Ligação direta (clicar no link seguinte ou copiar para site de busca) para aceder à listagem interativa de 840 Artigos editados na Infohabitar – edição de janeiro de 2022 com links revistos em junho de 2022 (38 temas e mais de 100 autores):
O fenómeno da segregação sócio-espacial em contexto urbano – Infohabitar # 863
Artigo III da série editorial da Infohabitar – “Segregação sócio-espacial em contexto urbano. Um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”. A presente série editorial integra uma sequência de capítulos da tese de doutorado de Anselmo Belém Machado intitulada “Segregação sócio-espacial em contexto urbano, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”, adaptada, pelo respetivo autor, especificamente, para esta iniciativa editorial na Infohabitar.
Infohabitar, Ano XIX, n.º 863
Edição: quarta-feira, 14 de junho de 2023
Caros leitores da Infohabitar,
É com muito gosto que, com o presente artigo, damos continuidade à edição da nova série editorial dedicada à temática geral da “Segregação sócio-espacial em contexto urbano”, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil.
Este gosto muito especial resulta de a autoria deste conjunto de artigos ser do Professor Anselmo Belém Machado um dos mais assíduos articulistas da nossa Infohabitar, que aqui saudamos calorosamente, e que, assim, e com base na adaptação da sua tese de doutoramento a uma sequência de artigos, nos irá acompanhar ao longo de algumas semanas com a edição de um conjunto de artigos sequenciais relativos à fundamental e sempre presente problemática da “Segregação sócio-espacial em contexto urbano”; edição esta que irá sendo intercalada com outros artigos e designadamente com os da série editorial dedicada ao PHAI3C.
Agradecemos, portanto, ao colega Anselmo Belém Machado, por mais esta excelente contribuição para o acervo editorial da nossa revista e aproveitamos para referir que se prevê que a respetiva base bibliográfica deste conjunto de artigos, por ser muito extensa, seja repartida em quatro partes, sequencialmente editadas, ao longo dos diversos artigos que integram a série editorial; podendo ainda ser posteriormente republicada, na íntegra, numa edição específica e sequencial ao remate editorial da série; proporcionando-se, assim, aos interessados uma melhor consulta à globalidade da mesma bibliografia.
Recorda-se, como sempre, que serão sempre muito bem-vindas eventuais ideias comentadas sobre os artigos aqui editados e propostas de novos artigos (a enviar, ao meu cuidado, para abc.infohabitar@gmail.com).
Com as melhores saudações a todos os caros leitores,
Lisboa, em 14 de junho de 2023
António Baptista Coelho
Editor da Infohabitar
O fenómeno da segregação sócio-espacial em contexto urbano – Infohabitar # 863
Anselmo Belém Machado
Resumo curricular de Anselmo Belém Machado
Doutor em geografia Humana pela Universidade do Minho (Portugal). Com mestrado em Organização do Espaço Rural no Mundo Subdesenvolvido, licenciado e bacharel em geografia na Universidade Federal de Sergipe (Brasil).
O autor tem experiência profissional em ensino, pesquisa e extensão nas seguintes Universidades: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente é professor associado no Departamento de Geografia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
O autor tem as seguintes áreas de interesse: Geografia Humana, Geografia Urbana e em Estudos de Segregação Sócio Espacial (Portugal e Brasil).
Série Editorial sobre Segregação Sócio-espacial em Contexto Urbano: Texto de apresentação
Face ao contexto actual de urbanização acelerada, são vários os desafios que se colocam ao desenvolvimento das cidades contemporâneas, de entre os quais aqueles que se relacionam com a urgência de novas políticas de gestão urbana, capazes de promover um urbanismo inclusivo que contribua para o surgimento de cidades socialmente mais coesas, integradas e justas. Assim, importa reforçar o conhecimento existente em torno das dinâmicas urbanas de segregação sócio- espacial. Este trabalho contribui para esta reflexão a partir de uma investigação que se singulariza por uma abordagem comparativa desenvolvida a dois níveis. Por um lado, trata-se de um estudo de geografia urbana que privilegia a comparação entre duas cidades (Braga em Portugal e Aracaju no Brasil), que embora se enquadrem em países diferentes e com culturas e realidades sócio- econômicas específicas, enfrentam ambas processos de segregação sócio-espacial no interior das suas malhas urbanas. Por outro lado, trata-se de um estudo que confronta simultaneamente a análise de dinâmicas espaciais distintas, quer a concentração de cidadãos de baixo nível sócio- económico (segregação imposta), quer a realidade oposta onde a homogeneidade sócio- económica de algumas bolsas territoriais se faz sentir pela presença exclusiva de cidadãos de altos rendimentos (auto-segregação).
