, mais
familiares ou mais íntimos, numa sequência de artigos que terá frequentes
mudanças de sentido e de ritmo, assim como visará diferentes perspectivas, por
exemplo, mais teóricas, mais práticas, mais ambientais, mais simbólicas, etc.,
etc.
Falarmos dos ciclos ou do jogo da glória entre
cidade e casa, ou melhor entre cidade, bairro, vizinhança e casa e depois na
sequência inversa, dos interiores domésticos aos “interiores” urbanos, não
significa esquecermos a natureza, seja numa perspectiva de paisagem global, na
qual uma boa cidade se deverá integrar positivamente melhorando, pela cultura,
a ordem natural, seja numa perspectiva pormenorizada da natureza no urbano, das
mil formas que tem de assumir a natureza na cidade, humanizando-a, é um facto e
aproximando-a da sua matriz natural, ainda que pela quase-ausência de elementos
naturais, por vezes, possamos centrarmo-nos num pequeno jardim urbano
estratégico, que pode ser até uma única árvore rodeada da cidade do pormenor.
Num mundo globalizado e reduzido pelas
tecnologias de informação, numa vida marcada pela falta de tempo para quase
tudo, numa perspectiva estruturada por estratégias de consumismo geminadas com
planos de vida rigidamente estruturados, num século que se iniciou sem
ideologias e com a ideia de que certas qualidades, como o convívio, a
solidariedade e até a capacidade poética, seriam meras perdas de tempo sem
sentido; e que afinal acorda para problemas de qualidade de vida diária que
muitos pensavam serem já fantasmas do passado, é talvez a boa altura de nos
determos sobre o que pode ser uma verdadeira qualidade do nosso habitar no
dia-a-dia e ao entender que essa qualidade pode ser realmente muito marcante
numa vida mais agradável e com mais significado, poderemos querer começar a ter
muito mais cuidado com as características o habitar desse nosso jogo que se
quer da glória e nunca de um desagrado, tantas vezes profundo, com tantos dos
elementos que integram os nossos cenários de vida.
E iremos sempre, numa “profissão de fé” clara
sobre a certeza de que a qualidade residencial é fundamental para uma vida
melhor e mais estimulante e que uma tal importância decorre de muitos, muitos
mais aspectos para além dos funcionais, e será mesmo possível afirmar, desde
já, que alguns dos principais problemas de inadequação e de rejeição de
determinadas soluções de habitar têm a ver, exactamente, com ter-se dado,
durante dezenas de anos uma inusitada importância à funcionalidade doméstica e
residencial, num sentido estrito de funcionalidade “mecânica”, e de se ter considerado que a funcionalidade,
por si só, seria capaz de qualificar uma dada solução residencial e urbana, o
que foi e é, sem dúvida, um gravíssimo erro.
É importante sublinhar, desde já, que a reflexão
que é desenvolvida neste livro relativamente à caracterização e à natureza das
vizinhanças que poderemos e devemos habitar e ao desejável novelo/sequência de
níveis residenciais bem qualificados, que deve marcar a estruturação, o desenho
e o redesenho de uma cidade que se deseja acolhedora, digna e estimulante, se
aplica tanto às novas intervenções como às urgentes acções de regeneração e de
preenchimento urbano e periurbano, pois aborda-se aqui a concepção de uma boa
vizinhança residencial e urbana e muitos dos aspectos aqui considerados poderão
ser importantes, designadamente, pela sua introdução em espaços onde eles não
existem ou são deficientes.
Falta, talvez, apontar algumas notas “práticas” e
mutuamente distintas:
Sobre uma forma de designar a habitação como
“casa”: naturalmente, que quando aqui falamos de “casa” nos estamos a referir a
“habitação” ou mesmo ao essencial sentido do “habitar”; realmente, por vezes, é
essencial usar o termo “casa”.
Sobre as ilustrações que vão surgindo ao longo do
livro e que neste artigo são reduzidas ao mínimo: mais do que fazer uma ilustração muito ligada aos temas tratados,
optou-se neste livro, por uma ilustração de acompanhamento, que é globalmente
muito livre nos motivos escolhidos e nas técnicas usadas, misturando,
designadamente, opções urbanas muito variadas e sem barreiras temporais; desta
forma “diz-se presente” às imagens num livro de Arquitectura, o que se julga
ser importante, mas deixando-se ao leitor a liberdade de recriar, com grande
liberdade imaginativa, as opções apontadas no texto .
Apontar, ainda, que foi durante um período, ainda
significativo, fora do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e dedicado à
docência universitária que surgiu a oportunidade para a reflexão e a escrita
sobre estas temáticas, que foram, aliás, em parte e numa primeira versão,
objecto de edição na revista semanal, na WWW, Infohabitar.
