quarta-feira, julho 05, 2023

Principais modalidades da segregação sócio-espacial: auto-segregação e segregação imposta – Infohabitar # 866

 Ligação direta (clicar no link seguinte ou copiar para site de busca) para aceder à listagem interativa de 840 Artigos editados na Infohabitar – edição de janeiro de 2022 com links revistos em junho de 2022 (38 temas e mais de 100 autores):

https://docs.google.com/document/d/1WzJ3LfAmy4a7FRWMw5jFYJ9tjsuR4ll8/edit?usp=sharing&ouid=105588198309185023560&rtpof=true&sd=true

Principais modalidades da segregação sócio-espacial: auto-segregação e segregação imposta – Infohabitar # 866

 

Artigo V da série editorial da Infohabitar “Segregação sócio-espacial em contexto urbano. Um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”. A presente série editorial integra uma sequência de capítulos da tese de doutorado de Anselmo Belém Machado intitulada “Segregação sócio-espacial em contexto urbano, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”, adaptada, pelo respetivo autor, especificamente, para esta iniciativa editorial na Infohabitar.

 

Infohabitar, Ano XIX, n.º 866

Edição: quarta-feira, 5 de julho de 2023

 

Caros leitores da Infohabitar,

Com o presente artigo continuamos com a edição da nova série editorial dedicada à temática geral da Segregação sócio-espacial em contexto urbano”, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil.

Este conjunto de artigos foi desenvolvido pelo Professor Anselmo Belém Machado um dos mais assíduos articulistas da nossa Infohabitar, que aqui saudamos calorosamente, e que, assim, e com base na adaptação da sua tese de doutoramento a uma sequência de artigos, nos está a acompanhar ao longo de algumas semanas com a edição de um conjunto de artigos sequenciais relativos à fundamental e sempre presente problemática da Segregação sócio-espacial em contexto urbano”; edição esta que poderá ser sendo intercalada com outros artigos e designadamente com os da série editorial dedicada ao PHAI3C.

Agradecemos, portanto, ao colega Anselmo Belém Machado, por mais esta excelente contribuição para o acervo editorial da nossa revista e aproveitamos para referir que se prevê que a respetiva base bibliográfica deste conjunto de artigos, por ser muito extensa, seja repartida em quatro partes, sequencialmente editadas, ao longo dos diversos artigos que integram a série editorial; podendo ainda ser posteriormente republicada, na íntegra, numa edição específica e sequencial ao remate editorial da série; proporcionando-se, assim, aos interessados uma melhor consulta à globalidade da mesma bibliografia.

Recorda-se, como sempre, que serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar, ao meu cuidado, para abc.infohabitar@gmail.com).

Com as melhores saudações a todos os caros leitores,     

Lisboa, em 5 de julho de 2023

António Baptista Coelho

Editor da Infohabitar

 

Principais modalidades da segregação sócio-espacial: auto-segregação e segregação imposta – Infohabitar # 866

Anselmo Belém Machado

 

Resumo curricular de Anselmo Belém Machado

Doutor em geografia Humana pela Universidade do Minho (Portugal). Com mestrado em Organização do Espaço Rural no Mundo Subdesenvolvido, licenciado e bacharel em geografia na Universidade Federal de Sergipe (Brasil).

O autor tem experiência profissional em ensino, pesquisa e extensão nas seguintes Universidades: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente é professor associado no Departamento de Geografia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

O autor tem as seguintes áreas de interesse: Geografia Humana, Geografia Urbana e em Estudos de Segregação Sócio Espacial (Portugal e Brasil). 