O fenómeno da segregação sócio-espacial em contexto urbano – Infohabitar # 863
Como já referido o fenômeno da segregação sócio-espacial não é recente, manifestando-se desde
a antiguidade. Esse fenômeno vem evoluindo
historicamente à medida que as cidades acompanham o processo
de desenvolvimento e o avanço
das transformações económicas, sociais, políticas e tecnológicas mundiais. Reforçou-se contudo
com a globalização e com a reprodução dos grupos económicos hegemónicos existentes e que
dominam tanto os territórios locais
quanto, a outra escala,
as redes de nível nacional
e internacional (Barbosa,
2007). Na sequência
deste processo tem se assistido a uma reterritorialização das cidades que veio ampliar
a exclusividade de determinadas áreas urbanas, tornando-as, por exemplo, exclusivas para os residentes de alto poder aquisitivo, que podem pagar altos preços por condomínios fechados onde se concentram
‘edifícios-fortaleza’, com inúmeras vantagens
e proteção.
A par destas
políticas urbanas que favorecem a exclusividade de áreas apenas
acessíveis para as classes dominantes, difunde-se todo
um conjunto de iniciativas para
passar a ideia
e a mensagem de que os governos
urbanos estão realmente elaborando e transformando a cidade e os seus territórios em favor
dos mais necessitados. Os aparelhos ideológicos de Estado utilizam
muitas vezes os meios de comunicação de massa para reforçar essa falsa ideia
de que existe uma verdadeira preocupação com a “justiça espacial”, e, também,
a boa intenção de promover o “bem- estar e equidade social”,
quando na verdade
o propósito último parece sim ser a reprodução das classes dominantes e da sua capacidade de controlo sobre
a restante sociedade. Nesse sentido,
Althusser (1970), descreve
quais são esses
aparelhos ideológicos de Estado (AIE),
que agem no sentido da reprodução dos diferentes estratos
sociais.
“Com todas as reservas
que esta exigência
implica, podemos desde
já considerar como Aparelhos Ideológicos de Estado
(AIE) as instituições seguintes (a ordem pela qual as
enunciamos não tem qualquer significado particular): - O AIE religioso
(O sistema das
diferentes Igrejas) , - o
AIE escolar (o sistema das diferentes escolas públicas e particulares), - o AIE familiar, - o AIE jurídico, - o AIE político (o sistema Político
de que fazem parte os diferentes partidos), - o AIE sindical,
- o AIE da informação (imprensa, rádio- -televisão, etc.),
- o AIE cultural (Letras, Belas
Artes, desportos, etc).”
(Althusser, 1970, pp.43/44).
Segundo este autor todos esses AIE agem de modo articulado, de forma a que as preocupações
e interesses das classes dominantes sejam valorizadas e difundidos, quer
seja nas escolas particulares ou públicas, no ambiente religioso, ou por via
da actuação de cunho político e jurídico. O AIE da informação divulgam esses valores
que interessa difundir
e que por fim são reforçadas
pelo AIE cultural, que semeia as ideias dominantes, como se essa dominação fosse
decisiva e inerente ao desenvolvimento económico, social, cultural, religioso e familiar da nossa sociedade.
Uma vez que o aumento
populacional acompanha o crescimento das cidades, estas são espaços privilegiados de reprodução das
ideias divulgadas e disseminadas pelos diversos AIE descritos acima. Com isto as cidades
crescem realizando mudanças
na sua morfologia urbana e também
em sua essência, seguindo a ideologia dos grupos dominantes. Este processo desencadeia-se não só por acção dos AIE existentes, mas também dos Aparelhos Repressivos de Estado (ARE),
que agem complementando essa doutrinação pela violência, conforme
o mesmo autor destaca:
“O que distingue os AIE do Aparelho (repressivo) de Estado, é a diferença
fundamental seguinte: o Aparelho
repressivo de Estado
«funciona pela violência», enquanto os Aparelhos Ideológicos de Estado funcionam «pela, ideologia»”. (Althusser, 1970, p.46).