Já agora e porque até faz bastante sentido cabe
aqui salientar que, quando há cerca de 45 anos tive o privilégio de iniciar um
Estágio Escolar (“não remunerado”, perdoem a especificação) no saudoso então
Núcleo de Arquitectura do LNEC, tendo sido muito bem recebido por Nuno Portas e
Reis Cabrita, que viria a ser o meu 2.º mentor em termos profissionais – o 1.º
foi o meu Pai e arquitecto – foi desde logo avançada a ideia de poder fazer um
estudo teórico-prático na área dos “Espaços exteriores em novas áreas residenciais”,
matéria que em Portugal, então, muito pouco existia de documentação técnica, e
que tive depois oportunidade de desenvolver e editar na Livraria do LNEC, em
parceria com o amigo António Reis Cabrita, e, afinal, matéria que tudo, mesmo
tudo tem a ver com a temática aqui abordada das “vizinhanças felizes”.
E, finalmente, e a título de objectivo, fica
referido que se pretende retomar esta temática do “habitar feliz” em próximos
livros, sendo um deles sobre o edifício habitacional e suas inovações e o outro
sobre os novos e renovados espaços domésticos, assim haja a dinâmica necessária
para a revisão e o acabamento dos textos já realizados sobre essas matérias.
Quanto à primeira edição do livro aqui divulgado
ela está já devidamente preparada, faltam apenas opções finais e práticas,
designadamente, sobre onde fazer essa edição.
Fig. 1: ... acaba por sobrar
“pouco” para o espaço público, e sendo pouco ele é muito visível e
potencialmente muito usado, o que implica que terá de ser quase
obrigatoriamente muito bem tratado… ; e é aqui que deve entrar o objectivo de
se fazer um exterior residencial e urbano que potencie vivências, natural e
tendencialmente mais felizes .
2. Habitar casa e vizinhança
Habitar deve
poder ser feito na casa de cada um e na vizinhança de cada um, a vizinhança
que, por um lado, amplia a casa e que, por outro, traz a cidade até essa
vizinhança.
Esta
consideração é, provavelmente, responsável por boa parte do que devemos
poder designar como “casas felizes”,
isto desde que no interior doméstico e no exterior residencial encontremos,
pelo menos, condições razoáveis de habitabilidade, pois, como se costuma dizer,
a união de um conjunto de condições acaba por produzir um efeito global que é,
claramente, superior ao que se poderia obter através de uma simples adição das
suas respectivas partes – condição esta que constitui mais uma justificação
para a exigência de adequadas condições de acabamento integral e cuidadoso de
cada vizinhança residencial e urbana.
Habitamos ou
deveríamos habitar espirais tendencialmente contínuas de níveis físicos
residenciais, desde os limites de um bairro aos espaços domésticos, passando
pelos agrupamentos residenciais que, desejavelmente, devem constituir sistemas
de vizinhança de proximidade, verdadeiramente coesos e atraentes em termos
funcionais e visuais. E nesta espiral do habitar não passamos só pelos
principais mundos residenciais – o centro urbano, o acesso ao centro, o bairro,
a vizinhança, o edifício e a habitação –, mas também usamos, intensamente, os
limiares e os elementos de relação e de transição entre aqueles; e há até quem
afirme que a Arquitectura está, privilegiadamente, nesses elementos de relação;
pois, afinal, são essas transições e ligações que verdadeiramente podem
assegurar a continuidade e concatenação espacial, funcional e ambiental que
deve caracterizar essa espiral; e quando “paramos”, naturalmente, nessas
transições de espaços, olhamos, naturalmente, com mais atenção, os pormenores e
o “resto”.
Noutro
trabalho, editado já há alguns anos e onde se faz uma apresentação sistemática
e diversificada dessa espiral, intitulado, [1] chamei-lhe "jogo da
glória" diário, um jogo que se desenvolve entre os as nossas casas, as
ruas onde moramos, os cafés e quiosques onde, habitualmente, paramos um pouco,
não só por qualquer “necessidade”, como será beber um café ou comprar o jornal,
mas sim por qualquer outra vontade (e não “necessidade”) ligada a beber um café
enquanto se passa os olhos pelo jornal, e, depois, a entrada nos grandes fluxos
urbanos já mais estranhos ao nosso bairro, até, que finalmente, e por exemplo,
chegamos ao sítio onde trabalhamos.
E este
"jogo da glória" diário continua com os nosso percursos habituais a
meio do dia, também pontuados pelos mais diversos ambientes, espaços e
relacionamentos, até que, depois, no final do dia, fazemos o percurso inverso,
que nos traz de volta ao nosso espaço de habitar familiar e pessoal, através de
uma sequência de cenários urbanos desejavelmente vivos, seguros e
estimulantemente encadeados; um estímulo que tem tanto de motivação da
deslocação e de uso do espaço público, como de securização nesse mesmo uso.
