terça-feira, dezembro 17, 2019

Ainda uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 713

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Infohabitar, Ano XV, n.º 713

Ainda uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 713

Por António Baptista Coelho (imagens e textos)


A Série “Habitar e Viver Melhor”, assim como outras temáticas teórico-práticas nas áreas específicas da “arquitectura do habitar”, com destaque para os assuntos associados a uma habitação intergeracional bem integrada  - matérias, como sabemos, “centrais” na edição da Infohabitar - serão retomadas em 2020, salientando-se que, por agora, a nossa revista continuará a dedicar-se a uma edição comentada de esquissos/desenhos, seja numa perspectiva da própria prática do desenho livre, seja considerando, especificamente, os aspectos de arquitectura e de habitar que estejam, eventualmente, associados a cada tema desenhado.
O editor da Infohabitar
António Baptista Coelho


Ainda uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos  – Infohabitar 713

Por António Baptista Coelho (imagens e textos)

Nota prévia
O presente artigo procura assegurar a continuidade da reflexão sobre o que podemos considerar como os “velhos/novos espaços urbanos”, desenvolvida no artigo Infohabitar n.º 711 e continuada no n.º 712, através de alguns comentários informais a propósito de alguns desenhos realizados tendo por base enquadramentos de bairros históricos lisboetas e outros esboços mais livres ( 5 desenhos coloridos).
Os comentários abordam essencialmente as matérias da Arquitetura do habitar, numa perspetiva de arquitetura urbana de vizinhanças e paisagens de proximidade; não se descurando, em alguns casos, alguns brevíssimos comentários relativos ao desenvolvimento dos respetivos desenhos.
Salienta-se, ainda, a título de nota prévia e justificativa, que as ideias que são seguidamente apontadas correspondem a uma reflexão estritamente pessoal sobre a matéria.

Introdução explicativa
Como referência prática de apoio à leitura, lembra-se que no referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado “Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, se procurou desenvolver, esquematicamente, a ideia de que, nos tempos de hoje, quando se pretende imprimir ao espaço urbano uma renovada marca pedonal e de meios “suaves” de deslocação, facilitados, designadamente, pelas novas tecnologias de informação e comunicação e pelo crescimento do uso dos veículos pouco poluentes, será talvez altura de podermos reavaliar e reintroduzir soluções de Arquitetura urbana, que integrem, e profundamente – portanto, no “pleno uso” dos respetivos e muito amplos leques de tipologias de espaços e aspetos de pormenor – morfologias de edifícios e de espaços públicos, sendo ambas, expressivamente, marcadas pela escala humana, e pela diversidade e mutação de agradáveis e atraentes sequências de imagens, verdadeiramente catalizadoras do movimento e da permanência.
No referido artigo Infohabitar n.º 711, intitulado “Uma primeira reflexão sobre velhos/novos espaços urbanos”, desenvolveu-se uma abordagem de Enquadramento da temática dos velhos/novos espaços urbanos, seguindo-se o apontamento de  alguns desenvolvimentos recentes e de referência, que apoiam estas ideias, desenvolvendo-se, em seguida a matéria do que se considera poder ser uma estratégica variabilidade urbana, que se julga poder ser até facilitada pelas novas ferramentas de projeto.
No artigo Infohabitar n.º 712 deu-se continuidade à referida reflexão, a partir da apresentação de alguns desenhos urbanos, taraefa que se continua no presente artigo.
Alguns desenhos comentados
Em seguida e tendo-se por base a apresentação de alguns desenhos à mão livre ( 5 desenhos coloridos), comentam-se as matérias da Arquitetura do habitar, associáveis às temáticas que acabaram de ser referidas, mas não se descurando alguns brevíssimos comentários relativos ao desenvolvimento dos respetivos desenhos.