Todas essas formas
de dominação, quer seja pela violência quer seja pela ideologia, reforçam
a separação existente entre os diferentes grupos sociais, que por sua vez se traduz na criação de condições favoráveis à ampliação da segregação sócio-espacial urbana. Pois, como
refere Maricato (2000), verifica-se que o crescimento das cidades está sendo controlado, portanto, sendo direcionado, para o aprofundamento das
desigualdades, enfatizando as diferenças existentes entre os estratos sociais e económicos.
“A gestão urbana e os investimentos públicos
aprofundam a concentração de renda e a
desigualdade. Mas a representação da "cidade" é uma ardilosa
construção ideológica que torna a condição de cidadania um privilégio e não um direito universal: parte da cidade toma o lugar
do todo. A cidade da elite representa e encobre a cidade real. Essa
representação, entretanto, não tem a função apenas
de encobrir privilégios, mas possui,
principalmente, um papel
económico ligado à geração e captação da renda imobiliária”. (Maricato, 2000, p.165)
Embora a cidade
seja, como um todo, um espaço que é entendido como coletivo sem
“dono”, ela é de fato uma mercadoria, com vários ‘proprietários’ que aprofundam sua valorização, conforme seus interesses. Os interesses desses
grupos, que são contrários aos
interesses do coletivo, composto também de grupos menos
favorecidos, são ratificados e difundidos continuamente pelos AIE e ARE.
Dessa maneira a gestão urbana
que ocorre a par desta
“construção ideológica” torna o habitar um privilégio de poucos, em que a cidade da elite disfarça
a cidade da maioria, que é a cidade
que existe de fato. Pois,
ao nível dos governos urbanos
a sua grande prioridade de actuação está quase sempre associada ao objetivo de valorizar cada vez mais
o setor imobiliário, principalmente dos bairros mais estruturados onde
residem os grupos
privilegiados, mas também
de outras áreas da
cidade, desde que com essa valorização o grupo privilegiado continue conquistando mais
renda. Pode mesmo referir-se que actualmente a cidade evoluiu
para se tornar
um grande ‘centro comercial’ onde tudo é quantificado e todas as áreas se tornam produtos
para a venda. A busca desenfreada pelo lucro e consumo tornou
a cidade em um grande
‘produto’ para ser consumido.
Nos nossos percursos urbanos quotidianos por todos os lados somos chamados à atenção para esta
‘venda’ da cidade,
sendo que são muitas as estratégias aplicadas para esse fim, das mídias aos outdoors
todas as partes
da cidade são
colocadas à venda,
com uns bairros
mais caros e lucrativo que outros.
Como refere Lefebvre
(2001, p.130) em relação à cidade “já é bem conhecido o duplo carácter da centralidade capitalista: lugar
de consumo e consumo de lugar”. Nesse contexto, na cidade ‘consome’ o cidadão, pois mais facilmente ai este encontra
os bens e serviços do seu interesse, ao mesmo tempo em que ele mesmo ‘consome’ o lugar. Assim,
quando o cidadão
compra mais um imóvel,
em um bairro mais valorizado da cidade, ele
está consumindo parte
da cidade, muitas vezes promovendo formas
de auto-segregação. Por outro lado,
os cidadãos de baixo poder aquisitivo e sem renda, veêm-se
forçados a ‘consumir’ outras partes das cidades, muitas
vezes nas áreas da periferia, sendo que a morfologia urbana
é também em muito moldada
pela efetivação da segregação imposta a este grupo de excluídos. Assim,
a cidade está sendo
continuamente
vendida, com efeitos
directos no incremento do processo de segregação sócio- espacial urbana.
Ao ter essa dupla ‘via’:
lugar de consumo
e consumo de lugar, toda a cidade
é um lugar de consumo e os seus são ‘consumidos’ pelo
seu “valor de troca” (Lefebvre, 2001).