 

Série Editorial sobre Segregação Sócio-espacial em Contexto Urbano: Texto de apresentação

Face ao contexto actual de urbanização acelerada, são vários os desafios que se colocam ao desenvolvimento das cidades contemporâneas, de entre os quais aqueles que se relacionam com a urgência de novas políticas de gestão urbana, capazes de promover um urbanismo inclusivo que contribua para o surgimento de cidades socialmente mais coesas, integradas e justas. Assim, importa reforçar o conhecimento existente em torno das dinâmicas urbanas de segregação sócio- espacial. Este trabalho contribui para esta reflexão a partir de uma investigação que se singulariza por uma abordagem comparativa desenvolvida a dois níveis. Por um lado, trata-se de um estudo de geografia urbana que privilegia a comparação entre duas cidades (Braga em Portugal e Aracaju no Brasil), que embora se enquadrem em países diferentes e com culturas e realidades sócio- econômicas específicas, enfrentam ambas processos de segregação sócio-espacial no interior das suas malhas urbanas. Por outro lado, trata-se de um estudo que confronta simultaneamente a análise de dinâmicas espaciais distintas, quer a concentração de cidadãos de baixo nível sócio- económico (segregação imposta), quer a realidade oposta onde a homogeneidade sócio- económica de algumas bolsas territoriais se faz sentir pela presença exclusiva de cidadãos de altos rendimentos (auto-segregação).

 

Principais modalidades da segregação sócio-espacial: auto-segregação e segregação imposta – Infohabitar # 866

 

Para uma melhor operacionalização da utilização do conceito de segregação sócio-espacial neste estudo, consideramos importante diferenciar as principais modalidades em que este se pode expressar, destacando as especificidades de cada uma, a saber: a auto-segregação e a segregação imposta (Corrêa, 2016). Sendo que outros autores (Negri, 2008) preferem o uso de outras designações, como a segregação voluntária e a involuntária. Sendo que a voluntária se manifesta “quando o indivíduo iria habitar um determinado local da cidade por sua própria iniciativa; a involuntária quando por forças externas ele era obrigado a habitar ou deslocar-se de determinados espaços”. (Negri, 2008, p.132). Coincidindo assim, grosso modo, a auto-segregação com a segregação voluntaria, e a segregação imposta com a segregação involuntária.

 

Importa aqui ainda referir que Corrêa (2016) aborda ainda a existência de uma terceira modalidade, a segregação induzida, que não será considerada como tal nesta tese, por não salvaguardar um critério essencial do conceito se segregação sócio-espacial, que é o critério da alta elevada homogeneidade social no seio da área segregada, pelo que se pensa ser desadequado considerar estas áreas como áreas de segregação sócio-espacial. Para Corrêa (2016) a única semelhança que existe entre as áreas constituídas maioritariamente pelo grupo social de alta renda ou pelo grupo social de baixa ou baixíssima renda, é que existe uma grande homogeneidade social entre os seus moradores, contrariamente com as áreas compostas pelos grupos de segregação induzida, que coincidem sobretudo com um grupo (classe médias) que entre si não é tão semelhante do ponto de vista sócio económico. Como descreve Corrêa (2016, p.44):

 

“As áreas de segregação induzida, por outro lado, apresentam ampla variação no que diz respeito à qualidade da habitação e do ambiente. Nessas áreas o grau de homogeneidade social é menor do que aquele das áreas de auto segregação e de segregação imposta.”

 

 

Segundo este autor a segregação induzida é a resultante da concentração de população sobretudo de classe média nos territórios que ficam entre os enclaves de auto segregação (por motivos de protecção ou étnicos) e os bairros de segregação imposta (de habitação social ou de génese ilegal).

Estas áreas são resultado das transformações sociais que ocorreram sobretudo ao longo do século XX que fizeram com que a classe média emergisse e ganhasse mais expressão. Como já foi abordado as nossas cidades de hoje são produto do sistema capitalista e ao mesmo tempo um palco onde se desenvolve todas as relações sociais de produção. Diante dessa tese Carlos (2001) Op. cit. Moreira Júnior (2010, p.08), destaca que “A (re) produção do espaço urbano é um fenômeno contínuo, sempre em movimento, a cidade vai se transformando à medida que a sociedade se metamorfoseia”.