Já aqui se
regista algo que irá marcar toda esta reflexão sobre as “casas felizes” ou
sobre o “habitar feliz”, que é o diálogo constante que é necessário fazer e
aplicar, em termos práticos, entre objectivos funcionais e outros objectivos,
tão essenciais como aqueles, também vitais para se viver com alegria e
satisfação o nosso habitat, pois, afinal, não somos máquinas e “movemo-nos”,
também, devido a outros estímulos e razões que não as estritamente funcionais,
sendo, de elementar justiça lembrar, desde já, aqui, os muitos e fundamentais
textos do Arquitecto e teórico Christian Norberg-Schulz sobre estas tão
apaixonantes como essenciais matérias.
Nesta viagem
por alguns modos de fazer “casas felizes” iremos então pensar sobre formas
significantes, mas também sobre formas e elementos que satisfaçam os
habitantes, e, também aqui, nem tudo o que nos satisfaz é do foro funcional.
Iremos então
aqui pensar um pouco sobre o "jogo da glória" urbano diário e sobre
conjuntos diversificados de qualidades, umas mais mensuráveis outras menos, mas
não iremos aqui tratar de fornecer os parâmetros dessas qualidades, que estão
disponíveis no livro que foi referido e em outras/muitas obras, nem, por uma
questão de opção, iremos andar a passear pela cidade, aqui neste livro.
Um tal passeio
citadino, sem dúvida sempre útil, terá de ficar para outra oportunidade, pois,
neste livro, falaremos essencialmente da cidade das vizinhanças e dos espaços
residenciais pormenorizados dos edifícios e das habitações; sublinha-se, assim,
que, embora e naturalmente se reconheça a importância determinante do espaço
urbano, considerado numa perspectiva de continuidade urbana bem viva e
caracterizada, para a geração de “casas felizes” esse papel protagonista da
cidade habitada/humanizada não será aqui objectivamente comentado.
De facto a importância da “boa cidade” para um habitar feliz é determinante, tal como ficou acima apontado nas referências feitas ao “jogo da glória" diário entre os nossos pequenos mundos domésticos, passando pela esquina da vizinhança onde devemos poder dizer bom-dia a quem conhecemos, até aos sítios da cidade onde trabalhamos e onde, afinal, também habitamos; mas nestas páginas iremos ficar, estrategicamente, pelo início e pelo fim desse “jogo da glória" diário.
Fig. 2: … Uma continuidade urbana
que estará, assim, bem ancorada nessas vizinhanças e nesses pequenos “centros”
equipados ... ; uma continuidade urbana que é a base fundacional de um
adequado habitar da “casa” e da sua vizinhança.
Para concluir
esta introdução quero referir que, sinceramente, nunca acreditei que a
habitação e o habitar pudessem ser considerados como bens de consumo funcionais
e tenho mesmo a noção que quando tal aconteceu e acontece não houve nem há
verdadeira satisfação com o habitar, haverá, sim, um habitar potencialmente
influenciador de infelicidade e mesmo, por vezes, depressão.
Afinal, há
muito mais no habitar para lá da funcionalidade, diria mesmo que o verdadeiro
habitar começa além da funcionalidade e quando a funcionalidade é
verdadeiramente estruturadora é porque se conjugou com outras qualidades do
verdadeiro habitar como os aspectos culturais, a versatilidade dos usos, a
atractividade urbana, a expressiva presença da natureza, etc.
3. Sete aspetos
para vizinhanças potencialmente mais felizes
O que será isso de uma casa feliz e de um habitar feliz?
Podemos designar como “casas felizes” aquelas que
induzem felicidade nos seus habitantes, seja por cumprirem aspectos básicos de
funcionalidade, seja, talvez essencialmente, por associarem tais condições a
uma caracterização arquitectónica residencial que as torna únicas em termos de
imagens e de relações de imagens e em termos de espaços e de relações de
espaços; associando, portanto aos aspectos espaciais e funcionais um outro
amplo leque qualitativo de que iremos tentar falar nas páginas que se seguem.
O “jogo da glória” diário, entre bairro e habitação, uma paisagem humanizada
Um espaço urbano mais apropriável, mais afectivo, portanto, tendencialmente mais influenciador de felicidade residencial e urbana e mais efectivo, em termos de adequada Arquitectura urbana, condição esta que é imprescindível nessa primeira linha de qualificação, tem de ser, naturalmente, um tecido urbano razoavelmente estruturado e tendencialmente sequencial, mesmo que nesta regrada estruturação existam excepções estratégicas e estimulantes; e, sendo, assim deveremos privilegiar, nas acções de (re)estruturação urbanística pormenorizadas, a formalização e funcionalização de grupos urbanos de vizinhança e, eventualmente, de bairros sensivelmente identificáveis.
Fig. 3:...percursos pormenorizados que “perfuram”
curiosamente as vizinhanças e com as sequências de planos que mergulham até ao
interior das habitações ...; num
verdadeiro e positivo entre cidade, bairro, vizinhança e edifício/habitação.
Os sítios únicos onde podemos viver
Paisagens e
vizinhanças que sejam realmente
caracterizadoras, mas residencialmente sóbrias.