“[…] o aglomerado dos
objetos nas lojas,
vitrinas, torna-se razão
e pretexto para
a reunião das pessoas; elas veem,
olham, falam, falam-se. E é o lugar de encontro, a partir do aglomerado das coisas.
Aquilo que se diz e se escreve
é antes de mais nada o mundo
da mercadoria, a linguagem
das mercadorias, a glória e a extensão
do valor de troca. Este tende a reabsorver o valor de uso na troca e no valor
de troca.” (Lefebvre, 2001, pp.130/131).
Esta linguagem da mercadologia na dinâmica urbana está associada diretamente com o poder de compra. Em que também a população de baixa e pouca renda consome produtos, embora com outros valores monetários e, de maneira mais significante, consome também as moradias, mas nos grandes conjuntos habitacionais populares e desqualificados. E é sobretudo por acção desta lógica que a cidade tende a ser organizada. Planeando-se e gerindo-se a distribuição dos seus diferentes tipos de ‘mercadorias’ como se fosse um supermercado expondo seus produtos diversos (com preços variados), em que de acordo com o valor dos ‘produtos’, o consumidor é seleccionado, para consumir um ou outro (um ou outro bairro).
“a cidade é vista como se fosse uma mercadoria (objeto)
a ser vendida em um mercado
altamente competitivo no qual outras
cidades também estão
à venda. Nesse
caso, busca- se promover
a cidade para o exterior,
levantando a seguinte
questão: o que se vende
quando se vende uma cidade? Até mesmo a miséria é redefinida como um problema paisagístico. De objeto, a cidade passa
a ser o sujeito da ação, no conceito chamado
por Vainer (2002) de cidade-empresa e por Harvey
(2005) de empreendedorismo urbano”. (Almeida e Engel,
2017, p.86).
A promoção da cidade-mercadoria é um objectivo continuamente articulada pelos
agentes produtores do espaço urbano,
tais como os proprietários do solo urbano,
proprietários individuais,
organizações económicas (banco,
comércio, industrias), companhias imobiliárias, empresas de construção e o poder público (Sposito, 2008). Todos esses
agentes estão articulados e têm suas ações legitimadas pelo Estado e seus juízes.
Todos eles promovem
a cidade para ser vendida continuamente, agindo
sob ela (a cidade) com
esse fim e enquanto “sujeito da ação”, como descrito acima por Almeida
e Engel (2017).
Essas ações que ocorrem sobre
e no espaço das cidades
favorecem sobretudo a minoria em detrimento da grande
maioria, produzindo manifestações diversas de segregação sócio-espacial urbana. Criam-se muitas
vezes as condições
para a multiplicação de bairros
de acesso exclusivo a cidadão de alto poder aquisitivo, como forma destes
se tentarem proteger
dos perigos da cidade.
Esse comportamento de auto-segregação evidencia a necessidade de delimitação física
de um determinado grupo
com homogeneidade socio-económica e que privilegiam partilhar um mesmo bairro. Assim consideram-se mais protegidos dos demais cidadãos, que estão em um patamar muito inferior de poder
aquisitivo, com casas
de valores mais
baixos e com carros mais baratos e com menores rendas
e salários (quando
os têm). Assim,
age-se sobre a cidade impedindo a mistura de grupos sociais
diferentes, ao se favorecer a auto-segregação, como
uma modalidade de segregação
voluntária.
“A autossegregação visa reforçar
diferenciais de existência e de condições de reprodução desses grupos por intermédio da escolha das melhores localizações no espaço urbano, tornando-as exclusivas em razão dos elevados preços
da terra urbana
e de suas amplas e confortáveis habitações.” (Corrêa,
2016, p.43).
Por outro lado,
enquanto “sujeito de acção”, age-se
também sobre a cidade criando
condições para a criação dos bairros onde reside apenas
uma população de menor poder
aquisitivo e até sem renda. Indivíduos a quem é imposta uma segregação socio-espacial, ao serem muitas
vezes forçados a residir em bairros cuja composição social é de elevada
homogeneidade, por verem reduzidas (ou anuladas) as possibilidades de optarem por um qualquer outro local de residência.