 

Nesse contexto a emergência das classes sociais de médio poder aquisitivo, também levou a processos de transformação urbana com o aparecimento de áreas nas cidades mais conotadas com os espaços residenciais deste grupo social. No entanto, considera-se aqui desadequado conotá-las com o fenómeno da segregação sócio-espacial pelo facto destas áreas e desta classe social ser composta por um grupo populacional mais heterogéneo. Cidadãos que por usufruírem de certas conquistas materiais e capacidade de consumo (essencial à contínua reprodução do sistema capitalista), se consideram bem próximos aos do grupo dos de alta renda, pelo que muitas vezes passam a querer se comportar e consumir de acordo com os padrões desse grupo. Um comportamento que Bava (2014) descreve como:

 

“Existem frequentemente várias classes dentro de uma sociedade. Cada uma delas é regida pelo princípio da rivalidade ostentatória. E, em cada classe, os indivíduos tornam como modelo o comportamento vigente na classe social superior, que mostra o que é bom, o que é chique fazer.” (Bava, 2014, p. 47).

 

Assim as classes médias tem muitas vezes a falsa impressão que está alcançando o grupo da classe superior (de alta renda), quando passa a residir nas proximidades dos bairros de luxo, quando passam a consumir produtos similares aos da classe alta e quando passam a ter hábitos e costumes semelhantes aos dos residentes da classe que está acima de sua condição social e económica. Ou seja, passa a utilizar e forjar um modelo vigente na classe social superior, na ânsia de achar que faz parte dessa classe. Por outro lado, a classe média não quer jamais copiar e comprar os produtos da classe inferior de baixo poder aquisitivo, da qual se quer distanciar. Embora na verdade em termos económicos a classe médias está bem mais próxima do grupo social de baixo poder aquisitivo e não da classe de alto poder aquisitivo. Ou seja, são indivíduos que muitas vezes vivem de um modo alienado e iludido pelas possibilidades resultantes de um parco poder de compra, que lhes permite a aquisição de alguns produtos, tais como automóveis ou imóveis, que não há muito tempo estavam apenas acessíveis à classe de mais alto poder aquisitivo.

 

 

A auto-segregação

A auto-segregação é o tipo de segregação que existe por escolha dos seus moradores, que voluntariamente optam por residir num contexto de segregação sócio-espacial. Esta modalidade está sobretudo associada a grupos sociais de alto poder aquisitivo, que se localizam e residem nas áreas mais nobres das cidades, e geralmente coincidem com condomínios fechados, conforme refere Corrêa (2016, p. 44) “Condomínios exclusivos e ruas protegidas, com amplas e confortáveis residências em ambiente limpo, seguro e com abundante vegetação, fazem parte da paisagem das áreas autos segregadas”.

 

Vasconcelos (2016, p. 27) destaca que a autosegregação resulta de uma forma de agrupamento territorial voluntário, que um grupo social de mais alto poder aquisitivo promove como forma de se separarem da restante população de baixa ou sem renda, sobretudo motivada por questões de segurança.

 

“A autosegregação é o resultado de uma decisão voluntária de reunir grupos socialmente homogêneos, cujo melhor exemplo é o dos loteamentos e condomínios fechados, com suas entradas restritas, muros e sistemas de segurança. É uma forma radical de agrupamento residencial defensivo que procura juntar os semelhantes e excluir os diferentes e impedir o acesso dos indesejáveis.” (Vasconcelos, 2016, p.27).

 

Este grupo, socialmente homogéneo, é composto por pessoas privilegiadas, visto que podem escolher a qualquer tempo onde residir ou onde comprar um ou mais imóveis. Esse grupo, geralmente é composto por um estrato social e económico que muitas vezes acumula propriedades imobiliárias em vários pontos da cidade ou do país, quer seja em contexto de

condomínio fechado ou não. Têm assim muitas vezes imóveis de vários tipos, sendo que os mais valorizados são onde residem e os outros correspondem a investimentos para alugar ou vender.