Vizinhanças tendencialmente indutoras de
satisfação e de felicidade são, como se referiu, habitualmente estruturadas em
sequências urbanas e residenciais sincopadas pelas casas de um verdadeiro “jogo
da glória” cujos remates são o pólo urbano mais próximo e a entrada do edifício
habitacional e cujos principais conteúdos se estendem pelo bairro e pelas
vizinhanças de proximidade, sendo que, como também se procurou apontar, grande
parte do protagonismo desse “jogo da glória” está nos espaços de uso público predominantemente
exteriores, que por isso deverão ser adequadamente (re)configurados em termos
de paisagens de proximidade.
Os percursos “íntimos” entre a cidade e a “casa”
Desenvolver percursos de uma cidade bem habitada
e desenhada.
Em primeiro lugar importa registar que se
considera que o jogo das relações entre rua e casa e entre exterior e interior
é, mais do que muitos outros aspectos que devem ser tomados em conta no que se
refere à matéria urbanística, o verdadeiro ligante de uma intervenção urbana e
de habitar verdadeiramente consistente em termos de coesão/integração
histórico-cultural, física e social.
O principal objectivo é criar e melhorar tais
relações qualificando-as como verdadeiros percursos “íntimos”, coesos e ricos
entre (cidade) «rua» e «casa», percursos estes cujo desenvolvimento está ligado
a diversas matérias do projecto urbano e residencial de pormenor,
designadamente, tendo em conta as características mais interessantes a
favorecer.
Fig. 4:... urgência de que estas matérias, ligadas ao
como habitar com mais satisfação da vizinhança à habitação, sejam levadas ao
grande público ... ; salientando-se, por
exemplo, a grande importância que tem uma adequada caraterização dos percursos
“íntimos” e “únicos” entre a cidade e a “casa”.
(re)Fazer a cidade do vagar, mais passeável e habitável
Na definição de “habitação”, da Enciclopédia
Focus [2] pode ler-se, que:
“a realidade da concentração urbana, a evolução
da estrutura e modos de vida da família na sociedade industrial obrigam a
considerar a casa como célula do tecido urbano relacionada estreitamente com a
localização e organização do recreio infantil, da educação, ocupações de tempos
livres, abastecimentos e transportes quotidianos para as zonas de trabalho. A
casa insere-se em núcleos residenciais de grandezas calculadas, onde se procura
valorizar a comunicação entre grupos de moradores dispondo intencionalmente os
edifícios em relação ao terreno, seu prolongamento natural, localizando os
equipamentos de utilidade comum em relação com os percursos exteriores e os
órgãos de distribuição dos grupos residenciais, e assegurando aos moradores,
pelo isolamento acústico ou de vistas, uma menos ilusória intimidade. A escolha
entre habitação colectiva em altura e a moradia de tipo unifamiliar não pode
fazer-se independentemente das situações urbanísticas, mas, prevalecendo as
razões que conduzem ao primeiro tipo, procuram-se actualmente soluções que
permitam dispô-las em habitações densamente agrupadas, de prolongamentos
privados em terraços ou pátios.”
É uma definição que fala por si, e sobre o que
deveria ser uma cidade bem habitada, contínua e agradavelmente integrada pelos
seus edifícios e espaços de uso público, uma cidade feita de vizinhanças
sentidas globalmente nos seus conjuntos de espaços cheios e vazios,
percorridos, “perfurados” e “ancorados” por percursos e espaços de estar
estimulantes e lúdicos, uma cidade mais amigável,
porque mais passeável e potencialmente usada com vagar, matéria esta que marcou
todo este livro e com a qual o concluímos.
Fig. 5: (re)fazer a cidade do vagar, mais passeável e habitável; sem “revivalismos”, mas também não descartando o que os velhos e orgânicos espaços urbanos “do vaga” ofereciam.
Privilegiar todas as formas de Verde Urbano
Falando de prazeres pedonais e de re-humanização
da cidade não seria aqui possível deixar de lembrar e de reforçar a enorme
importância do verde urbano e especificamente o papel do jardim, em todas estas
matérias; porque o jardim humaniza, pois aí se faz “uma síntese única:
Arquitectura pela composição, Escultura pela modelação do terreno, Pintura pela
efeito cromático da vegetação, Música pelos ritmos da composição ... Poesia,
teatro e mesmo dança”; escreveu-o René Pechère [3], num livro de síntese de uma
longa prática paisagista.
Sobre as potencialidades do verde urbano há que
salientar que ele é, por vezes, de difícil desenvolvimento (poluição,
manutenção, vandalismo), mas que é muito importante pois proporciona muitos e
bem diversos aspectos de bem-estar, e agradabilidade cultural, bem associáveis
à humanização do habitar citadino, entre os quais se sublinham o conforto
ambiental e a saúde física, a formação das crianças e o lazer dos idosos, e o
fundamental agrado físico, psicológico e cultural pela possibilidade do
contacto com o meio natural. E sobre esta matéria disse Kenneth Frampton [4]
que “a paisagem se tornou muito importante” e que se grande parte das ruas têm
ambientes insuportáveis, a única coisa as vai poder humanizar “é o verde ... Só
a paisagem pode fazer alguma coisa.”