Dependendo da região
e/ou país essas modalidades de segregação sócio-espacial em contexto urbano, têm suas especificidades e níveis diferenciados de manifestação, em resultado das suas
realidades históricas, sociais, económicas, religiosas, étnicas ou outras.
Embora já tenha sido analisado o histórico
do fenômeno da segregação sócio-espacial na introdução a esta tese, este
será reflectido a seguir de modo mais
aprofundado, esclarecendo as suas modalidades, de acordo com a visão de diferentes autores.
Seguindo o raciocínio de Sposito (2016,
p.81), os processos de estruturação do espaço
urbano foram resultado da lógica da reprodução das relações sociais de produção, que foram sendo moldadas
no decorrer do final do século passado
e início deste, sendo sobretudo esse o período em que se irá centrar
a reflexão, que a seguir se apresenta, em torno das modalidades de segregação sócio-espacial urbana.
Nota final ao artigo:
Na próxima semana será dada continuidade à presente série editorial.
Bibliografia geral (M a Q)
Nota: a base bibliográfica deste conjunto de artigos, por ser muito extensa, é repartida em quatro partes, sequencialmente editadas, ao longo dos diversos artigos que integram a série editorial .
- Machado, A.B. (1990) Grande Aracaju: Processo de uma metropolização emergente. Dissertação de mestrado. São Cristóvão: NPGEO-UFS. Mimeografado.
- Machado, A. B. (2009). Geografia Urbana. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD.
- Machado, A. B. (2010). O bairro Jardins: Processo de enobrecimento urbano, consolidação de estratos socioeconômicos e “ilhas” de segregação social. Scientia Plena, Vol. 6, Num. 8.
- Magalhães, R. Vendramini, A. (2018). Os impactos da quarta revolução industrial. GV- executivo, 17(1).
- Magda, S. R. Fidalgo, A. & Buckingham, D. (2015). De que falamos quando falamos de infoexclusão e literacia digital? Perspetivas dos nativos digitais1. Observatorio (OBS*) Journal, 9(1), 43-54.
- Malheiros, J. Carvalho, R. & Mendes, L. (2013). Gentrification, residential ethnicization and the social production of fragmented space in two multi-ethnic neighbourhoods of lisbon and Bilbao. Lisboa: Finisterra, XLVIII, 96, 109-135.
- Marafon, G. J. (1996).Considerações sobre as redes técnicas e a organização
- do território. Boletim Gaúcho de Geografia, 21: 51-57, ago.
- Marcuse, P. (2004). Enclaves, sim; guetos, não: a segregação e o estado. Espaço e Debates, São Paulo: NERU, 24(45), 24-33. jan./jul.,
- Maricato, E. (2000a). As ideias fora do lugar e o lugar fora das ideias. Planejamento urbano no Brasil. In Arantes, O. Vainer C. & Maricato E. A Cidade do pensamento único: Desmanchando consensos, Petrópolis, RJ: Vozes. pp.121-192.
- Maricato, E. (2000b). Urbanismo na periferia do mundo globalizado. Metrópoles brasileiras. In:
- São Paulo em perspectiva, 14(4).
- Maricato, E. (2001). Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis, RJ: Vozes. Maricato, E. (2011). O impasse da política urbana no Brasil, Petrópolis, RJ: Vozes.
- Maricato, E. (2015a). As metrópoles brasileiras e a globalização neo liberal, In Souza, P. de (Org.),
- Brasil, sociedade em movimento, São Paulo: Paz e Terra. pp.01-20. 356
- Maricato, E. (2015b). Para entender a crise urbana, São Paulo: Expressão Popular.
- Marques, E. (2010). Redes sociais, segregação e pobreza em São Paulo: Editora UNESP; Centro de Estudos da Metrópole.
- Marques, E. (2014). Estrutura Social e Segregação em São Paulo: Transformações na Década de 2000, DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, 57(3), 675-710.
- Martin, A. R. (1997). Fronteiras e Nações. (3ª ed.). São Paulo.
- Martins, M. (2013). Condomínios habitacionais fechados: (im)precisões conceptuais. Apontamentos para um debate sobre urbanidade e autonomia, segregação e qualidade de vida. Sociologia, Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Vol. XXVI, pág. 61-80.