Fig. 01: a rua que se alarga e se transforma, com naturalidade, numa praceta, que é tanto espaço de convívio como de habitação e de outros usos urbanos associados - como lojas e pequenas oficinas (não poluentes); o sentido cénico de tudo isto, seja pela mistura tipológica, formal e funcional que aí é/pode ser, habitual e naturalmente, proporcionada, seja pela organicidade de planos/ideias de atividade (mais de circulação ou mais de estadia) que também aí são, habitualmente, desenvolvidos (fluxos de passagem e de observação e bolsas "de vagar", que podem motivar a permanência). No que se refere, especificamente, ao desenho trata-se de um esboço livre com formato A3 e com alguma elaboração, sendo a técnica usada também muito livre e espontânea: tinta esboçada de início, lápis de cor e aguadas, reforço do traço negro sequencial, etc.


Fig. 02: este enquadramento de certa forma dá continuidade aos comentários desenhados e escritos da anterior figura, tentando-se expressar, mais claramente, aquela ideia de praceta ou largo que resulta (ou partece resultar com naturalidade) de uma situação de alargamento da rua, espaço em que os percursos acabam por definir diversos e motivadores planos de vista (profundidade estimulnte) e sequências marcadas mais pela paragem (mais ou menos prolongada) nas "margens" um pouco coleantes da movimentação pedonal e pelo prolongamento dos mesmos percursos,que é acentuado e servido pelas "fugas" de perspetiva, que devem antecipar, mas não revelar inteiramente, deixando sempre algo à surpresa e podemos mesmo dizê-lo ao recreio pedonal de quem passeia; mas proporcionando-se sempre, e pelo menos, razoáveis condições de antecipação de vistas e portanto de segurança; e em tudo isto a mistura formal e funcional é motivo de dinamização visual e de uso dos espaços. Quanto ao desenho propriamente dito, aplicam-se os comentários da figura 1, mais uma nota especial pela tentativa de um reforço mais cuidado das sombras, acentuando-se a marcação de volumes, mas não se tapando excessivamente os conteúdos ilustrados.


Fig. 03: um desenho que relembra alguns dos comentários que integram o artigo anterior, designadamente, os referidos às imagens globais da cidade tradicional, marcadas pela relativa unidade de uma enorme diversidade de telhados (unidade na diversidade), sendo que o efeito global se refere ao de uma imagem bastante "una" de um assinalável espaço urbano, que neste caso é em boa parte o bairro de Alfama em Lisboa; outro aspeto interessante de considerar é o papel de paragem orientadora e de estímulo à visita e à continuidade dos percursos que é proporcionado por este tipo de vistas paisagísticas mais gerais, que podem marcar momentos significativos dos percursos pedonais mais estruturantes.


Fig. 04: novamente se abordam as temáticas urbanas e residenciais apontadas nas legendas das primeiras duas figuras deste artigo e designadamente: as sequências de vistas, sincopadas, marcando percursos; os planos de vistas definindo e repartindo estrategicamente percursos (tornando-os mais passeáveis e referenciáveis); e os alargamentos das ruas em "largos" ou pracetas naturalmente mais "de estar" e de uso mais intenso e portanto mais atraentes para outros usos para além da habitação, mas que constituem também outras formas de habitar a cidade, os seus bairros e as suas vizinhanças. Quanto a aspetos mais ligados ao desenho, propriamente dito, procurou-se uma formalização talvez mais clarificada das variadas superfícies e elementos constituintes, numa opção talvez mais "gráfica", em comparação com os desenhos das figuras 1 e 2.



Fig. 05: aqui a legenda remete-se, basicamente, a ser este desenho livre, para além de um desenho específico, uma fase pré-final do desenho anterior, apresentdo na figura 4; tratando-se de uma fase apenas a preto, branco e azuis/sombras; depois as aguadas de cor caíram sobre ele e definiram uma outra versão formal - fica ao leitor e observador a escolha do que considere mais interessante; afinal o desenho livre é/deve ser, essencialmente, um gozo/recreio controlado, em primeiro lugar para quem o realiza, "brincando" com misturas de "técnicas" e com faseamentos eles próprios originando novos desenhos, como é o caso, e, depois, o possível refcreio e gozo para quem o irá observar/apreciar.


Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.


Infohabitar, Ano XV, n.º 713

Ainda uma reflexão ilustrada sobre velhos/novos espaços urbanos – Infohabitar 713

Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
Arquitecto/ESBAL, doutor em Arquitectura/FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Investigador Principal com Habilitação em Arquitectura e Urbanismo no
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) –, em Lisboa




Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

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