Não tenhamos dúvidas de que a estruturação de uma rede pedonal de estadia e circulação tem de ser fundida/integrada com uma rede de espaços e elementos verdes urbanos, pelas mais diversas razões, muitas delas intuitivas, outras funcionais e outras culturais; e lembremos aquele “espaço urbano”, bem marcado pela vegetação e por um sentido orgânico, que parece ser desejado por tantos habitantes (referido acima a propósito de um estudo do CSTB).
Fig. 6:... (Olivais Norte/Encarnação, Lisboa) onde se localizam vizinhanças de referência, seja em termos de “desenho”, seja em termos de uma vivência exemplar, e que têm sido fortemente degradadas nos seus espaços públicos e na sua imagem urbana …; e Olivais Norte constitui um exemplo, em Portugal, único de ligação entre verde urbano e habitação de interesse social ao serviço de um bairro que “casa” modernismo arquitectónico e vivência local: um exemplo!
Criar uma cidade mais amigável e segura
A cidade precisa da vitalidade da habitação, que
precisa da vida citadina para que o habitante possa ter verdadeira qualidade de
vida urbana; e a vida citadina precisa de uma adequada continuidade de bons
espaços públicos para se poder exercer. E dá vontade de sublinhar que às
frequentes carências funcionais relativamente a condições de uso da cidade pelo
habitante automobilizado, há que começar a juntar todo um amplo e crítico leque
de condições de uso da cidade pelo peão; e o peão tem de ser favorecido relativamente
ao condutor, pelas mais diversas razões, entre as quais as de segurança
rodoviária.
Salienta-se que são impressionantes os números de
sinistralidade por atropelamento em meios urbanos, e as vítimas são
frequentemente idosos; e não se percebe a razão de tais ocorrências não serem
devidamente salientadas, mas a falta de estacionamento continua a ser tema
importante de debate. E como estamos a abordar as questões de segurança no uso
da cidade, então há que lembrar que zonas urbanas vivas e habitadas são muito
mais seguras do que espaços urbanos desabitados e desvitalizados; o uso humano
do espaço público é provavelmente o seu principal fator em termos de segurança,
pois a visibilidade mútua e a proximidade de janelas e portas habitadas são os
principais aspetos que inibem o mau uso do espaço público.
Fig. 7:... a fronteira deve ser ténue entre pequenas
ruas, espaços comuns de circulação e estadia com uso público, tipologias
habitacionais mistas (juntando multifamiliares, unifamiliares e soluções
intermediárias) e equipamentos vicinais ...; talvez o
principal “segredo” para uma cidade bem habitada, amigável e naturalmente
segura.
Algumas notas conclusivas sobre a importância determos "vizinhanças felizes"
Escreveu o Arq. Luis
Fernández-Galiano [5] que “ o problema da habitação se tornou o problema da
cidade” e clarifica esta afirmação referindo que “a habitação não é hoje um
problema que precise de experimentações estéticas ou inovações estilísticas; é
um problema urbano, da civitas ou da polis, o que quer dizer, um problema de
cidadania e político.” E remata esta sua intervenção defendendo
que “precisamos de mais arquitectura; mas, acima de tudo, precisamos de
mais cidade.”
Mas não precisamos de
uma cidade qualquer, não precisamos de uma urbe maquinal, feita para o
automóvel e para a estrita funcionalidade; dá vontade de dizer que já foi tempo
desses tipos de objetivos, que tão negativamente foram perfilhados por um
processo urbanizador quase sempre vazio de verdadeiros objetivos de qualidade
de vida; e aliás havia sempre a desculpa, e ainda ela sobrevive teimosamente,
de apenas podermos ter em conta as matérias objetivas, rejeitando-se, assim, o
enorme peso da sensibilidade e da criatividade no fazer e no cíclico e
necessário refazer das diversas partes da cidade.
Precisamos, sim, de uma
cidade, e de um contínuo urbano diversificado, composto de espaços de uso
público novamente amenizados pela escala humana e verdadeiramente adequados aos
usos humanos de sempre e aos mais atuais; e nestes usos humanos a primeira linha
tem de ser a dos usos do homem-peão e neste, há ainda que ter em devida conta o
peão idoso e o peão criança.