- Martins, S. F. L. (2017). Segregação socio-espacial em Braga: o caso de estudo do Bairro das Andorinhas. Mestrado em Geografia – Área de especialização em Planeamento e Gestão do Território. Guimarães: Universidade do Minho.
- Marx, K. (1980). O Capital. Rio de Janeiro: Difel.
- Medina, M. G. (2013). La europeización urbana a través de la política de cohesión, Revista CIDOB d’Afers Internacionals, 04, 133-154, Diciembre.
- Mendes, L. (2013). Urbe - Revista Brasileira de Gestão Urbana, Curitiba, 5(1), Jan./June. Mendes, J. F. G. (2014). O Futuro das cidades. Rio de Janeiro: Interciência.
- Miele, S. A. de F. (2015). A cidade como negócio: o investimento no solo urbano no contexto de financeirização do setor imobiliário. In: II Colóquio (Intert)nacional sobre o comércio e cidade:uma relação de origem. São Paulo: resumo.
- Milani, P. H. & Góes, E. M. (2015). Dentro e fora dos muros: residenciais fechados e segregação socioespacial em cidades não metropolitanas, Fortaleza: Geosaberes, Fortaleza, 6(número especial 2), 260-274, Novembro.
- Miranda, L. I. B. de. (2009). Planejamento em áreas de transição rural-urbana. Velhas novidades e novos territórios. Revista Brasileira de Estudos urbanos, 11(1), 25-26. Maio 357
- Miyazaki, V. K. (2013). Estruturação da cidade e morfologia urbana: um estudo sobre cidades de porte médio da rede urbana paulista. Presidente Prudente/São Paulo: UNESP.
- Moraes, A. C. R. Bases da formação territorial do Brasil: o território colonial brasileiro o longo século XVI. São Paulo: 1991. Tese de Doutorado de Geografia, Universidade de São Paulo, USP.
- Moreira et all. (2009). O sistema urbano português. Dinâmicas contemporâneas e diversidade regional: Revista de Demografia Histórica, XXVII, I, segunda época, pp. 83-114.
- Moreira Júnior, O. (2010a). A Cidade Partida: Segregação Urbana. Revista Online: Caminhos de
- Geografia, 11(33), 08.
- Moreira Júnior, O. (2010b). Segregação urbana em cidades pequenas: algumas considerações a partir das escalas intra e interurbana. Ra’ega, Curitiba: UFPR, 20, 133-142.
- Mosquera, J. U., Ospina, H. L., Sabatini, F. & Rasse, A. (2017). Tolerancia a la diversidad y segregaciónres idencial. Una adaptación del modelo de segregación de Schelling con três grupos sociales. Eure, 43(130), 5-24. septiembre.
- Moudon, A. V. (1997). Urban morphology as an emerging interdisciplinary field. Journal urban morphology, 1, 3-10.
- Moura, R. e Pêgo, B. (2017). O sistema urbano brasileiro e suas articulações na escala sul- americana. In: boletim regional, urbano e ambiental | 16 | jan.-jun. ipea.
- Musterd, S.; Andersson, R. (2005). “Housing Mix, Social Mix and Social Opportunities”. Urban Affairs Review, pp. 761 – 790.
- Nascimento, M. I. M. (2001). Aldeia Global: Um conceito. Revista Educação, 46, 10, Unicamp.
- Nascimento, M. M. P. do e Araújo, H. M. de. (2018). A urbanização extensiva de Aracaju e a formação de novos aglomerados habitacionais: avaliação a partir da desagregação de dados dos CENSOS/ IBGE. Cadernos de geografia, v.28, n.52.
- Negrão, J. J. (1998). Para conhecer o Neoliberalismo, São Paulo: Publisher Brasil. 358
- Negri, S. M. (2008). Segregação sócio espacial: alguns conceitos e análise. Revista Coletânea de nosso tempo, Rio Claro: UNESP. Ano VII, 08(08), 29-153.
- Nogueira, J. (2009). Braga acabou com os guetos e o crime caiu a pique. Porto: I Semanário do Porto. Entrevista ao presidente da Bragahabit. 14/05, 2009.
