segunda-feira, julho 18, 2005

31 - Humanização e vitalização do espaço público (Tópicos V e VI): VIZINHANÇAS REFORÇADAS, CLAREZA DE ORDENAMENTO E ESCALA HUMANA - Infohabitar 31

 - Infohabitar 31
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
X Tópicos
 
 
(vizinhanças de proximidade, sequências, sítios únicos e níveis de privacidade)
(i) Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes
(ii) Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade
 
(eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais)
(iii) Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
(iv) Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
 
(vizinhanças reforçadas, claro ordenamento e escala humana)
(v) Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais
(vi) Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana
 
(...)
(vii) Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem 
pormenorizados
(viii) A grande importância do verde urbano e o vital papel da 
caracterização
 
(...)
(ix) A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
(x) Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos idosos
 
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
(tópicos V e VI)
vizinhanças reforçadas, clareza de ordenamento e escala humana
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico V de X:

Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais

Relação com a envolvente e com a colectividade servida por uma atractividade geral e espacial ao nível de um micro-urbanismo que reforça a presença da vizinhança de proximidade e suscita adesão, marcando uma relação de proximidade que é também ponte de relação com a envolvente.
Na imagem um conjunto de habitação de interesse social no Sítio do Tranqual, na Ribeira Brava, Madeira (2004), Contrato de Desenvolvimento de Habitação promovido pela empresa Mesquita, José Gonçalves, com projecto do Arq. Marco António Telmo de Sousa.

Tal como disse Francisco Keil do Amaral, muito mais importante do que muitos outros aspectos, é assegurar “edifícios correntes com boa qualidade arquitectónica e bem agrupados.” Assim se pode estruturar o exterior urbano e residencial com naturalidade e coerência – podemos sempre lembrar que o que parece mais simples provavelmente foi aquilo que foi melhor e mais longamente pensado e preparado.
Na imagem mais um pequeno pedaço de cidade viva e humana, uma rua das células sociais do Bairro de Alvalade (Lisboa), com projecto urbano de meados dos anos 40, realizado pelo Arq. Faria da Costa.

António Baptista Coelho, abc@lnec.pt
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico VI de X:

Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana

A humanização e vitalização dos espaços públicos decorre sempre de um claro ordenamento de edifícios e espaços exteriores urbanos; um ordenamento urbano que se quer adequado e bem legível.
Isso acontece aqui, no conjunto de habitação de interesse social da Travessa do Sargento Abílio, em Benfica, promovido pela Câmara Municipal de Lisboa (2001), com projecto do Arq. Paulo Tormenta Pinto, em que se aliou uma estrutura urbana funcional e uma imagem urbana humanizada, à dominância pedonal e à reestruturação funcional e de imagem da respectiva envolvente.

Quando dirigimos atenção para a humanização e vitalização dos espaços públicos temos de atender de forma específica a uma questão de escala do edificado, uma escala que tem de se harmonizar com o tecido urbano envolvente, mas que, acima de tudo, cada vez mais, tem de ser uma escala com referências directas à escala humana.
Em tudo isto é fulcral o papel das fachadas dos edifícios, fachadas que evidenciam, por vezes, o corte entre a rua e o fogo, mas outras vezes amplificam a articulação entre esses dois mundos – a pequena rua do muito humano e integrado conjunto de habitação de interesse social da Fontinha promovido pela Câmara Municipal do Porto (2001) com projecto coordenado pelo Arq. Rui Passos Mealha.


Lisboa, Encarnação, 18 de Julho de 2005
António Baptista Coelho, abc@lnec.pt

3 comentários :

Anónimo disse...

Estou tomando conhecimento, pela 1ª vez, deste blog único e indispensável pela qualidade e pertinência da sua informação e pelo discreto mas eficaz grafismo.
Parabéns - quem mo deu a conhecer foi a 'única' e muito qualificada Arqª Pais.ª Celeste Ramos.
MJRodrigues

Estarei atenta ao q aqui se vier a passar.

Anónimo disse...

mjRodrigues
olá - gostava que ajudasse a minha memória caso a conheça, ou que me diga qual a sua profissão, já que gosto de escrever, também, em fução dessa situação, porque, por enquanto, o blog só tem colaboração de arquitectos e seria muito importante a visão de outros profissionais ligados "ao fazer cidade" mas também aos que têm não importa que profissão, mas são HABITANTES e tem para mim pelo menos, a maoir importância a OPINIÃO quanto ao conforto e qualidade de HABITAR, não importa onde, espaço que é sempre CULTURAL, apaziguante ou alienante e está este blog aberto a todo o tipo de informação
obrigada

Anónimo disse...

Celeste cara colega

O que aprendi consigo em dez anos de prática profissional é inesquecível. A sensibilização para a disciplina ambiental - que hoje é indispensável referir qd se menciona o desenvolvimento sustentável - foi-me ensinada por si, qd muitos troçavam das 'couves' e só argumentavam, como eu, com o betão.

MJR é uma variante de MJEloy, que distraidamente aqui coloquei.

E, mais uma vez, não resisto a enaltecer a sua sensibilidade ambiental e estética que caracteriza o excelente artigo que aqui publicou em Março, resultante de um conhecimento profundo do que se exige para uma ‘qualificação do ambiente urbano’.

Grata pela sua determinação em não abdicar do que é essencial no ordenamento do território e que deveria ter sido ensinado, há mais de 30 anos, aos arquitectos das Faculdades de Arquitectura.