 

Trata-se de um grupo em cujo contexto de residência se assiste a uma auto segregação por opção, sobretudo coincidindo com as áreas mais valorizadas e bem estruturadas das cidades, e onde são ofertados vários serviços, quer seja de segurança, lazer e até de consumo. O custo dessas propriedades promove facilmente a filtragem dos grupos sociais que podem residir nessas áreas das cidades. Como consequência tornam-se inacessíveis para os demais grupos de menor poder aquisitivo, que não conseguem se inserir nesse tipo de residência pelo alto preço do imóvel, altos impostos associados, e altos valores de condomínio decorrentes dos custos de manutenção e conservação. Em consequência, essas áreas vão se tornando cada vez mais restritas e homogéneas nas características socio-económicas da população que nelas reside.

 

Por sua vez, a população de uma classe média que ambicionaria residir nessas áreas, mas que não possuem recursos para tal, tendem a ocupar bairros de custos mais baixos, sendo muitas vezes induzidas a se fixarem nas parcelas da cidade existentes entre os bairros centrais/valorizados e os bairros periféricos/desvalorizados. Todavia, os modelos de organização do espaço urbano decorrentes deste processo de segregação sócio espacial, não traduzem padrões constantes, pois podem, por exemplo, existir condomínios fechados de luxo nas áreas mais nobres e de maior centralidade, tal como se encontrarem na periferia mais distante, ou mesmo em áreas de transição e de fronteira directa com bairros de génese ilegal ou os bairros sociais. Assim, as localizações destes condomínios são diferenciadas consoante o país e a cidade considerada, não se visualizando padrões constantes na localização desses moradores, podendo dizer-se que não existe de fato “modelos relativos à espacialidade da segregação residencial” (Corrêa, 2016, p.45), tais como os modelos de espacialidades descritos por Kohl-Sjoberg (1841), Engels (1845), Hoyt (1939) e Burges (1974), pois na cidade contemporânea não existe um padronização dessas espacialidades, as ocupações residenciais dos grupos sociais que promovem a auto-segregação são assim específicas de cada situação e contexto.

 

A propósito desta modalidade de auto segregação, têm surgido múltiplas terminologias. Marcuse (2004) propôs o sinónimo de “amuralhamento” (walling out). Por sua vez, no livro ‘Cidade de Muros’, Caldeira (2003) prefere utilizar as noções de “enclaves fortificados” e de “enclaves de luxo”. Segundo Paquot (2009) adequa-se a expressão “ghettos de riches”, sendo estes vistos como “enclaves residenciais seguros”. Por sua vez Marcuse e Van Kempen (2000) Op. cit. Vasconcelos (2016, p.27), afirma que a auto-segregação “é um fenômeno é mundial, denominado nos Estados Unidos de gated communities ou exclusionary enclaves”. Santos (1990, p.110), Op. cit. Vasconcelos (2016, p. 28) considerou estes contextos de fortificação como “guetos às avessas criados pelas classes médias e abastadas da população”, em que os seus moradores se auto isolam em micros territórios valorizados, por cercas, vigilâncias e vários serviços internos.

 

Para a compreensão da difusão destes modelos de urbanização, importa atender às reflexões do sociólogo polonês, Zygmut Bauman (2010, p. 74) que refere que “os medos não têm raiz. Essa característica líquida do medo faz com que ele seja explorado política e comercialmente. Os políticos e os vendedores de bens de consumo acabam transformando esse aspecto em um mercado lucrativo”. O autor continua o seu raciocínio, sobre o medo, descrevendo que as pessoas tentam solucionar a ansiedade e lutar contra as intimidações que não são concretas, não se veem. Buscando a solução para conseguir a segurança, os cidadãos de alto poder aquisitivo, passam a instalar cercas elétricas, altos portões que se abrem e fecham automaticamente, altos muros, ou seja, comprando bens para conseguir a tão almejada segurança. Mas conforme Bauman (2010, p.74), isso só abranda uma parcela da tensão e por muito pouco tempo. A auto-segregação dos grupos privilegiados só dá a falsa ideia de segurança, enquanto estão enclausurados em seus condomínios, mas basta sair de sua habitação condominial para o meio de enquadramento para a insegurança ressurgir.