- Nunes, F. P. J. (2007). TIC´s, Espaço e Novos Modos de Trabalho em Portugal: Usos do espaço e do tempo em contextos de teletrabalho. Tese de Doutoramento em Geografia, Universidade do Minho Instituto de Ciências Sociais, Ramo de Geografia Humana.
- Nunes, F. (2009). A segregação sócio-espacial em Portugal e as políticas urbanas de habitação social. In: II Congresso Ibero-Americano sobre Habitação Social: ciência e tecnologia: “Por uma nova abordagem”. Florianópolis. UFSC.
- Oliveira, I. C. E. de. (2001). Estatuto da cidade; para compreender. Rio de Janeiro: IBAM/DUMA.
- Oliveira, E. M. (2004). Transformações no mundo do trabalho, da revolução industrial aos nossos dias. Revista on line Caminhos de Geografia, 6(11), 84-96, Fev.
- Oliveira, K. F. de. Jannuzzi, P. de M. (2005). Motivos para migração no Brasil e retorno ao Nordeste: padrões etários, por sexo e origem/destino, São Paulo Perspec. vol.19 no.4 São Paulo Oct./Dec.
- Oliveira, R. L. P. de. (2010). Impactos da qualidade percebida sobre as atitudes e intenções comportamentais de proprietários de automóveis. Dissertação de mestrado, Faculdade de Ciências Empresariais, Universidade FUMEC, Belo Horizonte.
- Oliveira, V. (2016). Morfologia urbana: diferentes abordagens. Revista de Morfologia Urbana, 4(2), 65-84.
- Oliveira, A. & Guerra, P. (2014). Cidades, Comunidades e Territórios Espaços urbanos entre a cultura, a imagem e a intervenção: Uma reflexão a partir de três intervenções na cidade do Porto. Lisboa: Instituto Universitário de Lisboa, Portugal. Cidades, Comunidades e Territórios, 32, 118-131. Jun. 359
- Oliveira, T. G. de & Silveira Neto, R. da M. (2015). Segregação Residencial na Cidade do Recife: um estudo da sua configuração. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos (RBERU), 09(1), 71-92.
- Ojima, R. (2007). As cidades invisíveis: a favela como desafio para urbanização mundial. Revista Brasileira de Estudos de População, 24(2), São Paulo. July/Dec.
- ONU (2007). Relatório Global sobre os Assentamentos Humanos. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas
- ONU (2010). Human Development Report 2010. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas
- ONU (2011). Relatório Sobre a Situação da População Mundial. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas.
- ONU/DESA (2013). Pesquisa Mundial Económica e Social. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas (DESA- Divisão das Nações Unidas para a População do Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais).
- ONU (2014). Relatório do Desenvolvimento Humano 2014. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas
- ONU/UFPA (2014). Relatório da População Mundial de 2014. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas (UFPA- Fundo de Populações das Nações Unidas).
- ONU/DESA (2014). Perspectivas da Urbanização Mundial. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas (DESA- Divisão das Nações Unidas para a População do Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais).
- ONU (2016). World Cities Report 2016. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas.
- ONU (2019). População mundial deve aumentar para 9,7 bilhões em 2050 https://news.un.org/pt/story/2019/04/1666621 (10/10(2019) 360
- Pagani, E. B. S., Alves, J. de M. & Cordeiro, S. M. A. (2015). Segregação socioespacial especulação imobiliária no espaço urbano Socio-spatial segregation and property speculation in the urban space, Argumentum, Vitória, ES, 7(1), 167-183, jan./jun.
- Peixoto, J. (1987). O crescimento da população urbana e da industrialização em Portugal. In:
- Revista Crítica de Ciências Sociais, Nº 222, abril. Pp.101-113.
- Pereira, V. A. (2011). Estendendo Mc Luhan: Da Aldeia à Teia Global. Comunicação, Memória e Tecnologia, Porto Alegre: Sulina.
- Pereira, M. de P. (2012). A cidade como mercadoria: influência do setor privado na produção do espaço urbano. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, 12(2), 446-460.
- Pereima Neto, J. B. (2014). XXI: o século das cidades no Brasil. In: MONTORO,
- Guilherme Castanho Franco et al. (Org.). Um olhar territorial para o desenvolvimento:
- Sul. Rio de Janeiro : Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. p.