Não se trata aqui de
qualquer revivalismo superficial dos cenários da cidade pré-industrial, cujas
ruas e pracetas eram diretamente marcadas pelas dimensões humanas, trata-se,
sim de reconquistar um leque tipológico urbano tão rico e diversificado, como estrategicamente
densificado e fazendo-o, reconciliarmo-nos também com um verdadeiro uso (uso
direto, não intermediado por veículos) frequente e prolongado dos espaços
públicos, num sentido estratégico e urgente de reuso da cidade “central” e/ou
da cidade periférica cuidadosa e “pontual/sequencialmente” redensificada e
revitalizada, que é hoje em dia vital para se inverter o abandono desses
espaços em favor das grandes estruturas conviviais-comerciais quase sempre
periféricas. E em tudo isto importaria estudar melhor o que verdadeiramente
motiva e atrai os habitantes para esse uso mais intenso do exterior urbano e
dos espaços de uso público, e há já organizações com um trabalho extremamente
meritório nesse sentido, como é, por exemplo, o caso da organização Project for
Public Spaces (PPS) - http://www.pps.org/ - e da Smart Growth -http://smartgrowth.org/ .
Neste sentido lembra-se
um estudo do Centre Scientifique et Technique du Bâtiment [6] onde se concluiu
que a imagem mental que os habitantes associam, frequentemente, a um ambiente
especificamente designado “como urbano” é a imagem de uma pequena rua orgânica,
ladeada de pequenas casas e muros altos e fortemente marcada pela vegetação;
sem dúvida uma questão que nos pode e nos deve levar longe nesta temática sobre
o viver uma cidade mais viva e expressivamente mais amenizada e passeável.
E a pequena
cidade-bairro tradicional, ou bem planeada, que contém, ainda, grande parte dos
grupos socioculturais e etários, é sede natural de resistência à actual e bem
conhecida tendência de desintegração física e social do tecido urbano. Uma
resistência baseada nessa coesão, que gera a vitalidade e a diversidade das
verdadeiras pequenas cidades de vizinhança, que são os verdadeiros responsáveis
e pela sobrevivência da felicidade do viver na cidade.
Neste sentido é
necessário privilegiar a caracterização e a diferenciação de partes da cidade,
que têm de ser servidas por uma fundamentada, subtil e cuidadosa
pormenorização, numa opção que negue, sistematicamente, as soluções marcadas
pela rapidez, pelo stress, pela ausência de convívio e por uma dita
“funcionalidade”, mais aparente do que real; aplicando-se soluções que convidem
ao uso da cidade com prazer e em paz, com tempo e a pé, reconquistando-se uma
cidade do vagar, mas de um “vagar”, naturalmente, opcional e aliado a outras
opções bem funcionais e rápidas de adequado uso de transportes públicos e de
uso estratégico de veículos privados.
Uma opção por espaços
de uso público mais amigáveis e (pedonalmente) passeáveis, que marquem
presença, logo ali, na vizinhança de proximidade, “na soleira” do edifício, e
que, depois, muito naturalmente, tenham assumida continuidade no bairro e na
cidade, reconquistando-se um vital uso pedonal do espaço urbano, vital a tantos
níveis, desde o bem-estar e a saúde de quem passeia e se desloca a pé, a um
usufruto inigualável desse espaço urbano, só possível a pé, usufruindo-se o
pormenor, conhecendo-se, diariamente, “novos” enquadramentos e potenciais
sequências, ouvindo-se, diariamente, o convite crescente para um uso mais
intenso e prolongado dos espaços de uso público e dos mais diversos
equipamentos urbanos, e ganhando-se uma crescente apropriação e identidade com
esses vividos cenários espaciais, e também uma consequente e crescente
consciência cívica relativamente ao seu bom uso e protecção patrimonial. E não
tenhamos dúvida de que sendo muito importantes as redes de circuitos cicláveis,
o andar a pé deveria ter natural prioridade, ou, pelo menos, ser
simultaneamente incentivado.
Uma opção por espaços
de uso público mais amigáveis e passeáveis que está intimamente ligada à
descoberta das muitas sequências urbanas que integram, naturalmente, a cidade
do pormenor; e aqui estamos em pleno mundo da imagem urbana, matéria cuja
importância exigirá uma abordagem específica e aprofundada, tão arquitetónica
como desejavelmente ligada às referidas preferências urbanas pormenorizadas dos
habitantes e, naturalmente, muito ligada a cada situação urbana e paisagística
específica.
E uma opção por espaços
de uso público mais amigáveis e passeáveis que, tal como já se referiu, se liga
ao bem-estar e à saúde dos habitantes, pela promoção da marcha e pela defesa do
sossego e da acalmia dos tráfegos, que se liga à protecção ambiental e que
oferece um número infinito de motivos de atenção, de paragem e de movimento,
proporcionando, assim, muitos cenários espontâneos de convívio e de passeio – e
aqui não se pode deixar de referir um recente estudo que aponta “só” 100
benefícios para a saúde do passear/andar a pé, desenvolvidos pela associação
Ready, Set, Gold e disponível em http://readysetgold.net/100-benefits-of-walking/ .