 

Ainda segundo Vasconcelos (2016, p.27) o fenômeno da auto-segregação “caracteriza a anticidade na medida em que cria rupturas no ‘tecido urbano’ e causa obstáculos ou impedimentos à livre circulação”. Estando ele actualmente presente não apenas nas megacidades, mas ocorrendo igualmente em cidades médias e pequenas e, inclusive se começa a associar também a diferentes classes sociais (classe média por exemplo), nos casos em que estas promovem a construção de muros e portões em conjuntos habitacionais, sobretudo em contextos em que o medo e a insegurança estão mais presentes.

 

Importa ainda referir a propósito deste conceito que existe também a auto-segregação étnica e religiosa. Diferenciando-se de uma auto-segregação motivada por questões de segurança/protecção/elitismo, esta autosegregação é motivada por questões étnicas e pelo desejo/preferência em partilhar um espaço onde se encontram outros moradores que partilham as mesmas raízes culturais e comportamentais, e com as quais se estabelecem mais facilmente relações de apoio e entreajuda. Esta modalidade de auto-segregação é muito habitual junto de algumas comunidades de imigrantes, ou de algumas etnias como o caso da etnia cigana.

 

“[…] determinados grupos sociais preferem se separar dos demais, como no caso de grupos étnicos e religiosos, como os judeus, os chineses, e, em certo grau, os italianos, que procuram manter suas características culturais e religiosas, além de facilitar a ajuda mútua. Eles estão situados em boa parte em torno de uma sinagoga, uma igreja ou centro comunitário.” (Vasconcelos, 2016, p.27).

 

 

A segregação imposta

A segregação imposta é o tipo de segregação que muitas vezes se encontra na periferia das cidades, quer sejam grandes, médias ou pequenas, coincidindo com as áreas de génese ilegal ou os conjuntos de habitação social que são impostos como única alternativa de habitação à população com graves carências habitacionais, que não dispõe de qualquer outra opção para alcançar uma moradia com alguma dignidade.

 

A segregação imposta, como um mecanismo de dominação e exclusão, sempre impede ou dificulta o acesso a algum serviço, benefício, direito ou vantagem, seja público seja privado. Quer seja o conforto de um serviço de transporte, um bom parque, os serviços públicos ou o acesso a shoppings. Assim, para tentar solucionar ou minimizar a questão da segregação sócio-espacial urbana é muitas vezes preciso resolver as dificuldades que envolvem a acessibilidades aos serviços urbanos.

A segregação espacial urbana atua través da acessibilidade, ou seja, através das facilidades ou dificuldades de locomoção no espaço urbano. Uns têm os equipamentos e serviços urbanos mais acessíveis, outros, menos acessíveis, entendendo-se acessibilidade em termos de tempo e custo de deslocamento no espaço urbano. (Villaça, 2003, p.342).

 

 

Nos casos em que a segregação imposta se associa aos bairros de génese ilegal esta segregação sócio-espacial pode abranger, conforme Corrêa (2016) refere, um contingente populacional de centenas de milhares de habitantes e até de milhões, muito presentes nas áreas periféricas das grandes cidades dos países em vias de desenvolvimento, muitas vezes em áreas de risco, com precária ou nenhuma infraestrutura urbana. A população a quem é imposta esta segregação, por não ter qualquer possibilidade de escolha de uma outra alternativa residencial, é destituída, na sua grande maioria, dos direitos básicos, fixando-se em áreas insalubres com moradias sem condições de habitabilidade e sem cumprirem os requisitos técnicos básicos infraestruturais e de engenharia de construção. Este é um tipo de segregação sócio-espacial que é imposta não por políticas urbanas formais e pela concretização de opções de planeamento e gestão do espaço urbano, mas que é imposta por força dos constrangimentos económicos dos seus moradores, coincide sobretudo com as favelas, cortiços, bairros de lata e outros bairros de génese ilegal, compostos por modestas ou precárias moradias construídas muitas vezes no sistema de auto-construção. Estes aglomerados informais, que existem do período histórico atual, são denominados por Martins (2013, p.63) de “condomínios de pobres ou guetos involuntários de cidades duais e em acentuada polarização social”.