- [270]-309.
- Philippi Júnior, A. & Fernandes, V. (2015). Práticas de interdisciplinaridade no ensino e pesquisa,
- Barueri: Manole, 2015.
- Pinho, P. (2009). Atlas da Grande Área Metropolitana do Porto. Lisboa: Laboratório de Planeamento. Junta Metropolitana do Porto.
- Pinto, R. S. B. F. F. (2007). Hortas Urbanas: Espaços para o desenvolvimento sustentável de Braga. Dissertação de Mestrado, Universidade do Minho, Braga, Portugal.
- Piketty, T. (2014). O Capital no século XXI. (I ed.) Rio de Janeiro: Intrínseca. Piketty, T. (2015). A Economia da Desigualdade. Rio de Janeiro: Intrínseca.
- PMA (1982). Lei Nº 873/82 de 01/10/1982 (Estabelece nova delimitação dos Bairros de Aracaju e dá outras providências correlatas). Aracaju: Prefeitura Municipal de Aracaju.
- PMA (1998). Lei Municipal Nº 2.666 de 1998 (Criação do Bairro Jardins). Aracaju: Prefeitura Municipal de Aracaju.
- PMA (2010). PDDUS - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município de Aracaju, Projeto de Lei complementar nº 06/2010 de 19 de novembro de 2010. Diário Oficial do Município de Aracaju- Ano XXI de 05 de setembro de 2011, nº 2750. 361
- PNPUD (2014). Relatório de Desenvolvimento Humano – 2014. Nova Iorque: Organização das Nações Unidas (PNPUD)
- Pochmann, M. (2015). Desigualdades econômicas no Brasil, São Paulo: Ideias & Letras.
- Porto, F. (1991). A cidade de Aracaju 1885-1865: ensaio de evolução urbana. 2ª ed. Aracaju: Governo de Sergipe/FUNDESC.
- Poupart, J. et al. (2010). A Pesquisa Qualitativa: Enfoques epistemológicos e metodológicos. (2ª ed.). Petrópolis: Vozes.
- Préteceille, E. (2003). A evolução da segregação social e das desigualdades urbanas: o caso da metrópole parisiense nas últimas décadas. CADERNO CRH, Salvador, n. 38, p. 27-48, Jan/jun.
- Queiroz Filho, A. P. de (2011). Sobre As Origens da Favela. Revista Mercator de Geografia da Universidade Federal do Ceará, 10 (23), 33-48. Setiembre-diciembre.
- Quintela M. D. de (2012). Considerações sobre os Aglomerados Subnormais em Sergipe segundo os resultados do Censo Demográfico 2010. In: Observatório de Sergipe. Blog da Superintendências de Estudos e Pesquisas. 04/01/2012.
Notas editoriais gerais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) No mesmo sentido, de natural responsabilização dos autores dos artigos, a utilização de quaisquer elementos de ilustração dos mesmos artigos, como , por exemplo, fotografias, desenhos, gráficos, etc., é, igualmente, da exclusiva responsabilidade dos respetivos autores – que deverão referir as respetivas fontes e obter as necessárias autorizações.
(iii) Para se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.
O fenómeno da segregação sócio-espacial em contexto urbano – Infohabitar # 863
Artigo III da série editorial da Infohabitar – “Segregação sócio-espacial em contexto urbano. Um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”. A presente série editorial integra uma sequência de capítulos da tese de doutorado de Anselmo Belém Machado intitulada “Segregação sócio-espacial em contexto urbano, através de um estudo comparativo entre Braga - Portugal e Aracaju-Brasil”, adaptada, pelo respetivo autor, especificamente, para esta iniciativa editorial na Infohabitar.
Infohabitar, Ano XIX, n.º 863
Edição: quarta-feira, 14 de junho de 2023
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho, Investigador Principal do LNEC
abc.infohabitar@gmail.com, abc@lnec.pt
A Infohabitar é uma Revista do GHabitar Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional Infohabitar – Associação atualmente com sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) e anteriormente com sede no Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC.
Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.
Sem comentários :
Enviar um comentário