Será, assim, essencial
fazer a opção por uma cidade de vizinhanças naturais, que seja sempre uma
cidade, potencialmente, do vagar, onde se pode e deve andar ao sabor de tantos
motivos, entre verdadeiras “ilhas de paragem”, que são locais de contemplação e
de sossego, de estada ou de percurso, de isolamento ou de convívio; e que
deverão marcar, intensamente, seja as vizinhanças residenciais – que devem
constituir uma último nível semi-público da cidade, também, elas verdadeiras
pequenas cidades, mas caracterizadas pelo sossego e pela domesticidade -, seja
os pólos urbanos onde se queira que o habitante e o visitante se detenham mais
do que um momento, integrando-se assim, activa e efectivamente, na vida da
cidade.
É, ainda, sempre,
importante sublinhar que a recuperação da cidade para o cidadão deve ser o
primeiro passo da reabilitação da cidade como espaço privilegiado e protector
dos mais idosos e dos mais jovens, que são, afinal, aqueles habitantes que mais
usam a cidade, que tanto podem dar de vida à cidade e aos quais a cidade tanto
pode dar em termos de quadro de vida naturalmente formativo e de lazer.
Falando de prazeres
pedonais e de re-humanização da cidade não seria aqui possível deixar de
lembrar e de reforçar a enorme importância do verde urbano e especificamente o
papel do jardim, em todas estas matérias; porque o jardim humaniza.
Sobre as
potencialidades do verde urbano há que salientar que ele é, por vezes, de
difícil desenvolvimento (poluição, manutenção, vandalismo), mas que é muito
importante pois proporciona muitos e bem diversos aspectos de bem-estar, e
agradabilidade cultural, bem associáveis à humanização do habitar citadino,
entre os quais se sublinham o conforto ambiental e a saúde física, a formação
das crianças e o lazer dos idosos, e o fundamental agrado físico, psicológico e
cultural pela possibilidade do contacto com o meio natural.
Não tenhamos dúvidas de
que a estruturação de uma rede pedonal de estadia e circulação tem de ser
fundida/integrada com uma rede de espaços e elementos verdes urbanos, pelas
mais diversas razões, muitas delas intuitivas, outras funcionais e outras
culturais; e lembremos aquele “espaço urbano”, bem marcado pela vegetação e por
um sentido orgânico, que parece ser desejado por tantos habitantes (referido
acima a propósito de um estudo do CSTB).
Afinal, a cidade
precisa da vitalidade da habitação, que precisa da vida citadina para que o
habitante possa ter verdadeira qualidade de vida urbana; e a vida citadina
precisa de uma adequada continuidade de bons espaços públicos para se poder
exercer. E dá vontade de sublinhar que às frequentes carências funcionais
relativamente a condições de uso da cidade pelo habitante automobilizado, há
que começar a juntar todo um amplo e crítico leque de condições de uso da
cidade pelo peão; e o peão tem de ser favorecido relativamente ao condutor,
pelas mais diversas razões, entre as quais as de segurança rodoviária.
Salienta-se que são
impressionantes os números de sinistralidade por atropelamento em meios
urbanos, e as vítimas são frequentemente idosos; e não se percebe a razão de
tais ocorrências não serem devidamente salientadas, mas a falta de
estacionamento continua a ser tema importante de debate. E como estamos a
abordar as questões de segurança no uso da cidade, então há que lembrar que
zonas urbanas vivas e habitadas são muito mais seguras do que espaços urbanos
desabitados e desvitalizados; o uso humano do espaço público é provavelmente o
seu principal fator em termos de segurança, pois a visibilidade mútua e a
proximidade de janelas e portas habitadas são os principais aspetos que inibem
o mau uso do espaço público.
Como refere Herbert Girardet [7], “as cidades são
locais humanos únicos”, “celebradas como modelos de desenvolvimento cultural” e
que têm de ser obrigatoriamente muito bem desenhadas”; construídas, como refere
o autor, “com uma escala de tempo longa” e no respeito de uma escala de desenho
adequada, de uma natureza íntegra e numa perspectiva de relacionamento social e
de verdadeira vizinhança. Um processo que tem de ser informado tal como defende
Girardet, citando Lewis Mumford, pela compreensão da natureza da cidade
histórica, isto se o objectivo for, de facto, o desenvolvimento “de um novo ( e
verdadeiro) alicerce para a vida urbana.”
Falta talvez sublinhar que as novas intervenções na cidade central e na cidade periférica têm de ser, cada vez mais, de pequena escala, à escala de vizinhanças naturais, mutuamente muito bem articuladas, assegurando estimulantes continuidades urbanas, muito bem pormenorizadas e qualificadas no seu desenho de arquitectura e muito sensíveis aos respectivos habitantes e sítios de habitar. E nesta sensibilidade local há que privilegiar “o construir no construído”, na excelente e ampla perspectiva defendida por Francisco de Gracia [8], uma perspectiva humanizadora e de estimulante reconstrução de uma coesão (micro)urbana, que passa também por uma cuidadosa e vitalizada densificação, por uma atraente e motivadora imagem urbana e também por uma fundamentada inovação tipológica nos conjuntos, bem integrados, de edifícios e espaços exteriores contíguos.