 

Noutros casos a segregação sócio-espacial imposta está associada aos bairros sociais, neste caso nas cidades com condições orçamentais que possibilitam implementar uma política de habitação social, destinada a realojar quem tem fortes carências financeiras e que habita em condições muito precárias, sendo que apenas por via de uma política urbana de promoção de habitação social consegue ter acesso a uma habitação digna. Muitas vezes essas políticas de habitação social favorecem a segregação sócio-espacial, na medida em que concentram numa mesma área residencial uma população de nível sócio-económico mais baixo (áreas de forte homogeneidade social), que se vê ‘forçada’ a aceitar residir nesses bairros sociais, pelo que se consideram estas áreas como áreas onde a população que nelas reside é alvo de uma segregação sócio-espacial imposta.

 

Estes bairros sociais, que se vulgarizaram sobretudo no pós 2ª Guerra Mundial, foram fruto de opções tomadas em matéria de planeamento e gestão urbanística, pelo que esta modalidade de segregação é efetivada de maneira explicitamente programada, sendo muitas vezes impulsionada pelo próprio planeamento urbano. Esta segregação imposta está muitas vezes associadas a processos de realojamento residencial, em que a população mais carenciada economicamente e com necessidades de habitação social é encaminhada para conjuntos habitacionais, muitos dos quais recentes e já deteriorados, localizados, sobretudo, na periferia ou em áreas de risco e obsolescência, com precárias ou nenhuma infraestrutura urbana, os quais “compõem a paisagem das áreas de segregação imposta”. (Corrêa, 2016, p. 44). Ou seja, o crescimento urbano mundial esteve associado em muitos casos ao aumento considerável da habitação social, que esteve ‘inchando’ as periferias das metrópoles.

 

Actualmente em alguns países (sobretudo mais desenvolvidos) as políticas de habitação social tendem a dar origem a políticas sociais de habitação, as quais não são tão favorecedoras do fenómeno da segregação socio-espacial. Guerra (2009) refere o caso europeu onde o Estado deixa de ter uma função importante como provedor direto de habitação, assumindo uma atuação mais indireta nas questões habitacionais.

 

“Redução do papel directo do Estado na provisão de habitação social e intervenção, sobretudo, através de medidas indirectas: urbanísticas, legislativas e fiscais; Mudança na lógica de intervenção do Estado mais orientada para o apoio à família do que a oferta de grandes conjuntos habitacionais de habitação nova” (Guerra, 2009, p.57).

 

Todavia, as tendências de evolução da economia (com a precarização do trabalho, o surgimento dos novos pobres, a crise do sector imobiliário e uma maior dificuldade no acesso ao crédito) e da própria demografia levam a que actualmente as grandes cidades dos países mais desenvolvidos, onde nas últimas décadas a questão das carências habitacionais tinha já saído das principais prioridades, voltem a defrontar-se com este problema. Como consequência de novas dinâmicas populacionais, muitas dessas cidades recebem um grande número de migrantes, o que aumentou a necessidade de novas habitações e particularmente, de habitações sociais. Agora, essas habitações sociais devem atender a um grupo diferente, com novas culturas, novos hábitos sociais e outras características que revelam novas necessidades de investimento neste setor.

 

“Está hoje em questão, a produção massiva de habitação social destinada a grupos sociais específicos, as fronteiras de separação nítida entre o mercado privado e público, entre as políticas de habitação e as restantes políticas sociais, ou mesmo a continuada promoção da propriedade da habitação.” (Guerra, 2009, pp.59/60)

 

 

São novas tendências em curso que levam a que a habitação social necessite de maior investimento e novos planeamentos, sobretudo pela presença crescente nestas cidades de famílias com rendas baixas e instáveis. Assim, a política de habitação social tem que ser pensada conjuntamente com um planeamento urbano atualizado às mudanças ocorridas nas cidades nos últimos anos. Este desafio deve contudo ser encarado procurando a aplicação de novas metodologias de promoção da habitação social, pois importa não esquecer que a solução mais adotada foi a construção de bairros sociais verticalizados e de grande densificação urbanística na periferia das cidades, sabendo-se já que em consequência da aplicação deste modelo “a habitação social é promotora de segregação sócio espacial” (Martins, 2017, p.17), resultado das políticas públicas adoptadas terem errado ao considerar que os problemas dessa população de baixa renda se resolviam simplesmente por via da concessão de habitação. A preocupação de Martins (2017) passa pela constatação de que o facto de se residir nesse tipo de habitação social acabou muitas vezes por se revelar um outro problema, à medida que os seus moradores foram sendo discriminados e excluídos.

 

“Os bairros sociais e seus moradores foram assim desprezados espacialmente, sendo- lhes atribuídas conotações negativas que afetam o prestígio social dos seus habitantes”. (Martins, 2017, p.19).

 

Vários fatores contribuíram e contribuem para que essa população de baixa renda seja descriminada, muitas vezes apenas por residirem nesses bairros. Essa rotulação negativa é aprofundada no caso em que esses residentes são originários de outas etnias. No caso da cidade de Braga esta segregação está por exemplo presente no caso do Bairro Santa Tecla, onde se concentram muitos indivíduos de etnia cigana, que se sentem excluídos na sociedade de Braga.

 

“Como principais problemas sociais do Bairro, identificam-se o tráfico e consumo de droga, o enclave racial, a segregação social, e a insegurança, sendo que uns incrementam os outros, num círculo vicioso. Para Jacobs a insegurança representa a principal condicionante do uso do espaço público, que consequentemente dificulta o contacto social espontâneo coletivo, remetendo os cidadãos para uma esfera de contacto social muito limitada aos núcleos familiares. No Bairro de Santa Tecla, esta insegurança perceciona-se de diferentes modos a partir dos dois grupos de população: os residentes, e os não residentes do Bairro.” (Fernandes, 2015, p.63).

 

Neste caso, específico, descrito por Fernandes (2015), os ciganos se sentem rejeitados e, portanto, se fecham no contato social familiar. Por outro lado, repelem os diferentes, quer sejam de outra classe social ou que não sejam do mesmo grupo étnico. É por tanto um caso em que a segregação imposta a quem foi realojado neste bairro se associa a um fenómeno de auto segregação dos ciganos, o que demonstra como qualquer tentativa de categorizar modalidades de segregação socio-espacial é apenas um exercício de abstração da realidade, sendo que nesta se misturam e associam as diferentes modalidades, como se verifica no caso do Bairro de Santa Tecla em Braga.

 

Bibliografia geral (A a C)

(A a C)

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Nota: a base bibliográfica deste conjunto de artigos, por ser muito extensa, é repartida em quatro partes, sequencialmente editadas, ao longo dos diversos artigos que integram a série editorial .

 

 

Notas editoriais gerais:

(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.

(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações. 

(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

 

Principais modalidades da segregação sócio-espacial: auto-segregação e segregação imposta – Infohabitar # 866

 

Artigo V da série editorial da Infohabitar “Segregação sócio-espacial em contexto urbano. Um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”. A presente série editorial integra uma sequência de capítulos da tese de doutorado de Anselmo Belém Machado intitulada “Segregação sócio-espacial em contexto urbano, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”, adaptada, pelo respetivo autor, especificamente, para esta iniciativa editorial na Infohabitar.

 

Infohabitar, Ano XIX, n.º 866

Edição: quarta-feira, 5 de julho de 2023

Infohabitar

Editor: António Baptista Coelho, Investigador Principal do LNEC

abc.infohabitar@gmail.com, abc@lnec.pt

A Infohabitar é uma Revista do GHabitar Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação atualmente com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) e anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC.

Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

 

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