Fig. 8:… Quando falamos de quarteirões ou de “para-quarteirões” urbanos visamos a sua dupla viabilidade, tanto ao serviço das vizinhanças habitadas, como da essencial continuidade da vida urbana e das suas imagens de suporte ...; falamos, assim, afinal, de uma pequena e humanizada escala de intervenção muito bem integrada numa maior escala de cidade.
Índice do
livro aqui apresentado:
“Vizinhanças
Felizes”
Apresenta-se, em
seguida, o índice definitivo do livro, que foi aqui apresentado, intitulado
“Vizinhanças Felizes”, tal como ele está já devidamente concluído e pré-editado
(preparado para edição).
Notas prévias sobre o livro e o
seu tema
Introdução: sobre habitar casa e
vizinhança
Cap. 1. O
que será isso de uma casa feliz e de um habitar feliz?
Felicidade doméstica ou felicidade residencial
Uma cidade feliz, feita de sítios felizes
Viver a relação entre o bairro e a habitação
Redescobrir uma cidade diversa e única
Mais espaço ou melhor espaço residencial
Espaços residenciais com verdadeiros “luxos”
Cap. 2. O “jogo da glória” diário, entre bairro e habitação, uma paisagem humanizada
Privilegiar uma cidade de bairros e de vizinhanças
Cidade atraente, com densidades e imagens estimulantes
Uma cidade de vizinhanças conviviais
Os sítios que habitamos na vizinhança
Recuperar um uso intenso do exterior urbano
Cap. 3. Os sítios únicos onde podemos viver
Paisagens e vizinhanças caracterizadoras
Vizinhanças estimulantes e estratégicas
Vizinhanças conviviais e convidativas
Vizinhanças funcionais e amigáveis
Vizinhanças seguras e bem geridas
Vizinhanças naturalizadas e agradáveis
4. Os percursos “íntimos” entre a cidade e a “casa”
Percursos de uma cidade bem habitada e desenhada
Criar e recriar sítios tendencialmente singulares
Entre a rua e a casa: surpresa e pormenor
Ruas e percursos pedonais mais amigáveis
Sítios de passagem, limiar e transição
O jogo urbano das entradas e das tipologias
Sobre as relações entre exterior e interior
A modos de conclusão: (re)fazer a
cidade do vagar, mais passeável e habitável
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COELHO, António Baptista; REIS CABRITA, A. - Espaços Exteriores em Novas
Áreas Residenciais - Informação Técnica Arquitectura, ITA 3, Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, 1999.
COELHO, António Baptista (coord.) – Humanização e vitalização dos espaços públicos. Lisboa: LNEC, 2006. Cadernos Edifícios, CAD 4.
COELHO, António Baptista; COELHO, Pedro Baptista - Habitação de Interesse Social em Portugal: 1988 – 2005. Livros Horizonte, Horizonte Arquitectura Lisboa, 2009; com Pedro Baptista Coelho.
Fig. 9:…... sentimos
necessidade de um (bom) espaço de transição entre o espaço comum e encerrado do
edifício que habitamos ... e o espaço urbano vincadamente público ...
Bibliografia sobre a temática das vizinhanças “felizes”
Nesta bibliografia sobre a temática das
vizinhanças “felizes” e protagonistas de um espaço urbano positivamente
(re)feito faz-se referência aos principais textos que foram anotados ao longo
do livro, ou que não o tendo sido são considerados incontornáveis para a
temática que foi abordada, ficando, naturalmente, por registar muitas outros
textos que também foram importantes para a escrita deste pequeno livro – e não
apenas aqueles com carácter mais “profissional”–, assim como as muitas obras
concretas, urbanas e habitacionais, que, vitalmente, o marcaram e os preciosos
diálogos com os seus projectistas – diálogos ao vivo e através da leitura das
suas obras e do que sobre elas escreveram.
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Notas editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos
editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no
sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo
nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários
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desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos
mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural
responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos
de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos,
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autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o
referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta
a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários
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da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos
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Felizes (Happy Neighborhoods) – Infohabitar # 907
Infohabitar, Ano XX, n.º 907
Edição: quarta-feira, 3 de julho de 2024
Infohabitar
Editor:
António Baptista Coelho, Arquitecto
(ESBAL), doutor em Arquitectura (FAUP), Investigador Principal com Habilitação
em Arquitectura e Urbanismo (LNEC)
Edição:
Olivais Norte, Encarnação, Lisboa;
e Casa das Vinte, Casais de Baixo, Azambuja.
A Infohabitar é uma Revista da GHabitar Associação
Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação
atualmente com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação
Económica (FENACHE) e anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e
Urbanismo do LNEC.
Apoio à Edição: José Baptista Coelho – Lisboa
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